Estas palavras nascem do módulo 14, Santiago 1.
São escritas por um punhado de prisioneiros da Revolta.
Nós não representamos ninguém nem falamos pelo módulo inteiro. Acreditamos que estes esclarecimentos são necessários devido à “romantização” nociva que a rua e a luta tem dado a este módulo de “manifestantes”.
O clima de luta não só se dissolveu na rua, como teve um efeito real na capacidade de coordenação entre nós e o mundo exterior. Apesar disso e de nossas próprias inabilidades, alguns de nós nos unimos em uma afinidade antiautoritária.
Pensando nisso, e apesar de ser uma situação embrionária de prisão política, acreditamos que é importante trazer algumas vozes para as ruas e esclarecer algumas coisas.
Aqueles de nós que atribuem a essas cartas o fazem com a convicção de uma luta intacta e disposta, pensamos que a batalha dentro e fora das prisões é uma necessidade do presente, apesar da situação de saúde adversa que é usada pelos poderes – que são uma desculpa para militarizar ainda mais nossas vidas, submetendo-nos com novas e velhas ferramentas ao controle perverso do Estado e das multinacionais, que só estão inclinadas a defender o sistema que lhes gera lucros.
Neste contexto é que um grupo de corajosos presos iniciou um movimento de greve pacífica dentro das prisões, nossa solidariedade e força estão com eles, ainda que não pudéssemos nos juntar à mobilização como módulo, usaremos outras ferramentas para nos solidarizarmos com este cenário, pois ele toca a dignidade e o coração de todo espírito privado de liberdade.
E isto não pode suportar o selo da indiferença ou da omissão.
A luta é aqui e em toda parte, embora a contradição de pedir soluções às próprias instituições que nos mantêm cativos, a urgência de melhorar as condições de vida e a necessidade de descongestionar as prisões não nos deixa sem opinião ou parte.
Enquanto não pudermos demolir a raiz da instituição penitenciária sádica (pública ou do conselho, para adultos ou menores), acreditamos que nossa luta como presos deve ser por isso e pela liberdade dos presos contra a propriedade e da Revolta.
Este é um chamado que, apesar das adversidades, a luta continua não só pela nossa libertação, mas pela destruição absoluta de todas as relações sociais e instituições que nos mantêm escravizados e que mostram seu verdadeiro rosto fascista diante desta pandemia. Repudiamos o falso compromisso daquela esquerda que é cúmplice do poder que aperfeiçoou o sistema predatório e repressivo que hoje faz sair suas garras, os cavalos de Tróia do capital também devem queimar na barricada.
Apelamos à solidariedade real e ativa entre exploradores e várias iniciativas horizontais e antiautoritárias como única forma de lutar contra a prisão, enquanto vamos tirando pouco a pouco algumas coisas mínimas das mãos do poder, nosso norte é o desmantelamento total das prisões e de qualquer sociedade que precise delas.
Vamos abrir todas as gaiolas!
Força aos em greve de fome e suas famílias.
Força aos compas do SENAME.
Nossa organização será a sua ruína.
Até a queda do último bastião da sociedade prisional.
Contra o capital, seus defensores e seus falsos críticos.
Só a luta nos fará livres.
Fogo às prisões e mansões.
LIBERDADE.
Alguns anarquistas presos no módulo 14 de “Santiasco” 1.
Início do outono, 2020.
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
A horta de casa
já deve estar prateada —
Lua-desta-noite.
Michela Brígida
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…