O presidente disse que pratica pesca esportiva no Palácio da Alvorada e na Granja do Torto. Para ele, a atividade funciona como uma “terapia”. Declarou que pesca com um anzol que não machuca os animais. “Eu tenho 1.000 peixes no lago do Alvorada e eu não pego eles com anzol cor de Rosa, mas o meu anzol não tem garra. É como se fosse um brinco. Eu pego o peixe e solto o peixe sem ele estar machucado. Agora, como esse aqui é um pacu de quatro quilos e meio, eu não posso soltar. Isso aqui eu tenho que levar para casa, limpar, preparar, assar ele, sabe, e depois comer”, disse Lula, que agradeceu a “Deus pela pescaria”.
Senhor Lula, os animais não existem para nosso entretenimento, “terapia”. Eles merecem viver suas vidas livres de exploração, abuso e sadismo.
Não se faz análise política séria a partir do que as pessoas dizem, e sim do que elas fazem.
Esse é um princípio básico das ciências políticas, aplicável nos mais diversos casos. Por exemplo, não importa se Lula diz que é comunista, se Bolsonaro diz que se importa com as crianças e assim por diante. Analisamos a posição política de alguém pelas ações políticas dessa pessoa, não por seus discursos.
Anarquistas historicamente levaram esse critério muito a sério. Transformam a ideia de “falar com suas ações” no principal critério para distinguir amigos de inimigos. Isso marca a oposição entre a política anarquista e a política institucional. A política institucional se faz pelo discurso. Os políticos profissionais são mestres da palavra. Falam demais por não terem nada concreto a apresentar.
No interior do anarquismo temos uma diversidade muito grande de posturas, análises, estratégias, teorias e práticas. Com a crescente criminalização do movimento, é natural que a prática anarquista não aconteça mais à luz do dia. Isso não quer dizer que ela perdeu sua centralidade. Para os anarquistas, é a prática que organiza a teoria.
Mas no anarquismo também vemos surgir uma classe intelectual capaz de se afastar, em diferentes graus, da prática concreta da política anarquista. Esse afastamento é evidenciado na linguagem pouco acessível, na distância das pautas que são priorizadas, na ausência de familiaridade com espaços de convivência anarquistas, e na falta de disposição de apoiar movimentos e ações que anarquistas, criando uma espécie de sectarismo.
Esse sectarismo anarquista é visível, por exemplo, quando alguns autores com vasta produção acadêmica resgatam críticas ao “anarquismo de modo de vida” de Bookchin, por exemplo, como uma desculpa para deslegitimar todas as vertentes anarquistas com as quais eles não querem diálogo nem convivência. Todos os outros anarquistas são reduzidos a arruaceiros sem perspectiva política real. Se contentam em falar mal de todas as tentativas de construir novas possibilidades. Nada é bom o suficiente para eles. Vivem de elogiar o passado. Se recusam, muitas vezes, até mesmo a discutir, responder uma crítica ou considerar outro ponto de vista. Suas análises são as definitivas, então apenas as repetem à exaustão. Se o anarquismo enfrenta desafios, a culpa é sempre de quem não os ouviu.
Falo nessa linguagem porque é com eles que estou falando: vocês podem não ter coragem de falar conosco, mas suas ações falam por vocês. Nós sabemos falar na sua linguagem, falta vocês aprenderem a nossa.
O mundo assiste a uma nova escalada da violência institucionalizada. Enquanto milhões de trabalhadores enfrentam o desemprego, baixos salários, trabalhos precários e cortes em serviços essenciais, os governos destinam cifras obscenas à máquina de guerra.
O gasto militar global já ultrapassa os 2,4 trilhões de dólares anuais em 2025 — seis vezes mais do que todo o orçamento destinado ao combate à fome no mundo.
Essa loucura armamentista ocorre enquanto há 56 conflitos ativos que já deslocaram mais de 100 milhões de pessoas.
Hoje, o aparato industrial-militar das principais potências concentra 70% das vendas de armas no mundo, alimentando guerras que depois são apresentadas como “crises humanitárias”.
A indústria bélica segue batendo recordes de lucros. As cinco maiores corporações armamentistas obtiveram no ano passado um lucro de 200 bilhões de dólares — equivalente ao PIB combinado de vários países latino-americanos. Enquanto isso, uma em cada dez crianças no mundo trabalha para sobreviver, e os sistemas públicos de saúde colapsam por falta de financiamento.
Esse militarismo crescente não é um fenômeno isolado, mas parte essencial do sistema capitalista atual. Os mesmos Estados que cortam aposentadorias e gastos com saúde e educação sempre encontram trilhões para novas armas de destruição.
As guerras modernas já não são travadas apenas em territórios distantes: a militarização da repressão e a criminalização da pobreza são hoje formas de guerra contra os próprios povos.
A FORA-AIT, fiel à sua tradição internacionalista e antimilitarista, faz um chamado aos trabalhadores e trabalhadoras do mundo para:
Rejeitar a produção de material bélico em fábricas e oficinas;
Organizar a resistência contra o recrutamento militar;
Rejeitar os gastos militares e exigir que sejam investidos em saúde, educação e moradia;
Fortalecer a solidariedade internacional contra os verdadeiros inimigos: os Estados e o capital.
A memória nos traz o eco daqueles companheiros anarquistas que, em 1914, sabotavam navios de guerra nos portos italianos; dos mecânicos que se recusaram a consertar os motores dos aviões de guerra de Pinochet; dos jovens russos e ucranianos que hoje rasgam suas convocações militares, preferindo a prisão a empunhar armas contra outros trabalhadores.
Hoje, como ontem, a paz não virá dos palácios de governo. Será conquistada de baixo para cima, com a força organizada de quem sofre as consequências dessa barbárie.
Nenhum operário a mais nas frentes de batalha! Nem mais um dólar para a indústria da morte!
Federação Operária Regional Argentina – Associação Internacional dos Trabalhadores (FORA-AIT)
Abril de 2025
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
É tarde, escurece, a lua se esforça mas logo aparece.
A proteção do espaço com persianas de segurança ajudará a mantê-lo como um centro seguro e funcional para resistência, solidariedade e auto-organização.
~ Giannis Voliatis ~
O centro social Ovradera, na cidade de Tessalônica, Grécia, foi criado há cerca de 4 anos. É o lar de vários grupos políticos e indivíduos anarquistas, libertários e feministas. Também abriga a editora libertária Koursal, o portal de contrainformação Alerta.gr, o Gizmo Lab — um grupo que lida com tecnologias da informação e como elas podem ser usadas para ajudar o movimento — e muitas outras iniciativas temporárias ou permanentes.
Na Grécia, a repressão estatal se intensificou nos últimos anos, visando os movimentos anarquista e libertário por meio de ações de despejo de ocupações e restrições crescentes a espaços públicos, como praças e campi universitários, para a realização de atividades e assembleias.
Com o objetivo de expandir o alcance e o engajamento do movimento anarquista com a sociedade, a Ovradera é um espaço que opera de forma horizontal e não hierárquica e se posiciona firmemente contra o racismo, o fascismo e o sexismo. Embora seja parte integrante do movimento anarquista/libertário local, é um centro social aberto a qualquer iniciativa que se alinhe aos seus princípios básicos e à forma coletiva como todas as decisões são tomadas.
Ao longo de sua existência, sediou diversos encontros e eventos (políticos e culturais), apresentações de livros, exposições e campanhas de solidariedade (por exemplo, em apoio à Palestina, às pessoas afetadas pelas enchentes e incêndios florestais dos últimos anos na Grécia, e em apoio a presos políticos). Em consonância com os ideais e o modo de operação da Ovradera, todos os custos financeiros do espaço são cobertos por seus membros ou por meio de eventos beneficentes.
Alguns meses atrás, a Ovradera teve que se mudar para um espaço diferente, bem próximo do anterior. Essa mudança trouxe alguns altos custos financeiros, principalmente voltados à proteção e fortificação do novo centro com escudos metálicos, devido a possíveis ataques do Estado e dos fascistas.
Para cobrir parte desses custos, os camaradas de Ovradera decidiram iniciar uma campanha de arrecadação de fundos (firefund.net/ovradera) e estão atualmente pedindo ajuda financeira, não importa a quantia. Os camaradas também estão convidados a divulgar a iniciativa — e, claro, a nos visitar sempre que estiverem em Tessalônica.
A agitação Anarkiza la Punk ocorreu de forma simultânea durante os dias 10 e 11 de maio de 2025 em mais de vinte cidades ao redor de Abya Yala, um gesto punk internacionalista, cruzando a cordilheira do continente latino americano do atlântico ao pacífico, indo do caribe às terras em conflito com o estado mexicano. Desde Santiago Chile anarkopunks lançaram um chamado informal acentuando no intuito da jornada “um encontro anarkopunk que colocasse ênfase no caráter político e confrontacional do punk, problematizando nossas posições e lutas, afiando nossas ideias contra o poder, e buscando refrescar o espírito anárquico do punk, muitas vezes adiado nestes tempos pelo punk apolítico, comercial, misógino ou ambíguo ideologicamente”. Tendo como força realizadora o faça você mesmo e a vontade de expandir o punk como subversão ao poder e a autoridade se incitou que valores arrecadados com a jornada se destinassem a solidariedade com xs companheirxs presxs ou em apoio direto a iniciativas anarquistas.
Mais de vinte bandos punks anarquistas responderam ao chamado pondo energia para realização da agitação internacional e localmente. Cada bando de acordo com suas possibilidades irrompeu expressando a contra cultura punk através de feiras de publicações, zines, ofícios e projetos autogestionados, trocas de ideias, conversas que tencionaram para expansão da contra cultura punk anarquista e combativa, práticas e oficinas diversas, dos primeiros socorros em manifestações à horta, de gravações à autodefesa, do stencil à encadernação, apresentações de teatro, fantoches, malabares, espaços para a infância, projeções de documentários e curtas, arrecadação de encomendas para compas presxs, serigrafia, Flash Tattoo, exposições gráficas de memória e atualidade da contra cultura punk, mesa informativa de 10 anos da tragédia do doom, bicicletada, almoço coletivo, gig e apresentações musicais … estas atividades ocorreram em Santiago, Valparaíso, Concepción, Chillán, Havana, México DF, Tultitlán, Lima, Arequipa, Porto Alegre, São Paulo, Ciudad Guatemala, San José, Montevideo, Buenos Aires, Quito, Bogotá, Medellin, Ibagué e Asunción.
A partir dos canais de contrainformação e se espalhando dentro das redes de contato a agitação Anarkiza la Punk ecoou pelo continente como chamado informal e recebeu a espontânea adesão de bandos punks anarquistas, que sentiram afinidade na proposta e perspectiva da movimentação, respondendo desde a ação com a realização da jornada em seus territórios, impulsionando localmente o punk de raízes e atitude antiautoritária e combativa. Na sintonia entre estes bandos coordenando juntos pontos para a agitação em comum, anarquizar o punk, se levantaram debates e inquietações assim como um palpitar do coração irmanados na luta desde a contra cultura anarkopunk por diferentes lados.
O percurso das múltiplas iniciativas punks anarquistas nas últimas décadas em Abya Yala é repleto de flores e espinhos, com afiadas e ferozes iniciativas como drásticas rupturas, de uma forma ampla estas trajetórias se cruzam e influem na movimentação atual. Neste sentido companheirxs de diferentes latitudes questionaram a participação na agitação Anarkiza la Punk de um bando que respondeu ao chamado desde a cidade de La Paz Bolívia. O questionamento era bem direto, questionando a cumplicidade e envolvimento com indivíduos que, com a redada repressiva ocorrida em 2012 contra a órbita anarquista punk diante dos ataques insurrecionais ascendente naqueles anos, colaboraram com as forças repressivas do estado boliviano com delações e aberta cooperação com a polícia. Diante dos ataques insurrecionais o estado respondeu com sua linguagem, violência, associações fantasiosas e linchamento midiático fazendo detenções de forma sortida no meio antiautoritário, porém o pior golpe venho de indivíduos do meio anarquista punk, tanto dos detidxs como dxs que não estiveram no alvo das detenções, quebrando princípios elementares entre anarquistas como o rechaço total a autoridade, ao estado, a polícia. A continuidade do fato intolerável é que percorrido 13 anos destes acontecimentos colaboradores e delatores tem espaço no meio anarquista punk local.
São marcantes as palavras do editorial Flores del Kaos refletindo sobre os desdobramentos do golpe repressivo na Bolívia no livro No tenemos nada que pedir al estado! lançado em conjunto com o editorial Konspiracion Iconoclasta em 2022: “Atualmente, existem espaços, bandas e coletivos que estão formados por delatores do golpe repressivo de 2012, pese a que todo espectro libertário conhece o que aconteceu, são aceitos e apoiados, igual que a 10 anos atrás, existe carência de crítica e autocrítica ao movimento local, se tem normalizado a delação, ao carecer de um posicionamento anticarcerário. Somente reina o cultural e o festivo, pese que muitos levem rebites e patches”. Diante desta realidade exposta, e por muitxs conhecida, se evidenciou a incompatibilidade absoluta dos bandos envolvidos na agitação Anarkiza la Punk com colaboradorxs da polícia, delatorxs e seus cúmplices. Com alegria confirmamos que a adesão a agitação Anarkiza la Punk não se deu pelo preenchimento de formulários, mas se construiu através das posições políticas cultivando posições visceralmente antiautoritárias.
Sentimos, no entanto, falta do conflito e a crítica que abram as possibilidades para a construção de posições e lutas mais radicais e mais fortes. O afastamento não resultou no caso da Bolívia, na construção de posições anti carcerárias ou anti policiais (ou seja anti autoritárias), muito pelo contrário pareceria que se auto afirmam na tolerância à delação. Algumas tentativas de justificação que usam a ideia de que é necessário compreender “processos locais”, nos levam a nos perguntar: Conhecer um contexto, um grupo de pessoas é argumento suficiente para compreender atitudes e reivindicações que nada tem a ver com a anarquia nem com qualquer posição CONTRA a dominação? Essa abordagem estancaria, a nível local e a nível da interação internacionalista, as possibilidades de construir uma proposta anarquista baseada nos códigos mais básicos, porque afirma, de maneira implícita, que se sou mais próximo de algo ou alguém não posso criticá-lo, apenas deveria compreendê-lo, e é importante fincar que temos códigos inegociáveis, e que se nos posicionamos como antagônicos ao poder nossas afinidades não podem ser reduzidas a grupos de acolhimento acríticos. Para nós é importante contribuir para que a coerência faça sentido, entender que a crítica pode ser um caminho fecundo se se leva a sério a escolha anárquica.
Localmente, armamos a agitação para seguir instigando a contra cultura punk, anarquista combativa com memória atitude e coerência. Contrapondo um cenário que despolitiza toda iniciativa, algo que talvez não atinge apenas o punk. Sob a bandeira do “apolítico”, crescem multidões que são mais funcionais ao sistema do que contrarias a ele, porque o “apolítico” significa aquele que não luta, que se conforma com ter os espaços e tempos de tolerância dentro do sistema e que, conformado, aceita tudo sem filtro, já que não tem pensamento nem sentir político não se posiciona, evita o conflito com o sistema, se introduz nos espaços que a mesma dominação lhe outorga, o “apolítico” significa então, o apaziguado. Porém, como a vida é política, ser indiferente não significa ser alheio, e sim conivente, em muitos casos até colaborador do sistema. Por isso a importância do Anarquiza la Punk, como um impulso mais para manter e expandir nossa movimentação na cidade e região, encarando o punk como vivência em luta contra as redes do poder e da autoridade, contra o Estado.
Ainda sobre as motivações locais ressaltamos uma questão problemática, origem de estupidificação no meio punk. Os conflitos nas ruas com fascistas, skinheads, remonta larga data na região sul e sudeste do Brasil, muito antes da ascensão de Bolsonaro, hora freqüentes, noutros momentos esporádicos, nunca cessaram, a massiva imigração de população branca, os venenos da sociedade estratificada, o racismo estrutural e outros fatores alimentam o surgimento desses indivíduos e grupos. Uma marcante encruzilhada no meio punk destas bandas se deu no início dos anos 2000 com a tolerância de punks com skinheads abrindo as portas a interagir com fascistas, tanto nacionalistas como com “ex nazistas”, assim como outros que se reivindicavam tradicionais “apolíticos”, oi, sharp ou rash, onde uma miscelânea amorfa unida pela farra atuou sempre em prejuízo da radicalidade no meio punk, ignorando o antifascismo mais elementar. Contribuindo desta forma para esta recente ascensão do fascismo na medida que não os combateram em tempos idos, mas sim se confraternizaram com fascistas promovendo uma vivência punk sem sentido, contraditória, baseada no visual e na música, que segue se reproduzindo. A agitação localmente também se ergueu na contramão e em firme oposição a esse contexto.
Unindo esforços, anarkopunks de Porto Alegre e cidades da redondeza fizeram acontecer a agitação Anarkiza la Punk no domingo dia 11 de maio com uma animada jornada de atividades que se estendeu durante todo o dia até a noite. Cartazes convocando pintaram as ruas, quebrando o cinza urbano, se comunicando para além dos celulares e redes sociais. Fartas bancas de materiais zines, publicações, jornais, revistas, livros, serigrafia, música, se espalharam pelo salão gritando anarquia sendo adubo e expressão da contra cultura punk. Lindas faixas cobriram a totalidade das paredes onde se lia: “Contra as políticas genocidas e o massacre cotidiano dos povos resistiremos! Nenhum passo atrás toda vida em luta.” “Punk é apoio não competição” “Anarkopunx Antifascista!” “Pela liberdade contra toda autoridade” “Até que arda toda autoridade, inabaláveis até a libertação total! Liberdade para Mônica e Francisco! Solidariedade sem fronteiras!” “Alfredo Cóspito Cumplicidade anarquista!” “Estamos em toda parte”. Faixas que, assim como as publicações das bancas, já expressam o tom das posições.
Ao longo do dia uma exposição gráfica de memória e atualidade da contra cultura punk olhando tanto para nosso passado como para o nosso presente de luta se manteve de pé no salão. Composta por capas de zines, fotos, punkfletos e um destaque, com um texto informativo e fotos, para alguns punks que desde a ação direta insurrecional nos contagiaram e contagiam: Punk Maury, Santiago Maldonado, Rodrigo Lanza, Anahi Salcedo e Hugo Punk.
Afiando nossas práticas combativas a Equipe de Urgência e Emergência fez uma oficina de simulações de primeiros socorros com casos reais ocorridos em manifestações trazendo ainda para a roda a reedição da publicação “Treinamento de resposta rápida e primeiros socorros Sangue frio e coração quente”. Para contato e acessar a publicação: euepoa@riseup.net
Antes do crepúsculo reunidxs em círculo, ombro à ombro, debatemos com interesse e paixão a questão “anarkizar o punk”:
Reconhecendo o punk como vivência, atitude e identificação contra cultural que se ascende no indivíduo como fagulha de revolta, insubmissão e inadaptação ao sistema de dominação com suas mais variadas caretas, encaramos o punk como ruptura e combate ao estabelecido e imposto pela ordem, de natureza anárquica, de negação ao poder e a autoridade.
Destes princípios elementares as ideias sopraram enunciando que punk não é um estilo musical, é muito além de música e visual, elementos tão explorados pelo capitalismo banalizando o punk o transformando em mercado nas suas prateleiras e inócuo de combatitividade. E mesmo com todo este apelo de esvaziamento da contra cultura punk ela segue vigente sendo uma ameaça, estamos vivxs!
Apontamos que o panqui destroy, 77, porra loca, nada contribui, se ancorando em drogas, álcool, estética, bandas incoerentes, atitudes nefastas, naufraga a potencialidade rebelde e subversiva da contra cultura punk.
Sem esquecer das trajetórias punks anarquistas trilhadas, nossa própria memória, com o latido iconoclasta recusamos o saudosismo, a reverência aos “velhos punks” e a ideia de que “antes era melhor”. A contra cultura punk não é estática, não está morta tão pouco paralisada no tempo, está em permanente movimento sempre se questionando, destruindo e construindo.
As ocupações e espaços autônomos foram enaltecidos e incentivados como espaços de criação, agitação e vivência que impulsionam e aprofundam a tensão anarquista e o florescimento da contra cultura punk. A construção de práticas cotidianas de negação ao ritmo do sistema em todos os âmbitos da vida, mesmo cercados e em difíceis condições, é um desafio necessário que nos coloca no mundo como contra correnteza.
O rechaço à passividade diante violências autoritárias, patriarcais em nosso meio foi uníssono, valorizando nos questionarmos por completo visando destruir ao estado, ao capital, ao domínio e não a nós mesmxs. Tomando a crítica e o conflito como oportunidades para transformações necessárias, porém, frisando que a procura por relações horizontais não pode ser o único horizonte de luta, não podemos abandonar a luta contra a Rede de Dominação e suas estruturas (estado, igrejas, capitalismo, patriarcado, racismo, devastação da terra) porque é nelas que se constroem todas as opressões.
Sem ponto final conclusivo apontamos como necessidade constante de anarquizar o punk e deixar mais punk a anarquia. Brindamos coletivamente a felicidade de nossas decisões e tomada de posição, a felicidade de sermos o que somos.
Após a acalorada troca de ideia encerrando a jornada balançamos o esqueleto com a música e o ruído punk anárquico da Crua e das bandas Ned Ludd e Hospicidade.
Das ideias fermentadas ainda nesta jornada desde conversas informais consideramos importante incluir aqui que não encaramos o punk como expressão eurocêntrica, o punk por natureza rechaça o centrismo, e se uma fagulha vinda do norte do mundo ascendeu esta fogueira, inicialmente contra seu próprio berço, este fogo que se alastrou pelo mundo como contra cultura punk muito se transformou e se ressignificou com as lutas ancestrais tanto em Abya Yala como na Ásia, somos expressão disto.
A agitação internacionalista Anarkiza la Punk trouxe a memória da vida e morte do Punk Maury se situando como agitação do Maio Negro e fomento do 22 de maio, Dia do Caos, quando o Punk Maury deu seu mergulho profundo tentando atacar a escola de carcereiros em Santiago Chile em 2009. Dando uma cara comum a agitação os cartazes em cada território carregaram um trecho da poesia de guerra do Maury:
“É hora de que saibam que não a lei que respeitemos que se temos que lutar atacaremos suas goelas!”
Saudamos com cumplicidade todos bandos punks anarquistas que desde seus territórios levantaram junto a agitação Anarkiza la Punk ao longo do continente com fogueiras acesas, acreditamos que os debates e as tensões foram parte importante para irmos construindo uma afinidade que aprofunda nossa posição antagônica às múltiplas formas de dominação. Anarquizar o punk, para nós, passa por isso, por sair dos lugares fáceis que oferece o sistema: as redes sociais mais comuns, a tolerância democrática a todos sem radicalismos, passa também pela insistência anárquica na contra cultura, que está na corda bamba entre se manter como resposta urbana anti normalidade e a cooptação pela indústria que a engole e vomita em forma de moda e produto alternativo incluído no sistema. Sobretudo, Anarkiza la Punk é mais uma ferramenta para continuarmos na luta contra toda forma de opressão.
Que esse caótico fogo contagie mais e mais!
Viva a anarquia! Viva a contracultura punk subversiva e combativa! Estamos vivxs!
A greve de mais de 200 mil operários exigindo a jornada de trabalho de 8 horas resultou em importantes momentos insurrecionais que desempenhariam um papel decisivo nas histórias revolucionárias de diversos territórios.
Após o assassinato de vários trabalhadores no dia 3 de maio, anarquistas e revolucionários tiveram a capacidade e souberam responder a tal agressão com uma manifestação violenta no dia seguinte, em que parte da propaganda dizia: «É preferível a morte à miséria. Se fuzilam os trabalhadores, respondamos de tal forma que os patrões lembrem por muito tempo.»
E essa propaganda não ficaria apenas em palavras incendiárias, mas se materializou na explosão de uma bomba no meio do contingente policial que reprimia a manifestação do dia 4 de maio em Haymarket, provocando a morte de um policial e deixando vários outros feridos.
Junto com os manifestantes mortos pela repressão naquele dia, esse ato de vingança levou à perseguição, invasões de domicílio e detenção de centenas de pessoas, ao fechamento de jornais anarquistas e à condenação à prisão perpétua de 3 revolucionários e, como se sabe, à pena de morte de 5 anarquistas.
Com o passar dos anos, descobriu-se que os condenados não tiveram relação direta com o lançamento do artefato explosivo. No entanto, isso é irrelevante para quem, como nós, não acredita na justiça nem na falsa dicotomia inocência/culpabilidade.
A importância está na firmeza que a maioria dos condenados demonstrou ao enfrentar o duro processo e a sentença posterior. Essa postura inquebrantável complementou e fortaleceu todo o movimento insurrecional liderado principalmente por trabalhadores que lutavam não apenas pela jornada de 8 horas, mas pela derrubada da ordem imposta.
Portanto, mais uma vez fica evidente a importância das decisões e da iniciativa individual no curso e no desenrolar das lutas coletivas. Decisões individuais que necessariamente devem caminhar em sintonia com o contexto de enfrentamento generalizado, já que essas posturas também fazem parte dele.
Nesse sentido, é importante esclarecer que o posicionamento diante das sentenças e da vida na prisão não é o fim, assim como não é uma etapa separada das ações, mas sim uma parte constitutiva delas. Um posicionamento em luta que reafirme constantemente a decisão individual de romper com a monotonia do estabelecido.
Por uma constelação de individualidades e grupos de afinidade para o combate!
Francisco Solar D. Presídio La Gonzalina – Rancagua Maio de 2025
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Na despedida as costas! Solitário vento de outono.
UM FESTIVAL ANARQUISTA E UMA EDITORA EM CADA CIDADE! UM ESPAÇO AUTOGERIDO EM CADA BAIRRO! “Livros anarquistas são armas contra o totalitarismo moderno”
O 9º Festival do Livro Anarquista e Subversivo aconteceu em Patras, na Praça Pantanassa, nos dias 22, 23 e 24 de maio. Um Festival que tentou por mais um ano, através de uma multiplicidade de eventos, destacar a riqueza dos conceitos anarquistas, antiautoritários e libertários, e ao mesmo tempo colocar a comunidade local, e especialmente a juventude da cidade, em contato com os livros anarquistas e subversivos, com nossos projetos e visões.
Durante os três dias, uma multidão de pessoas passou pelo espaço do Festival e entrou em contato com livros anarquistas e outros materiais, compareceu a eventos políticos e culturais em uma organização particularmente bem-sucedida, tanto política e organizacionalmente, quanto no nível de endereçamento [local] e aceitação, criando um espaço livre do Estado e da mercadoria, um campo de encontro, interação, discussão e pensamento crítico.
De nossa parte, podemos dizer que continuaremos a promover a lógica da comunicação não mediada, da expressão auto-organizada, da participação igualitária, da horizontalidade e do coletivismo, acreditando que a maneira como lutamos hoje tem relevância direta para a sociedade que queremos construir amanhã. Continuaremos a implementar intervenções e ações organizadas em uma série de questões relacionadas às nossas próprias vidas e às vidas das pessoas ao nosso redor e aos impactos que as escolhas e os planos dos chefes políticos e econômicos têm sobre elas.
O Festival foi apenas um momento, apenas uma parte da luta que travamos como anarquistas por uma sociedade livre dos grilhões do Estado e do capital, por um mundo sem guerras, fascismo e imperialismo, sem exploração e opressão de classe, um mundo de igualdade, solidariedade e liberdade.
>> Clique aqui para conferir uma reportagem fotográfica do Festival:
CHAMADO, o muZine, ou seja, um videoclipe realizado por um Zineasta anarca e punk, AmAntE da hErEsiA, é uma obra visceral aos olhos. já que eu tinha de fazer justiça com a força da música. para chegar às imagens, que cheguei, deitei e rolei na edição zinematográfica, fiquei ouvindo a música várias vezes seguidas. até que me veio a ideia de criar uma narrativa irônica, ou uma zombaria crítica, que devia misturar, realidade, ficção e humor. para isso transformei o super-homem em super-cifrão, o grande herói da religião, do estado e do capital. e daí evoquei nossa rebeldia ancestral e nossa revolta atual para a gente agir por um futuro melhor. assim é o CHAMADO, todes nós juntes, numa união simbolizada por vários tipos de anarquismos, como a mais potente kriptonita contra esse grande capitão do mato. considero esse muZine como o segundo passo dado do DIY: se começamos no “faça-você-mesme”, agora seguimos no “façamos-nós-mesmes”! (2024)
SOBRE A MÚSICA, por Maurício Remígio: “Chamado” é uma música de resistência, um grito que contrasta com os poderes que saqueiam vidas e molestam a paz. Denuncia a manipulação e o controle sobre as populações, expondo aqueles que, nas sombras, acumulam propriedades enquanto tentam silenciar as vozes que ousam resistir. Com influências do punk e sonoridades dos povos tradicionais, “Chamado” emerge dos fazeres DIY como uma rejeição profunda ao sistema. Os tambores e vozes ecoam saberes que atravessam o tempo, anunciando que outros mundos existem e resistem. “Chamado” é uma convocação à solidariedade e à criação de existências libertárias, nascendo do desejo de romper com a dominação e de expor aqueles que se beneficiam do sofrimento e da exploração alheia.
Projeto C.O.I.C.E. – Com Objeção e Indignação Continuamos Existindo. Desde 2015, o C.O.I.C.E., projeto de estúdio criado por Maurício Remígio, explora as fronteiras da música de forma independente e sem compromisso com o mercado. Com influências que vão do anarcopunk ao pós-punk, somadas às sonoridades locais, o C.O.I.C.E. é um experimento sonoro que reflete uma busca constante por comunicar resistência por meio do som.
O projeto é, acima de tudo, uma expressão pessoal, onde Maurício compõe, executa e grava, criando paisagens sonoras que desafiam convenções e abraçam a contracultura. Cada música é resultado de inquietações e evoca sentidos que surgem da busca por uma existência que recusa o conformismo.
O C.O.I.C.E. é um grito de objeção e indignação, permanecendo fiel à sua essência DIY (faça você mesmo), carregando em sua estética a resistência e o desejo de continuar existindo em um mundo que tenta silenciar as vozes dissonantes.
Com o C.O.I.C.E., Maurício Remígio cria uma sonoridade única que questiona, provoca e inspira, em um esforço contínuo para se conectar com aqueles que ainda acreditam em existências outras.
Durante a manifestação de 1º de Maio de 2023, quatro companheiros anarquistas foram detidos sob acusações de danos graves e desordem pública, com a agravante de disfarce. Nos meses seguintes, os Mossos d’Esquadra [polícia catalã] fez mais 8 prisões pelas mesmas acusações. Há um total de 19 denúncias de danos devido à destruição cometida contra bancos e outras entidades capitalistas durante a manifestação do Dia dos Trabalhadores. Os 12 companheiros estão atualmente em liberdade provisória aguardando julgamento.
Nas últimas semanas, o Ministério Público enviou a acusação e pede a condenação de cada um deles a até 8 anos de prisão, além de uma responsabilidade civil a pagar compartilhada de € 478.000 pelos danos causados durante a manifestação. Os embargos de suas contas bancárias e propriedades já ocorreram. A promotoria também solicita ordens de expulsão do Estado espanhol muito detalhadas, a proibição de todos eles irem ao centro de Barcelona por 6 anos e uma multa de € 6.000 por pessoa.
Essa elevada pena é resultado do controle policial diário a que todos estamos submetidos, bem como da vontade do Poder de esmagar qualquer sinal de dissidência. Lutamos contra a autoridade e por vidas que valem a pena ser vividas. A repressão deles não nos inibe.
Solidariedade com os companheiros processados pelo 1º de Maio de 2023!
egidadca.noblogs.org
agência de notícias anarquistas-ana
Caminho da serra As marias-sem-vergonhas Colorindo o vento.
Queria comentar uma pequena reflexão sobre estes dias.
Se um dia alguém lhe diga que não é ou que não podes, recorda estas jornadas. Talvez não sós, mas sem chefes que nos digam o que fazer ou o que pensar, desenvolvendo o que gostamos de fazer e colaborando entre todas, sorrindo e rindo, transbordando alegrias e olhares e, inclusive, enfrentando dificuldades e decisões difíceis, trabalhando para a comunidade generosamente. Sim, sim somos e sim podemos!
A anarquia funciona e o haveis demonstrado. Não desanimes porque seja em um lugar pequeno, em um tempo limitado… talvez, um dia, sejamos capazes de fazer a revolução, o bonito ideal que nos inspira e guia no Ateneu. Certamente que cometeremos erros, mas pior que o que está, lhes asseguro, que não o faremos!
O Brasil [Governo Lula 3] pleiteia junto à ONU a ampliação da plataforma continental referente à Margem Oriental, no litoral das regiões Nordeste, Sudeste e Sul.
No que depender da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da Marinha [e de Lula 3], o Brasil vai explorar petróleo “até a última gota”: a urgência para combater as mudanças climáticas, o que exige eliminar o quanto antes os combustíveis fósseis, que espere. Afinal, as duas instituições se uniram num projeto a ser enviado à ONU solicitando a ampliação da plataforma continental brasileira referente à Margem Oriental/Meridional, no litoral das regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Um dos objetivos é buscar mais reservatórios de petróleo e gás fóssil na região.
A mobilização é similar à que resultou, em março, no reconhecimento da ONU da ampliação da plataforma na Margem Equatorial. A região inclui a foz do Amazonas e outras quatro bacias – Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar, todas na costa das regiões Norte e Nordeste, informam eixos, Monitor Mercantil e Portos e Navios.
A ANP vai compartilhar dados técnicos, como informações sísmicas e de poços de exploração de petróleo e gás armazenados no Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP). Os registros ajudarão a comprovar que as formações geológicas são extensões naturais do território brasileiro, requisito para a aprovação pela ONU.
Se a solicitação for aprovada, o país terá direito de explorar os recursos naturais do assoalho e subfundo marinho da Margem Oriental/Meridional, a exemplo do que obteve da ONU na Margem Equatorial.
Segundo os tratados internacionais vigentes, cada país tem direito a uma área de cerca de 200 milhas náuticas (cerca de 370 quilômetros) a partir da costa.
Aqui estão dois grupos de anarquistas. Assumimos a responsabilidade pelo ataque às instalações elétricas na Riviera Francesa. Na véspera da cerimônia de premiação e da noite de gala do Festival de Cinema de Cannes, sabotamos a principal subestação elétrica que abastece a área metropolitana de Cannes e cortamos a linha de 225 kV vinda de Nice.
Essa ação teve como objetivo não apenas interromper o festival, mas também cortar o fornecimento de energia aos centros de pesquisa e fábricas da Thales Alenia Space, suas dezenas de subcontratadas, às startups de tecnologia francesas que pensavam estar seguras, ao aeroporto e a todos os outros estabelecimentos industriais, militares e tecnológicos da área.
Um corte inesperado em um filme de terror ruim que se arrasta. O mesmo cenário é repetido e repetido até a exaustão. As cenas mudam, os efeitos especiais também, mas o cenário permanece o mesmo: um mundo que não vai parar de bombardear, explorar, extrair, acumular, estuprar, devastar, matar de fome, metralhar, poluir e exterminar até que tudo esteja sob seu controle.
Sabemos que não estamos em um set de filmagem, mas a expressão “CORTA!” parecia resumir muito bem o nosso desejo: desligar este sistema mortal.
E… CORTA! Seu show serve como vitrine de uma República Francesa grandiloquente, defensora dos valores do Progresso no cenário internacional, mas acima de tudo a segunda maior exportadora de armas do mundo. A excelência francesa nessa área arma a OTAN e semeia a morte, do Iêmen a Gaza, da Ucrânia ao Sahel.
E… CORTA! Sua cerimônia obscena à beira de um mar transformado em cemitério de refugiados é o lixão industrial de uma sociedade que adora levar a revolta para a tela, mas que reprime e aprisiona qualquer um que se levante contra sua dominação do mundo.
E… CORTA! A promoção do mundo substituto que você cria, com suas séries e seus filmes, que quer nos fazer esquecer do planeta real, podre de fábricas, rodovias, concreto e minas.
E… CORTA! As provas são… Não? (Tentador!) Ok, mãos!… Nenhum?! A linguagem então!
Bem, em suma, silenciem todos aqueles que dizem que “Esses histéricos estão exagerando!” Para incapacitar esses opressores de mil máscaras que transformam corpos em objetos e que defendem a cultura do estupro popular na indústria cinematográfica, das telas aos locais de filmagem, mas igualmente disseminada em outros lugares…
E… CORTA! A corrente das suas indústrias tecnológico-militares. A Thales Alenia Aerospace, líder no setor de defesa, fabrica sistemas de mira de armas e orientação de mísseis, além de telecomunicações espaciais. É de longe o maior fabricante de satélites da Europa, especialmente aqueles para uso militar. Os laboratórios e oficinas em Cannes funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana. Vários milhares de engenheiros e técnicos trabalham lá diariamente para desenvolver esses satélites militares (observação, comunicação, orientação de mísseis e drones) e satélites civis (telecomunicações, vigilância).
E… CORTA! Seus discursos nauseantes que querem nos arrastar para seus preparativos de guerra. Seus anúncios de reindustrialização e renascimento da energia nuclear. Suas apresentações sobre a transição ecológica e a continuação da sociedade industrial. Seus discursos contra aqueles que lutam contra suas fábricas de cimento, suas rodovias, suas instalações nucleares, suas fábricas químicas, seus TGVs [trens de alta velocidade] e suas antenas de retransmissão. Seus apelos pela unidade nacional, pelo “rearmamento” do Estado-nação, pela defesa de seus valores e de sua visão de mundo.
Então sim… Corte a energia daquilo que está nos destruindo!
A sabotagem é possível!
Desligue as telas
Corte as rodovias
Corte os postes
Desligue a luz artificial
Corte as linhas do TGV
Corte as telecomunicações
Corte os canos da escavadeira
Corte a energia da indústria militar
Corte a energia das fábricas
Corte oleodutos e gasodutos
Corte os mastros de medição das turbinas eólicas
Corte as linhas de abastecimento dos exércitos
Corte o abastecimento de água para a agricultura industrial e para as fábricas de eletrônicos
Corte os cabos das usinas fotovoltaicas
Corte as antenas
Corte as grades das celas da prisão (e vivam os ataques à cadeia!)
Corte discursos reformistas e autoritários
Acabar com o silenciamento e a minimização da violência patriarcal
Corte o pedestal de celebridades e outros homens poderosos que atacam e estupram nos bastidores e também no campo de batalha.
Corte logo aqueles que dizem para esperar
E… espere. Coragem.
E já que vocês adoram trazer rebelião para a tela… Devemos manter o senso de humor!
Aqui, inspirados nos últimos sucessos do cinema internacional, está uma autoprodução lançada especialmente para a edição de 2025 do Festival de Cinema de Cannes!
Sabotagem 2: Noite em Cannes
Uma autoprodução anônima
Produção
Desconhecidos e determinados a permanecerem assim
Direção
Inspirado por convicções muito reais
Data de lançamento
Maio de 2025
Sinopse
Ambientado em um mundo à beira do apocalipse, o filme narra as aventuras de uma unidade de comando libertária encarregada de sabotar fábricas tecnológicas de grande importância militar.
Quando decidem atacar na época de um prestigioso evento cultural, uma corrida contra o tempo começa…
Se você gosta de mulheres que interrompem a produção de alumínio, crianças em idade escolar que incendeiam fábricas, Fremen que se rebelam contra o império intergaláctico ou comandos que atacam a indústria do petróleo, você não vai querer mais nada com esta última produção.
Os Incorruptíveis
Os efeitos especiais às vezes deixam a desejar, o que não é surpreendente, dados os recursos limitados disponíveis para esta produção, mas o roteiro e a astúcia estratégica mais do que compensam essa deficiência.
Manhã de Cannes
Uma história envolvente do bem contra o mal. Um favorito nestes tempos de confusão e desordem.
Alocinéma
É difícil desculpar a falta de nuance, a ausência de diálogo construtivo e o claro déficit democrático da mensagem radical transmitida pelos protagonistas, mas isso está no ar dos tempos.
O Phigareau
Um thriller idealista com consequências mais reais do que nunca.
Sentido hipercrítico
Um apelo vibrante ao rearmamento… do protesto radical.
Foi em março de 2017 que abrimos pela primeira vez a porta do número 45 da rua Matrozou e começamos a reformar o prédio para que pudesse abrigar nossas lutas, desejos, necessidades e corpos. E, quando alguns meses depois tudo isso já não cabia em um único prédio, ocupamos mais duas casas abandonadas no bairro de Koukaki: o número 21 da rua Panaitoliou e a “Casa Azul” (número 3 da rua Arvali). Assim nasceu a Comunidade Okupa de Koukaki, no centro de Atenas.
Desde então, até 2020, essas três casas — e as pessoas que vivíamos nelas — formaram uma comunidade política que unia a luta anarquista à vida comunal. As portas de nossas casas sempre estiveram abertas a quem desejasse lutar contra a violência e a injustiça do Estado, precisasse de abrigo, quisesse usar as estruturas públicas ou buscasse uma forma de vida coletiva. Também foram espaços políticos e sociais abertos aos moradores de um dos bairros mais gentrificados de Atenas. A comunidade participou de lutas do movimento okupa e antifascista, da solidariedade com prisioneiros políticos, da luta contra a violência sexista, o patriarcado, o racismo, a exploração da natureza e contra a gentrificação do bairro e a privatização da colina Filopapo, localizada em nossa vizinhança. Além das assembleias e atividades políticas, funcionavam nas casas diversas estruturas comunitárias, como biblioteca com empréstimo de livros, banheiros e lavanderias públicas e um bazar de roupas gratuito.
Nossa posição e ação política foram a razão pela qual enfrentamos repetidos ataques incendiários de grupos fascistas, bem como repressão estatal. Esta última se concretizou em três ondas de despejos, em 2018, 2019 e 2020, quando a comunidade perdeu definitivamente os prédios que a abrigavam. Em todas essas ocasiões, resistimos de forma combativa aos ataques do Estado e tentamos reocupar os prédios. As forças repressivas responderam com balas de borracha, granadas de efeito moral, violência física e armas químicas — tanto nos edifícios como em todo o bairro. Moradores e companheiros que demonstraram solidariedade também foram vítimas da violência estatal. A maioria dos despejos resultou em processos judiciais com inúmeras acusações, com o claro objetivo de nos intimidar e nos esgotar psicologicamente e financeiramente.
Devemos destacar especialmente o último despejo do prédio da rua Matrozou, em 2020. Após nossa resistência, a polícia contratou advogados (inclusive um membro do governo) para apoiar as acusações no tribunal. A primeira instância condenou nossxs companheirxs a 6 anos e meio de prisão sem possibilidade de suspensão, com base em três acusações de delitos menores, impulsionada por uma grande campanha midiática — na qual até o presidente da república grega defendeu publicamente a prisão dxs detidxs. Atualmente, a sentença foi apelada e está sendo levada aos tribunais superiores. Até lá, nossxs companheirxs estão em liberdade. É a primeira vez na história da Grécia que okupas correm o risco de serem presos, e também a primeira vez que militantes políticos, em geral, correm o risco de prisão sem serem acusados de crimes graves. O tribunal de apelação ocorrerá em 2 de dezembro de 2025, e estamos convocando o movimento okupa e anarquista internacional para ações solidárias e de apoio político.
Essa manobra serve ao propósito do governo de eliminar o movimento okupa na Grécia, ao mesmo tempo em que inaugura uma “nova realidade” — vinculada ao Novo Código Penal de 2024 — na qual qualquer pessoa que resista à violência estatal pode ser presa por qualquer tipo de acusação.
Dos cinco processos judiciais que já enfrentamos, os custos pagos até agora ultrapassam 10 mil euros, cobertos por eventos solidários que organizamos, além das contribuições de outros coletivos e indivíduos. Dois desses cinco processos terminaram com absolvição, mas nos outros três houve condenações, que foram recorridas aos tribunais superiores.
Agora, precisamos cobrir os custos judiciais desses três casos restantes, estimados em 25 mil euros — incluindo taxas de tribunal, honorários advocatícios e despesas processuais em caso de condenação definitiva.
Por isso, criamos esta campanha para informar xs companheirxs e coletivos na Grécia e no exterior, pois todo tipo de contribuição e solidariedade são importantes. Estamos disponíveis para compartilhar mais detalhes sobre os custos e/ou o andamento dos processos. Também estamos abertos a apoiar e participar, mesmo à distância, de qualquer iniciativa para organizar eventos informativos sobre as okupas e a repressão estatal.
Aqui estamos, e continuaremos na luta. A solidariedade é a nossa arma!
Embora a mancha negra deixada pelos 25.117 barris de petróleo tenha se dissipado, a vida na província costeira de Esmeraldas está longe de voltar ao normal
Um líquido oleoso que escorria do camarão pomada surpreendeu Eduardo Rebolledo enquanto ele pescava no final de abril no setor de Las Piedras, na província de Esmeraldas. Dois meses após o vazamento ocorrido em 13 de março de 2025, considerado um dos maiores da história do Equador, os vestígios de petróleo na água ainda estão presentes e demonstram que a emergência não acabou. “São os resíduos do petróleo dispersos no mar”, explica o biólogo marinho da Universidade Católica do Equador, Sede Esmeraldas, sobre a substância que encontrou enquanto praticava pesca de arrasto a menos de cinco quilômetros da origem do vazamento. Duas semanas antes, ele já havia visto algo semelhante. Ao levantar a rede, o óleo prateado escorria de sua captura.
“Apenas agora começaremos a observar os danos desse desastre ambiental”, diz ele, enquanto analisa com sua lupa digital outras amostras de zooplâncton coletadas nos rios afetados. Rebolledo, de origem chilena, foi um dos primeiros a chegar ao “epicentro” em março para estudar os impactos do vazamento de mais de 25.117 barris de petróleo que se espalharam por 82 quilômetros, desde o quilômetro 438 do Sistema de Oleoduto Transequatoriano (SOTE) até a foz do Rio Esmeraldas.
Desde então, ele tem monitorado constantemente a saúde dos ecossistemas. Embora não possa revelar os resultados, adianta que a comunidade planctônica é uma das mais afetadas. Em algumas áreas, há escassez, enquanto em outras, os espécimes estão mortos ou em decomposição. “Uma queda no zooplâncton, que está terrivelmente reduzido e escasso, implica uma queda na produtividade em geral”, destaca Rebolledo, que se estabeleceu no Equador em 2006 para estudar as ameaças aos ecossistemas marinhos. As observações do plâncton estão relacionadas a outro de seus resultados: uma redução de 75% a 90% na pesca.
Além dos dados e observações científicas, os impactos são evidentes nas margens negras dos rios, nas pequenas manchas que se deslocam pela água quando chove e nos relatos dos habitantes dessa província fronteiriça com a Colômbia. Nessa nova fase do desastre, coletivos e fundações se mobilizaram para continuar ajudando as pessoas e os ecossistemas afetados. Os esforços agora estão concentrados em reparar, remediar e decifrar até onde chegaram os estragos dessa emergência.
Rios mortos e pouca pesca
Os rios Esmeraldas, Achote, Caple e Viche sentiram a chegada do petróleo vazado. Os dois últimos “morreram” após o evento. Rebolledo usa o termo “rios mortos”, embora esclareça que o correto é “azoicos”, uma palavra usada para se referir a corpos d’água desprovidos de formas de vida aquática. Nas primeiras amostras coletadas após o vazamento, apenas peixes muito pequenos foram encontrados. As amostras do rio Esmeraldas “foram patéticas”, lembra. Eles realizaram quatro lançamentos de rede durante duas horas e capturaram apenas cinco peixes. Dois meses depois, as capturas não voltaram ao normal.
“Os efeitos podem durar décadas”, alerta Blanca Ríos, professora de ecologia da Universidade das Américas (UDLA). A pesquisadora ressalta que o petróleo, devido ao seu peso, pode se depositar em áreas remotas do rio e, a cada enchente, ser mobilizado novamente. O petróleo pode conter vários compostos, como hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, que são tóxicos para a saúde. Para evitar que sejam mobilizados no futuro, ela recomenda que as ações se concentrem em identificar as áreas onde esse material se depositou para sua limpeza e extração.
Mas ainda há esperança para os rios mortos. “Não há uma fórmula, mas quando a água começar a se renovar, formas de vida aparecerão. É uma das coisas que precisam ser monitoradas uma ou duas vezes por ano”, diz o biólogo chileno, que recomenda focar na limpeza das margens do local do vazamento até o rio Esmeraldas. Cortar o que foi afetado, remover a terra contaminada e reflorestar com espécies nativas, especialmente ao longo do trajeto do oleoduto. Os monocultivos atualmente presentes na região, explica, enfraquecem a cobertura vegetal, o que, somado a eventos climáticos extremos, pode causar novos problemas com o duto.
Segundo respostas da estatal PetroEcuador a um pedido enviado pela América Futura, a área de restauração ambiental da empresa está realizando um diagnóstico para determinar quanto tempo levará para limpar esses corpos d’água. Eles também estão coletando petróleo manual e mecanicamente, recuperando vegetação e lixo contaminado das margens dos rios afetados e das praias, além de realizar monitoramento biótico e avaliação para o resgate da fauna.
Manchas que não desaparecem
“É preocupante que as pessoas nos digam que o rio ainda não está limpo. Todos repetem isso”, diz Alexandra Almeida, bioquímica e porta-voz da organização Acción Ecológica para questões petrolíferas. Os relatos coletados em um informe da organização um mês após o vazamento em dez pontos afetados coincidiam em afirmar que ainda havia manchas de petróleo na superfície da água e nas margens. Também destacavam que não havia peixes e que ainda eram registrados casos de alergias, coceira na pele e mal-estar geral. A agricultura era outra das principais atividades afetadas. As plantações de banana, cacau e abacate foram danificadas.
“É uma afetação multidimensional. Não é apenas a água”, ressalta Almeida. A especialista está preocupada com a possibilidade de a contaminação entrar na cadeia alimentar, pois pode causar problemas no sistema nervoso central das pessoas ou favorecer a reprodução de células malignas e malformações que se tornarão evidentes no futuro. Por isso, ela explica que é necessário aplicar uma reparação integral, conforme estabelece a Constituição equatoriana.
Outro tema que a preocupa é a contaminação no mar. “A mancha negra não está mais visível porque foi fragmentada em milhões de partículas, mas ainda está lá”, afirma a especialista sobre os métodos de dispersão usados no oceano. Segundo Cristian Mora, superintendente do Terminal Petrolero de Balao (Suinba), foram usados 78 tanques de 55 galões de dispersante biodegradável para evitar que a mancha se espalhasse. O petróleo foi reduzido a pequenas partes “que evaporam com o sol ou são consumidas e dissolvidas pelo plâncton” sem causar impactos negativos, afirma. No entanto, especialistas consideram que a pesca deveria ter sido proibida nessas áreas até que os efeitos do petróleo disperso fossem analisados.
Ainda é necessária ajuda
Diante dos impactos do vazamento, diversos grupos se mobilizaram para coletar amostras, levar doações e apoiar os habitantes afetados. A organização Jóvenes Protectores del Planeta levou água, comida e atendimento médico a mais de 300 pessoas. “Como não há mais divulgação, pensam que tudo acabou, mas há pessoas com doenças de pele”, alerta seu presidente, Jefferson Esmeralda. Os primeiros kits incluíam arroz, atum, alimentos não perecíveis, remédios e produtos de higiene pessoal. Agora, também estão focando em kits menstruais para adolescentes e adultas.
Além dos impactos do vazamento, somaram-se os estragos do terremoto de 6,1 graus que atingiu a província em 25 de abril e das inundações. Aylin Torres, de 22 anos e membro do clube de Biologia da Universidade Estatal Amazônica (UEA), chegou à área afetada logo após o vazamento para coletar amostras e levantar informações socioeconômicas. Sua avaliação revela que a apicultura é uma das principais fontes de renda da região. No entanto, após o vazamento, a maioria das abelhas fugiu devido à contaminação do ar, e outras morreram. Por isso, os jovens estão elaborando planos para ajudar as comunidades a retomar essa atividade e buscar outras fontes de renda. Por enquanto, criaram um sistema para que os habitantes da região transplantem os produtos que cultivavam às margens do rio para locais mais seguros.
Enquanto isso, Rebolledo espera que as chuvas também ajudem a limpar o leito do rio, mas insiste que é necessário tomar medidas urgentes de reparação e remediação se quisermos que os rios mortos voltem a ter vida.
Sexta-feira, 30 de maio | 19h | La Dar CSA | Apresentação de livro e cantina vegan de apoio
O Coletivo Feminista em Apoio à Resistência Ucraniana tem o prazer de convidá-lo para um encontro especial com Dmitry Pavlovitch PETROV – escritor e pesquisador – que apresentará sua obra autobiográfica: Dia dos Pais.
Nesse livro, o autor relembra o desaparecimento de seu filho – um voluntário anarquista nascido na Rússia e comprometido com a Ucrânia, chamado de Dmitry Petrov e também conhecido como Ilya Leshy- e explora os temas da guerra, da família e de um amor que se recusa a desaparecer.
Por meio de diálogos, lembranças e reflexões, Petrov pinta um retrato pungente de uma cidade destruída e de um pai que tenta manter o vínculo com seu filho em meio ao caos. Ele questiona o dever, a responsabilidade pessoal, a dor e o poder da memória, ao mesmo tempo em que captura a rotina brutal da guerra e o poder da convicção.
“Meu nome é Dmitry Petrov e, se você está lendo estas linhas, provavelmente morri lutando contra a invasão de Putin na Ucrânia. Sou membro da Organização de Combate dos Anarco-Comunistas (BOAK) e continuarei assim após minha morte. O BOAK é uma criação nossa, nascida de nossa crença em uma luta organizada. Conseguimos carregá-lo em diferentes lados das fronteiras do estado. Dei o meu melhor para contribuir para a vitória sobre a ditadura e para aproximar a revolução social. E estou orgulhoso de meus camaradas que lutaram e lutam na Rússia e além. Como anarquista, revolucionário e russo, achei necessário participar da resistência armada do povo ucraniano contra os ocupantes de Putin. Fiz isso pela justiça, pela defesa da sociedade ucraniana e pela libertação do meu país, a Rússia, da opressão. Pelo bem de todas as pessoas que são privadas de sua dignidade e da oportunidade de respirar livremente pelo vil sistema totalitário criado na Rússia e na Bielorrússia. Outro sentido importante para participar desta guerra é aprovar o internacionalismo pelo exemplo. Nos dias em que o imperialismo mortal desperta, como resposta, uma onda de nacionalismo e desprezo pelos russos, defendo por palavras e atos: não existem “povos maus”. Todos os povos têm a mesma dor – governantes gananciosos e sedentos de poder. Não foi apenas minha decisão e passo individual. Foi uma continuação de nossa estratégia coletiva voltada para a criação de estruturas sustentáveis e combate de guerrilha no confronto com os regimes tirânicos de nossa região. Meus queridos amigos, camaradas e parentes, peço desculpas a todos aqueles que magoei com minha partida. Eu aprecio muito o seu calor. No entanto, acredito firmemente que a luta pela justiça, contra a opressão e a injustiça é um dos significados mais valiosos com que o ser humano pode preencher sua vida. E esta luta requer sacrifícios, até o completo auto-sacrifício. O melhor memorial para mim é se você continuar lutando ativamente, superando ambições pessoais e conflitos prejudiciais desnecessários. Se continuar a lutar ativamente para alcançar uma sociedade livre, baseada na igualdade e na solidariedade. Para você e para mim e para todos os nossos companheiros. Risco, privação e sacrifício neste caminho são nossos companheiros constantes. Mas tenha certeza – eles não são em vão. Eu abraço todos vocês. Seu Ilya Leshy, “Seva”, “Lev”, Fil Kuznetsov, Dmitry Petrov”
No dia 24/04/2025, ocorreram atos em vários territórios no brasil pela revogação da resolução nº 2.427/2025 do conselho federal de medicina, que determina impedimentos ao atendimento médico oferecido a pessoas trans. os atos ocorreram em espaços públicos, na maioria em frente às subsedes dos conselhos regionais de medicina.
Essa resolução:
1. Proíbe a administração de bloqueadores hormonais e realização de hormonização cruzada para pessoas trans menores de 18 anos;
2. Obriga pessoas trans adultas a se submeterem a 1 ano de acompanhamento psiquiátrico para poderem iniciar terapia hormonal.
3. Proíbe que pessoas trans com menos de 21 anos realizem cirurgias de afirmação de gênero.
Nossa autodeterminação não é negociável! Por saúde trans autônoma!
transanarquismo.noblogs.org
agência de notícias anarquistas-ana
No outono as folhas Caem e o caminho Tapete se transforma
Excelente
Esquerdistas não são anarquistas. Lulistas muito menos. Uma publicação desacertada que não colabora com a coherencia anarquista.
ESTIMADAS, NA MINHA COMPREENSÃO A QUASE TOTALIDADE DO TEXTO ESTÁ MUITO BEM REDIGIDA, DESTACANDO-SE OS ASPECTOS CARACTERIZADORES DOS PRINCÍPIOS GERAIS…
caralho... que porrada esse texto!
Vantiê, eu também estudo pedagogia e sei que você tem razão. E, novamente, eu acho que é porque o capitalismo…