[Hungria] A antifascista Maja está hospitalizada. Está em greve de fome há um mês contra sua prisão

Maja, a antifascista alemã presa na Hungria por participar de manifestações antinazistas em Budapeste em fevereiro de 2023, foi hospitalizada.

Maja está em greve de fome desde o início de junho contra suas condições de prisão: o isolamento constante na cela, baratas e revistas corporais diárias são apenas alguns dos aspectos que Maja denuncia na prisão húngara.

Nesta terça-feira, 1º de julho [de 2025], ela foi internada em um hospital após o agravamento de seu estado de saúde. A internação, no entanto, ocorreu em um hospital na fronteira com a Romênia, a 260 km de Budapeste. Sua saúde, escrevem os companheiros do grupo Free All Antifas, “piorou a tal ponto que foi necessária a hospitalização”.

O Free All Antifas pede pressão sobre os responsáveis pela extradição legal, para que Maja possa retornar à Alemanha.

Tradução > Liberto

Conteúdo relacionado:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/06/09/hungria-maja-esta-em-greve-de-fome/

agência de notícias anarquistas-ana

Chuvisco hibernal
respinga na água da lagoa…
O cisne desliza.

Helena Liborio Pires

[Suíça] Maja Livre

Em solidariedade antifascista à Maja, invadimos a entrada do Cônsul Honorário da República Federal da Alemanha em Zurique.
 
Após sua extradição ilegal da Alemanha para a Hungria, Maja está em greve de fome desde 5 de junho de 2025. Ela está fazendo isso para lutar contra as condições desumanas na prisão e para protestar contra a ameaça de extradição de outros antifascistas acusados ​​no complexo de Budapeste. Greves de fome são uma ferramenta tradicional usada por revolucionários na prisão para melhorar as condições prisionais e travar uma luta autodeterminada na prisão. Temos grande respeito por todos os lutadores que tomam essa decisão poderosa.

Os ataques contra mulheres e homossexuais não se limitam à Hungria e à Alemanha, mas são uma expressão global de um clima reacionário emergente da crise capitalista. Isso torna a luta antifascista militante uma necessidade. Nos solidarizamos com Maja e todos os antifascistas acusados. Da Hungria a Zurique e ao mundo.
 
Libertem Maja e todos os antifas.
Amor e força para os que estão na clandestinidade e na prisão.
Estamos com vocês.

 
Conteúdo relacionado:
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/06/09/hungria-maja-esta-em-greve-de-fome/
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
Convite ao silêncio —
O som das folhas secas
pisadas na trilha.
 
Carlos Martins

[Itália] “Esta é a lepra que chamais de civilização”

“Esta é a lepra que chamais de civilização”. Palavras vivas de Alfredo Cospito no processo “Síbila” (e atualizações sobre sua detenção)
 
Embora tenha se passado algum tempo desde a audiência do processo “Síbila” – que, aliás, terminou com o arquivamento do caso –, julgamos necessário manter bem diante dos olhos (e no coração) a declaração proferida na ocasião por Alfredo Cospito: suas últimas palavras que, até agora, emergiram das trevas do regime 41 bis. Não esqueçamos: nosso companheiro ainda está sob regime de segregação e tortura! Libertem Alfredo do 41 bis!
 
– Leia a declaração de Alfredo:
 
https://ilrovescio.info/wp-content/uploads/2025/04/dichiarazione-alfredo-cospito-15-gennaio-2025-volantino.pdf
 
– Relato da audiência e declarações de outros companheiros no processo “Síbila”:
 
https://ilrovescio.info/2025/01/19/questa-e-la-lebbra-che-chiamate-civilta-parole-vive-dalludienza-preliminare-dellop-sibilla/
 
– Últimas atualizações sobre Alfredo:
 
https://ilrovescio.info/2025/05/04/aggiornamenti-su-alfredo-cospito/
 
Fonte: https://ilrovescio.info/2025/04/02/questa-e-la-lebbra-che-chiamate-civilta-parole-vive-di-alfredo-cospito-al-processo-sibilla/
 
Conteúdo relacionado:
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/06/13/italia-a-vinganca-do-estado-contra-alfredo-cospito-o-anarquista-enterrado-no-41-bis/
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
Capim de inverno—
Geme no vento da tarde
daqui para ali
 
Hazel de S.Francisco

[Itália] Buscas nas casas de dois companheiros da Garage Anarchico de Pisa

Na madrugada de quarta-feira, 25 de junho [de 2025], ocorreu uma busca domiciliar na casa de um companheiro em Massarosa (província de Lucca), relacionada a uma investigação da Promotoria de Bologna. A operação mira 15 companheiros de várias regiões da Itália, por suposta ligação com o incêndio de dois carros da polícia ferroviária em Rimini em 20/04/2023 (crimes: art. 423 C.P. – incêndio; art. 270 BIS 1 C.P. – associação subversiva; art. 110 C.P. – concorso; art. 635 c.2 C.P. – dano qualificado).

No dia seguinte, os policiais voltaram a agir ao amanhecer na casa de outro companheiro, desta vez sobre pichações no tribunal de Massa durante uma audiência do processo Scripta Scelera (art. 639 C.P. – dano a propriedade alheia).

Ao lado dos investigados, contra toda repressão!

Fonte: https://ilrovescio.info/2025/06/28/perquisizioni-nelle-case-di-due-compagni-del-garage-anarchico-di-pisa/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Noite já bem alta —
Piscam estrelas de inverno
na lagoa mansa.

Estela Bonini

Anarquismo e adicção. Mantenha a mente aberta.

Por Antônio Carlos

Esse texto1 pode não ter relação com você leitor que não consome ou faz uso recreacional de diferentes substâncias químicas, sem comprometer aspectos de sua vida, porém, provavelmente conhece pessoas que fazem ou dão sinais que farão o uso disfuncional podendo desenvolver a doença do alcoolismo ou adicção. Por favor, aceite esse convite, não pare de ler e mantenha a sua mente aberta.

O que apresento aqui é resultado de um antigo2 desejo que retomo após uma postagem em uma rede social em março desse ano. Era um emocionante relato do companheiro J.R.-C.R. (P/SP) de como começou a consumir bebidas alcoólicas aos 13 anos em uma experiência familiar. Apesar da intervenção da mãe e a promessa de não repetir isso, continuou, infelizmente isso é algo muito comum aos que desenvolvem essa doença. Em seu relato, afirmou que algumas vezes esse consumo colocou sua vida e, quiçá, de outras pessoas em risco. Felizmente a sua maturidade intelectual e emocional o fez tomar a decisão de se afastar desse possível comportamento de risco. No final, esse companheiro aborda as pessoas que compreenderam e as que não entenderam sua decisão de afastamento.

Importante destacar que Adicção3 é uma doença, também conhecida como dependência química ou transtorno por uso de substâncias químicas. A definição engloba o conceito de drogas utilizadas como qualquer substância química que altere o sistema nervoso central. Segundo o A.A. (Alcoólicos Anônimos) e o N.A. (Narcóticos Anônimos), irmandades que trabalham na recuperação de pessoas com essa doença, a Adicção ela é lenta e progressiva, afeta o físico, mental, o mental, o espiritual e com o tempo o social.

Não é o caso do companheiro do relato, contudo, para nós, que temos a doença da adicção, uma das primeiras sugestões “é evitar os velhos caminhos e as velhas companhias”, ou seja, se afastar desse e de outros comportamentos na vida, pois senão não conseguiremos resultados diferentes ao agir da mesma maneira. Ao agir dessa forma, temos que nos organizar para não agravar nosso sofrimento emocional, nesse caso, outra sugestão valiosa é: “o que por hoje não tem solução, está solucionado”. Com isso, buscar a tranquilidade necessária para evitar tais situações que podem nos aproximar de recaídas, não só física como voltar a consumir, mas o sofrimento emocional, abrindo espaço para um ciclo de recaídas e sofrimento.

O seu emocionante depoimento na rede suscitou mais de cinquenta interações de companheiros e companheiras do movimento anarcopunk e anarquista. Vários o parabenizando, outros, por exemplo, M.J.-N. (G/SP), afirmou que resolveu parar de beber, após escutar um companheiro mais velho, que era abstêmio, declarar que se mantinha sóbrio para se defender, e defender o grupo nas ruas, no caso de algum ataque fascista, o que era razoavelmente comum de ocorrer até a primeira metade dos anos 904, os que perceberam o risco desse comportamento e conseguiram evitá-lo; alguns falando da sua superação ou da continua luta por estacionar sua dependência e caminhar na direção da recuperação. Aqui vale um comentário: Estacionar porque apesar do desejo de não voltar a usar, a recaída5 é uma possibilidade. Os mais experientes sugerem não usar palavras como cura ou nunca mais, isso afrouxa a vigilância necessária, isso caminha junto ao programa do A.A. / N.A. que sugere que só por hoje, tente não usar, um dia de cada vez, assim é possível aprender a viver para além das drogas.

>> Para ler o texto na íntegra, clique aqui:

https://ielibertarios.wordpress.com/2025/06/30/anarquismo-e-adiccao-mantenha-a-mente-aberta/

agência de notícias anarquistas-ana

Seca de inverno
O olho d’água adormece
No ventre da terra

Neide Portugal

[Espanha] Mais de 8.000 pessoas abraçam “As 6 da La Suiza” em Xixón contra uma “aliança retrógrada de poderes policiais, judiciais, empresariais e midiáticos”

Uma nova manifestação em Xixón aprofundou a trincheira de solidariedade que protege “As 6 da La Suiza” desde que seu calvário começou em 2017.
 
Cerca de 8.000 pessoas, vindas de diversas partes do Estado graças aos ônibus fretados pela CNT, acompanharam as condenadas por defender os direitos sindicais e trabalhistas da classe trabalhadora. A entrada na prisão pode acontecer a qualquer momento.
 
As ruas continuam prontas para responder à altura. Se confirmada, esta será uma condena ao sindicalismo.
 
Diversas organizações sindicais, inclusive as majoritárias, impulsionaram esta manifestação, que percorreu o centro de Xixón desde o meio-dia. Durante o trajeto, cantos como “a solidariedade, a arma do trabalhador” e “se entrarem na prisão, Xixón vai pegar fogo” ecoaram como trilha sonora de mais um dia de luta contra um complô policial, judicial e midiático que pode acabar com seis sindicalistas atrás das grades.
 
O dia começou com o anúncio do governo asturiano, do PSOE, de que apoiará o pedido de indulto ao governo central, já feito por 22 organizações sindicais. Yolanda Díaz afirmou que o Sumar secundará a medida. “A Justiça negou a suspensão das penas, mesmo que as sindicalistas cumpram todos os requisitos para isso”, defendeu a secretária-geral da CNT, Erika Conrado. Atualmente, as seis condenadas enfrentam três anos e meio de prisão por um crime de “coação grave” e “obstrução à Justiça”. Seu crime? Fazer sindicalismo.
 
A confeitaria La Suiza está no centro deste conflito desde 2017. O dono devia pagamentos a uma de suas funcionárias. O sindicato se mobilizou, como sempre fez. Protestos em frente ao estabelecimento alertavam a população sobre o que acontecia por trás do aroma de pão fresco. O empresário revidou com uma denúncia contra o sindicato. Tentou-se mediação. Desde então, a Justiça deixou claro de que lado está. As primeiras ações agora são consideradas “coação grave”. A tentativa de negociação posterior virou “obstrução à Justiça”, segundo o juiz que emitiu a sentença, já confirmada pelo Supremo Tribunal.
 
Contra isso, uma onda de solidariedade toma as ruas há anos. O protesto de hoje foi mais uma demonstração da força imparável da união da classe trabalhadora. “Recebemos apoio de dezenas de organizações de todo o país, até mesmo sindicatos internacionais repudiaram esta condenação”, reiterou Conrado, destacando que o dono da La Suiza não sofreu nenhum prejuízo financeiro pelas ações da CNT.
 
Entre fogos de artifício, tambores e gritos de “vocês não estão sozinhas”, uma das condenadas agradeceu o apoio. Mesmo assim, apesar do abraço solidário, a situação pessoal é de incerteza. “Já são oito anos de condenação desde o início do processo. Isso nos impede de planejar nossas vidas”, disse.
 
O tio dela, Jesús Pérez, com mais de 70 anos e décadas de luta social, mostrou-se preocupado com o futuro incerto da sobrinha. “Estamos aqui porque esta é uma luta pela vida, pela vida da classe trabalhadora, da gente humilde, contra o poder opressor dos ricos, que sempre se voltam contra os pobres quando exigimos nossos direitos”, explicou.
 
Pérez, que veio de Santander, também destacou que o caso das 6 da La Suiza é “uma luta de poderes entre o sindicalismo e os patrões”. Poucos metros adiante, Alberto Fidalgo, do partido municipalista asturiano Somos Carreño, apoiava as demandas da CNT: “Estamos aqui para defender nossos direitos. Se a pena for cumprida, criará um precedente perigoso para a luta sindical”.
 
Para ele, a pressão nas ruas é “essencial” para que a batalha judicial tenha efeito. “Temos que fazê-los agir, e o caminho é a união sindical que este caso gerou”. Ele foi à manifestação com seus dois filhos pequenos. “Educar também é mostrar como os golpes do sistema são combatidos com solidariedade. Eles precisam entender que a luta nunca é individual – assim não conquistamos nada. As vitórias sempre vêm do coletivo”, acrescentou.
 
A mobilização terminou em frente aos tribunais de Xixón. Por volta das 14h, os cantos se intensificaram: “Liberdade para as 6 da La Suiza”“Viva a luta da classe trabalhadora”“Se entrarem na prisão, Xixón vai pegar fogo”. Em seguida, foi lido um comunicado.
 
O texto, compartilhado sob o sol intenso, enfatizou que a união sindical é necessária diante desta opressão judicial. “Nos obriga a isso uma aliança retrógrada de poderes policiais, judiciais, empresariais e midiáticos que quer destruir direitos básicos da classe trabalhadora”, começou a diatribe.
 
A reivindicação denunciou o que sempre esteve claro: “A conivência entre um empresário explorador e um tribunal cúmplice transformou um problema trabalhista e a prática sindical em crimes inventados em escritórios para reprimir nossos direitos e semear medo”. Enquanto isso, dezenas de bandeiras vermelhas e negras pintavam o céu de esperança.
 
“A aliança oligárquica entre Judiciário, empresários e outros poderes quer que a negociação sindical seja crime de ‘obstrução à Justiça’ e que protestos virem ‘coação'”, repetiram. E deixaram claro: “Não ficaremos inertes diante de uma casta poderosa que, com decisões ilegítimas, tenta acabar com direitos conquistados após séculos de luta, esforço, dor e vidas perdidas”.
 
Essa é a vida pela qual Pérez disse que lutavam – uma vida de emancipação e autogestão, de ação direta contra o capital e seus males crônicos que assombram o cotidiano dos trabalhadores. “Quase oito anos se passaram desde que as 6 da La Suiza vivem – se é que se pode chamar de vida – sob a espada punitiva de uma suposta Justiça”, dizia o manifesto.
 
Os organizadores apostam no indulto como última chance de evitar a prisão. A medida depende principalmente do PSOE, a quem a CNT exige que se posicione contra o encarceramento de “seis pessoas boas, cujo crime foi, é e sempre será defender a classe trabalhadora”. Enquanto isso, a resposta nas ruas não cessará, agitando consciências, vozes e até olhares de quem não pode ficar impassível diante deste ataque ao sindicalismo. “Em todas as cidades, todos os dias, gritamos em uníssono: ‘Companheiras, vocês não estão sozinhas!'”
 
Quando esse dia chegar – quando a Justiça for justa para a classe trabalhadora e as 6 da La Suiza recuperarem suas vidas –, não há dúvida: seus nomes estarão marcados na história da emancipação operária. Somos uma, somos todas. Contra sua repressão, nossa solidariedade.
 
Fonte: https://www.cnt.es/noticias/mas-de-8-000-personas-abrazan-a-las-6-de-la-suiza-en-xixon-contra-una-alianza-retrograda-de-poderes-policiales-judiciales-empresariales-y-mediaticos/
 
Tradução > Liberto
 
Conteúdo relacionado:
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/06/23/espanha-pelas-6-de-la-suiza-em-xixon-pare-a-repressao-antissindical/
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
Pousado na cerca
bando de urubus espreita
o animal ferido
 
Eunice Arruda

[Portugal] Anarquia: a sua Filosofia e o seu Ideal – uma reedição

Com Anarquia: a sua Filosofia e o seu Ideal, uma edição prefaciada por António Cândido Franco, concluímos a reedição de dois ensaios em que Piotr Kropotkine procura dar a conhecer a “Filosofia da Anarquia”. Trata-se, no presente caso, como em O Estado e o seu Papel Histórico (Edições Bicho de Sete Cabeças, 2024), de um texto clássico de filosofia política que não deve faltar numa biblioteca do pensamento social e político contemporâneo.

Anarquia: a sua Filosofia e o seu Ideal

Piotr Kropotkine

ISBN 978-65-266-4116-3

Número de páginas 88

Edição 1 (2025)

Preço € 7,00

clubedeautores.pt

Editora Bicho de Sete Cabeças

As Edições Bicho de Sete Cabeças são, desde 2016, um projecto editorial com fins exclusivamente culturais vocacionado para a edição de Literatura, Ensaio e Ciências Sociais.

Edições Bicho de Sete Cabeças: https://editorabichodesetecabecas.wordpress.com/

agência de notícias anarquistas-ana

Surge da neblina
fatasmagoricamente
uma vela acesa.

Roberto Saito

[Espanha] Crônica: Jornadas de Ecosocialismo em Sabadell

Este evento confederal ocorreu nos dias 20 e 21 de junho, reunindo palestras, debates internos e espaços de convivência. O objetivo foi aprofundar nossos acordos sobre ecologia e economia alternativa. Todo o encontro aconteceu entre a sede da CNT Sabadell e seu Ateneu Libertário.

Na sexta-feira, Alfredo Apilánez (autor do livro Os “Vícios” do Ecologismo) conduziu a primeira palestra, propondo um debate incômodo que não devemos ignorar. Ele questiona a tese do decrescimento — originária do movimento ecologista — por não resolver o problema central do capitalismo. Segundo Alfredo, o movimento ecologista e o movimento operário devem transcender suas pautas e se fundir, já que o operariado precisa superar a paradoxal defesa de sua classe versus a crítica ao trabalho em si (inerentemente ecocida). Sua tese principal é que tanto o operariado quanto o ecologismo não confrontam a contradição capitalista: a tendência de substituir trabalho vivo (mão de obra) por trabalho morto (máquinas). Ele propõe abandonar termos como “ecosocialismo” ou “decrescimento” e repensar o comunismo libertário.

No sábado, iniciamos com Damián, do ICEA (Instituto de Ciências Econômicas e da Autogestão), que explorou modelos econômicos alternativos com participação popular nas decisões. Discutimos sua aplicação em nossa atuação sindical. Em seguida, a ecologista e pesquisadora Erika González apresentou propostas ecosociais para o contexto de crise estrutural. Diferente de Alfredo, Erika debate o papel do Estado em transformações específicas, desde que não bloqueie alternativas transformadoras. Ela defende que a economia não deve encolher totalmente: setores como cuidados, assistência e sustentabilidade ambiental precisam crescer. Para ela, a prática constrói o imaginário — propostas só se concretizam quando aplicadas.

À tarde, após almoço no Ateneu Libertário, realizamos debates internos sobre como incorporar essas discussões em nosso programa. Fizemos dinâmicas de grupo e revisamos nossos acordos, incluindo o programa revolucionário “Agenda 2036”. Concluímos que nosso modelo oferece oportunidades relevantes para este contexto. Tudo está por fazer — e isso é uma oportunidade. As companheiras destacaram a importância de conectar o sindicato a projetos econômicos alternativos como tática, ou mesmo impulsioná-los.

Ao final, definimos propostas concretas:

• Criar planos organizativos para emergências climáticas (como a DANA), suprindo falhas do Estado via apoio mútuo.

• Atuar no campo com propostas de autoemprego e cooperativismo.

• Desenvolver essas áreas pelo GTC (Grupo de Trabalho e Consumo), buscando economistas, biólogos e sociólogos.

• Implementar planos de trabalho para disseminar essas mensagens nas seções sindicais.

O SPCC agradece profundamente o empenho do sindicato local da CNT Sabadell. Sem seu apoio, nada disso seria possível.

Lembramos que o grupo de trabalho “CNT Ecosocialismo” está aberto para filiação. Participem!

Fonte: https://www.cnt.es/noticias/cronica-jornadas-de-ecosocialismo-en-sabadell/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Inverno a meio —
A aranha tece a teia
entre as bromélias.

Guin Ga Eden

[Espanha] Celebrado uma nova homenagem a Valentín González

A CGT, CNT e a Plataforma pela Memória celebraram na quarta-feira, 25 de junho, uma nova homenagem à Valentín González, assassinado pela polícia durante a greve do Mercado de Abastecimento de Valência de 1979.
 
Na tarde da quarta-feira, 25 de junho se foi feita homenagem, um ano mais, a Valentín González Ramírez, que foi assassinado pela polícia durante a greve do Mercado de Abastecimento de 1979. A CGT, CNT e a Plataforma pela Memória do País Valência convocou ao redor de uma centena de pessoas no lugar onde morreu o jovem anarcossindicalista há 46 anos por um disparo a queima roupa de uma bala de borracha, por parte da polícia, quando ia socorrer seu pai que estava sendo golpeado por outro policial.
 
Quarenta e seis anos depois, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) segue recordando a figura de Valentín González, para além de manter viva sua memória, “reivindicar e homenagear a todas as vítimas da repressão durante uma etapa de nossa história, a Transição, que foi menos idílica do que os livros começam a contar às gerações mais jovens”, como explica Antonio Pérez Collado, veterano militante da CGT em Valência.
 
Antonio Pérez Collado recorda que “o mais emotivo daquele nefasto dia do recém-começado verão de 1979 foi a estrondosa resposta de solidariedade e condenação que deu a imensa maioria da sociedade valenciana, mais especialmente toda a classe trabalhadora e seus sindicatos”. Na greve de 27 de junho e na multitudinária manifestação em que se converteu o enterro de Valentín González, participaram a totalidade das organizações obreiras.
 
No ato de homenagem não faltou o acompanhamento musical de Estrela Roja de Benimaclet e de Faduval que fizeram soar “A las barricadas”, “Bella Ciao” e “La Muixeranga”, além de uma canção composta por Faduval por causa da homenagem ao mesmo Valentín.
 
Fonte: https://www.cgtpv.org/celebrat-un-nou-homenatge-a-valentin-gonzalez/
 
Tradução > Sol de Abril
 
Conteúdo relacionado:
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2019/07/04/espanha-inaugurado-o-monolito-em-homenagem-a-valentin-gonzalez-no-mercado-municipal/
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
Papagaio danado!
Canta, assobia e xinga o cão
e solta gargalhadas
 
Kingo Yamazaki

[Santos-SP] Em setembro, 3ª Feira Anarquista da Baixada Santista!

Esse evento que reunirá vários coletivos e editoras anarquistas, com palestras, oficinas e demais atividades gratuitas, acontecerá no LAB Procomum, na rua 7 de setembro, número 52, no bairro da Vila Nova, em Santos (SP), no dia 20 de setembro de 2025.

Em breve maiores informações!

Você acha que pode contribuir de alguma forma para a Feira Anarquista da Baixada Santista? Entre em contato, que analisaremos as propostas!

Divulgue! Compartilhe! Compareça!

Mais infos: nelca@riseup.net

# Fortaleça a Cultura Libertária (A)!

Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri (NELCA)

www.instagram.com/bibliotecanelca

agência de notícias anarquistas-ana

Agora é inverno
e no mundo uma só cor;
o som do vento.

Matsuo Bashô

Rifa do Centro de Cultura Social para manutenção do espaço, 2025

O Centro de Cultura Social (CCS) é um espaço anarquista fundado em 1933 como remanescente das organizações operarias do inicio do século passado. Esteve fechado nas duas ditaduras civis-militares no Brasil em 1945 e 1964. Em sua fase atual foi refundado em 1985, funcionou em vários lugares pela cidade, sendo que desde 2007 tem sua sede na Rua general jardim, nº 253, sala 22, Pç. Da Republica, SP/SP. Seus sócios e sócias contribuem financeiramente para manter o CCS.
 
Realiza atividades, geralmente aos sábados, como o GEAFM, grupo de estudos Anarquismo, Feminilidades e Masculinidades, o Cine Clube Chico Cuberos, palestras, debates, rodas de conversa, exposições, etc.
 
Tem uma biblioteca que esta aberta ao publico para consulta, um serviço de livraria, publica alguns títulos para divulgar o anarquismo. Todo material vendido como livros, camisetas, botons, adesivos, etc é utilizado na produção de outros materiais e manutenção financeira do espaço.
 
Devido a elevação dos custos para manutenção do espaço, estamos fazendo essa rifa, assim além de concorrer aos prêmios, livros, camiseta, cartaz, você ainda contribuirá para permanência do espaço aberto e oferecendo as mesmas atividades.
 
São 100 números, r$ 30,00 cada. Serão sorteados dois números. Gravaremos e exibiremos o sorteio que será feito eletronicamente em 15 de agosto de 2025.
 
Contribua com o CCS! Participe! Por favor compartilhe. Muito obrigado!!!
 
Centro de Cultura Social –  CNPJ. 54.220.108/0001-19
Banco do Brasil  –  Agência 1202-5, Conta Corrente 74010-1
PIX: CNPJ 54.220.108/0001-19
 
Por favor, envie o recibo do PIX e um número telefônico para contato em nosso e-mail, ccssp@ccssp.com.br.
Na medida que for vendendo iremos atualizando os números disponíveis.
 
Relação de prêmios:
 
|| 1ª pessoa sorteada ||
 
01 Camiseta Abolicionista penal, CCS. branca  
Lúcia Silva Parra. Leituras libertárias: cultura anarquista na São Paulo dos anos 1930. CCS. 2017. SP. 227 págs.
Maurice Joyeux. Hidra de Lerna, A. CCS. 2023. SP. 85 págs.
Oliveira, Antonio Carlos. Fanzines Contam Uma História Sobre Punks, Os. CCS.. SP. 2021, 171 págs.
Piotr Kropotkin.  Memórias de um revolucionário. CCS. 2021. SP. 405 págs.
Carlo Aldegheri & Marcolino Jeremias. Carlo & Anita Aldegheri: vidas dedicadas ao anarquismo. NELCA&CCS. 2017. Guarujá/SP. 115 págs.
 
|| 2ª pessoa sorteada ||
 
01 Camiseta CCS 90 anos, 1933 a 2023. CCS. Branca
Revista do Centro de Cultura Social n.1. Especial Kropotkin. CCS. 2021. SP.  60 págs.
Revista do Centro de Cultura Social n.2. Especial Ricardo Flores Magon. CCS.  2022. SP.  52 págs.
Revista do Centro de Cultura Social n.3. Especial CCS 90 anos. CCS. 2023. SP. 48 págs.
Revista do Centro de Cultura Social n.4. Especial Antifascismo. CCS. 2024. SP. 101 págs.
Cartaz antifascista 1934 a 2024. CCS. SP. 2024
 
https://www.facebook.com/centrodeculturasocialSP/
https://www.instagram.com/centro_de_cultura_social/
https://www.instagram.com/p/DLkcZ7sxL0X/?igsh=MXZyMjZiZTh5cjJ1ZA%3D%3D&img_index=1
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
De uma casa branca
No meio da encosta da montanha
Sobe um fio de fumaça.
 
Paulo Franchetti

[EUA] “Sem Reis!”? Que tal “Sem Presidentes!”?

Por Ryan Only e Eric Laursen
 
Em 14 de junho de 2025, milhões de pessoas tomaram as ruas em uma poderosa demonstração de protesto contra a crescente consolidação de poder nas mãos de Donald Trump. Os protestos “Sem Reis”, realizados em mais de 2.100 cidades, foram uma resposta direta ao desfile militar do presidente Trump celebrando os 250 anos do Exército dos EUA, coincidindo com seu 79º aniversário.
 
Organizado por uma coalizão de mais de 200 grupos, o protesto reuniu participantes para afirmar que os Estados Unidos não toleram reis, e tampouco deveriam aceitar qualquer líder que busque centralizar o poder e minar instituições democráticas. Os protestos foram um chamado à ação, conclamando os cidadãos a garantir que o poder permaneça com o povo, não com um governante singular.
 
Mas se a monarquia é obsoleta, por que ainda toleramos presidentes? Figuras de autoridade revestidas de democracia, mas que manifestam hierarquia e centralização? O culto à presidência reproduz estruturas baseadas na obediência a um poder distante, fé cega na liderança e a ilusão de que a libertação pode ser concedida de cima.
 
“Sem Reis!”? Que tal “Sem Presidentes!”? Donald Trump não é um rei. Ele é um presidente e esse é o problema, em certos aspectos.
 
Muitas sociedades ainda têm reis e ironicamente algumas dessas sociedades oferecem um padrão de vida que os progressistas nos EUA costumam apontar como modelo. Países como Noruega, Suécia, Holanda e Dinamarca mantém monarquias constitucionais e ao mesmo tempo estão entre os mais bem classificados em acesso à saúde, igualdade de renda, educação e mobilidade social.
 
Essa contradição aparente revela uma verdade mais profunda: a presença de um monarca não equivale automaticamente à tirania, assim como a presença de um presidente não garante liberdade. De fato, isso expõe o vazio da distinção simbólica entre monarquia e democracia quando o poder real está concentrado em instituições de elite, independentemente do título do líder. Não é a coroa nem o cargo que determinam a justiça; é o fato de as pessoas terem ou não controle real sobre os sistemas que governam suas vidas.
 
À medida que o movimento “Sem Reis!” ganha força, liberais e outros ativistas nos EUA deveriam considerar a verdadeira questão: como chegamos até aqui e como podemos avançar, rompendo de vez com o autoritarismo de Trump. A questão não é monarquia versus presidência, mas o próprio mito da representação.
 
A política eleitoral nos EUA há muito promete dar voz ao povo, mas, na prática, falha continuamente em envolvê-lo nas decisões que moldam seu cotidiano. Votar a cada poucos anos em candidatos previamente aprovados por máquinas partidárias e financiados por interesses corporativos oferece pouco mais que a ilusão de escolha. Enquanto isso, o sistema econômico que sustenta essa estrutura política, movido pelo lucro, pela concentração de riqueza e pelas exigências implacáveis do capitalismo, torna quase impossível para as pessoas comuns exercerem influência significativa.
 
A maioria das pessoas está sobrecarregada com dívidas, insegurança habitacional, empregos precários e distrações da mídia de massa para conseguir se organizar de forma eficaz, quanto mais navegar pelos labirintos burocráticos projetados para despotencializá-las. Nesse cenário, a democracia se torna um ritual vazio, enquanto as decisões reais são tomadas em salas de diretoria, escritórios de lobby e reuniões a portas fechadas, longe de qualquer prestação de contas ao público.
 
Pode parecer esmagador, até ingênuo, imaginar um movimento popular capaz de transcender a ordem política estabelecida, especialmente quando fomos ensinados que mudanças só acontecem dentro dos limites estreitos das eleições e dos partidos. Mas a história nos lembra que houve um tempo em que a ideia de um mundo sem monarquia absoluta parecia igualmente impossível.
 
O fim da era da monarquia como ordem dominante não veio por meio de petições educadas ou do voto, mas sim por mobilizações massivas, recusas coletivas e ousadas reinvenções do próprio conceito de poder. Hoje, à medida que o poder presidencial cresce de forma cada vez mais descontrolada, a ameaça não é um retorno à monarquia, mas o aprofundamento do tipo de autoritarismo disfarçado de legitimidade democrática que nosso sistema atual de presidentes e “democracia representativa” tem nos conduzido.
 
Em vez de nos preocuparmos com um suposto retorno à era dos reis, deveríamos nos concentrar em construir um futuro no qual nenhuma pessoa, rei ou presidente, possa reivindicar o direito de governar milhões. Isso implica rejeitar a forma cada vez mais autoritária de governo sob a qual vivemos hoje e construir algo melhor, uma sociedade baseada na autodeterminação real, na tomada de decisões descentralizada e não hierárquica, e em uma economia cooperativa.
 
Só desmontando os mitos que sustentam nossa realidade política, como a liderança benevolente e a liberdade por meio da representação eleitoral, é que podemos começar a imaginar algo radicalmente diferente. Como os movimentos que paralisaram a OMC em 1999 ou ocuparam Wall Street em 2011, precisamos de protestos de massa que não apenas rejeitem Trump ou qualquer presidente individualmente, mas que confrontem todo o sistema que concentra o poder e pacifica o público com encenações e espetáculos. A verdadeira democracia não é concedida de cima, ela é construída e vivida de baixo. Um outro mundo se torna possível e inevitável, quando as pessoas deixam de esperar permissão para se autogovernar.
 
Fonte: https://anarchistagency.com/no-kings-how-about-no-presidents/
 
Tradução > Contrafatual
 
Conteúdos relacionados:
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/06/11/eua-los-angeles-enfrenta-o-ice/  
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/06/13/eua-solidariedade-com-los-angeles-ataque-incendiario-a-varios-veiculos-da-policia-de-nova-york/  
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/06/09/eua-protestos-eclodem-em-los-angeles-contra-operacoes-anti-imigracao-do-governo-trump/
 
agência notícias anarquistas-ana
 
Garoinha fina —
Alguns abrem, outros fecham
guarda-chuvas pretos
 
Tania D’Orfani

[Rússia] Gerente de Livraria de São Petersburgo é Multada por Venda de Livro de Memórias Anarquista

Na segunda-feira, um tribunal de São Petersburgo multou a gerente da livraria centenária Podpisniye Izdaniya em 20 mil rublos (US$ 254) por vender uma cópia do livro de memórias de um anarquista bielorrusso que está preso.

O Tribunal Distrital de Kuibyshevsky considerou Yelena Orlova culpada de participar das atividades de uma organização “indesejável”, informou o serviço de imprensa do tribunal.

A Podpisniye Izdaniya supostamente vendeu o livro de memórias de 2013 do anarquista bielorrusso Ihar Alinevich, “I’m Off to Magadan”, que as autoridades russas alegam ter sido publicado com o apoio da Federação Anarquista Cruz Negra [Black Cross Anarchist Federation], sediada nos EUA.

O Ministério da Justiça da Rússia designou a Federação Anarquista Cruz Negra como uma organização “indesejável” em fevereiro de 2024. A designação efetivamente proíbe a organização de operar dentro da Rússia e sujeita seus membros e afiliados a possíveis processos criminais.

Orlova disse a um juiz de São Petersburgo que a Podpisniye Izdaniya havia recebido “I’m Off to Magadan” antes de a Federação Anarquista Cruz Negra ser colocada na lista negra da Rússia, informou a mídia local. Seu advogado alegou que o livro foi retirado das prateleiras das lojas logo após a proibição de fevereiro de 2024.

Um porta-voz do tribunal contestou a alegação, dizendo que uma cópia do livro foi comprada na loja em dezembro de 2024.

A Podpisniye Izdaniya foi multada no início deste ano por vender livros que supostamente violavam as leis de “propaganda LGBT” da Rússia. Esses livros incluíam obras de autores como Susan Sontag e Olivia Laing.

Em abril, a Podpisniye Izdaniya foi obrigada a remover 48 livros de seu catálogo após as acusações.

Fonte: https://www.themoscowtimes.com/2025/06/16/st-petersburg-bookstore-manager-fined-over-sale-of-anarchist-memoir-a89458

Tradução > acervo trans-anarquista

agência de notícias anarquistas-ana

Manhã sem sol —
Rouba a cena do Encontro
a flor da pitanga.

Estela Bonini

[Grécia] Atenas: Informações sobre a nova acusação e processo judicial contra nós

A dignidade humana é um termo que encontramos no dicionário, e define a escolha de uma pessoa por agir com base na solidariedade, pontualidade, consciência e na luta intransigente contra os inimigos da liberdade.

A história de todas as sociedades até hoje é a história das lutas por dignidade, uma guerra social, de classes.

Homem livre e escravizado, patrício e plebeu, invasor e resistente, em uma palavra: opressor e oprimido estão em constante oposição uns aos outros. Uma luta contínua, expressa ora de forma velada, ora abertamente.

As classes dominantes de cada época usam a justiça e o sistema legal para neutralizar aqueles que, com sua luta, questionam o status quo dos que estão no topo, aqueles que escolhem reagir diante da injustiça.

A justiça é apenas a expressão de uma correlação de forças, e por isso sempre foi usada para silenciar revolucionários, prender rebeldes, obrigar insurgentes à renúncia.

A justiça burguesa é o resultado natural de uma sociedade composta por pessoas que desejam enganar o máximo possível, já que o engano é o único caminho rumo ao poder e à riqueza.

A ganância dos autoritários os conduz a atos horrendos: à pobreza, guerras imperialistas, genocídios, miséria e desamparo, violência patriarcal e sexismo. À luta cotidiana por moradia, eletricidade, aquecimento, alimento. À cultura da produção e ao terrorismo dos patrões.

A história, no entanto, nos mostrou que o lado dos oprimidos carrega lutas e sacrifícios imensos. Sempre houve pessoas que se colocaram como escudo contra a brutalidade. Das lutas operárias e feministas no cotidiano até revoltas, revoluções, resistências a invasões.

Sempre houve pessoas que se sacrificaram pela justiça da causa, pagando um alto preço por essa escolha.

Prisões, execuções, deportações, exílios. O objetivo de tudo isso é simples: o extermínio físico e moral dos militantes, e o uso de seus casos como exemplo. O prisioneiro é considerado um refém nas mãos do Estado, que visa a destruição gradual de sua vontade, sua personalidade, sua identidade política e suas emoções através do isolamento.

Por que este texto agora?

Em 29/01/2024, fomos convocados pela Segurança do Estado para uma entrevista preliminar na GADA sobre um caso de ataque incendiário ao Ministério dos Sistemas de Informação em Moschato, ocorrido em 10/10/2021. À época, ainda éramos considerados suspeitos e fomos chamados para dar explicações à polícia sobre o caso. Um ano depois, somos agora chamados como réus nesse processo, com julgamento marcado para 24/06/2025, acusados de posse e uso de artefatos explosivos, incêndio criminoso e provocação de explosão.

Naturalmente, a obsessão da polícia e das autoridades judiciais contra nós não nos surpreende. O Estado tenta nos aterrorizar, a nós e aos nossos companheiros, com essas práticas, esquecendo-se de que, ao contrário deles, nós escolhemos a dignidade como companheira de vida.

Como anarquistas, escolhemos escutar o instinto de vida.

Escolhemos estar ao lado dos que lutam por um mundo livre, sem exploração de pessoas nem da natureza.

É por isso que estamos sendo processados novamente.

Lambros Vougiouklakis

Panagiotis Vougiouklakis

Fotis Daskalas

Fonte: https://anarchistnews.org/content/athens-information-about-new-prosecution-and-court-case-against-us

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

casa na neve
odores vindos de longe
o céu como teto

Célyne Fortin

Chamada aberta para envio de materiais para a segunda edição da revista trans-libertária

Chamada aberta para envio de materiais para a segunda edição da revista trans-libertária (revista digital)
 
Enviar para o e-mail transanark@anche.no
Imagens devem ser enviadas em JPG ou PNG
Textos devem ser enviados em .doc, .docx ou .rtf (word ou LibreOffice)
 
Prazo de envio: 01/10/2025
 
Todas as informações podem ser encontradas no site: transanarquismo.noblogs.org
 
Conteúdo relacionado:
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/10/30/saiu-a-primeira-edicao-da-revista-trans-libertaria/
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
Jardim suspenso
A pureza das camélias
ao sabor do vento…
 
Hazel de S.Francisco

[São Paulo-SP] CCS, 05/07: É Crime, e daí?

No próximo encontro do GEAFM, questionaremos a ideia do “crime” como impeditivo de posicionamentos fascistas, tais quais o racismo, a homofobia, transfobia, sexismo etc. A partir do vídeo da Antimídia “É Crime, e daí – por que não podemos confiar no Estado para lidar com o discurso de ódio” e do texto “Crime e Criminosos”, de Lucy Parsons, discutiremos sobre a validade da lógica do encarceramento como solução para a ausência de uma organização social baseada na solidariedade.

A categoria “crime” sempre foi uma ferramenta utilizada para operacionalizar a dominação do Estado, do capitalismo e da igreja, tendo sido forjada com respaldo na letra da lei e em âmbito moral para que a servidão fosse introjetada pelas próprias subjetividades. Segundo essa narrativa hegemônica, a subserviência à autoridade seria respaldada pela vigilância em torno das pessoas que quebram o contrato social pautado no respeito à propriedade e ao espaço individual.  Proudhon já havia criticado isso em “A propriedade é um roubo”. 

Em nossa contemporaneidade, vemos a tentativa reiterada de empregar essa categoria como garantia de que os comportamentos das individualidades sejam éticos. Mas será que a lógica punitivista assegura uma conduta que deveria ser antes de tudo pautada pela organização coletiva e não por amparos legais e externos do Estado?

Para os materiais e orientações, acesse http://tinyurl.com/GE0725, ou link da bio.

Data: Sábado, 05/07/25 (16h-18h)

Local: Sede do CCS-SP (Rua Gal. Jardim, 253, sl. 22, Vila Buarque – São Paulo)

Infelizmente, não teremos intérprete de Libras.

⁠Os encontros do grupo são presenciais, gratuitos e abertos para todas as pessoas interessadas.

⁠Crianças são bem-vindas ao CCS!

Traga algo para um lanche vegano coletivo, faremos café.

agência de notícias anarquistas-ana

para quem haicais?
para mim, para o que faz
para o menos mais

Bith