por CrimethInc. Ex-Workers Collective | 31/10/2018
O fascista propositor de ditaduras e assassinatos em massa Jair Bolsonaro venceu a eleição presidencial brasileira. Quem precisa de um golpe militar quando se pode usar o voto para conseguir exatamente a mesma coisa? Já exploramos em detalhe como partidos de centro e de esquerda prepararam o caminho para isso. Do Brasil à França, partidos por todo o espectro político deixaram pra trás qualquer fingimento de que têm alguma solução para os problemas sociais que não seja aumentar a violência por parte do Estado. Nesse contexto, não é surpreendente que políticos que explicitamente representem a polícia e o exército estão chegando ao poder, uma vez que eles se tornaram a epítome do próprio Estado.
Sentimos muito por nossos camaradas no Brasil, que já sofreram uma enorme quantidade de repressão estatal e violência capitalista – e agora enfrentarão ainda mais. Talvez a resistência imediata no dia da posse de Donald Trump possa servir como um ponto de referência útil. Mas por causa das maneiras específicas como o Brasil foi colocado como recebedor da violência colonialista, a onda de nacionalismo que já se firmou nos Estados Unidos e na Europa vai envolver uma violência consideravelmente mais brutal lá. Chamamos a todos ao redor do mundo para se mobilizar em solidariedade aos alvos dos ataques que Bolsonaro permitiu realizar.
Como anarquistas, não acreditamos que eleições dão legitimidade a qualquer grupo governante. Para nós, nenhuma eleição poderia legitimar a violência policial, a homofobia, o racismo, ou a misoginia, nem mesmo prisões, fronteiras, ou a destruição do mundo natural do qual a sobrevivência de todos depende. Nenhum voto poderia dar o direito de qualquer um dominar outras pessoas. O majoritarismo é tão repugnante para nós quanto a ditadura: ambos fazem da coerção o fundamento da política.
O que importa não é como melhorar a democracia; fundamentalmente, a democracia é um meio para legitimar governos para que as pessoas aceitem suas imposições, não importa quão tirânicas e opressivas elas possam ser. O que importa é como defendermos uns aos outros da violência do Estado; como encontrar formas de satisfazer nossas necessidades sem depender de unanimidade ou coerção; como colaborar e coexistir em vez de competir por poder. Na medida em que mais e mais regimes opressivos ascendem ao poder ao redor do mundo, temos que nos livrar das nossas ilusões sobre governos democráticos “bons” e nos organizar para proteger uns aos outros por qualquer meio necessário.
O oposto de fascismo não é democracia. O oposto de fascismo é liberdade; é solidariedade; é ação direta; é resistência. Mas não é democracia. Democracia, de novo, tem sido o mecanismo que levou os fascistas ao poder.
>> Nos últimos meses, nossos camaradas no Brasil, na Grécia e na Alemanha publicaram traduções de From Democracy to Freedom, nossa análise do que há de comum entre democracias e ditaduras. Oferecemos essas traduções aqui¹ [em português] – caso o site do grupo brasileiro inesperadamente saia do ar – junto com uma tradução para o inglês de um epílogo à tradução alemã. Nossos camaradas na Alemanha estão também organizando apresentações públicas do livro.
[1] https://cloudfront.crimethinc.com/assets/articles/2018/10/29/democracia-livro-web.pdf
Tradução > Peterson Silva
agência de notícias anarquistas-ana
na praia a sereia
anseia que a onda
a salve da areia
Eugénia Tabosa
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…