[Além dos protestos festivos, sonoros e coloridos, ataques contundentes e furiosos contra o governo e o capitalismo explodiram neste 1º de maio em Istambul, Amed e Dersim (Turquia – Curdistão) e outras cidades turcas. Até 2010, protestos na Turquia eram proibidos nesta data. Na Praça Taksim, em 1° de maio de 1977, houve mortes e feridos durante uma manifestação considerada ilegal, que gerou um confronto entre manifestantes e policiais. Neste ano, 2012, mais de 20 mil policiais foram mobilizados para garantir a segurança na Praça Taksim, a mais importante de Istambul. A seguir breves relatos dos protestos do “Dia do Trabalho” em algumas cidades turcas.]
Istambul: Na principal cidade da Turquia, as preparações para a celebração do 1º de maio começaram as 7h30 da manhã, quando diferentes grupos incluindo anarquistas, partidos e outras organizações chegaram até a Praça Taksim. Três cortejos distintos saíram da localidade de ÅiÅli. O bloco anarquista tinha o Black Bloc, o coletivo Terra e Liberdade, o Cortejo Vermelho e Negro, o Ação Revolucionária Anarquista, ativistas de libertação animal e individualidades. O encontro foi na entrada da estação de metrô, onde ocorreu uma comemoração através de hinos e canções transmitidos por um sistema de som acompanhado por percussão e trompetes. Uma faixa grande na cabeça do bloco dizia “Nós vamos incendiar os bancos, as fábricas, as prisões, as constituições, as bandeiras e os uniformes”.
Após o encontro, um grupo de ativistas do Black Bloc atacou seus alvos principais, entre os quais bancos locais e multinacionais, além de grandes corporações localizadas na rua Cumhuriyet, como o Starbucks, Burguer King, McDonald’s, Halk Bank, ÄÅ Bank, dois Garanti Bank Branches, Åekerbank, KuveyttÃrk, Akbank, YapÄkredi, Defacto, Anadolu Änsurance, Beytem Plaza; e no mesmo caminho, o grupo demolia anúncios publicitários e paradas de ônibus, gritando palavras que buscavam a prática insurrecional, como “Pela revolução anarquista, pela ação direta contra o sistema capitalista”, “Nem ditadura, nem democracia, mas sim destruição insurrecional anarquista!”.
Ainda durante a caminhada, em Harbiye, nas cercanias do museu militar, uma faixa dizia “Fogo nas prisões! Liberdade para os prisioneiros! Rawin Sterk e Osman Evcan estão conosco”. O protesto culminou com a queima das bandeiras negras.
Como sempre, a mídia dominante burguesa e as mídias da esquerda liberal fizeram especulações imprecisas contra os ativistas. O governador da cidade declarou em tom de ameaça que os ativistas “receberão punição severa”.
Ação Revolucionária Anarquista, Ação Anarquista do Ensino Médio, Mulheres Anarquistas e Coletivo 26A: Caminharam em um cortejo completo, e atrás deles um grupo com o nome de Desobedientes segurava uma faixa que dizia “Não trabalhe, coma o patrão antes da manifestação”. O Coletivo 26A preparou uma mesa de comida comunitária e distribuiu panfletos e sanduíches.
Cortejo Vermelho e Negro: Eles se encontraram cedinho, pela manhã, em frente à mesquita ÅiÅli, em conjunto com o coletivo Terra e Liberdade. Logo após, os grupos se juntaram ao bloco anarquista e ali permaneceram por um tempo até conseguir o lado direito da rua. Mais tarde, caminharam até a área do 1º de maio e adentraram na Praça Taksim.
Ankara: Durante as celebrações do “Dia do Trabalho” em Ankara, na área de TandoÄan e SÄhhÄye, a polícia interferiu com bombas de gás lacrimogêneo. Em Ankara, as celebrações ocorreram em duas áreas distintas. A polícia atacou com bombas de gás lacrimogêneo a manifestação de ONG´s. Os trabalhadores se reuniram em assembleia bem cedo em frente à estação de trem, e caminharam na área de SÄhhÄye. Logo após, centenas de pessoas forçaram a barricada da polícia para tentar entrar na estação de trem. A tensão aumentou a partir da utilização de bombas de gás lacrimogêneo pela polícia.
Dersim: Nas celebrações do 1º de maio organizadas por sindicatos e partidos políticos, os manifestantes foram expostos ao terror policial. Milhares de pessoas se reuniram em diferentes locais da cidade caminhando até um ponto de encontro com diferentes palavras de ordem e aplausos. A polícia cercou a área do encontro com barreiras, tentando impedir a primeira celebração do 1º de maio nesta cidade pelos trabalhadores. Houve o monitoramento dos manifestantes através de câmeras, que reagiram à repressão policial. O conflito estourou no momento em que os manifestantes tentaram entrar na área cercada pela polícia. As massas responderam os ataques com pedras e quebrando as barreiras, entrando na área. Após negociações com a polícia os incidentes terminaram.
Amed: Após a comemoração do 1º de maio ocorrida em Diyarbakur, na vizinhança de BaÄlar, ocorreram conflitos entre policiais e manifestantes. Antes do protesto, na praça da estação, no bairro de BaÄlar, no distrito de DÃrtyol e Kuru ÃeÅme, também foram registrados choques entre manifestantes e forças da ordem. A intervenção policial com veículos blindados foi recebida com fogos de artifício e coquetéis molotov. Ainda em resposta à repressão das autoridades, os manifestantes contestaram com pedras e outros objetos. Logo após os enfrentamentos os grupos se debandaram. Em função dos incidentes na manifestação, haverá uma ação judicial das autoridades de DiyarbakÄr para investigar os envolvidos.
Ankara: Anarquistas participaram do 1º de maio através de uma iniciativa anarco-comunista de Ankara. O cortejo atingiu a marca de 300 pessoas. Após o ponto de chegada o grupo não quis ser fichado pela polícia, e, portanto, houve conflito. O grupo trazia uma faixa que dizia “Nós carregamos um novo mundo em nossos corações e enquanto este coração bater essa luta continua”. Os manifestantes carregavam cartazes e fotografias com citações de diversos anarquistas e autores rebeldes.
Mersin: Nesta cidade, os anarquistas caminharam gritando slogans que chamavam para a revolução anarquista: “Nem Deus, Nem Estado”, “Não Reze, Rebele-se”, “Não chore de fome, saqueie os mercados”, entre outros.
Izmir: Os anarquistas este ano participaram das manifestações convidando os ventos negros através da concepção de que “anarquia é organização”. O grupo com aproximadamente 80 pessoas gritou diversas palavras de ordem, carregando bandeiras vermelho e negras e verdes e negras.
Bursa: O carnaval anarquista foi às ruas este ano novamente, com faixas que diziam “Quando o governo toma o controle da vida, torna-se imprescindível viver e resistir ao governo”. Os anarquistas não quiseram ser fichados e revistados pela polícia, e por este motivo a tensão também aumentou, culminando em conflitos entre as forças da ordem e diversos anarquistas.
Vídeo de Istambul:
Fotos de Istambul:
› http://imgur.com/a/WVUg1
Tradução > Malobeo
agência de notícias anarquistas-ana
A palavra-chave
sempre se esconde
atrás da porta.
Lêdo Ivo
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…