Neste fim-de-semana completar-se-ão 150 dias desde que Alfredo Cospito entrou em greve de fome. O preso anarquista italiano de 56 anos iniciou há mais de 4 meses uma greve de fome contra o regime de isolamento máximo 41-bis a que foi conduzido em Maio de 2022. Este é um regime prisional considerado, inclusivamente pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, uma violação dos direitos fundamentais do ser humano.
Na passada quarta-feira, 15 de Março, conforme foi divulgado a Agência de Noticias Anarquistas, o médico que nesse dia visitou Alfredo declarou o agravar do estado clínico de Cospito. “A situação está tornando-se cada vez mais óbvia e cada vez mais perigosa”, enfatizou. “O sistema nervoso periférico (SNP) está agora severamente deficiente (as fibras nervosas que levam mensagens sensoriais ao sistema nervoso central (SNC), e a “resposta” do SNC ao corpo – músculos, órgãos, glândulas – foram irremediavelmente danificados). A perna direita está deficiente em flexibilidade e apresenta instabilidade estática, pelo que caminhar normalmente é-lhe extremamente cansativo e difícil. O seu peso atingiu 67 quilos e continua a baixar (devemos notar neste ponto – como é importante entender o choque para o corpo – que Cospito começou [a greve de fome] com cerca de 115 quilos e a sua altura era de 1,93m)”.
O médico e o advogado de defesa explicaram a Alfredo que a rápida deterioração do SNP se deveu a uma deficiência de vitaminas e pediram-lhe para decidir nos próximos dias se tornaria a tomar um suplemento multivitanímico, já que a próxima audiência no caso está marcada para 24 de Março. Por outro lado, também enfatizaram que – apesar da situação em que se encontrava – o seu humor continuava bom e sua posição firme e determinada.
Em 1 de Março, durante uma conferência de imprensa, o advogado de Alfredo divulgou uma carta-declaração de Cospito que nunca tinha sido tornada pública até à data e que o Mapa deu já a conhecer. Nas palavras de Cospito, a sua “luta individual de um anarquista” representa a de quem está “disposto a morrer para fazer o mundo compreender o que é realmente 41-bis”. Esta é, pois, uma luta pelos direitos humanos. Mas é igualmente uma luta concreta pelo direito de opinião e de expressão em pleno seio da Europa democrática. Alfredo Cospito fora colocado em 41-bis pelo motivo invocado de impedir que continuasse a escrever cartas e artigos para os seus companheiros no exterior. É por isso mesmo, tratando-se de uma luta pelos valores humanos e de liberdade, que esta é uma luta da condição mais profunda de um anarquista contra o Estado.
Fonte: https://www.jornalmapa.pt/2023/03/18/alfredo-cospito-150-dias-em-greve-de-fome/
agência de notícias anarquistas-ana
Sou definitivamente
louca do haikai.
Ele, também.
Manuela Miga
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!