[Grécia] Anarquistas condenados pela primeira vez por protesto no Túmulo do Soldado Desconhecido

Um tribunal grego condenou 23 membros do grupo anarquista Rouvikonas por serem os primeiros a infringir uma nova lei que proíbe protestos no local do Túmulo do Soldado Desconhecido, em frente à sede do Parlamento, na Praça Sintagma, em Atenas.

O grupo é conhecido por suas ações diretas ousadas e perseguir símbolos da autoridade. Neste caso, os membros foram considerados culpados de infringir a lei contra atos não autorizados e protestos no monumento nacional. Não foram divulgados nomes.

Eles foram presos por contravenção após uma breve ação de protesto no monumento na sexta-feira (14/11) e receberam penas de nove meses de prisão suspensa, mas foram absolvidos das acusações de violência contra funcionários públicos e recusa em fornecer impressões digitais.

Os juízes também reconheceram circunstâncias atenuantes. Os réus argumentaram que sua ação foi um protesto breve e simbólico, sem intenção de causar danos, mas o tribunal declarou o contrário.

agência de notícias anarquistas-ana

De que vinhas
vinham aquelas engarrafadas
paixões que me aniquilam?

Rogério Viana

A Contra-COP Anárquica em Belém (PA)

Por Radio Onda Rossa (Itália) | 20/11/2025

O movimento anarquista da Amazônia organizou uma Contra-COP autônoma e sem figura institucional, a diferença para a Cúpula dos Povos, que terminou domingo, bem próxima ao governo Lula.

Entrevistamos dois camaradas do CCLA (Centro de Cultura Libertária da Amazônia) para quem a COP30 está configurada como um grande palco para o Estado burguês e as multinacionais, marcada pela forte presença de lobistas dos setores de petróleo e mineração. Reflete uma disputa interna dentro da burguesia global: por um lado, quem quer manter a economia dos combustíveis fósseis, por outro, quem promove a transição energética baseada na extração de terras raras e na financeirização da natureza, como o mercado de carbono. Ambas as frentes visam transformar a Amazônia em um laboratório de capitalismo verde. Além disso, a presença de ministros como Marina Silva (Ministra do Meio Ambiente) e Sônia Guajajara (Ministra dos Povos Indígenas), Guilherme Boulos (Ministro da Secretaria Geral) e André Corrêa do Lago (Presidente da COP30) durante a Cúpula dos Povos teria neutralizado os impulsos mais radicais.

A Contra-COP anarquista propôs debates, assembleias e iniciativas internacionalistas inspiradas na ecologia social de Murray Bookchin, argumentando que não há sustentabilidade sem romper com o capitalismo, o patriarcado e o racismo estrutural. 

Ao mesmo tempo, outras lutas territoriais são destacadas, como a Marcha da Periferia, que denuncia o genocídio do povo preto, o avanço das milícias fascistas e a gentrificação acelerada pelo trabalho para a COP. Na região do Baixo Tapajós, também colaboram nos processos de autodemarcação das terras indígenas, consideradas ferramentas essenciais para a autodefesa comunitária.

Para os militantes, o anarquismo permanece uma tradição viva na luta social contemporânea e representa uma proposta concreta para um futuro baseado em autonomia, mutualismo e vida com qualidade.

Para mais informaçõeshttps://cclamazonia.noblogs.org/

Para ouvir (36:24s) a entrevista em italiano-portuguêshttps://www.ondarossa.info/newsredazione/2025/11/contro-cop-anarchica-belem 

agência de notícias anarquistas-ana

saúda o dia
no horizonte a chuva
bons ventos em flor

Rita Schultz

[Espanha] 20N: Manifesto MEMÓRIA LIBERTÁRIA CGT

Consciência de classe, consciência antifascista: A chama Libertária em luta permanente para extirpar o franquismo.

Companheiras, companheiros, novembro de 2025, chega o 20N e com ele, as recordações do passado, umas tristes e agridoces, mas de respeito e amor fraterno. Outras de raiva e de dor contra quem tanto mal fez, o maldito genocida ditador. Recordações, memória e esperança.

Era 20 de novembro de 1936, e na frente de Madrid, caía Buenaventura. A frente da coluna com seu nome. Durruti nos deixava. Passaram 89 anos, sua recordação e a de milhares de pessoas que lutaram por nossas Liberdades, sobrevive: segue viva em nós. Atualizamos para nossos dias, seus projetos, ideias e ações, adaptando-os a este tempo novo, tecnológico e individualista. Muitos seguem vigentes e ainda não resolvidas como a luta pela Igualdade real, as lutas para erradicar as injustiças e as pobrezas neste mundo ou a Paz Mundial… Por tudo isto, neste 20N, honramos e nos sentimos orgulhosos deste legado Libertário. Nos sentimos vivos.

Também há um 20N da ignomínia, da dor coletiva e da raiva, o de 20 de novembro de 1975, em que o genocida ditador morreu, matando e fuzilando até os últimos dias, com os cárceres cheios e um exílio permanente que vinha desde 1936. Chorávamos de alegria por sua morte e se abria um período de esperança com sua desejada morte, mas as avós, as mães as esposas e filhas da repressão franquista ou as irmãs seguiam com medo e silêncio: o Holocausto espanhol havia durado muitos anos.

Haviam caído nas ruas e montes tantos e tantas lutadoras anti-franquistas que tinham nos roubado também a recordação dessa luta. Havia que reconstruir tudo, começar do zero e os reacionários do Regime queriam aquilo do “amarrado e bem amarrado” e se mantiveram em todos os espaços de poder público, privado e social, até mesmo hoje:  temos que nos libertar daquele maldito legado, é necessário para construir e transformar.

Para as pessoas do Movimento Libertário e da CGT, “a militância e ação Antifascista e Antifranquista, NÃO é uma opção, é uma obrigação.”, mais ainda nos tempos atuais, em que crescem e se expandem as mensagens racistas, homofóbicas e fascistas de formações herdeiras do regime ditatorial e autoritário que estão chegando a nossa juventude, que em alguns casos os acolhe como necessários para salvar a essa Pátria, a essa sociedade que querem criar com aquele ideário de discriminação, exclusão e repressão ao diferente. Querem chegar à pluralidade social e ao proletariado de baixo para fomentar mais ainda a miséria, a pobreza e a desigualdade social.

Nossa inação, nosso silêncio, nos faz cúmplices do crescimento fascista.

Nem um passo atrás companheiras!!!

Fonte: https://memorialibertaria.org/20nmanifiesto-memoria-libertaria-cgt/ 

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Frases compostas
no sol que passeia
sob minha caneta.

Jocelyne Villeneuve

[Suíça] Por 1000 razões – ANTIFA EM TODA PARTE

Na noite de 2 de novembro de 2025, mais uma vez nos unimos em raiva e resistência e embelezamos a fachada da Tesla em Zurique. Com este ataque simbólico, enviamos um sinal de resistência antifascista contra um sistema baseado na opressão e exploração do ser humano e da natureza. A Tesla é um exemplo particularmente repugnante desse sistema.

Na semana passada, várias ações foram realizadas no âmbito da semana de ação antifascista “Por 1000 razões – ANTIFA EM TODA PARTE”. Com nossa ação, nos unimos à campanha e afirmamos: a autodefesa antifascista é mais necessária do que nunca nos tempos atuais. Vamos nos unir e lutar juntos contra a propaganda da extrema direita, contra a violência contra pessoas queer, contra a exploração dos seres humanos e da natureza. A Tesla também precisa sentir aqui em Zurique que lutamos contra seus negócios, contra suas guerras e contra sua ganância.

Os governos e atores imperialistas, e com eles a Tesla, não se interessam pela finitude dos recursos planetários nem pelas questões ecológicas urgentes do nosso tempo. Tudo o resto é subordinado ao crescimento e à multiplicação do capital por meio da apropriação e da expropriação. Muito já foi escrito sobre os abismos dessa empresa específica, por exemplo, no comunicado do Grupo Vulkan, que paralisou a Tesla em Steinfurt, na Alemanha.

O movimento Tesla Takedown também se pronunciou repetidamente sobre as violações dos direitos humanos e a destruição ambiental causadas pela Tesla.

Resistência queerfeminista

Elon Musk não atua apenas como empresário que explora sem pudor e sem moral o ser humano e a natureza. Como ator político, ele contribui significativamente para um clima de incitação ao ódio com suas posições abertamente racistas, sexistas e transfóbicas, o que alimenta a violência contra grupos precários e marginalizados. Desde que Musk fez a saudação nazista diante das câmeras do mundo este ano, todos deveriam conhecer sua verdadeira face. Mas ele não está sozinho nisso. Como podemos ver em outra declaração sobre um ataque à Tesla, “modos de vida fascistas, patriarcais e imperialistas voltaram a ser socialmente aceitáveis. Isso não se manifesta apenas na Tesla e em empresas semelhantes, mas se estende a todas as esferas de nossa vida. Os oprimidos deste mundo já sentem essa violência diariamente há muito tempo. E não é por acaso que o movimento feminista se espalhou como fogo pelo mundo. Para as mulheres e pessoas de gênero queer, o antifascismo não é uma escolha nem um jogo. Trata-se nada menos do que defender a própria vida, a própria existência e a própria cultura. Como mulheres e pessoas queer, não temos nada a perder neste mundo além de nossas correntes.” Por isso, nos unimos ao slogan: Jin Jîyan Azadî! Ombro a ombro contra o fascismo.

Quando a raiva se transforma em resistência

Quando a direita na Europa agora segue a tendência americana anti-antifa e, da Holanda à Hungria, passando pela Alemanha e agora também pela Suíça, quer criminalizar e até proibir o movimento antifascista, nos perguntamos:

O que é um pouco de tinta, uma janela quebrada contra suas guerras, genocídios, destruição ambiental, contra seu capitalismo predatório e implacável? Eles falam da nossa violência, mas este sistema baseia-se na violência diária, que não se manifesta na forma de fachadas embelezadas, mas sim na forma de milhares de mortos no Mediterrâneo, centenas de prisioneiros nas cadeias, nas fronteiras da Europa e inúmeras crianças que morrem em minas para baterias de carros elétricos supostamente ecológicos.

Os governantes tomam o que não lhes pertence: se o céu pertence a alguém, certamente não é a um bilionário fascista megalomaníaco. Mas somos nós que devemos ser considerados criminosos?

Com nossa militância, nossos ataques simbólicos, marcamos nossa irreconciliabilidade com tal sistema e com os Estados-nação que o sustentam.

Juntos contra o fascismo

Vivemos em regiões do mundo cuja riqueza se baseia significativamente na exploração do Sul Global e onde empresas como a Tesla podem operar sem perturbações, destruindo cada vez mais este planeta. Consideramos nossa responsabilidade não ficar calados aqui, no centro da besta.

Vamos opor nossa prática revolucionária e antifascista a um mundo de lógica capitalista de exploração e guerra e, com ações diretas, mostrar que é possível haver um contrapoder. Vamos construir uma autodefesa revolucionária e antifascista nas metrópoles capitalistas e apoiar as lutas que acontecem aqui, assim como as do Sul Global.

A Suíça está repleta de grandes corporações que precisam perceber que não podem conduzir seus negócios sangrentos sem serem notados. Nesse sentido, a afirmação de Karl Liebknecht continua atual: o principal inimigo está em nosso próprio país.

Portanto: unam-se, peguem caneta e papel, cola e pincel ou tinta e garrafas!

Com punhos cerrados e cabeça erguida, lembramos – não apenas – em 20 de novembro, o Dia da Memória Trans, nossos irmãos e irmãs trans assassinados, e participamos do dia 25 de novembro, o Dia contra a Violência contra as Mulheres. No espírito de nossos companheiros e companheiras mortos em todo o mundo, continuamos a luta – por uma perspectiva anticapitalista comum e contra a exploração e a violência diárias.

Também saudamos os antifascistas na clandestinidade e enviamos nossos cumprimentos solidários à nossa camarada Maja, presa na Hungria. Além disso, enviamos nossa solidariedade decidida aos latinos nos EUA que lutam contra os sequestros pela ICE, liderados por um presidente fascista.

FLINTAS, UNAM-SE!

A luta pela libertação é internacional!

Fonte: https://barrikade.info/article/7216

agência de notícias anarquistas-ana

Noite no jasmineiro.
Sobre o muro,
estrelas perfumadas.

Yeda Prates Bernis

Contaminação da população e do território no Pará pela Norsk Hydro (caso Barcarena/Alunorte)

Com base em relatórios, investigações e documentos técnicos publicados em diversas fontes, apresento a seguir uma denúncia consolidando fatos sobre os impactos ambientais e sociais causados pela Norsk Hydro (controladora da Alunorte) em Barcarena e região no estado do Pará.

Por Contraciv | 19/11/2025

Desde pelo menos os anos 2000, o polo industrial de Barcarena sofreu dezenas de acidentes ambientais, incluindo rompimentos de dutos, vazamentos de lama vermelha (rejeitos de bauxita/caulim), despejos de efluentes com soda cáustica e outras substâncias tóxicas, formação de nuvens de fuligem e contaminação de igarapés e trechos do Rio Pará. Uma boa parte desses acidentes estão vinculados direta ou indiretamente às operações da Hydro/Alunorte. Os vazamentos repetidos alteraram solo, água e ar, e geraram impactos sobre pesca, agricultura de subsistência e saúde da população ribeirinha.

A Hydro admitiu a existência de tubulação clandestina que desviava efluentes, instaladas fora de controles formais, o que caracteriza conduta de ocultação e operação fora de padrões ambientais e legais. Há documentação e relatos que apontam para falhas sistemáticas de manutenção, armazenamento inadequado de rejeitos e canais de escoamento que ligavam unidades industriais diretamente a corpos d’água.

Os rejeitos efluentes contendo óxidos de metais, resíduos de bauxita/caulim e substâncias alcalinas (soda cáustica) deixaram lama vermelha em praias e igarapés, provocaram mortandade de peixes e tornaram áreas impróprias para consumo humano e lazer. Testes realizados em parte da população e em ambientes apontaram níveis anômalos de metais pesados e outras contaminações ambientais. Mesmo sem estudos epidemiológicos definitivos para estabelecer causalidade direta, temos indicativos nítidos de exposição persistente e riscos claros à saúde pública.

A ocorrência repetida de acidentes, com múltiplos registros oficiais, autos de infração e inquéritos, revela um padrão de risco associado à atividade de beneficiamento de alumina no complexo de Alunorte/Albrás, administrado por empresas ligadas à Hydro. Também estão documentados os esforços da companhia para deslocar litígios e evitar a responsabilização financeira e técnica pelas medidas de reparação. Isso desmonta a narrativa liberal sobre a riqueza dos países nórdicos, como a Noruega, pois escancara a participação de empresas desses países em desastres ambientais em países como o Brasil.

Isso motivou ações civis coletivas e procedimentos extrajudiciais, inclusive encaminhamentos à Justiça estrangeira e investigações por órgãos do Ministério Público, buscando responsabilização por danos ambientais, medidas de reparação, indenizações e adoção de políticas públicas de saúde e mitigação. É evidente a insuficiência das respostas locais e a gravidade das demandas das comunidades afetadas, o que significa que precisamos de ações mais drásticas.

Relatos de moradores apontam aumento de queixas respiratórias, dermatológicas, gastrointestinais, além de relatos de piora no desenvolvimento infantil e preocupações sobre a incidência de câncer e doenças neurológicas em áreas mais expostas. A ausência de políticas de saúde pública direcionadas às populações afetadas e a falta de estudos sobre os efeitos da contaminação agravam a situação. A população está exposta e sem acompanhamento médico-epidemiológico adequado, sem garantias de remediação ambiental e com economia local fortemente comprometida. Isso é inaceitável.

Com base nesses fatos e nas evidências públicas reunidas, várias medidas legais já foram requeridas: Instauração de investigação criminal e ambiental sobre a existência e uso de tubulações clandestinas, descarte irregular de efluentes e possíveis omissões de segurança operacional. Realização de estudos epidemiológicos e acompanhamento clínico das populações expostas. Interdição de fontes ativas de descarga, contenção de rejeitos, remoção e disposição segura de materiais contaminantes, tratamento da água e recuperação de áreas degradadas sob supervisão estatal e de peritos independentes. Indenizações, políticas de saúde e programas de requalificação econômica para comunidades ribeirinhas afetadas, garantia de transparência nos acordos e participação comunitária nas decisões. Responsabilização civil e criminal dos agentes, inclusive dos controladores e gestores que toleraram ou ocultaram infrações, e revisão de licenças ambientais concedidas, com adoção de padrões internacionais de prevenção de danos.

Todas essas medidas de reparação e mitigação do dano são importantes, mas sabemos que nada disso é suficiente. Chamamos a população para atacar a Hydro onde realmente dói: com ações diretas de auto-defesa em resposta a essa violência e à incapacidade da empresa por se responsabilizar pelos seus crimes ambientais. Precisamos de mobilização local e global contra a Hydro.

O conjunto de evidências públicas reunidas nas fontes consultadas demonstra que o caso ultrapassa incidentes isolados: trata-se de um padrão industrial de riscos e externalidades negativas. É preciso reparação às vítimas e medidas de prevenção para que a região não continue a pagar, em saúde e território, o custo da produção global de alumínio. A ausência de resposta tanto do estado quanto da empresa nos força a agir por conta própria. Solicitar que esta denúncia seja recebida pelos órgãos competentes (Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado do Pará, órgãos ambientais estaduais e federais, e instâncias judiciais internacionais) não é suficiente. Mesmo que ocorra apuração integral dos fatos e adoção das medidas de proteção, reparação e responsabilização exigidas pelo interesse público, sabemos que essas coisas continuarão a acontecer enquanto essas empresas permanecerem atuando no nosso país. É a própria atuação delas aqui que é insustentável.

Precisamos nos juntar às populações e organizações locais que estão resistindo a essa violência e nos dispor a ajudar como necessário. Essa denúncia é um sinal de compromisso com essas pessoas. Ela visa não apenas chegar às instâncias jurídicas ou à empresa, mas à população afetada e grupos já ativos nessa luta, para ampliar redes de cooperação e ação de defesa da população contra a violência continuada desta empresa e da indústria de mineração como um todo.

Fontes:

https://www.mpf.mp.br/pa/sala-de-imprensa/paginas-especiais/paginas-caso-hydro/historico

https://insustentaveis.sumauma.com/mineradoras-noruega-franca-responsaveis-metade-desastres-ambientais-barcarena/

https://brasil.mongabay.com/2018/04/a-norsk-hydro-acusada-de-vazamento-toxico-no-rio-amazonas-admite-possuir-tubulacao-clandestina/

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-40423002

https://amazoniareal.com.br/hydro-e-processada-na-europa/

https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2021/02/09/acao-coletiva-leva-caso-hydro-no-para-a-justica-holandesa.ghtml

https://conflitosambientaismg.lcc.ufmg.br/wp-content/uploads/2021/03/Dossie-desastes-da-minerac%CC%A7a%CC%83o.pdf

agência de notícias anarquistas-ana

quantos pirilampos
posso contar esta noite?
caminho enluarado

José Marins

República Democrática do Congo: 32 mineiros morrem após desabamento em mina de cobalto

19 de novembro de 2025 | África, capitalismo

Na República Democrática do Congo, uma tragédia sucede a outra. Neste país da África Central, devastado por uma brutal guerra civil há mais de 30 anos, uma tragédia atingiu uma mina de cobalto no sul do país. Um desabamento matou 32 pessoas que ali trabalhavam.

O impacto devastador dessa catástrofe não é um acidente. É o resultado de um sistema de pilhagem orquestrado por corporações multinacionais que dependem de minerais para fabricar as baterias de nossos smartphones e carros elétricos. A situação na República Democrática do Congo simboliza o desastre causado pelo choque de impérios no continente. Um choque de imperialismos: o ocidental de um lado e o chinês do outro. Cada lado precisa satisfazer seu mercado e seus inúmeros consumidores.

É importante saber que a República Democrática do Congo (RDC) possui um subsolo rico em recursos naturais, o que tem alimentado um conflito armado desde 1994. De fato, a RDC detém quase 70% das reservas mundiais de coltan, um elemento essencial na fabricação de dispositivos eletrônicos, e de cobalto, do qual responde por quase 75% da produção global, utilizado em baterias e nas chamadas tecnologias verdes. As principais potências estrangeiras buscam obter o controle desses preciosos recursos. Para tanto, travam uma guerra geoestratégica, armando diversas facções armadas no Congo.

Entre eles, o M23 (Movimento 23 de Março), apoiado por Ruanda, tenta controlar os recursos naturais do país. A guerra travada por esses grupos paramilitares levou a uma grave e sem precedentes crise humanitária: entre 6 e 7 milhões de pessoas morreram em consequência dos combates e massacres, bem como da falta de acesso a cuidados de saúde e alimentos. Dentro das fronteiras, quase 7 milhões de pessoas foram deslocadas à força. Crianças e mulheres enfrentam abusos e violência diários: recrutamento forçado de crianças-soldado, violência sexual, tortura, mineração ilegal, prisão e destruição de infraestruturas essenciais.

É nesse contexto deplorável que mais de 200 mil trabalhadores indocumentados são explorados nas minas de cobalto e cobre do país para alimentar os instintos primitivos das empresas capitalistas de tecnologia e telecomunicações. A extração nessas minas é ilegal e acarreta sérios problemas ambientais. Abandonados à própria sorte, respirando poeira tóxica, sem qualquer proteção ou direitos, eles são forçados a cavar túneis instáveis ​​manualmente em busca de minerais. O UNICEF relata que 35 mil deles são crianças.

Para acessar a mina de Kalando e extrair cobalto, os mineiros utilizam passarelas precárias para chegar aos túneis. O desabamento de uma dessas pontes improvisadas causou o desastre, que matou 32 pessoas no sábado, 15 de novembro de 2025.

Segundo o jornal belga Le Soir, “um relatório do Serviço de Assistência e Apoio à Mineração Artesanal e de Pequena Escala (Saemape) – um órgão governamental responsável por fornecer assistência técnica e financeira às cooperativas de mineração, consultado pela AFP no domingo” menciona um pânico causado por soldados presentes no local.

A Agência France-Presse explica que “o local de Kalando é, há vários meses, objeto de um litígio entre os garimpeiros artesanais e uma cooperativa mineira que deveria supervisioná-los, bem como os exploradores do local, apresentados como ‘parceiros chineses'”.

Enquanto as grandes corporações colhem os maiores lucros dessas explorações miseráveis, são as populações locais que pagam o preço mais alto. O neocolonialismo mata.

Fonte: https://contre-attaque.net/2025/11/19/republique-democratique-du-congo-32-mineurs-meurent-apres-un-effondrement-dans-une-mine-de-cobalt/

agência de notícias anarquistas-ana

Quanta solidão
nos olhos do velho
no choro do cão

Regina Ragazzi

[Itália] Contra a farsa da COP30. Defender os territórios, globalizar a luta

Em Belém, no coração da Amazônia, está acontecendo a COP30: mais uma conferência mundial sobre o clima que promete “salvar o planeta”, sem jamais questionar aqueles que o devastam. Por 30 anos a cena foi a mesma: declarações solenes, planos de compensação, fotos em grupo e um equilíbrio cada vez mais dramático. As emissões globais aumentam, a concentração de capital e poder cresce, e os territórios continuam sendo saqueados em nome da “transição verde”.

Nos bastidores da COP, governos e multinacionais competem pela gestão do desastre produzido por eles mesmos. Hoje, o capitalismo se apresenta com uma face ecológica: fala de “neutralidade climática”, “mercados de carbono”, “tecnologias limpas”, mas, na realidade, prepara uma nova fase de acumulação baseada no controle dos recursos naturais e na expulsão das populações dos territórios. O “pacto verde” é apenas a versão atualizada do antigo colonialismo: extrair lítio em vez de petróleo, privatizar a biodiversidade em vez de florestas, lucrar, até com catástrofes. Enquanto os poderosos tratam os limites do planeta como itens do orçamento, milhares de movimentos camponeses, indígenas, feministas e populares constroem uma alternativa. Da Vía Campesina ao Movimento dos Sem Terra, das comunidades amazônicas às redes agroecológicas do Sahel, uma voz comum se ergue: soberania alimentar, justiça climática, controle popular dos territórios. O manifesto divulgado antes da COP30 é claro: “Não há soluções climáticas sem uma transformação sistêmica que desmonte o poder capitalista e patriarcal”. É a linguagem da resistência que vem de baixo, e não de ministérios ou de conferências.

Porém, mesmo nesse campo de luta, surgem questões difíceis. O “Sul Global” não é mais só uma vítima: novas potências, com a China à frente, replicam modelos extrativos e industriais que devastam ecossistemas e comunidades. O desafio é construir uma solidariedade entre os povos que não seja cega a essas contradições, e que se concentre na autonomia dos territórios contra todas as formas de dominação, tanto ocidental quanto “emergente”. Para aqueles que lutam de baixo, a questão não é como tornar o capitalismo sustentável, mas como sair dele. Acordos, mercados e compensações não são suficientes. Precisamos de redes de apoio mútuo, autogestão dos bens comuns, comunidades capazes de decidir coletivamente como produzir e o que consumir. Não é uma questão técnica, é política: quem controla a terra, a água e a energia, controla a vida.

A COP30 será, como as anteriores, um grande teatro de poder. Fora dos palácios, contudo, cresce outra rede, composta por lutas camponesas, assembleias populares, cooperativas autoadministradas, ocupações e movimentos para a defesa dos territórios. É aí que se constrói a verdadeira transição, aquela que não se mede em toneladas de CO₂, mas, sim, em liberdade, dignidade e solidariedade. Contra a farsa da COP30, vamos globalizar a luta, globalizar a esperança.

Totò Caggese

Fonte: https://umanitanova.org/contro-la-farsa-della-cop30-difendere-i-territori-globalizzare-le-lotte/

Tradução > CF Puig

agência de notícias anarquistas-ana

Blusinhas de alça
pelas ruas da cidade —
Primavera quente.

Clara Sznifer

Para Além do Estado e do Capital: A Urgência dos Sonhos por Inteiro!

Camaradas, nós, anarquistas, erguemos nossa voz contra a tirania de todos os senhores e contra a mediocridade de todas as revoluções parciais. Rejeitamos com todo o nosso ímpeto a vã promessa dos marxistas, leninistas, estatistas, capitalistas, etc, que nos oferecem meras migalhas de emancipação em troca de nossa submissão a um novo mestre: o Estado. Seja na versão burocrática da “ditadura do proletariado”, seja na falácia reformista do capitalismo regulado, todos eles pregam a mesma heresia: a de que a liberdade pode ser administrada, parcelada e distribuída por um poder central. Nós rasgamos esse contrato de escravidão! Não queremos os sonhos parcelados desses traficantes de ilusões. QUEREMOS SONHOS POR INTEIRO!

Esses “sonhos parcelados” são uma armadilha perversa. Os marxistas-leninistas prometem um futuro comunista, mas seu método é a conquista do aparelho estatal, a criação de uma nova classe de burocratas e a perpetuação da lógica do poder. Eles trocam o patrão privado pelo patrão estatal, a exploração capitalista pela exploração estatal. O seu sonho é um pesadelo autoritário, onde a liberdade individual é esmagada em nome de um coletivo forjado pela coerção. O Estado, em qualquer forma que se apresente, é inimigo da autogestão e da livre associação. É a negação da revolução social, pois substitui a iniciativa direta do povo pelo decreto de uma minoria que se julga iluminada.

Da mesma forma, o capitalismo, em sua fase mais selvagem ou em sua máscara social-democrata, só nos oferece o sonho parcelado do consumidor. Ele nos vende a ilusão de liberdade através da posse de mercadorias, enquanto nos rouba a autonomia real sobre nossas vidas e nosso trabalho. O seu “sonho” é um pesadelo de alienação, onde nos tornamos apêndices da máquina de produção e consumidores de nossa própria miséria. O capital e o Estado são as duas faces da mesma moeda opressora; um não pode existir sem o outro. O Estado garante a propriedade privada dos meios de produção e a hierarquia social, enquanto o capital sustenta o poder econômico que alimenta o aparato estatal.

Portanto, nossa luta não é por um Estado “melhor” ou por um capitalismo “mais justo”. Nossa luta é pela abolição pura e simples de ambos! QUEREMOS SONHOS POR INTEIRO: sonhos de uma sociedade onde a autogestão seja o princípio organizador de baixo para cima; onde as comunidades livres federem-se voluntariamente; onde o trabalho seja uma atividade criativa e não uma condenação; e onde a solidariedade substitua a competição. Queremos a materialização de um mundo novo, onde cada indivíduo seja senhor de seu próprio destino, cooperando livremente com seus iguais, sem a sombra opressora de governos, polícia, exércitos ou patrões.

O caminho para este mundo não passa pelas urnas do Estado ou pela tomada de seu palácio. Passa pela ação direta, pela organização horizontal, pelo apoio mútuo e pela construção aqui e agora, nas entranhas da velha sociedade, dos embriões do mundo novo. É na greve selvagem, na comuna autônoma, no coletivo de produção, na ocupação e em toda forma de resistência que negamos o poder e afirmamos a vida. Não pedimos permissão para ser livres. Tomamos nossa liberdade com nossas próprias mãos. A nós, anarquistas, cabe a tarefa gloriosa de sonhar o impossível para conquistar o real: um mundo sem Estado e sem capital. À ação, pois! Pela revolução social e pela liberdade total

Liberto Herrera.

fedca@riseup.net

federacaocapixaba.noblogs.org

agência de notícias anarquistas-ana

Bolha de sabão.
Uma explosão colorida
sem nenhum estrondo.

Maria Reginato Labruciano

[Espanha] O movimento ocupa da “Kasa Negra” de Ourense espera seu desalojo depois de 14 anos

O movimento ocupa da “Kasa Negra”, em A Rabaza, na cidade de Ourense, espera uma ordem de desalojo para abandonar o edifício no qual habitam faz 14 anos. A ocupação nasceu do coletivo anarquista Trapo Negro para fazer atividades culturais no que foi antigamente o Recauchutados Herco. Agora vivem quatro ou cinco pessoas, com menores, e algumas mais que passam temporadas. Em 21 de outubro iniciaram-se nos lotes adjacentes trabalhos de demolição e limpeza das árvores [cortes]. Esta licença inclui jogar abaixo o imóvel.

Os ocupas denunciaram que estes trabalhos já afetam a sua moradia, já que estragou o telhado de um quarto pela queda de pedras e ramos. “Não nos metemos no que se vai fazer aqui, mas o mínimo que queremos é que nos tratem como pessoas e nos dê uma ordem de desalojo com prazos para buscar uma alternativa, não que nos joguem”, argumentam, acrescentando que há pessoa registrada no imóvel. A empresa encarregada da demolição explicou que enquanto não tenham a autorização de desalojo não vão agir no edifício nem afetar os que vivem ali, por isso só estão trabalhando na zona periférica. Também, acrescentam que há eucaliptos demasiado grandes que representam risco de incêndios. No momento que tenha ordem será quando derrube, o que pode tardar uns meses, mas esperarão. No momento não há licença para uma obra posterior, mas se prevê que se edifique.

Fonte: https://www.lavozdegalicia.es/noticia/ourense/ourense/2025/11/05/movimiento-okupa-kasa/00031762363167410972989.htm

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

A serra silencia
só se ouve agora
o grito do pardal

Rosalva

Anarquista italiano se junta à greve de fome da prisão do Reino Unido

A ação de solidariedade liga Sanremo aos detentos no RU, em prisão preventiva em casos de Ação Palestina

Blade Runner ~

O prisioneiro anarquista italiano Luca Dolce se juntou, na sua cela em Sanremo, à greve de fome coordenada que começou nas prisões britânicas em 2 de novembro, aniversário da Declaração Balfour, a promessa colonial britânica que colocou em movimento a máquina de desapropriação e genocídio. Os grevistas de fome britânicos, mantidos em prisão preventiva por supostos crimes ligados à Ação Palestina, e todos sem condenação, dizem que recusarão alimentos até que a Elbit Systems feche as sedes no Reino Unido. Elbit, há muito alvo das ocupações de fábricas da Ação Palestina, continua sendo o maior fabricante de armas de Israel.

Paralelamente à greve, os prisioneiros lançaram o Prisoners for Palestine, iniciativa para coletivizar detentos acusados por ações em solidariedade à libertação palestina. Pelo menos seis presos em Bronzefield, New Hall, Pentonville e Peterborough estão atualmente recusando comida como parte de uma ação contínua envolvendo dezenas de pessoas que se comprometeram a participar.

Desde a proibição da Ação Palestina no início deste ano, o Estado britânico tem usado a prisão preventiva como forma de contrainsurgência interna. Uma das seis grevistas passou setembro em greve de fome depois que as autoridades retiveram a sua correspondência e a removeram do cargo na biblioteca da prisão. Hoje, os grevistas relatam censura a cartas, ligações telefônicas e livros, e dizem que o tratamento piorou desde a proibição, resultado previsível quando um movimento político é reclassificado como “terrorismo” e entregue ao aparato extremista do Estado.

Da Itália, Luca Dolce fez uma declaração que corta a linha dominante de que greves de fome são simplesmente protestos sobre as condições da prisão: “A luta contra a prisão e o sistema tecnoindustrial militar é essencial para uma luta de escopo mais amplo, de resistência revolucionária e internacionalista. (…) Estou junto com eles com serenidade e determinação.” Dolce também saúda o prisioneiro palestino Anan Yaeesh, na prisão de Melfi, sul da Itália, outro alvo de isolamento e táticas de transferência destinadas a apagar presos políticos. Segundo Dolce, não está claro se Yaeesh continua em greve.

O Estado britânico insiste que esses prisioneiros são apenas réus aguardando julgamento. Contudo, o cativeiro funciona perfeitamente para suprimir um movimento que repetidamente expôs e interrompeu o gasoduto de armas do Reino Unido para Israel. A greve de fome torna visível o que o processo legal tenta obscurecer: isso é prisão política a serviço de uma economia de guerra.

Os grevistas não estão apelando por reforma prisional. Eles se recusam a cooperar com a máquina criada para colocar militantes fora de ação. O fato de que há presos no exterior se juntando a eles só reforça a afirmação que fazem fazendo desde as suas celas: a máquina da morte é internacional, a resistência também precisa ser.

Fonte: https://freedomnews.org.uk/2025/11/17/italian-anarchist-joins-uk-prison-hunger-strike/

Tradução > CF Puig

agência de notícias anarquistas-ana

sob a folhagem amarela
o mundo repousa enterrado…
exceto o Fuji

Buson

Espanha] 20N Huesca: Memória Viva, Antifascismo Ativo

ENCONTRO ANTIFASCISTA 20N, 19h, PLAZA ZARAGOZA (Huesca)

Diversas organizações antifascistas e antirracistas de Huesca convocam um ato público por ocasião do Dia da Memória Antifascista e do Dia da Memória Trans, que acontecerá na quinta-feira, 20 de novembro, das 19 às 20 horas, na Plaza Zaragoza. O objetivo desta convocatória é criar um espaço de memória, denúncia e reflexão que visibilize as violências que ainda hoje afetam diversas comunidades, assim como reivindicar a vigência da luta antifascista e a defesa dos direitos das pessoas trans. O ato começará com a leitura de um manifesto conjunto elaborado pelas organizações convocantes e continuará com a leitura de testemunhos pessoais ou próximos que mostrarão como diferentes expressões de violência fascista seguem presentes na vida cotidiana.

As organizações convocantes são Secretariado Gitano, Kayleen Jóvenes Senegaleses, Asociación de Mujeres Africanas, Huesca con Palestina, Asociación 28J, Asociación Boira Preta e os sindicatos anarcossindicalistas CNT e CGT. Ditos coletivos denunciam a violência institucional que surge quando o Estado e o sistema capitalista sustentam uma visão hierárquica da sociedade que estabelece que vidas valem mais e quais podem ser descartadas. Esta desigualdade, que recai sobre pessoas pobres, migrantes, mulheres, pessoas trans, ciganas, dissidentes e trabalhadores, não é uma falha do sistema, mas uma ferramenta de ordem que o fascismo herdou e sistematizou. O texto assinala que estas violências seguem presentes hoje em feminicídios, mortes em fronteiras ou CIE, criminalização da comunidade cigana, negação de assistência de saúde a pessoas sem permissão de residência, agressões LGTBIfóbicas e na tendência a apresentar estas situações como problemas individuais ao invés de reconhecer sua dimensão política e estrutural. 

Esta violência institucional distribui privilégios e castigos, definindo quem pode viver com dignidade. Por isso, defende um antifascismo interseccional, combativo e baseado no apoio mútuo, em aliança com o feminismo, o antirracismo, a defesa das pessoas trans, o anticapacitismo, a solidariedade de classe e a justiça para com as pessoas migrantes.

As organizações alertam também sobre o preocupante auge da ultradireita tanto a nível estatal como internacional. Assinalam que este crescimento não só põe em risco direitos conquistados, mas que normaliza discursos de ódio e exclusão que tratam de fraturar a sociedade. Para lutar contra o fascismo deve-se criar comunidade, organizar-se, solidarizar-se e rechaçar a intolerância. É urgente seguir combatendo em cada âmbito da vida cotidiana, nas ruas, nos centros de estudo, nos espaços laborais e nos bairros, porque a defesa da dignidade e dos direitos humanos não pode retroceder.

As organizações convocantes chamam à participação cidadã para converter este ato em um espaço de memória, reivindicação e compromisso coletivo. O encontro é na quinta-feira, 20 de novembro, às 19 horas, na Plaza Zaragoza, sob o lema compartilhado de Memória Viva, Antifascismo Ativo.

Fonte: https://aragon-rioja.cnt.es/20n-huesca-memoria-viva-antifascismo-activo/

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

flor amarela,
no vaso, vê o mundo
pela janela

Carlos Seabra

[Portugal] Emma Goldman | Anarquismo | Liberdade | Feminismo

Sábado (22/11) às 15h na civis em Faro Laure Batier (uma das tradutoras da edição francesa) fará a apresentação da monumental biografia de Emma Goldman “Viver a Minha Vida”

Quero liberdade, o direito à palavra, o direito de todos usufruírem de coisas belas e radiosas.

Emma Goldman (1869-1940), ícone anarquista, inimiga pública n.º 1 nos EUA, passou à posteridade como infatigável defensora da igualdade e da liberdade de expressão, moldando os debates políticos e sociais do nosso tempo. Viver a Minha Vida (1931) é a sua trepidante autobiografia, um vertiginoso frescor histórico onde se cruzam revolucionários, como Piotr Kropotkine, Jack London, Louise Michel, Voltairine de Cleyre e John Reed, a par de geografias — Viena, Londres, Nova Iorque — e de acontecimentos marcantes como o massacre de Haymarket e a revolta de Cronstadt. É também o percurso de uma mulher corajosa, uma resoluta activista com o dom da palavra que percorreu o mundo e ousou desafiar autoritarismos — pai, mentores, companheiros e Estado —, lutando contra a moral mesquinha em tempos violentos. Emma Goldman soube escolher o seu norte e concebeu o anarquismo não como uma “paixão triste” que exigia uma cega obediência, mas como uma aventura movida pela alegria, na qual “todos os seres humanos nascem com o mesmo direito de participar no banquete da vida”.

agência de notícias anarquistas-ana

raios!
alguém rasgou
o terno azul da tarde

Alonso Alvarez

Pré-venda do livro “Revolta Proletária Em Santos”

É com uma enorme satisfação que anunciamos o início da pré-venda do livro “Revolta Proletária Em Santos“! Essa publicação reúne 64 textos escritos por Primitivo Raymundo Soares (conhecido pelo pseudônimo Florentino de Carvalho), entre 1905 e 1913, no período em que ele morava em Santos (SP). Entre os documentos selecionados, constam cartas, textos da imprensa operária e anarquista do Brasil e do exterior, porém, a grande parte desses artigos são da imprensa diária de Santos (que ainda não se encontra digitalizada) e se tratam de textos completamente desconhecidos e inéditos, que retratam a primeira fase da militância desse grande vulto do anarquismo brasileiro.

O livro “Revolta Proletária Em Santos” possui 404 páginas, em formato 14 x 21 cm, sendo uma publicação em conjunto do Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri (NELCA) & do Centro de Cultura Social de São Paulo (CCS-SP). O livro conta ainda com uma extensa introdução intitulada “As Raízes Primitivas de Florentino de Carvalho“, com 150 páginas, que contextualiza o período em que esses textos foram escritos e aborda a trajetória militante do autor, com algumas informações inéditas. Mais um capítulo importante da história do anarquismo em Santos, registrado com a devida seriedade.

Na promoção da pré-venda, o livro está sendo vendido por 80 reais, já incluindo as despesas postais. O pagamento deve ser feito pelo pix: nelca@riseup.net – Em seguida, é só nos enviar uma mensagem com o endereço completo, para onde o livro deve ser postado. Os envios serão realizados até o dia 10 de dezembro de 2025, data em que também encerraremos a promoção da pré-venda. Não deixe passar essa oportunidade!

Vale destacar que a venda dos livros contribui para a manutenção dos acervos do Centro de Cultura Social & da Biblioteca Carlo Aldegheri, e na publicação de futuros títulos!

agência de notícias anarquistas-ana

Onde começa, onde acaba
a cabeça, a cauda
da serpente do mar?

Kyorai

[Espanha] III Jornadas Antifascistas

Já estão aí as III Jornadas Antifascistas na CGT: Contra o ódio e o esquecimento:

Exceto a manifestação, todos os atos começarão às 18h30.

19 de novembro: Projeção de “La mort de Guillem“. Dirigido por Carles Marqués-Marcet, nos aproxima da história real de Guillem Agulló, um jovem antifascista assassinado pela ultra direita.

20 de novembro: Manifestação antifascista. Bairros contra o fascismo. 19h30 Plaza San Francisco.

21 de novembro: Como os meios de comunicação trataram o assassinato de Carlos Palomino?. Janio Mora, cientista político e colaborador de Arainfo, e Alejandro Plana, da CGT, Arainfo e Diario Red.

27 de novembro: “Onda reacionária e repressão do Estado: o caso dos 6 de Zaragoza”. Pablo Rochela e Javitxu Aijon, membros da Plataforma Libertad 6 de Zaragoza.

28 de novembro: Apresentação e exibição do Documentário “Richard, amigo, memorias de una ciudad que no olvida“. Companheiras da Asamblea Richar Vive.

Esperamos a todos.

cgtaragonlarioja.org

agência de notícias anarquistas-ana

Um só pirilampo
ofusca o pisca-pisca
das luzes do campo.

Sérgio M. Serra

[Rio de Janeiro-RJ] Lançamento: “O voo do menino-pássaro”, de Marcela Sperandio

Novo livro de Marcela Sperandio convida leitores de todas as idades a uma jornada de autodescoberta

Em ‘O voo do menino-pássaro’, a escritora Marcela Sperandio nos conduz a um planeta onde tudo flutua e os ventos carregam sonhos. Nesse cenário mágico vive um pequeno ser alado que, curioso e inquieto, decide romper os limites do que conhece para desvendar o que há além. Sua jornada, marcada pela coragem e pela descoberta, se transforma em uma metáfora sobre a necessária reconexão com a natureza.

Ao descer do céu e tocar o solo pela primeira vez, o protagonista se depara com um mundo cheio de cores, aromas e emoções que jamais havia experimentado. Cada passo é uma revelação e também uma metamorfose. Entre castelos de areia e a perda de suas penas – processo natural de mudança, que pode ser doloroso ou libertador -, o pequeno herói descobre o sentido profundo de ser humano e o poder da sua relação com o planeta.

“O ser humano é a conexão entre o céu e a terra. É tudo isso, mas também pode não ser. Muitas vezes, estamos de fato desconectados dessa Mãe-Terra, assim como de nós mesmos. Quando colocamos os pés no chão e nos conectamos com a natureza, percebemos toda a grandiosidade da Terra, grandiosidade que está também no ser humano, sendo ele fruto da Terra. Acredito que seja isso que precisamos para seguir em frente: enraizar”, diz a autora.

As ilustrações de Tarso Galvão ampliam o lirismo da narrativa, criando paisagens fantásticas com traços oníricos e cores vibrantes, proporcionando uma experiência visual que dialoga com a poesia do texto. “A conexão de um mundo de sonhos com a realidade traz uma perspectiva onde a vida natural e o surreal entram em choque”, explica o artista gráfico. “Busquei refletir nas artes esse conflito”.

O livro é uma obra para crianças e adultos que se permitem sonhar. Uma leitura poética e simbólica sobre encantamento e retorno à própria essência. Um voo que começa nas alturas, mas termina em um momento de reencontro com a humanidade.

Lançamento do livro ‘O voo do menino-pássaro’, de Marcela Sperandio

Ilustrações de Tarso Galvão

Data: 22 de novembro de 2025, sábado

Horário: 16h

Local: Livraria da Travessa Leblon

Endereço: Shopping Leblon – Av. Afrânio de Melo Franco, 290 – Loja 205ª

www.editoracambuca.com.br

agência de notícias anarquistas-ana

Tuiuiús no ninho.
No calor do pôr do sol
Dorme o pantanal.

Tânia Souza

[Alemanha] Bremen: Fogo para a Tesla! Estações de carregamento e painéis de controle incendiados!

Fracasso na COP30: Na semana passada, representantes dos Estados-membros da ONU chegaram a Belém, no Brasil, com uma comitiva gigantesca de jornalistas, forças de segurança e cientistas, para refletir sobre sua inação, tirar fotos em grupo e anunciar declarações que não cumprirão.

Enquanto isso, somos governados por pessoas que se preocupam mais em fornecer à indústria alemã matérias-primas essenciais em quantidade suficiente e em garantir uma carreira sólida após o mandato do que em tentar não destruir completamente a Terra.

Belém foi gentrificada para turistas, ricos e políticos por causa da COP. Enquanto os turistas passeavam pelo novo e reluzente cais do porto, casas eram demolidas e os explorados e pobres eram empurrados para a periferia da cidade. Bairros inteiros foram soterrados sob concreto. É a mesma dinâmica de gentrificação e repressão que vimos em outros encontros de pessoas poderosas ao redor do mundo.

A tradição da colonização se manifesta através da exploração da floresta tropical, da agricultura industrial, da mineração e da extração de petróleo, que destroem territórios indígenas. Saudações solidárias aos povos indígenas que invadiram o prédio da conferência do clima e desencadearam um momento de revolta.

Acreditamos que este seja um bom momento para salientar que não devemos mais acreditar em suas mentiras nem por um segundo. A gentrificação nas cidades, a destruição da Terra, a colonização de territórios – todas essas lutas estão interligadas.

Por isso, incendiamos quatro estações de carregamento da Tesla e dois painéis elétricos adjacentes com gasolina. Vamos sabotar esse regime mortal! Vamos sabotar o capitalismo (verde) deles!

Musk representa exatamente essa lógica e não é à toa a pessoa mais rica do planeta. Queremos ver o império dele em chamas!

Desliguem a Tesla! Desliguem o capitalismo da IA! Desliguem o fascismo!

Fonte: https://de.indymedia.org/node/553099

agência de notícias anarquistas-ana

folia na sala
no vaso com flores
três borboletas

Alonso Alvarez