Vimos como é possível transformar um lugar seco, frio e vazio, em uma onda de calor e de luta. Oliveiras, muitas oliveiras. Frio, seca e, no meio deste lugar, as pessoas dando calor a outras.
Chegamos a Morón, um grupo de 40-50 pessoas de diferentes partes da Andaluzia, por volta das 14 horas e seguimos em direção à prisão, rompendo os obstáculos do caminho como se fossem muros.
Com bandeiras negras, faixas, sinalizadores, fogos de artifício e vozes como armas, e um megafone para nos ajudar a tornar as nossas vozes ainda mais fortes, em uma tentativa de fazer chegar os gritos de luta àqueles que faltavam entre a gente, a nossos companheiros presos que estão na batalha contra as torturas que os desumanizam dentro dos muros que os cercam. E àqueles que esperamos que se unam a esta contenda em que não estão, nem estarão sós.
Chegamos à colina mais alta que encontramos, ao redor do ninho de repressão por trás dos muros da prisão. Enquanto isso, alguns companheiros reuniam-se à porta do centro penitenciário para distribuir folhetos informativos sobre a Campanha Contra a Tortura e Maus-Tratos na prisão para as famílias que chegavam para as visitas.
Começaram os gritos e o apoio, e com eles o calor que ia saltando as barreiras para espalhar esperança e encorajamento para aqueles que de dentro começaram a ouvir-nos e, pouco a pouco, faziam chegar suas palavras e sinais. Ali estavam os companheiros, começávamos a estar juntos.
Se eles não podiam sair, suas vozes sim. Os muros começaram a fundir-se ao passo dos gritos que íamos compartilhando, numa comunicação que gradualmente tornava-se mais próxima. Com uma mensagem comum e um único desejo – derrubar os muros, fazer desaparecer as paredes que isolam, desumanizam e reprimem.
Seguimos caminhando parando em lados diferentes desta fábrica de submissão que é a prisão. Aos poucos, a demanda ia aumentando e juntando-se uns aos outros, criando um único grito – liberdade!
Usando o megafone também pudemos informá-los sobre esta campanha em que atualmente protagonizam 60 companheiros em distintas prisões do estado – 3 na prisão de Morón, conduzindo protestos desde outubro através de jejuns, no início de cada mês, e escritos – denuncia reivindicando o fim da tortura que em si mesma gera a prisão. Além disso, queríamos transmitir a possibilidade de unirem-se a esses protestos tornando assim maior a nossa força.
Impressiona ver como uma parede pode separar duas realidades tão diferentes, uma em que o isolamento social acorrenta ao silêncio pessoas exploradas por um sistema de punição desumano e alienante; e outro onde as fronteiras sociais, políticas e diretrizes legais impostas estabelecem alguns padrões de vida, a submissão e medo de transgredir, que transforma as pessoas em fantoches mudas capazes de abri mão de sua liberdade, tornando-se escravos deste sistema. Então, afinal, somos nós todos presos?
São ações como as de hoje, em que através da compreensão, comunicação e apoio, que criam um vínculo entre as pessoas em uma luta comum e pode construir pontes de conexão que derrubam fronteiras físicas e conectam aos presos, os de dentro e os fora dos muros. Os muros foram derrubados pela união na luta. Até conseguir o que é justo, até o fim.
Abaixo o Estado e viva a anarquia!
Saúde e liberdade
agência de notícias anarquistas-ana
manhã de verão
cheiro fresco
a erva cortada
Rogério Martins
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…