[EUA] Contra o Estado (pré-venda)

Anarquistas e companheiros em guerra na Espanha, em Mianmar e em Rojava

James Stout (autor)

Um livro sobre pessoas que não conseguem mais esperar o mundo mudar.

Em 2021, o jornalista e historiador James Stout encontrou, por acaso, um fórum no Reddit onde conheceu jovens rebeldes birmaneses (de Mianmar) que lutavam contra a junta militar. Esse “exército” improvisado era totalmente antiautoritário e incrivelmente criativo. Eles chegaram a imprimir armas funcionais em 3D no meio da selva. Os sonhos, motivações e dificuldades desses jovens são parecidos com os de qualquer pessoa, mesmo em contextos diferentes. Stout os chama de “anarquistas” por sua forma de organização sem chefes, baseada em solidariedade e ajuda mútua. Eles enfrentam riscos enormes em nome da liberdade. O livro Contra o Estado busca compreender quem são esses anarquistas, reconhecer suas lutas e fazer perguntas difíceis sobre como resistir ao poder do Estado. Ao fazer isso, Stout nos convida a repensar o que significa “guerra” no século XXI.

O autor combina sua pesquisa acadêmica e experiência direta em zonas de conflito. O que mais o interessa nesses lugares é ver como as pessoas cuidam umas das outras enquanto constroem novas formas de convivência cooperativa.

O livro traz relatos de quem está construindo o confederalismo democrático em Rojava (Curdistão) enquanto enfrenta drones turcos e combatentes do Estado Islâmico, de jovens insurgentes que resistem à ditadura militar em Mianmar, e, para dar contexto histórico, dos trabalhadores que lutaram contra o capitalismo e o fascismo na Revolução Espanhola de 1936. Esses movimentos são diferentes das guerrilhas do passado, mas ainda têm seus mártires e perdas. O livro mostra que esses grupos crescem, sofrem derrotas, se reerguem e lamentam seus mortos, mostrando o caráter humano e mutável das revoluções. Contra o Estado dá voz a quem normalmente é ignorado pelos estudos sobre conflitos e mal compreendido pelos movimentos radicais ocidentais.

Com sensibilidade e empatia, Stout nos leva à linha de frente dos anarquistas em guerra, das barricadas da Catalunha nos anos 1930 às experiências atuais em Rojava e Mianmar. O livro revela os desafios e as recompensas de lutar pela liberdade de forma livre” – Edith Mirante, autora de Where the Mithuns Are: Essays on War, Art and Beasts

O que acontece quando movimentos revolucionários precisam responder à violência do Estado? Com escrita elegante e olhar profundo, James Stout responde a essa pergunta, mostrando como Espanha, Rojava e Mianmar enfrentaram o poder estatal sem abrir mão do poder popular. É uma leitura belíssima e essencial“. – Debbie Bookchin, jornalista e editora

James Stout é jornalista, historiador e anarquista, com experiência em zonas de conflito e em projetos de ajuda mútua pelo mundo. Seu doutorado pesquisou o antifascismo internacional durante a Segunda República Espanhola e a Guerra Civil. É também autor de The Popular Front and the Barcelona 1936 Popular Olympics: Playing as if the World Was Watching.

Editora: AK Press

Formato: livro físico

Encadernação: brochura

Páginas: 312

Lançamento: 20 de janeiro de 2026

ISBN: 9781849355452

akpress.org

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

longe noite escura
uma viola
amor murmura

Eugénia Tabosa

[Internacional] A Audiência Nacional notifica a libertação de Gabriel Pombo da Silva, com medidas cautelares

A Audiência Nacional notificou, ao meio-dia de hoje (10/12), a Gabriel Pombo da Silva sua libertação e que não seria assinada a solicitação de cumprimento de pena a pedido da juíza de Turim pelo caso Scripta Manent, visto que Pombo já cumpriu anos de prisão em excesso, o que compensaria o pedido italiano.

A companheira do anarquista Gabriel Pombo, Elisa di Bernardo, expressou sua alegria por esta decisão, à qual nos somamos desde o Comitê Pró Presxs da CNT-AIT, que permanecemos vigilantes para convocar mobilizações caso o companheiro fosse detido.

No entanto, a libertação de Pombo está condicionada pela impossibilidade de deixar o país enquanto segue em tramitação a documentação judicial destinada a comprovar que Gabriel cumpriu mais anos do que o que lhe cabia. De fato, caso deixasse o país, seria decretada sua busca e captura. Pombo também deverá comparecer semanalmente ao tribunal de Vigo para assinar.

Agora o tribunal italiano receberá a decisão da Audiência Nacional, e acredita-se que não irá se opor à mesma, já que carece de força legal para obrigar à extradição. Portanto, as condições que restringem sua liberdade de movimento fora da Espanha terminarão assim que todo o processo de verificação for concluído.

Durante sua audiência, Gabriel Pombo manifestou ao juiz da Audiência Nacional sua oposição a ser extraditado para a Itália, acrescentando que, caso tivesse que cumprir pena, que fosse na Espanha. Contudo, o juiz não assinou o cumprimento da condenação e sim notificou sua libertação, rejeitando assim o pedido da juíza italiana.

Desde o Comitê Pró Presxs e de toda a CNT-AIT expressamos nossa alegria pela notícia e permaneceremos vigilantes para evitar que nosso companheiro Gabriel Pombo seja alvo de novas represálias por parte do Estado italiano ou de qualquer outra instância de poder.


VIVA A SOLIDARIEDADE OPERÁRIA!
ABAIXO OS MUROS DAS PRISÕES!
LIBERDADE PARA PRESXS ANARQUISTAS!

COMITÊ PRÓ PRESXS DA CNT-AIT

Fonte: https://cntaitalbacete.es/2025/12/internacional-la-audiencia-nacional-notifica-la-libertad-de-gabriel-pombo-da-silva-con-medidas-cautelares/

Tradução > Liberto

Conteúdo relacionado:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/12/02/espanha-repressao-situacao-repressiva-italiana-de-gabriel-pombo-da-silva/

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no sonho
da velha cerejeira em flor
passa um gato branco

Philippe Caquant

[Argentina] Novo livro: Boletim La Oveja Negra. Números 1-100

Com o boletim La Oveja Negra buscamos compreender o mundo que habitamos, agitar, assinalar as causas profundas dos mal-estares sociais, participar das lutas em curso, nos solidarizarmos, dar-lhes visibilidade.

A presente edição fac-similar reúne os primeiros 100 números ao longo dos quais refletimos sobre diversos temas locais e internacionais, históricos e atuais, desde uma perspectiva de crítica radical.

Continuamos sustentando que outras formas de luta são possíveis, que outra sociedade é possível, sem Capital e sem Estado, sem propriedade privada e sem dinheiro.

Mantemos a perspectiva histórica do movimento pela superação das condições existentes ao mesmo tempo em que tentamos contribuir para sua atualização, para ir ao tempo de nosso tempo.

Disponível na biblioteca, para distribuição e em sua versão digital no site de Lazo Ediciones. https://lazoediciones.blogspot.com/

Biblioteca y Archivo Alberto Ghiraldo

bibliotecaalbertoghiraldo.blogspot.com

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Um trovão estronda –
e os trovõezinhos ecoam
na selva em redor.

Nenpuku Sato

[Portugal] 11dez25: Vamos à greve companheiros!

A alteração das leis laborais proposta pelo governo visa apenas, e mais uma vez, reforçar a precariedade nas relações de trabalho, entre patrões e empregados, e diminuir os direitos e as garantias legais dos trabalhadores face ao patronato. Nada que estranhemos. O Capital e o Estado estão sempre de mãos dadas, um e outro são indissociáveis. O Estado faz as leis que protegem o Capital e a propriedade privada e assume-se como o principal instrumento da exploração e opressão capitalistas. Em Portugal e em todo o mundo, mesmo nas sociedades travestidas de “socialismo”.

Enquanto trabalhadores, criadores de toda a riqueza, os anarquistas estão entre os que sentem profundamente todas as injustiças sociais e se habituaram a confrontar os poderes públicos e o patronato, seja nas empresas, seja nas ruas. Este é mais um desses momentos. Embora lutemos pela transformação total da vida, o fim do capitalismo e a construção de uma sociedade onde os meios de produção estejam nas mãos de quem produz, não podemos deixar de lutar contra medidas parcelares como esta alteração das leis do trabalho que o governo de Montenegro quer levar para a frente e que visa dificultar ainda mais a vida de quem trabalha.

Ainda que reformistas e partidarizadas, as direções da CGT e da UGT, pressionadas pela anunciada alteração das leis laborais, decidiram convocar para o dia 11 de dezembro uma greve geral que, apesar de tudo o que nos divide, iremos acompanhar, mesmo sabendo da debilidade e da incapacidade para qualquer processo de luta mais avançado de qualquer uma destas centrais sindicais.

Para os anarquistas e os libertários, a greve geral é um passo importante na mobilização dos trabalhadores contra as injustiças e por mudanças essenciais nas condições de trabalho, mas não um fim em si mesmo, que só a Greve Geral Expropriadora, em que os explorados e oprimidos possam tomar em mãos os meios de produção e instaurarem uma sociedade de iguais, poderá cumprir.

Fonte: https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2025/11/15/11dez25-vamos-a-greve-companheiros/

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Frases compostas
no sol que passeia
sob minha caneta.

Jocelyne Villeneuve

[Espanha] HcB – Anarcocuriós, rap da cena underground de Barcelona

O HcB é um grupo consolidado de rap da cena underground de Barcelona. Com base em Piera e Santa Coloma de Gramanet. Sua trajetória está baseada em seis discos, mais de vinte anos de carreira e inúmeros palcos pisados, com uma defesa de um estilo direto, uma lírica politicamente comprometida e um som que mantém viva a essência da cultura hip hop.

Anarcocurios é o EP, integralmente em catalão, que vê a luz no final deste ano de 2025. Uma aposta na diversidade de ritmos, produzido por Dj Boe, e uma variedade de colaborações vocais que acompanham a voz e as letras político-pessoais do MC do grupo, Kate.

Nas colaborações encontramos artistas tão diferentes como Sílvia Tomàs, uma cantautora que não precisa de apresentações, e que em “Cura la culpa” volta a demonstrar sua grandeza artística, fazendo com que sua voz ecoe para sempre. Irene Reig, saxofonista e compositora de alcance internacional, que além de cantar com um estilo surpreendente e próprio, adiciona à produção musical algumas notas de flauta transversal em “Obvi”. Metastyle, a femcee e poeta, aporta em “Lliures” um flow inconfundível e uma força cativante. E, por último, Andrea Mongiovi, artista que está começando sua carreira solo, nos deleita com uma sensibilidade que contrasta com a dureza lírica de seu refrão em “Diumenge tarda”.

A gravação, mixagem e masterização foi realizada completamente por Ilogike, produtor e alma mater dos projetos mais destacados do panorama hip hop na Catalunha, no Hardly Brez Studio.

A revisão linguística, com seu amor pela língua, foi realizada por Emma Delgado. E o design e toda a parte gráfica esteve a cargo de Judith Hidalgo, em uma mostra de talento e carinho pela profissionalidade e pelo cuidado com o detalhe.

Anarcocurios é um EP autoproduzido pelo HcB e distribuído em todas as plataformas de forma gratuita.

Instagram: https://www.instagram.com/hcb8387/

Youtube: https://youtu.be/ml7k7bxPl_w?si=jKiMqXe5quu1a4hH

Spotify: https://open.spotify.com/album/0HJ4S67UiS7PADsAf4dGxK

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

pássaro pousado
no espantalho
aposentado

Millôr Fernandes

[Grécia] Tessalônica: Evento-debate sobre a Palestina | Sábado 13/12, 17h30, Infolibre

Evento-debate sobre a Palestina

Sábado, 13/12 às 17h30 no espaço autogerido Infolibre

– Comunicação online da Palestina (Cisjordânia) e do Líbano com:

• Ahed Tamimi (Nabi Saleh)
• Waleed Samer (campo de Nur Shams, Tulkarem)
• Najwa Boushnack (campos de refugiados palestinos, Beirute)

– Discussão com objetores de consciência anarquistas israelenses sobre o estado fascista-militarista de Israel

– Informação/intervenção de companheiros/as de Atenas sobre a ação internacionalista Global Sumud Flotilla

agência de notícias anarquistas-ana

Tendo a ser, mas pouco:
resta ainda um tempo
que me espera e reclama.

Thiago de Mello

[Espanha] Contra a hipocrisia imperialista, contra toda forma de ditadura: Solidariedade com América Latina.

Nas últimas semanas assistimos atônitos a uma série de acontecimentos bélicos e assassinatos extrajudiciais que tem que ver com a Venezuela e a Colômbia. A administração de Donald Trump decidiu voltar ao caminho conhecido da ingerência política e as agressões militares no mais puro estilo do século passado, quando sua interferência interrompeu os processos de transformação em muitos países da América Latina. Então, através da sinistra mão da CIA e da Escola das Américas executou líderes de esquerda e indígenas, interveio em processos de liberação e auspiciou uma política de intervenção que foi da mão do narcotráfico, do militarismo e das execuções sumárias. A lista de vítimas é longa: Guatemala, El Salvador, Granada, Paraguai, Chile, Argentina… Se então a desculpa era a “ameaça comunista” hoje é “o narcoterrorismo”. Nesse exercício de hipocrisia sem máscaras, o Governo dos Estados Unidos nestes dias liberou o ex-presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, que estava no cárcere acusado de “narcotráfico patrocinado pelo Estado” com uma pilha de provas que incriminavam a ele e boa parte de sua família. Um presidente que recordemos, auspiciou o assassinato contra a líder ambientalista Berta Cáceres. Agora, graças à intervenção de Trump a ultradireita corrupta regressa ao poder no pequeno país centro americano.

Trump decidiu começar pela Venezuela e Colômbia sua nova estratégia de domínio no “hemisfério”. Em seu estilo de rico desalmado se vangloriou inclusive dos assassinatos que comete sem nenhuma base legal, sem atender ao direito internacional mais básico. É evidente que a situação na Venezuela é dramática, com milhões de pessoas migrantes distribuídas por todo o mundo e um governo de Nicolás Maduro corrupto e autoritário. Uma deriva do que se chamou o “socialismo do século XXI” que se converteu em uma caricatura do que um dia disse representar. Com os movimentos sociais de base totalmente esmagados, o que ali ficou é uma oligarquia “bolivariana” cuja única vontade é perpetuar-se no poder, que ademais tampouco modificou a correlação de forças do capitalismo. Na Venezuela os que pior estão hoje em dia são os setores populares e a dizimada classe trabalhadora. Mas essa crítica não evita que a situação a qual agora enfrentamos seja uma agressão imperialista intolerável. Um exercício de soberba criminosa que devemos denunciar porque marca um caminho de intervenção militar em um mundo carregado de testosterona bélica e líderes macho alfa como Trump, Putin, Netanyahu, Erdogan e companhia. Não cabe nenhuma dúvida que há que parar o negócio do narco, detrás do qual está por certo o assassinato de ativistas populares, o feminicídio, o tráfico de pessoas, a lavagem de dinheiro, o extermínio de populações originárias… Um negócio que ademais vai ao lado da venda de armas, da corrupção política, da evangelização como recurso de dominação social. Mas não nos deixemos enganar, o indulto ao ex-presidente e narcotraficante hondurenho Juan Orlando Hernández põe a claro qual é o propósito destas agressões: dominar o negócio em primeira pessoa, eliminar as lideranças políticas hostis e voltar a submeter a América Latina para ser o pátio traseiro do imperialismo criminoso dos Estados Unidos.

Pela liberdade dos povos: solidariedade com América Latina

Não à intervenção imperialista na Colômbia e Venezuela

Secretariado Permanente do Comitê Confederal CGT

cgt.es

Tradução > Sol de Abril

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vento muda
ares de chuva
tua chegada

Camila Jabur

[México] Falece Jorge Esquivel “El Yorch”, prisioneiro político anarquista, vítima de armação, falsas acusações e negligência médica: Foi o Estado.

Foi o Estado que tirou a vida de Yorch, o mesmo Estado que, com uma armação envolvendo autoridades da UNAM e das autoridades da cidade, o prendeu.

O mesmo Estado que tira a vida dos presos políticos com suas prisões e seu sistema carcerário e judicial.

Ele foi assassinado pela negligência do Estado, foi sequestrado por vários anos por um mal governo baseado em mentiras. Ele foi perseguido e assediado pelas autoridades universitárias. E depois de acusá-lo duas vezes pelo mesmo caso, de falsificar os motivos de sua detenção, ele foi maltratado enquanto lhe negavam os cuidados médicos de que precisava neste sequestro que o Estado mexicano fez com ele.

Foi o Estado que matou Jorge. Seus acusadores e carrascos são Sheinbaun e Harfuch, quando governavam a Cidade do México, e a nefasta e mafiosa casta universitária. É o Estado que usa sua violência para se vingar de uma okupa que não conseguiu subjugar. E que tem sido um espaço de trabalho livre que Yorch ajudou a construir e defender.

Foi o Estado que destruiu o auditório Che Guevara, e tem sido o Estado que atacou continuamente aqueles que resgataram ao Che do esquecimento, transformaram-no em uma okupa e construíram um espaço livre longe do autoritarismo. Jorge não morreu, Yorch foi assassinado pelo Estado e seus carrascos são os políticos e funcionários que o sequestraram e mantiveram em cativeiro de forma injusta.

Caso de Jorge Esquivel Yorch

Jorge “Yorch” Esquivel, foi anarquista e ativista da Okupa Che na Cidade do México, foi condenado a 7 anos e 6 meses de prisão em junho de 2024 por falsas acusações de tráfico de drogas e parte de uma armação do governo mexicano e da UNAM para reprimir seu trabalho autônomo. Seu caso foi marcado por irregularidades.

Jorge foi preso pela primeira vez em 2016 após uma detenção arbitrária perto da Cidade Universitária, acusado falsamente de tráfico de drogas, e após ser torturado foi transferido para prisões federais. Em 2022, ele foi preso novamente por agentes à paisana no mesmo local, acusado das mesmas acusações, e levado para a prisão Reclusorio Oriente.

Seu processo judicial foi marcado por atrasos e cancelamentos, incluindo a necessidade de repetir uma etapa de apresentação de provas em novembro de 2023. Sua prisão fez parte de uma campanha de repressão contra a Okupa Che, um espaço autônomo de trabalho autogerido.

9 de dezembro de 2025 Jorge morre vítima da saúde precária que a prisão lhe causou. Jorge foi assassinado pelo Estado.

Conteúdo relacionado:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/02/13/mexico-prisioneiro-anarquista-jorge-yorch-esquivel-e-transferido-e-recurso-e-negado/

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sob o último sol,
ave beija a face do lago;
o espelho trêmulo se arrepia.

Alaor Chaves

[Grécia] Convocação da “Iniciativa de Coletivos Anarquistas contra a Pilhagem da Natureza” para a marcha em defesa das montanhas, 11/12

A NATUREZA TEM VALOR INTRÍNSECO – CONTRA A DESTRUIÇÃO DAS MONTANHAS

Em nome da “transição verde” e do “progresso energético”, o Estado e o capital promovem todo tipo de investimentos, transformando terra, água e ar em mercadoria. Colinas e montanhas são desmatadas para mineração e instalação de turbinas eólicas, planícies são preenchidas com painéis fotovoltaicos, rios são desviados e confinados por barragens e usinas hidrelétricas, florestas são queimadas, “usinas nucleares de bolso” são projetadas com procedimentos sumários, os mares são preenchidos com dutos e plataformas de extração de hidrocarbonetos, novas linhas de torres de ultra-alta tensão atravessam regiões inteiras, animais e ecossistemas desaparecem, o campo se transforma gradualmente em uma zona industrial de produção de energia, e a vida nas cidades se torna cada vez mais sufocante.

O objetivo da dominação é alimentar as necessidades energéticas em constante crescimento. Por um lado, através da narrativa da sustentabilidade e do crescimento, e por outro, através dos seus objetivos bélicos; expandindo o seu campo de lucro, sempre em detrimento da natureza, dos explorados e dos oprimidos.

Contra todo tipo de aspirantes a gestores de nossas vidas e salvadores autoproclamados, propomos a ação e interconexão coletiva, sem tutela, anti-institucional e anti-hierárquica das lutas, com o objetivo de destruir o Estado, o capitalismo e toda forma de poder. Visualizamos comunidades de liberdade, reciprocidade e solidariedade, que, percebendo-se como parte da natureza, redefinirão suas necessidades e sua relação com ela.

Destruir o Estado e o capitalismo para que a vida possa florescer novamente

Percurso: Quinta-feira, 11/12/2025, 19h00, Estação de Metrô Thissio (Atenas)

Iniciativa de Coletivos Anarquistas Contra a Pilhagem da Natureza

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Criança com sede
E a chuva de primavera
Na concha da mão.

Tânia D’Orfani

Vídeo | Festival Cultive Resistência 2025 — Espaço Cultural Semente Negra — Peruíbe (SP)

Por Marcolino Jeremias | 09/12/2025

É sempre um enorme prazer participar do Festival Cultive Resistência, e na última edição, tive a oportunidade de contribuir com um breve depoimento, representando o Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri (NELCA), para um documentário sobre o evento.

O Festival Cultive Resistência é um encontro multicultural, libertário, que ocorre na Semente Negra, um espaço político cultural situado em meio a mata atlântica, em Peruíbe/SP. A edição de 2025 aconteceu nos dias 18, 19 e 20 de abril. Foram três dias de diálogos, palestras, oficinas, debates, shows, distribuidoras, momentos de compartilhamento, aprendizado, ensinamentos, reflexão e ação. Onde expressamos nossa indignação, nossa arte, nossa política, nossa cultura, nossos corpos, de forma livre, desengonçada, risonha, brincante e revoltosa.

Reunimos neste filme diversos relatos de experiências e ideias de resistência e liberdade que estão em todas as partes deste planeta. Punks, anarquistas, feministas, indígenas, moradoras de espaços ocupados, pessoas que compartilham experiências de lutas inspiradoras, que sugerem outro modo de estar e agir neste mundo.

>> Assista o vídeo (31:51) aquihttps://www.youtube.com/watch?v=2laJE-fp8Pg

Conteúdo relacionado:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/12/19/festival-cultive-resistencia-2025/

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As marcas do tempo
apenas em meu rosto —
Lua de primavera!

Teruko Oda

[Itália] Novidades da Editora Zero in Condotta – Coleção Estudos Históricos

Anarquismo e globalização são termos que, desde sempre, alimentam debates intermináveis e que, frequentemente, são associados a estereótipos. Para a imprensa e grande parte da opinião pública, o anarquismo permanece ligado à figura do sonhador ou do terrorista. Em outros casos, tornou-se uma atração local – como acontece em Saint-Imier, onde, em 1872, ocorreu um congresso internacional que lançou as bases do movimento anarquista – passando a integrar o circuito turístico.

No que diz respeito à globalização, hoje ela é considerada um fenômeno contemporâneo decorrente da crescente importância das comunicações, das trocas comerciais e financeiras, bem como da derrubada de muitas barreiras nacionais. Mas a história nos ensina que algumas tendências à globalização já se manifestaram no passado. É sobretudo entre 1860 e 1880 que as inovações tecnológicas e econômicas se intensificam, e é exatamente nesses mesmos anos que, em virtude de seu programa universal e de suas atividades transnacionais, o anarquismo cresce e se desenvolve.

No livro, o vale de Saint-Imier e sua população, a transformação dos vilarejos, da indústria relojoeira, do tecido político e econômico, das comunicações e da percepção do tempo são analisados em função das mudanças culturais que produzem. A narrativa do congresso de setembro de 1872, com seus participantes e seus contatos, a importância de suas resoluções, fornece novos elementos de conhecimento para a história do anarquismo, assim como as implicações culturais derivadas desse congresso: isto é, a relação entre globalização e consciência de classe no vale, a identidade coletiva e o fortalecimento do movimento anarquista, a esperança de uma revolução social e a percepção sobre os tempos vindouros.

A INDÚSTRIA DO TEMPO NOS PRIMÓRDIOS DA GLOBALIZAÇÃO
SAINT-IMIER 1872: O VALE RELOJOEIRO E O DESENVOLVIMENTO DO MOVIMENTO ANARQUISTA

Florian Eitel
240 páginas – 18,00 EUR
ISBN 978-88-9595087-7

[Traduzido e adaptado para o italiano por Nino Lisibak, a partir da versão francesa organizada por Marianne Enckell.]

Fonte: https://umanitanova.org/novita-edizioni-zero-in-condotta-collana-studi-storici/

Tradução > Liberto

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Vendinha de bairro.
Ressona feliz gatinho
no saco de estopa.

Fanny Dupré

[Grécia] Atenas | Concentração para a marcha do Dia Internacional das Montanhas

Quinta-feira, 11 de dezembro de 2025, 19h00

Quinta-feira, 11 de dezembro | Dia Internacional das Montanhas

Liberdade para rios e montanhas

Concentração da marcha: Thiseio, 19h00

CONTRA A DESTRUIÇÃO DA NATUREZA

Luta pela Terra, pela Vida e pela Liberdade

A destruição da natureza será a norma

enquanto houver Estado e capitalismo

Iniciativa de Luta pela Terra e pela Liberdade

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Se equilibra
nas variações do vento
o bem-te-vi

Harley Meirelles

[Irã] Declaração de protesto pela suspenção imediata da sentença de execução de “Goli Houhkan”, uma mulher Balúchi

Somos a voz da ira, a dor e a resistência; a voz de mulheres que durante anos foram esmagadas sob mecanismos de dominação, discriminação e violência sistêmica.

Hoje erguemos esta voz por Goli Kouhkan; uma mulher que não só é vítima de violência doméstica, mas vítima de todas as estruturas que reproduzem, justificam e legalizam a violência.

A Goli Kouhkan lhe roubaram sua infância aos 12 anos e foi forçada a casar-se; aos 13 se converteu em mãe; e durante anos seus ossos e alma foram destroçados sob os golpes de um patriarcado armado santificado pela lei. No entanto, quando resistiu para salvar sua própria vida e a de seu pequeno filho, o mesmo sistema que a tinha abandonado indefesa e desprotegida agora assinou tranquilamente sua sentença de morte.

Este não é o destino de uma só mulher; é o retrato completo de uma ordem repressiva que esmaga as mulheres, ignora os pobres, despoja as minorias étnicas de identidade e direitos, e logo, no momento de sua resistência, as elimina.

Quando a família da vítima fixa o “preço do perdão” em 10 mil milhões de tomanes (aproximadamente 80,000 dólares), isto não é nem justiça nem uma possibilidade; é uma declaração explícita de que as vidas das mulheres pobres sem documentos de identidade não têm valor para esta estrutura fascista.

Para Goli Kouhkan, esta quantidade não é uma “opção,”, mas um muro de ferro entre ela e sua vida.

As 241 mulheres executadas em mais de uma década não são meros números; são nomes apagados, todas presas em uma estrutura que ignora a violência masculina e criminaliza a autodefesa feminina.

Um sistema que oculta o verdadeiro perpetrador e santifica a violência doméstica, a discriminação judicial, o patriarcado legalizado e uma dominação que quer que a vida das mulheres seja um espaço seguro para a violência.

O caso de Goli Kouhkan é a intersecção de duas formas de opressão: a misoginia e a discriminação contra o povo Balúchi. Esta combinação de repressão não é nem um acidente nem uma exceção; é a lógica da ordem existente.

Declaramos:

Deter esta sentença não é só defender uma mulher; é um ato de desobediência contra uma ordem que ata o valor da vida ao gênero, a classe, a etnia e o autoritarismo.

Se executar-se esta sentença, não só se matará uma mulher; enviará uma mensagem de que “as vidas das mulheres marginalizadas seguem sendo prescindíveis.”

Portanto, rechaçamos tanto esta mensagem de morte como esta ordem patriarcal dentro do estado islâmico que governa a geografia do Irã.

MULHER–VIDA–LIBERDADE!

Frente Anarquista

anarchistfront.noblogs.org

@AnarchyFront

Tradução > Sol de Abril

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De que árvore florida
chega? Não sei.
Mas é seu perfume…

Matsuo Bashô

Fragmento da história do movimento anarquista no Oriente Médio

Os quase 16 anos de atividade anarquista contínua nas regiões geográficas do Irã e do Afeganistão representam um esforço persistente de reviver uma tradição reprimida de emancipação em um dos campos de poder mais violentos do Oriente Médio, uma tradição cujas raízes, no Irã, remontam a mais de um século. Nos anos turbulentos após a Revolução Constitucional, Mirzadeh Eshghi pode ser considerado uma das primeiras figuras a introduzir temas distintamente anarquistas no espaço político do Irã por meio de literatura, teatro e jornalismo. Em um espírito explicitamente antiautoritário, antimonárquico e anticentralista, ele buscava a liberdade não dentro do quadro do Estado, mas na destruição dos próprios fundamentos do despotismo, uma perspectiva pela qual ele acabou pagando com a vida.

Nas décadas seguintes, especialmente nos anos que antecederam a Revolução de 1979, tendências anarquistas, embora dispersas, existiam na forma de publicações clandestinas, traduções das obras de Bakunin, Kropotkin e Malatesta, e pequenos círculos intelectuais em diversas cidades grandes. Essa corrente foi atingida tanto pela repressão do Estado Pahlavi quanto, após a revolução, pela marginalização dentro do espaço hegemônico dominado por forças estatistas e islamistas de esquerda. Após décadas de silêncio forçado, a tradição anarquista encontrou espaço para respirar novamente no exílio e nas margens. Essa trajetória entrou em uma nova fase em 15 de agosto de 2009, com a formação da “Voz do Anarquismo” como um núcleo reconstituído fora das fronteiras do Irã.

Entre 2011 e 2014, esse esforço continuou por meio de uma reestruturação organizacional sob o nome de “Rede Anarquista”, enquanto em 2013 a plataforma de mídia “Asr-e Anarchism” começou a operar como o braço teórico e propagandístico dessa corrente.

A partir de 2015, esse processo passou a se entrelaçar com a geografia do Afeganistão, transformando-o em projeto transnacional que, em 2018, entrou em fase de convergência organizacional com o estabelecimento da “União dos Anarquistas do Afeganistão e do Irã” e, em 2020, alcançou um nível mais elevado de coesão com a formação da “Federação do Anarquismo Asr-e”. Com a intensificação da repressão, mudanças nas equações políticas regionais e o agravamento dos bloqueios estruturais, tornou-se inevitável a necessidade de uma reconfiguração política e organizacional fundamental. Consequentemente, em abril de 2025, a “Frente Anarquista” foi anunciada como uma nova forma de auto-organização revolucionária, com foco no Irã, no Afeganistão e na região do seu entorno. Por meio do estabelecimento de uma extensa rede de plataformas de mídia multilíngues, essa frente buscou levar o discurso do antiautoritarismo, do igualitarismo e da libertação social para além das fronteiras étnicas, linguísticas e nacionais.

Tudo isso se desenrola em condições em que tanto o Irã quanto o Afeganistão vivenciam alguns dos períodos mais sombrios das suas histórias contemporâneas em termos de repressão política. No Irã, a onda de prisões, sentenças severas em tribunais, controle abrangente do ciberespaço e a criminalização de qualquer forma de organização independente atingiram níveis sem precedentes. No Afeganistão, o governo Talibã, por meio da exclusão total das mulheres da vida social, da repressão da mídia, prisões, torturas e execuções, mergulhou a sociedade em estado de asfixia absoluta. Nesse contexto, a Frente Anarquista não é simplesmente uma organização política; é a continuação histórica de uma tradição emancipatória suprimida que, desde Eshghi e as publicações clandestinas pré-1979 até os dias atuais, persistiu com diversas formas de resistência contra o Estado, o capital e a dominação, uma continuidade cuja própria sobrevivência testemunha a resiliência da possibilidade de libertação sob as condições mais extremas de repressão.

Frente Anarquista

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@AnarchyFront

Tradução > CF Puig

agência de notícias anarquistas-ana

Abro o armário e vejo
nos sapatos meus caminhos.
Qual virá no séquito?

Anibal Beça

Frases célebres de Mumia Abu-Jamal

“Muitos dizem que é loucura resistir ao sistema, mas, na verdade, é loucura não resistir a ele.”

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“Passo meus dias me preparando para a vida, não para a morte. Não conseguiram me impedir de fazer o que quero todos os dias. Acredito na vida, acredito na liberdade, por isso minha mente não é consumida pela morte. É amor, vida e essas coisas. De muitas maneiras, em muitos dos meus dias, apenas meu corpo está aqui, e minha mente está no que está acontecendo em todo o mundo.”

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“O papel da televisão é o da ilusão de companhia, o ruído. Eu a chamo de quinta parede e segunda janela: a janela da ilusão.”

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“Eles não querem apenas a minha morte, querem o meu silêncio.”

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“Elie Wiesel diz que o maior mal do mundo não é a raiva ou o ódio, mas a indiferença. Se isso é verdade, então o contrário também é verdade: que o maior amor que podemos mostrar aos nossos filhos é a atenção que lhes damos, o tempo que dedicamos a eles. Talvez sirvamos melhor às crianças simplesmente prestando atenção nelas.”

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“A mídia, ela própria um braço do poder das megacorporações, alimenta a indústria do medo, de modo que as pessoas sejam preparadas como bombas para apoiar guerras baseadas em boatos, insinuações, lendas e mentiras.”

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“A política é a arte de fazer as pessoas acreditarem que estão no poder, quando na verdade não têm nenhum.”

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“Você vê lei e ordem? Não há nada além de desordem e, em vez de lei, há a ilusão de segurança. É uma ilusão porque se baseia em uma longa história de injustiças: racismo, criminalidade e o genocídio de milhões de pessoas.”

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“Correndo o risco de citar Mefistófeles, repito: Bem-vindo ao inferno. Um inferno erguido e mantido por governos humanos e abençoado por juízes vestidos com togas negras. Um inferno que permite que você veja seus entes queridos, mas não os toque. Um inferno situado no interior dos Estados Unidos, a centenas de quilômetros de distância da maioria das famílias. Um inferno branco e rural, onde a maioria dos prisioneiros é negra e urbana. É uma forma americana de morte.”

agência de notícias anarquistas-ana

Velha lagoa
um sapo mergulha
barulho d’água.

Matsuo Bashô

[México] Pela vida e a saúde de Mumia, pela vida e a saúde dos presos. Pelo fim do capitalismo e seus cárceres.

Completam-se 44 anos da injusta prisão de Mumia Abu-Jamal que hoje luta por sua saúde e sua liberdade. Na Filadélfia, acontece uma marcha de 13 dias para exigir atenção médica e liberdade para Mumia, parte de uma jornada de agitação para que cuidassem da perda de visão de Mumia. Já houve uma primeira intervenção que permitiu recuperar a vista de um olho, mas ainda falta para seu outro olho e sua saúde em geral. No México, preparam um ato por Mumia e em memória de Carolina Saldaña, a companheira militante que divulgou seu trabalho jornalístico e de tradução da obra de e sobre Mumia no México e em parte importante da América Latina. A seguir, compartilhamos um texto divulgado pelo site mumiafree.org, que está sendo distribuído nesta marcha pelos Estados Unidos exigindo a liberdade para Mumia.

MUMIA ABU-JAMAL, lutador pela liberdade, jornalista, avô, preso político estadunidense.

Mumia foi preso político na Pensilvânia durante 44 anos, 29 deles no corredor da morte.

Veterano dos Panteras Negras, rádio jornalista, avô, acadêmico, destacado pensador revolucionário e um afetuoso veterano do movimento, Mumia difunde lutas em todo o mundo com sua poderosa voz e seus escritos. Mumia é vítima do racismo e da violência policial, alvo da guerra do governo contra a população negra e os movimentos de liberação negra.

Capturado aos 27 anos, agora tem 71. Mumia foi baleado, incriminado e condenado injustamente pelo assassinato de um policial em 9 de dezembro de 1981. Violência policial, fiscal e judicial. O juiz Sabo, que presidia o julgamento, foi escutado por um taquígrafo judicial antes do julgamento de Mumia: “Vou ajudá-los a fritar o negro”. Sabo condenou Mumia a morte em 3 de julho de 1982. O movimento popular obrigou o estado a retirar Mumia do corredor da morte em 2011, mas agora ele enfrenta a pena de morte por encarceramento e um sistema penitenciário que tenta eliminá-lo mediante graves abusos e negligência médica.

Provas encontradas 36 anos depois do julgamento, ocultas na promotoria da Filadélfia, confirmam que o promotor subornou testemunhas para que declarassem falsamente; excluiu sistematicamente pessoas negras do jurado; e ocultou provas favoráveis a Mumia, de seu advogado e do jurado. Em 2022, quando Mumia solicitou um novo julgamento, a liberação ou inclusive uma simples audiência sobre as provas, os tribunais injustos e cruéis o negaram.

Aos 15 anos, Mumia escreveu para o jornal Black Panther e posteriormente se converteu em um premiado jornalista de rádio. Desde “as entranhas do barco negreiro moderno” (uma prisão estadunidense), Mumia analisa a atualidade, fala de história e música; compartilha humor e se solidariza com as pessoas oprimidas de todo o mundo.

Mumia é autor de 14 livros, entre eles “Ao vivo desde o corredor da morte”, “Advogados do cárcere”, “Queremos liberdade”, “A fé de nossos pais” e, mais recentemente, coautor de “Sob a montanha”, uma profunda coleção de escritos de pessoas inspiradoras que, ao longo dos anos, experimentaram o terrorismo de Estado e o cativeiro. 

Sindicatos, líderes políticos e religiosos, celebridades, grupos de direitos humanos e pessoas de todo o mundo (por exemplo, África do Sul, México, Alemanha, França, Inglaterra) apelaram aos juízes e governadores da Autoridade Palestina a liberar Mumia. Os estivadores fecharam portos e várias cidades da França o nomearam cidadão honorário. A Universidade de Brown alberga os arquivos penitenciários de Mumia, catalogados e disponíveis para o público.

Com a solidariedade internacional e o poder do povo, Mumia será liberado. Devemos seguir lutando! Como disse Mumia: “Com amor, não com tristeza”.

Abu-Jamal viu as falhas na atenção médica do sistema penitenciário faz uns anos quando lhe negaram o tratamento para a hepatite e desenvolveu cirrose hepática. “Só mediante campanha pública está vivo hoje”, disse o médico. E agora, é necessário outro esforço similar para garantir que Abu-Jamal receba um tratamento vital.

O médico disse que Abu-Jamal sofre complicações devido à retinopatia diabética, o glaucoma e a cirurgia de cataratas que podem provocar cegueira permanente. Necessita cirurgia, mas o Departamento Correcional nega tratamento imediato.

A marcha que se faz nos Estados Unidos tem como objetivo pressionar por atenção médica para Mumia.

Fonte: https://amigosdemumiamx.wordpress.com/2025/12/08/por-la-vida-y-la-salud-de-mumia-por-la-vida-y-la-salud-de-lxs-presxs-por-el-fin-del-capitalismo-y-sus-carceles/

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Sobre a folha seca
as formigas atravessam
uma poça d’água

Eunice Arruda