[Alemanha] Bremen: Fogo para a Tesla! Estações de carregamento e painéis de controle incendiados!

Fracasso na COP30: Na semana passada, representantes dos Estados-membros da ONU chegaram a Belém, no Brasil, com uma comitiva gigantesca de jornalistas, forças de segurança e cientistas, para refletir sobre sua inação, tirar fotos em grupo e anunciar declarações que não cumprirão.

Enquanto isso, somos governados por pessoas que se preocupam mais em fornecer à indústria alemã matérias-primas essenciais em quantidade suficiente e em garantir uma carreira sólida após o mandato do que em tentar não destruir completamente a Terra.

Belém foi gentrificada para turistas, ricos e políticos por causa da COP. Enquanto os turistas passeavam pelo novo e reluzente cais do porto, casas eram demolidas e os explorados e pobres eram empurrados para a periferia da cidade. Bairros inteiros foram soterrados sob concreto. É a mesma dinâmica de gentrificação e repressão que vimos em outros encontros de pessoas poderosas ao redor do mundo.

A tradição da colonização se manifesta através da exploração da floresta tropical, da agricultura industrial, da mineração e da extração de petróleo, que destroem territórios indígenas. Saudações solidárias aos povos indígenas que invadiram o prédio da conferência do clima e desencadearam um momento de revolta.

Acreditamos que este seja um bom momento para salientar que não devemos mais acreditar em suas mentiras nem por um segundo. A gentrificação nas cidades, a destruição da Terra, a colonização de territórios – todas essas lutas estão interligadas.

Por isso, incendiamos quatro estações de carregamento da Tesla e dois painéis elétricos adjacentes com gasolina. Vamos sabotar esse regime mortal! Vamos sabotar o capitalismo (verde) deles!

Musk representa exatamente essa lógica e não é à toa a pessoa mais rica do planeta. Queremos ver o império dele em chamas!

Desliguem a Tesla! Desliguem o capitalismo da IA! Desliguem o fascismo!

Fonte: https://de.indymedia.org/node/553099

agência de notícias anarquistas-ana

folia na sala
no vaso com flores
três borboletas

Alonso Alvarez

[Espanha] Contra suas guerras, contra sua paz!!

Desde os primórdios da dominação, a guerra tem desempenhado um papel determinante, seja na extração de recursos de todos os tipos e na exploração humana e animal, seja como motor da inovação tecnológica, desde a domesticação do cavalo até a Internet e a inteligência artificial (IA). O caso da IA é especialmente claro: seus defensores a apresentam como a solução para os problemas do mundo (o clima, a fome… a paz mundial), mas, até o momento, seu uso mais relevante tem sido o militar, como no genocídio em Gaza.

A guerra também tem sido o impulso econômico do capitalismo, e agora, em torno da guerra na Ucrânia, é a desculpa para o rearmamento (reindustrialização armamentista) com um relançamento tecnológico e econômico do complexo militar/industrial para os interesses geopolíticos. Atualmente, o rearmamento está em curso. Foram aprovados planos de financiamento de 800 bilhões de euros para a indústria militar europeia, enquanto o estado espanhol, segundo a OTAN, já aumentou, por enquanto, em 2% do PIB a verba destinada aos gastos militares. Isso se traduz em mais de 30 bilhões de euros no total.

É importante destacar que os efeitos do aumento dos gastos militares também atingem o clima. Um recente estudo do “Conflict and Environment Observatory” indica que um aumento de 2% do PIB dos países membros da OTAN equivaleria a um nível de emissões similar ao de um país tão produtivo e populoso quanto o Paquistão (até 194 megatoneladas de CO2 adicionadas). Se o plano aprovado pela comissão europeia for aplicado, estima-se que os gastos militares dos estados europeus atingiriam entre 3,5% e 4% do PIB. Além disso, é bom lembrar que o objetivo estabelecido por Mark Rutte, secretário-geral da OTAN, e Donald Trump, presidente dos EUA, é alcançar 5%.

Neste simulacro de perigo de guerra, já que há guerras por todo o globo, a maioria mais antiga que a da Ucrânia: a invasão da Palestina, para não ir mais longe, mas também os conflitos militarizados da África, não só o do Congo, mas também Sudão, África Central, Cabo Delgado em Moçambique e uma longuíssima lista… o Cáucaso… o narcotráfico no México, e mais zonas do mundo, praticamente 100% estão ligados direta ou indiretamente ao controle, extração e transporte dos recursos naturais e da energia, ligados à devastação da Terra… uma guerra colonial global na qual cada centro de poder (basicamente poder corporativo) move suas forças para conseguir a predominância.

Neste momento, parece que o peso da disputa se deslocou dos recursos energéticos (embora continuem importantes) para os necessários para a digitalização (lítio, terras raras…) em torno dos quais veremos girar as próximas guerras e disputas capitalistas.

Não se deve limitar o olhar sobre a guerra convencional; à margem desses conflitos mais evidentes, a violência se estende de forma menos visível na forma de controle, fronteiras, tecnocontrole e repressão, especialmente brutais nos países periféricos do sistema tecnoindustrial.

De Barcelona, Catalunha e do Estado Espanhol, nossos governantes (políticos e corporativos) nos obrigam a financiar um orçamento militar inchado. Além disso, desde os centros de poder político e social, utilizam ferramentas de controle ideológico para fabricar o consentimento necessário que permita a aplicação de políticas de guerra. É através do medo da alteridade e não do orgulho patriótico que esta mensagem assume sua forma mais convincente. A batalha também é discursiva.

Podemos observar como a máquina de guerra, formada por instituições públicas, entidades financeiras e a indústria militar, vai agregando mais financiamento, ganha força e nos empurra para o precipício bélico. No nosso entorno, movem-se com toda a tranquilidade as corporações que alimentam a violência extrativista e a guerra global.

Perto de nós, existem numerosas empresas e organismos que promovem e lucram com a extração e a guerra (INDRA, Airbus, MWC, ENDESA, ICL, BBVA, Santander, CaixaBank ou Sabadell) devem ser nosso alvo, e quanto mais “locais”, melhor. A frente de luta passa pela porta da nossa casa.

Como anarquistas, não podemos nos limitar à solidariedade declarativa contra a guerra colonial extrativista e devemos desenvolver, na medida do possível, táticas e ações contra os principais atores dela. Por tudo isso, precisamos estar conscientes do perigo que representa delegar nossas vidas ao interesse do capital. Devemos apelar à desobediência, à insubmissão, à sabotagem e a toda forma de ação direta que tenha como objetivo desarmar o capital em nível internacional.

NÃO BUSCAMOS A PAZ, A PAZ DELES, QUEREMOS GANHAR A GUERRA, A GUERRA CONTRA O CAPITAL E O ESTADO!!

CONTRA SUAS GUERRAS, CONTRA SUA PAZ, GUERRA SOCIAL!!

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

A chuva passa
na rua, papel
que se amassa.

Robert Melançon

Itália] Turim: Fora os mercadores de armas! Ato antimilitarista em 29 de novembro e bloqueio em 2 de dezembro

Sábado, 29 de novembro

Ato antimilitarista

14h30 – Corso Giulio Cesare (esquina com Via Andreis)

Terça-feira, 2 de dezembro

Dia de bloqueio no Oval Lingotto, na Via Matté Trucco, 70

Contra a guerra e contra quem a arma!

O “Aerospace and Defence Meetings”, feira internacional da indústria aeroespacial de guerra, chegou à sua décima edição.

De 2 a 4 de dezembro, as principais indústrias do setor desembarcarão em Turim, com destaque para as piemontesas Leonardo, Avio Aero, Collins Aerospace, Thales Alenia Space e ALTEC.

Um evento fechado, reservado para profissionais: governos, exércitos, agências de contratantes.

Enquanto a Europa – e o mundo – correm desenfreadamente para se rearmar, é mais necessário do que nunca se colocar no caminho, emperrar os mecanismos, lutar contra a indústria bélica e o militarismo.

As armas italianas, com destaque para a gigante estatal Leonardo, estão presentes em todos os teatros de guerra.

Em cada canto do planeta, meninas e meninos, mulheres e homens morrem, massacrados por armas produzidas a um passo de nossas casas.

As guerras não estão distantes: emperrá-las depende de cada um de nós.

Colocar-se no caminho é uma escolha política e moral inadiável.

Há um importante desdobramento de tropas nas fronteiras entre os países da OTAN e a Rússia: a Itália está na linha de frente na Estônia, na Romênia, no Mar Negro. O risco de um envolvimento direto de nosso país é cada dia mais concreto.

Os gastos militares, que já cresciam exponencialmente há mais de uma década, dispararão nos próximos três anos, chegando a 61 bilhões de euros.

Tente imaginar o quanto nossas vidas seriam melhores se os bilhões usados para empurrar homens, mulheres e crianças de volta aos campos de concentração líbios, para afogá-los no mar, para garantir os interesses da ENI na África, para comprar armamentos, para soldados nas ruas, fossem usados para educação, saúde e transporte.

Tente imaginar acabar, desde já, com o Estado, os patrões, os militares, a polícia.

Dezenas de guerras ensanguentam o planeta: a maioria se desenrola no silêncio e na indiferença da maioria.

Detê-las é possível, porque as guerras têm bases e interesses concretos em nossos territórios, onde podemos agir diretamente para jogar areia nas engrenagens do militarismo.

As guerras, hoje como ontem, são travadas em nome de uma nação, de um povo, de um deus.

Nós, antimilitaristas e sem pátria, sabemos muito bem que não existem guerras justas ou santas.

Apenas uma humanidade internacional poderá lançar as fundações daquele mundo de livres e iguais que pode pôr fim às guerras.

Hoje, querem que todos nós nos alistemos.

Nós desertamos.

Nós não nos alistamos ao lado deste ou daquele Estado imperialista. Rejeitamos a retórica patriótica como elemento de legitimação dos Estados e de suas pretensões expansionistas, funcionais aos interesses do capitalismo.

Em qualquer lugar.

Não existem nacionalismos bons.

Nós estamos ao lado de quem, em cada canto da terra, deserta da guerra. Fazemos nosso o ensinamento do “derrotismo revolucionário”: somos solidários a quem luta contra seu próprio governo, porque nós lutamos contra o nosso.

Queremos um mundo sem fronteiras, exércitos, opressão, exploração e guerra.

Nós estamos com as vítimas. Onde quer que estejam.

Nós estamos com os desertores e os objetores de consciência de todas as frentes.

Para deter a guerra, não basta um “não”. É necessário emperrar seus mecanismos, a partir do território em que vivemos, onde existem quartéis, bases militares, aeroportos, fábricas de armas, homens armados que patrulham as cidades.

Expulsemos os militares das ruas, bloqueemos a produção e o transporte de armas, acabemos com todos os exércitos!

Bloqueemos as missões no exterior!

Expulsemos os mercadores de morte de Turim!

Assembleia Antimilitarista

assembleantimilitarista@gmail.com

Fonte: https://umanitanova.org/torino-corteo-antimilitarista/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

No entardecer
O azul celeste
Manchado é pelo arranha-céu

Dalva Sanae Baba

[Itália] Assinatura de apoio às lutas antimilitaristas!

Apoie as lutas antimilitaristas!

Nestes últimos meses, estamos enfrentando grandes despesas com as iniciativas contra as guerras e contra quem fabrica as armas.

Estamos particularmente empenhados na organização da manifestação antimilitarista que acontecerá em Turim no dia 29 de novembro – às 14h30, na Corso Giulio Cesare, esquina com Via Andreis – e no dia de bloqueio do *Aerospace and Defence Meetings* (Encontros de Aerospacial e Defesa), no dia 2 de dezembro, no Oval Lingotto, na Via Mattè Trucco, 70.

A guerra começa daqui. Depende de cada um de nós detê-la. Fora os mercadores de armas!

Precisamos de dinheiro! Até uma pequena contribuição serve para emperrar o motor do militarismo!

Se você quiser contribuir, pode passar no Corso Palermo, 46, às terças-feiras a partir das 21h ou às quartas-feiras entre 18h e 20h.

Ou você pode fazer uma transferência bancária.

Este é o IBAN:

IBAN IT04 I010 0501 0070 0000 0003 862 em nome de Emilio Penna

Contra todos os exércitos, por um mundo sem fronteiras!

Fonte: https://umanitanova.org/sottoscrizione-a-sostegno-delle-lotte-antimilitariste/

agência de notícias anarquista-ana

A rã de Bashô
sai num pulo do haicai
dele para o meu.

Otoniel

COP30 e a farsa do “capitalismo verde”: a luta popular é a saída!

O Brasil sedia a COP30 em Belém, vendendo ao mundo a imagem de uma liderança climática, comprometida com a Amazônia. Contando com a participação de empresas como Exxon, Braskem, Samarco, Vale e JBS, a conferência expõe a hipocrisia capitalista do chamado greenwashing, no qual as mesmas marcas responsáveis pela depredação do planeta buscam se apresentar como sustentáveis e alinhadas às metas climáticas.

É fundamental desmascarar esse jogo de cena, pois o grande projeto segue sendo o de aprofundar formas de exploração, destruição e extermínio da natureza e povos originários e tradicionais — nenhuma relação com promover a soberania nacional e a autodeterminação dos povos que aqui habitam. Isso acontece porque as Conferências das Partes (COPs) não são fóruns para “salvar o planeta”, mas sim o contrário, são balcões de negócios onde o capital global, mediado pelos Estados nacionais, redefine as regras da acumulação para garantir sua própria sobrevivência. A crise climática não será resolvida por aqueles que a criaram e com ela lucram.

Nossa crítica não se confunde com a argumentação da extrema-direita, que se baseia no negacionismo científico e na defesa da aceleração da exploração predatória de recursos do planeta. O que levou governantes como Donald Trump e Javier Milei a boicotarem a COP30 foi a negação de qualquer compromisso com a preservação dos ecossistemas, ainda que de maneira superficial e farsesca, promovendo assim uma disputa ideológica com a intenção de convencer a classe trabalhadora a defender os interesses das grandes mineradoras e petroleiras, além do agronegócio, na sanha desenfreada pela exploração dos recursos da natureza.

>> Leia o texto na íntegra aquihttps://socialismolibertario.net/2025/11/15/cop30-e-a-farsa-do-capitalismo-verde/

agência de notícias anarquistas-ana

Na poça d’água
o gato lambe
a gota de lua.

Yeda Prates Bernis

[EUA] ‘Agora, sou mais anarquista que nunca’ – Irvine Welsh sobre nova Biopic

por Keme Nzerem | 27/09/2025

Lembram das palavras imortais, “Escolha a vida. Escolha um trabalho. Escolha uma carreira. Escolher uma família?”

O escritor Irvine Welsh, a pessoa por trás de Trainspotting [o filme] e daquele monólogo infame, é o modelo de uma nova Biopic, Reality is not Enough (A realidade não é suficiente) dirigida por Paul Sng, e que acaba de ter lançamento geral.

Conversamos com ele mais cedo e falamos de política, das aspirações da classe trabalhadora e do relacionamento complexo que ele teve, ao longo dos anos, com as drogas, a adicção e a criatividade.

>> Veja aquihttps://www.channel4.com/news/im-more-an-anarchist-than-ive-ever-been-irvine-welsh-on-new-biopic

agência de notícias anarquistas-ana

Brilho da lua se move para oeste
a sombra das flores
caminha para leste.

Buson

Organizações anarquistas e antifascistas da Europa enfrentam a designação de terrorismo pelo regime dos EUA

O Departamento de Estado dos Estados Unidos decidiu designar quatro grupos europeus associados ao movimento Antifa como “Organizações Terroristas Estrangeiras” (FTOs) e “Terroristas Globais Especialmente Designados” (SDGTs), medida que marca nova escalada de designações específicas aplicadas a células internacionalmente ligadas ao movimento anarquista e antifascista.

Segundo a Fox News, a inclusão das quatro organizações nas listas de FTO e SDGT as coloca na mesma categoria que grupos como ISIS (Estado Islâmico) e Al-Qaeda. A decisão estende a diretriz anterior do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sobre terrorismo doméstico, conferindo a essa política uma dimensão internacional.

Duas das quatro organizações alvo dos EUA estão baseadas na Grécia: Justiça Proletária Armada e Autodefesa de Classe Revolucionária. Segundo a mídia fascista dos EUA, esses grupos realizaram ataques a prédios governamentais em várias partes do país, claramente ligados à luta revolucionária em andamento contra o Estado, o capital e o imperialismo. O ataque mais recente envolveu um atentado à bomba na sede da Hellenic Train em abril passado. A Classe Revolucionária de Autodefesa teria dedicado o ataque “ao povo palestino e a sua resistência heroica”.

Uma das outras organizações é Antifa Ost, organização revolucionária ligada a ataques na Alemanha entre 2018 e 2023. Promotores alemães já acusaram sete indivíduos supostamente ligados às suas atividades. Em setembro de 2025, o Estado húngaro designou o grupo como organização terrorista após alegações de que nove membros atacaram nazistas em Budapeste em 2023 usando martelos, porretes e spray de pimenta.

Outro grupo central é a Federação Anarquista Informal, coalizão sediada na Itália que apoia a luta revolucionária armada contra o Estado. O grupo tem sido ligado a dezenas de ações revolucionárias nas últimas duas décadas, incluindo cartas-bomba enviadas a alvos governamentais e industriais, pequenos dispositivos explosivos e incidentes de tiroteio, incluindo o ferimento de um funcionário de engenharia nuclear em 2012.

Esta não é a primeira vez que organizações anarquistas enfrentam essa designação. As Células da Conspiração de Fogo e a Luta Revolucionária enfrentaram a mesma designação do regime dos EUA. Contudo, a expansão desse processo, enquanto os EUA lançam repressão fascista interna, torna isso incrivelmente significativo.

Tradução > CF Puig

agência de notícias anarquistas-ana

Eu acordo
contando as sílabas;
o haikai ri

Manuela Miga

[Grécia] Sobre o ataque paramilitar assassino da ARAS nas instalações da Universidade Politécnica.

No dia 15 de novembro, primeiro dia da comemoração de três dias do 52º aniversário da revolta da Politécnica de 1973, logo pela manhã, aproximadamente 200 membros da ARAS [organização de tendência maoísta], usando capacetes e com uma formação de estilo militar, alinharam-se no pátio da Politécnica e lançaram um ataque cego, furioso, sangrento e assassino contra os anarquistas.

Depois de abrir cabeças e quebrar braços no exterior do prédio, os hooligans continuaram dentro do edifício da Tositsa, destruindo e batendo em tudo o que encontravam pelo caminho, onde prenderam dezenas de pessoas, trabalhadores, estudantes, anarquistas. Entre eles estavam membros da Iniciativa de Estudantes Anarquistas de Atenas e da APO, que naquele momento estavam preparando o espaço no térreo do prédio para a exposição do material político e em preparação para o evento programado para a tarde.

A brutalidade do pogrom perpetrado pela gangue da ARAS foi demonstrada tanto pela bestialidade, através do terrorismo, em todo o recinto da Universidade Politécnica, quanto pelo exercício desenfreado de violência impensada, que poderia inclusive resultar em mortes. Isso ficou evidente pelo confinamento de um grande número de pessoas em um espaço fechado, pela perseguição por escadas e corredores, pelos golpes repetidos e incontroláveis na cabeça, nos braços e em outros órgãos vitais, por deixarem nua uma companheira, pelas ameaças e pelo risco real de pessoas caírem das janelas do prédio. O resultado foi de aproximadamente 20 feridos com fraturas na cabeça, nas mãos e nos dedos, a abertura de um inquérito policial por suposta briga, a denúncia contra os feridos que foram levados para o Hospital Evangelismos e a inevitável e absoluta provocação de todas as comemorações de três dias.

O planejamento, a organização e a execução deste ataque dos capangas da ARAS não só tinham as características típicas de uma ação paramilitar, mas também a seleção de alvos para tal ataque. Esta operação de imposição com características de tipo militar só pode ser articulada com o ataque geral da repressão estatal tanto nos espaços universitários, onde se manifesta com medidas disciplinares, expulsões, perseguições, câmeras de vigilância e a criminalização e tentativa de expulsão das propostas radicais, combativas e anarquistas do espaço de asilo [universitário], quanto mais amplamente nas lutas sociais e de classe e no ataque ideológico e repressivo em curso contra os anarquistas.

A ARAS é, sem dúvida alguma, um corpo estranho às lutas estudantis e sociais e de classe em geral, e assim deve ser tratada. As organizações que colaboram com ela devem isolá-la, caso contrário, acobertarão suas ações assassinas e de quinta falange.

Diante da fracassada tentativa atemporal do Estado de enterrar os verdadeiros significados e conteúdos da revolta da Politécnica de 1973, das atuais manobras repressivas das autoridades reitorais, do terrorismo estatal contínuo e cada vez maior, as lutas autogestionadas e coletivas da sociedade e da juventude não são reprimidas. O movimento anarquista não recua – não se submete. A luta contra toda autoridade continua e vencerá.

Para trás cafajestes – avante camaradas

Abaixo o Estado, abaixo o poder

Organização e luta pela anarquia

Nenhuma perseguição aos detidos.

Organização Política Anarquista – Federação de Coletivos

apo.squathost.com

agência de notícias anarquistas-ana

lerdamente,
a água empurra a água
e o rio flui

Alaor Chaves

[Itália] Lobby fóssil bate recorde de presenças na COP30 no Brasil. ReCommon: “Belém assediada pelos gigantes do petróleo e gás”

Roma, 14 de novembro de 2025 – Como membro da coalizão internacional Kick Big Polluters Out (KBPO), que pede a exclusão dos lobistas fósseis das Conferências do Clima, a ReCommon teve acesso a documentos confidenciais da COP30. Da análise dos documentos, surge que no total os lobistas fósseis presentes na cúpula de Belém são 1.602, de longe o número mais alto de representantes de quase todas as delegações nacionais presentes, superados apenas pelo Brasil (3.805), país anfitrião. Um a cada 25 delegados presentes, em termos percentuais um aumento de 12% em relação às negociações climáticas do ano passado em Baku, no Azerbaijão, e a maior concentração de lobistas de combustíveis fósseis numa COP desde que a KBPO começou a analisar os participantes da conferência.

Entre os dados que mais se destacam, deve-se relatar que os lobistas fósseis receberam 66% a mais de credenciais para a COP30 do que todos os delegados dos 10 países mais vulneráveis às mudanças climáticas somados (1.061). Uma desproporção que demonstra, mais uma vez, como aqueles que são responsáveis pelo agravamento da crise climática continuam a ter um acesso privilegiado às mesas multilaterais onde se decide o futuro do planeta.

Os lobistas italianos são no total 17, com 3 expoentes da Fundação Enrico Mattei, ligada à campeã nacional do fóssil ENI, 2 da Confindustria, 4 da ACEA, empresa que está apostando decididamente em projetos para a exploração de gás, 6 da Enel, que confirma ser particularmente ativa na América Latina, um da Edison, entre as empresas mais ativas na importação de GNL para o nosso país, e um da Venice Sustainability Foundation, fundação com governança liderada pelo setor fóssil presente na COP com o diretor geral Alessandro Costa, funcionário da líder europeia e italiana de infraestruturas de gás Snam.

Maciço o contingente de expoentes de organizações de lobby que promovem uma fatia considerável do greenwashing do setor fóssil, ou seja, os biocombustíveis e a captura e armazenamento de CO2 (CCS), também ligada à produção de hidrogênio e amônia a partir de fontes fósseis. Essas organizações incluem entre seus membros também a ENI e a Snam, que em Ravenna estão envolvidas no primeiro projeto de CCS da Itália. Uma tecnologia, esta última, que a ReCommon denuncia como extremamente cara, pouco segura e ineficaz, que necessita de subsídios públicos vultosos. O projeto da ENI e Snam, atualmente em fase experimental, pôde se beneficiar de uma legislação permissiva que as próprias corporações contribuíram para definir, em pleno conflito de interesses, como explicado em um recente relatório da associação.

A presença recorde de lobistas fósseis na COP30 reforça a urgência de introduzir um quadro vinculante de transparência e prevenção de conflitos de interesses no âmbito da ONU. Sem tais garantias, as negociações continuarão vulneráveis à influência das mesmas corporações que estão alimentando a crise climática.

A 10 anos do Acordo de Paris, a presença dos lobistas fósseis nas COPs, onde não deveriam estar, continua a crescer”, declarou Elena Gerebizza da ReCommon. “Eles estão promovendo “soluções” que são boas para os seus negócios, mas não para as pessoas e o clima, como o CCS, o hidrogênio e o biogás, que deveriam ser classificados como greenwashing para a expansão da extração de petróleo e gás que continua a acontecer. As companhias fósseis, em vez disso, deveriam pagar pelo impacto global das suas atividades“, concluiu Gerebizza.

A enésima “invasão” de uma COP por parte de gestores fósseis é intolerável. O objetivo desses “personagens” é de garantir outras décadas de petróleo, gás e mega infraestruturas de GNL vendidas como transição. Por isso, ou se expulsa a indústria fóssil das COPs ou a crise climática continuará a ser escrita por aqueles que lucram com ela“, declarou Daniela Finamore da ReCommon.

Fonte: https://www.recommon.org/la-lobby-fossile-fa-il-record-di-presenze-alla-cop30-in-brasile-recommon-belem-assediata-dai-giganti-delloilgas/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Sobre o varal
A cerejeira prepara
O amanhecer

Eugénia Tabosa

[Canadá] Aceleracionismo capitalista: acumulação por meio da morte (2025) – Jeff Shantz

Jeff Shantz, escritor anarquista, poeta, fotógrafo, artista e ativista.

No período atual, as necessidades de acumulação do capital provocaram consequências ainda mais nefastas. Da perspectiva do capital, já não basta despojar: a acumulação, para o capital, requer extermínio. O capital já não está disposto a permitir que lucros sejam desviados, nem mesmo um mínimo, para servir a setores da classe trabalhadora que considera dispensáveis, desnecessários para o capital, tanto para a produção quanto para o consumo. Abrir caminho para a acumulação significa eliminar a classe trabalhadora.

O capital é aceleracionista e os movimentos da classe operária devem reconhecê-lo, assumi-lo e responder em conformidade. Um aspecto do projeto neoliberal que com demasiada frequência não foi reconhecido e do qual se falou muito pouco foi a aceleração capitalista. Enquanto a análise crítica se concentrou compreensivelmente na austeridade neoliberal, na desregulamentação, na transferência de riqueza para o topo e na repressão, o aspecto aceleracionista disso tem sido frequentemente minimizado ou completamente omitido, com algumas exceções como o importante trabalho de Paul Virilio.

A aceleração neoliberal teve dois componentes: um para liberar e acelerar a exploração e a acumulação capitalista, como na desregulamentação, na eliminação dos sindicatos, no livre comércio, etc. O outro aspecto tem sido a aceleração da vida e do trabalho da classe trabalhadora, por meio da intensificação da explotação (speed ups), facilitada em parte pela informatização, automação e inteligência artificial (IA), mas também pelo “local de trabalho” 24 horas por dia das redes sociais, e-mail, trabalho on-line e o mercado on-line a toda hora.

A liberalização da acumulação teve como consequência o deslocamento da classe trabalhadora, o que a tornou mais precária, mas também mais circulável. O fechamento dos locais de trabalho (desindustrialização, como ocorreu sob o impacto do livre comércio, por exemplo), o desapossamento das comunidades da classe trabalhadora, a gentrificação e o deslocamento da classe trabalhadora urbana, a privatização dos serviços públicos e sociais, a pura mercantilização da habitação (o fim da habitação social e do controle de aluguéis, etc.).

A perturbação, o despojamento e o deslocamento das comunidades da classe trabalhadora tiveram um aspecto temporal que muitas vezes é ignorado. Eles desestabilizaram e alteraram os ritmos cotidianos da vida da classe trabalhadora. Os dias estruturados em torno de ritmos familiares de trabalho (dentro ou fora de casa), relaxamento, descanso e lazer desapareceram para muitos em condições de trabalho aceleradas: trabalho por hora, múltiplos empregos, trabalho virtual, busca permanente por trabalho, etc.

A classe trabalhadora perdeu as amarras, certamente limitadas, que lhe ofereciam uma certa proteção contra as forças da aceleração. Assim, não só a precariedade foi acelerada, mas também a rapidez com que ela ocorre.

As obras muito diferentes que ofereceram a análise mais desenvolvida dos processos subjacentes do neoliberalismo aceleracionista e da acumulação são a extensa análise de Paul Virilio sobre a política da velocidade (que remonta aos anos oitenta) e os amplos debates de David Harvey sobre a acumulação por espoliação.

Harvey detalha esses diversos componentes do desenraizamento da classe operária sob o neoliberalismo e a limpeza da classe operária para ajudar e instigar a circulação capitalista, eliminando os obstáculos aos fluxos de capital que são o que a classe operária e suas formas de vida representam fundamentalmente para o capital.

A acumulação por espoliação destaca a vileza desavergonhada e agressiva com a qual o capitalismo arrasa o planeta hoje em sua corrida desesperada para transformar a vida em mercadoria e abrir ou acelerar os circuitos de realização do lucro, e a necessidade do capital de eliminar as barreiras à realização. Como explica Harvey em “Breve História do Neoliberalismo”:

Com isso me refiro à continuação e proliferação de práticas de acumulação que Marx havia tratado como “primitivas” ou “originais” durante o surgimento do capitalismo. Entre elas se incluem a mercantilização e privatização da terra e a expulsão forçada de populações camponesas (comparem-se os casos, descritos anteriormente, do México e da China, onde se acredita que 70 milhões de camponeses tenham sido deslocados nos últimos tempos); a conversão de várias formas de direitos de propriedade (comum, coletiva, estatal, etc.) em direitos de propriedade privada exclusiva (representada de forma mais espetacular pela China); a supressão dos direitos aos bens comuns; a mercantilização da força de trabalho e a supressão de formas alternativas (indígenas) de produção e consumo; a colonizaçãoneocolonização e privatização da terra.) em direitos exclusivos de propriedade privada (o caso mais espetacular é o da China); a supressão dos direitos aos bens comuns; a mercantilização da força de trabalho e a supressão de formas alternativas (indígenas) de produção e consumo; os processos coloniais, neocoloniais e imperiais de apropriação de ativos (incluindo os recursos naturais); a monetização da troca e da tributação, em particular da terra; o comércio de escravos (que continua, em particular, na indústria do sexo); e a usura, a dívida nacional e, o mais devastador de tudo, o uso do sistema de crédito como meio radical de acumulação por espoliação“.

Com o terreno limpo, o capital se liberta para acelerar – e persegue a aceleração contínua como seu próprio fim, como Virilio destacou e sublinhou muito antes. Frear, para o capital, é morrer.

Da acumulação por espoliação à acumulação por morte

No período atual, no entanto, as necessidades de acumulação do capital levaram a resultados mais viciosos. Já não basta, da perspectiva do capital, desapossar: a acumulação, para o capital, exige o extermínio. O capital já não está disposto a permitir que qualquer lucro seja direcionado, nem mesmo um mínimo, para servir a setores da classe trabalhadora que considera dispensáveis, desnecessários para o capital, tanto para a produção quanto para o consumo.

Abrir caminho para a acumulação significa eliminar os resíduos da classe operária de forma completa e permanente, da perspectiva do capital. O capital não está disposto a destinar nada para manter a classe trabalhadora desnecessária, nem mesmo em condições de pobreza extrema. Um centavo gasto com a classe trabalhadora excedente é um centavo desperdiçado.

Isso se demonstra plenamente tanto na demanda do capital por cortes fiscais quanto em suas demandas por cortes nos serviços humanos essenciais – bem-estar, saúde, habitação, abrigo, redução de danos, educação em todos os níveis. O resultado pretendido é a morte das massas de pessoas que precisam desses serviços. A expansão das infraestruturas assassinas (independentemente do seu custo porque têm utilidade para o capital) – polícia, prisões, exército, forças de fronteira – garantirá que as mortes ocorram com rapidez.

A morte se torna um resultado político crucial, o assassinato se torna o serviço essencial.

Uma parada brusca: contra o anticapitalismo desaceleracionista

Isso tem implicações significativas para os movimentos da classe trabalhadora e a resistência em geral (incluindo a anticolonial e anti-imperialista), assim como para o próprio anticapitalismo. Os movimentos anteriores, ao longo de gerações, foram em geral o que poderíamos chamar de desaceleracionistas: tentaram desacelerar, frear, limitar, negociar e gerenciar a velocidade do desenvolvimento capitalista: desacelerar o desenvolvimento capitalista, desacelerar a propagação de seus danos e impactos, desacelerar o crescimento e a exploração. Isso determinou as abordagens, os objetivos e os prazos da organização.

O aceleracionismo capitalista faz tudo isso explodir pelos ares. A velocidade do capitalismo e sua ânsia por acumulação estão desencadeando desastres, crises e mortes em massa. Está perturbando, desapossando e deslocando com tal rapidez que só deixa um rastro de carnificina.

Já não há tempo para uma desaceleração: a vida planetária, sob a ameaça da crise climática, enfrenta o seu fim. A oposição anticapitalista não só deve acelerar suas capacidades para acabar com o capitalismo, mas deve se orientar agora para uma parada brusca, não uma desaceleracão, mas uma pausa de emergência, uma parada brusca e contundente.

Mais informações

Harvey, David. 2003. The New Imperialism. Oxford: Oxford University Press

Harvey, David. 2005. A Brief History of Neoliberalism. Oxford:Oxford University Press

Virilio, Paul. 1986. Speed and Politics. New York: Semiotext(e)

Virilio, Paul and Sylvere Lotringer. 1983. Pure War. New York: Semiotext(e)

Fonte: https://libertamen.wordpress.com/2025/11/10/aceleracionismo-capitalista-acumulacion-mediante-la-muerte-2025-jeff-shantz/ 

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Um haicai proce
Jovem tão primaveril
Alma juvenil

Ivanilton Tristão

Rasura o Céu da Bala

Não é por Estado, nem por bandeira,

nem por fronteira cravada no chão.

É pela carne que a terra alveja,

pelo pó que era lar, e agora é só pó.

.

O canhão fala a língua do Império,

a farda é a pele do opressor.

Eles erguem muros de concreto e desprezo,

escrevendo estatísticas com sangue e suor.

.

Mas a Anarquia grita no peito da praça,

na rede que tecem sem rei nem patrão:

é a solidariedade que cruza a trincheira,

o pão compartilhado, a única nação.

.

Enquanto o drone, frio zumbido da Morte,

despeja o fósforo sobre o quintal,

cresce no escombro uma semente teimosa,

que não é do Hamas, nem de Israel.

.

É da vida que insiste, da raiva que abraça,

do povo que é povo, sem Estado ou senhor.

É o “Basta!” que ecoa da faixa de Gaza,

um grito sem dono, de puro terror.

.

Contra a máquina de moer corpos,

erguemos as mãos, não por um novo poder,

mas pela ausência de todos os cárceres,

pelo direito simples de simplesmente ser.

.

Abaixo a bota que esmaga o poema,

o genocídio que vestem de “guerra”.

A única lei é a do apoio mútuo,

a única pátria, a Terra Inteira.

Liberto Herrera.

agência de notícias anarquistas-ana

Sopra o vento
Segura-te borboleta!
Na pétala da flor.

Rodrigo de Almeida Siqueira

[Grécia] Algumas palavras sobre a União Federalista Anarquista

A União Federalista Anarquista (UFA) é uma organização de luta de classes e revolucionária, um veículo político e um expoente do anarquismo e de sua rica tradição de movimentos em todo o mundo. Seu objetivo estratégico é a Revolução Social, a derrubada do poder do Estado e do capital e a construção de uma sociedade libertária baseada na autogestão coletiva, na solidariedade e na igualdade social. De uma sociedade em que a produção, os serviços e todos os assuntos da vida social estarão nas mãos da própria base social e de seus órgãos coletivos.

A UFA foi constituída em novembro de 2025, numa época marcada por enormes reconfigurações históricas. Vivemos um período em que as contradições do sistema capitalista não podem mais ser ocultadas nem embelezadas. Desde o início da crise econômica global de 2007–2008, que nunca foi superada, o sistema capitalista tem estado em um constante declínio: colapsos financeiros, falências de países, pilhagem e esgotamento dos recursos naturais, inflação, conflitos geopolíticos para a reordenação das esferas de influência. As políticas implementadas para a “salvar a economia” não tinham como objetivo salvar os povos e as classes trabalhadoras, mas o grande capital e sua lucratividade. Os resultados são globais e visíveis em todos os cantos do planeta: guerras, empobrecimento violento, exacerbação do autoritarismo estatal, desmantelamento e privatização das estruturas públicas de assistência social, transformação de países inteiros em zonas de mão de obra barata e desenraizamento em massa. Tudo isso não é resultado de “políticas erradas”, mas sim consequências inevitáveis da crise estrutural de um sistema explorador que, para perpetuar sua dominação, não hesita em recorrer a sacrifícios humanos e enormes desastres sociais.

Na Grécia, a crise capitalista global assumiu a forma de crise da dívida e a política de transferência de responsabilidades por suas causas para a esmagadora maioria social, para a qual todo o peso de seus impactos também foi transferido, pagando um preço altíssimo. O conjunto dos governos de memorando que estiveram à frente da administração política, de mãos dadas com a União Europeia, o FMI e o grande capital nacional e internacional, demoliu conquistas sociais que haviam sido alcançadas com duras lutas de classe e sociais, muitas vezes sangrentas, como as oito horas de trabalho, as convenções coletivas, o direito de greve, as liberdades sindicais, a ação política nas universidades, etc. A reestruturação social violenta no espaço grego ainda não foi concluída; pelo contrário, assume aspectos cada vez mais bárbaros, com as regras fiscais do memorando permanecendo em vigor, a inflação corroendo a renda dos trabalhadores e a repressão estatal esmagando sem obstáculos as resistências, preparando o terreno para a imposição total dos planos do Estado e do capital. É certo que o pior está por vir, enquanto as lutas sociais e de classe estão em retrocesso após a derrota e a assimilação da década anterior.

Nesta conjuntura histórica de crise e decadência, a construção de uma organização anarquista foi para nós uma tarefa política tanto na direção da reorganização das lutas quanto na perspectiva da necessidade da Revolução Social, que é a única solução para os nossos tempos. Uma organização que será a vanguarda da luta da classe trabalhadora, dos pobres, dos desempregados, da juventude e de todos aqueles que vivenciam diariamente a exploração e a opressão em um mundo doente. A UFA nasceu precisamente para dedicar todas as suas forças a esses propósitos, à criação desta organização e à elaboração de um programa e estratégia revolucionários no meio da guerra social e de classes que se alastra diariamente.

A União Federalista Anarquista luta para convencer que outro mundo não é apenas necessário, mas também possível. Que nenhuma “gestão” burguesa da crise e nenhuma mudança de governo pode beneficiar a grande maioria social, cujo único interesse é a derrubada, a revolução, o estabelecimento de outro modelo de organização da economia e da vida social: o Comunismo Libertário, a Anarquia! Nesse contexto, lutamos pela construção de um movimento anarquista moderno, combativo e revolucionário, que não se limitará à protesto ou ao papel de “bagunceiro” na retaguarda das lutas e da luta de classes, mas que apresentará um programa, um plano e uma estratégia de derrubada. Que não apenas se defenderá, mas também atacará, que não seguirá a “agenda” da atualidade política, mas protagonizará os desenvolvimentos políticos e a luta em todas as frentes de classe e sociais. Paralelamente, lutamos pela reconstrução do movimento operário e estudantil em outras bases, sem tutela, de baixo para cima, longe dos programas burgueses e dos agitadores falidos da ditadura do partido sobre o proletariado.

A UFA visa a ação organizada nos locais de trabalho, nos bairros, nas universidades, nos empreendimentos sociais, em cada pequena e grande luta dos nossos tempos. Contra a desilusão, a resignação e o medo, contra a futilidade do “nada muda” que a ideologia dominante e o pós-moderno “fim das revoluções” pregam, contra o individualismo e o reformismo.

A declaração de princípios fundadores e o estatuto de identidade-funcionamento-objetivos da União Federalista Anarquista serão divulgados nos próximos dias.

Organize-se – Coletivize-se – Lute

REVOLUÇÃO SOCIAL — para o presente e o futuro do mundo.

EVENTO-APRESENTAÇÃO da União Federalista Anarquista –

Sexta-feira, 28/11 às 18h na ASOEE

União Federalista Anarquista

Contato: fean@riseup.net

agência de notícias anarquistas-ana

Frondosa mangueira
Sua florada antecipa
Sabor da manga.

Mary

[Chile] Santiago: Convocatória para participar da “Eskuela Libertaria Del Sur” – 23 novembro

Queridos companheiros,

Queremos convidá-los a compartilhar uma saborosa panela comunitária onde teremos a oportunidade para nos conhecermos e conversar sobre o projeto.

Esta convocatória para ser parte da Eskuela é especialmente para famílias afins que busquem alternativas à escolarização e à educação tradicional, é pensado para crianças de 6 a 10 anos. Nossas práticas educativas são situadas no anarquismo, compreendendo-nos como um espaço antipatriarcal e antiautoritário.

O chamado é para somar-se ativamente à proposta e desafios que implicam no levantar entre todos a Eskuela Libertaria Del Sur.

Data: 23 de novembro de 2025, domingo, às 13h30.

Atualmente estamos funcionando na casa anarquista La Termita, comuna de Santiago nas proximidades do popular e histórico bairro Matta Sur.

Estaremos recebendo colaborações em artigos de higiene e escolares no local, “aporte de La eskuelita“.

Para mais informação escreva-nos

eskuelalibertariadelsur@gmail.com

CONTRA O SISTEMA ESCOLAR AUTORITÁRIO, PATRIARCAL E ESPECISTA

EDUCAÇÃO LIBERTÁRIA! LIBERAÇÃO TOTAL!

AUTONOMIAAFINIDADEHORIZONTALIDADE

Eskuela Libertaria Del Sur

@eskuela_libertaria_del_sur

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

peixes voadores
ao golpe do ouro solar
estala em farpas o vidro do mar

José Juan Tablada

[Grécia] Segunda-feira, 17 de novembro | Chamada para a marcha

Convocamos para a marcha pela revolta do Politécnico.

Pré-concentração em Dompoli segunda-feira, 17 de novembro, às 18h.

Estado e capital, os únicos terroristas

Certamente não vivemos na época da junta militar, mas vivemos a junta militar da nossa época. Desvendando o fio da história, encontramos padrões comuns, condições totalitárias recorrentes e atemporais. Em contraste com a narrativa dominante da direita sobre a transição do regime da junta para o parlamentarismo, e também com a instrumentalização do Politécnico por uma parte significativa da esquerda, nós entendemos o Politécnico como uma fissura na normalidade. Como uma rebelião.

Interpretando o clima político internacional da época, havia uma forte política de Guerra Fria, da qual a Grécia não ficou imune. A junta dos coronéis foi resultado do medo da “ameaça comunista” e do “inimigo interno”, que era perpetuado pelas décadas anteriores. A natureza autoritária do regime não era um fenômeno sem precedentes para a Grécia dos anos 70, pois desde o período pós-guerra civil as mesmas práticas de repressão eram utilizadas: torturas, sequestros, prisões, assassinatos, delação, censura. As condições acima atuam como um catalisador para desencadear uma revolta de baixo para cima com características multiformes e propostas antifascistas, antiestatais, anticapitalistas e anti-imperialistas.

A narrativa dominante, com o consentimento da esquerda, escolheu conscientemente apagar da memória coletiva os elementos combativos da revolta, pois seus conteúdos e ideais políticos permanecem atuais e perigosos. O Estado e o capital, independentemente da máscara – ditadura/democracia – causam a miséria e a desvalorização de todos os aspectos da vida. Os ritmos do capitalismo moderno movem-se ao som dos tambores de guerra que ressoam globalmente em perfeita harmonia com a repressão interna exigida pela preparação bélica. Por todas essas razões, a revolta do Politécnico continua a ser para nós uma fonte de inspiração e não um obituário comemorativo.

Dentro deste horror, você inverte os dados do tempo, passando triunfalmente pelos portões da minha memória. Eu me lembro de você, no meio desse horror. Fumaça e lágrimas, muco, gás lacrimogêneo e feridas, tosse e blasfêmias. Disparam gás lacrimogêneo de última geração. Odeio o sol que nasce para todos.

Liberdade para a Palestina

KYRIAKOS XYMITIS UM DE NÓS

A REBELIÃO NÃO É UMA IMAGEM NAS NOTÍCIAS, NA RUA NASCEM CONSCIÊNCIAS

Ocupação Αντιβίωση

agência de notícias anarquistas-ana

No mato ao lado
um menino se masturba
fascinado.

Simão Pessoa

Ailton Krenak: “Vocação da COP30 é ser balcão de negócios”

Por João Pedro Soares | 12/11/2025

Escritor e líder indígena denuncia “fuga alucinada” do Acordo de Paris pelas grandes potências e “omissão” da Europa. Para enfrentar a crise climática, diz, mundo precisa repensar noção de progresso.

A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP) acontece pela primeira vez na Amazônia, cercada de expectativas. O Brasil busca consolidar seu papel de liderança climática e contornar a ausência dos Estados Unidos, maior economia global. Mas a “COP da verdade”, assim chamada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não desperta otimismo em Ailton Krenak, membro da Academia Brasileira de Letras e autor de Ideias para adiar o fim do mundo.

“Eu gostaria muito de esperançar alguma coisa surpreendente”, afirma, em entrevista à DW. “A vocação da COP30 é ser um balcão de negócios para negociar petróleo, madeira e terras raras. Parece que esta é a ilusão do momento.”

Nos últimos anos, o escritor ganhou notoriedade internacional a partir da tradução de seus livros para mais de dez idiomas em 15 países. Antes de ser alçado a “filósofo” pela originalidade de sua obra, Krenak se projetou por uma trajetória de décadas no movimento indígena brasileiro.

Após as duas últimas edições da COP em países autoritários, espera-se uma grande participação da sociedade civil em Belém – um contraponto animador, na avaliação de Krenak. “Os movimentos sociais no mundo estão muito mais ativos. Quem sabe, eles consigam apropriar-se do espaço e transformar isso em alguma coisa mais esperançosa”, vislumbra.

“Não adianta gritar no deserto”

A Cúpula dos Povos, principal espaço de representação dos movimentos sociais na COP, começa nesta quarta-feira (12). Organizada por aproximadamente 1,1 mil entidades e redes internacionais de 62 países, a expectativa é reunir 30 mil pessoas.

A menos de um mês da conferência, o Ibama autorizou a Petrobras a iniciar pesquisas para exploração de petróleo na foz do rio Amazonas. Em linha com os interesses do governo, a decisão é alvo de intensa contestação por indígenas e ambientalistas.

“Isso significa que nós estamos engajados num amplo sistema de comer o planeta. É claro que vai ter mais lugar para os indígenas gritarem, espernearem e falarem, mas isso não significa que eles vão ser ouvidos. Quem tinha que ouvir são os chefes do dinheiro no planeta, não adianta você gritar no deserto”, diz.

Krenak vê “fuga alucinada” do Acordo de Paris e Europa omissa

Para Krenak, a ausência dos Estados Unidos na COP30 é sintoma de uma retração global na discussão climática. “Toda a discussão até a COP20 recuou à década de 1990. A gente está beirando a Rio 92. Só que a Rio 92 era cheia de esperança, e a COP 30 é um buraco escuro”, compara.

Ante a proximidade do ponto de não retorno climático, o pensador indígena enxerga uma “fuga alucinada” do Acordo de Paris pelas grandes potências.

“Os pobres vão ter que lidar agora com a transição energética à custa da fuga de países como os EUA e outros associados a eles, que acham que o compromisso exigido para a transição energética é obrigá-los a antecipar a saída da economia do carbono, de todas essas práticas que declaradamente promovem o aquecimento global”, projeta.

Apesar da retirada dos Estados Unidos dos fóruns climáticos e da liderança da China nas emissões globais, Krenak faz um chamado à responsabilidade histórica do bloco europeu pelo atual momento de crise.

“A Europa projetou para o mundo todo esse modelo de desenvolvimento que deu errado. Eles deveriam assumir a responsabilidade disso junto aos países em desenvolvimento, mas estão largando a conta nas costas deles. A Europa está sendo muito omissa nesse momento”, dispara.

Para Krenak, crescimento sustentável é falácia

O escritor enxerga a humanidade em uma encruzilhada da qual não pode se esquivar. Para contornar a crise climática, seria necessário repensar o conceito de progresso. A tentativa de correção de rota pela via do crescimento sustentável não seduz Ailton Krenak.

“É muita mentira dizer que você pode conciliar a fúria do desenvolvimento com a idéia de conservar a natureza ou de restabelecer o clima no planeta, que só está piorando. As geleiras e glaciares estão derretendo. Aquele urso branquinho que a gente via na fotografia virou um cachorro enferrujado. Eu não acho graça nenhuma disso”, comenta.

“Se a gente não aprender a pisar suavemente na Terra, nós vamos abrir a lista das espécies em extinção na próxima temporada. A próxima temporada, como diz os meninos da periferia, ‘é nós'”, adverte.

A entrevista com a DW foi gravada no Rio de Janeiro, berço da conferência do clima, onde a exposição Adiar o fim do mundo está em cartaz. Inspirada no pensamento de Krenak, a mostra inaugurada dias antes da COP30 convida o público a repensar o presente diante das urgências ambientais e sociais.

Durante a conversa no pátio da FGV Arte, museu que abriga a exposição, pessoas subiam e desciam por uma escada rolante. Ao falar sobre a busca incessante por avanços tecnológicos, o indígena aponta para a cena como uma síntese do esvaziamento de sentido dessa ideia. “Agora mesmo, essa esteira subindo ‘inocentemente’ está esquentando o clima do planeta”, diz.

“Por que tem que se usar uma escada rolante se aquele sujeito podia estar fazendo o exercício físico de subir aquela escada? Diminuiria as internações hospitalares e uma série de outros efeitos colaterais. Mas o desenvolvimento põe a porcaria da escada rolante aqui, pra pessoa andar nela feito um idiota e não ser capaz de fazer o mínimo de exercício físico”, reflete.

Em meio à falta de soluções claras para a crise atual, Krenak enxerga uma desorientação generalizada, que ameaça o legado da vida na Terra para as próximas gerações. “Nós estamos vivendo num planeta em chamas, com uma humanidade vagando de um lado pro outro, debaixo de drones e mísseis”, constata.

“Querer produzir um efeito simpático sobre esse tempo que nós estamos passando chega a ser quase que alienar-se do grave problema, do grave risco que nós estamos passando, de legar às próximas gerações um planeta defeituoso. A gente recebeu o planeta íntegro e está correndo o risco de passar ele com defeito para quem vier depois de nós”, lamenta.

Ceticismo quanto à agenda do governo brasileiro

A defesa do crescimento sustentável está no centro da agenda climática brasileira. Ao defender a exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas, o presidente Lula argumenta que os recursos provenientes da atividade são necessários para financiar a transição energética.

Ao comentar os planos do governo do Brasil, Krenak faz referência às “zonas de transtorno”, conceito do filósofo e linguista estadunidense Noam Chomsky.

“O complexo do sistema capitalista global faz desaparecer aqueles lugares onde essas comunidades tradicionais, humanas, tinham sua subsistência e transforma isso em lugares de disputa, em não lugares. É onde vai ter petróleo, hidrelétrica e desmatamento. Essas zonas de transtorno são novos ativos para o capitalismo continuar vivo”, diz.

Nesse cenário, Krenak se mostra cético sobre a capacidade de o Brasil apresentar caminhos que representem uma alternativa ao atual modelo de desenvolvimento. “O governo está fazendo o papel protocolar”, afirma.

A presença de Sonia Guajajara no governo, à frente do Ministério dos Povos Indígenas, é um trunfo do Brasil na construção da narrativa sustentável e inclusiva. A criação da pasta no terceiro mandato de Lula é interpretada por Krenak como uma sinalização discursiva, alinhada a uma tendência internacional.

“Houve mudanças no mundo em relação ao que chamam de justiça reparatória, como na Nova Zelândia. O Canadá nomeou uma ministra dos povos originários. Na Colômbia, uma mulher do povo quilombola assumiu a vice-presidência da República. No México, uma senhora assumiu a presidência de um país machista”, analisa.

“O Brasil estava vendo isso, e o Lula decidiu se comprometer com o Ministério dos Povos Indígenas, tendo uma mulher indígena à frente. É um gesto que eu percebo como político, que pode não ter consequência nenhuma na realidade. O mundo dos atos políticos está fora da realidade. Eu posso nomear você, por exemplo, meu ministro de ‘Assuntos Interestelares’. E mando você ficar olhando estrelas”, conclui.

Fonte: https://amp-dw-com.cdn.ampproject.org/v/s/amp.dw.com/pt-br/ailton-krenak-voca%C3%A7%C3%A3o-da-cop30-%C3%A9-ser-balc%C3%A3o-de-neg%C3%B3cios/a-74714332?

agência de notícias anarquistas-ana

Tangerina cai
e a casca ferida exala
gemidos de dor.

José N. Reis

[EUA] Mantenha as florestas de pé: gráficos em solidariedade com a comunidade Pargamanan-Bintang Maria, Indonésia

A cooperativa Justseeds e Taring Padi (de Yogyakarta, Indonésia), com o apoio da Rainforest Action Network, produziu uma série de gráficos em solidariedade aos militantes em defesa da floresta e organizadores indígenas da linha de frente na Indonésia. Taring Padi são lendários artistas políticos de gravura em relevo fazendo arte e gráficos que desafiam o poder dentro do arquipélago indonésio desde as revoltas de 1998.

Esse pacote de imagens foi organizado por Roger Peet e Andrea Narno com a assistência de Nicolas Lampert.

CONTEXTO: A Rainforest Action Network (RAN) está construindo solidariedade com as comunidades indígenas e locais na linha de frente da destruição florestal na Indonésia e em outras florestas tropicais. A RAN e os seus aliados indígenas pressionam algumas das maiores empresas de bens de consumo do planeta (como a P&G) para impedir os danos causados pelas empresas com as quais fazem negócios e reparar danos causados. A RAN, junto com parceiros na Indonésia, está construindo o poder popular e se conectando entre os movimentos para provar que juntos somos mais fortes do que a motivação de lucro de corporações gananciosas.

As comunidades indígenas e locais protegem a terra, a cultura e os meios de subsistência, e têm feito isso há inúmeras gerações. Apesar de administrar somente 20% das terras da Terra, os povos indígenas protegem 80% da biodiversidade global. Na luta para manter as florestas de pé, proteger os direitos das comunidades indígenas e locais à terra é fundamental à estratégia de interromper o ritmo das mudanças climáticas e para os valores de respeito à soberania indígena.

A comunidade Pargamanan-Bintang Maria é um exemplo, lutando pelo direito à sua terra ancestral e aos seus modos de vida. Lutam para proteger as florestas de benjoim das quais dependem para a subsistência e para a saúde do rio do qual dependem para beber, cozinhar e cultivar. A P&G continua a fazer negócios com empresas ligadas a este e outros casos de roubo de terras e de abusos de direitos, o Royal Golden Eagle Group (RGE).

Leitura adicional:

Solidarity Web Page: https://www.ran.org/campaign/the-forest-is-a-part-of-us/

Pacote gráfico para download de alta resolução disponível aqui: https://justseeds.org/graphic/keep-forests-standing-graphics-in-solidarity-with-the-pergamanan-bintang-maria-community-in-indonesia/

Tradução > CF Puig

agência de notícias anarquistas-ana

Flores no jardim,
Jabuticabas no quintal!
Eis a primavera.

Mailde Tripoli