Por Eduardo Montagut | 19/04/2024
No final dos anos vinte se constituiu em Buenos Aires a Guilda de Amigos del Libro, com o fim de publicar uma série de obras de Max Nettlau, desconhecidas em castelhano, concluir a edição das de Bakunin, que havia se iniciado por La Protesta, reeditar algumas obras de pensadores anarquistas esgotadas ou publicadas parcialmente, etc. Recordemos que Nettlau foi um dos mais destacados historiadores do anarquismo, além de ser um ideólogo do mesmo.
Na altura do verão de 1929 a associação contava com cotistas na Argentina e em outros países de fala espanhola, mas considerando a importância do livro para a difusão das ideias anarquistas, a Guilda buscava tornar-se mais conhecida, daí que inseriram parte de seus estatutos e plano de trabalho, como fez La Revista Blanca em seu número de 15 de julho de 1929.
La Guilda tinha, principalmente, como propósitos estimular a cooperação material e intelectual em torno à edição e difusão dos bons livros, excluindo o interesse comercial da indústria editorial porque havia se convertido em um puro negócio quando devia ter como missão uma obra “puramente cultural”. Ademais, devia servir de veículo ao pensamento livre e contribuir para a superação intelectual dos povos. Por outro lado, a Guilda pretendia facilitar a seus membros a aquisição dos livros a preços reduzidos e mediante quotas mensais apropriadas às necessidades e possibilidades de cada um.
Começaria pelo momento com a edição das obras de Nettlau, de Bakunin e a realização do programa editorial da Editora La Protesta, como assinalamos no começo deste artigo.
Para conseguir tudo isto manteriam relações estreitas com os organismos “de ação emancipadora” La Protesta e a Federación Obrera Regional Argentina.
Poderiam ser membros todas as pessoas que estivessem de acordo com os propósitos perseguidos, as instituições culturais como bibliotecas, sindicatos obreiros e quantos organismos que tivessem como finalidade o esforço a favor da emancipação humana. A Guilda fomentaria por todos os meios a cooperação e o crescimento intelectual de seus membros com o fim de criar uma corrente de pensamento livre e de superação intelectual.
A Guilda se subdividia em seções. Pelo momento:
I. História social, biografia, memórias.
II. Literatura social.
III. Problemas atuais.
Com o tempo poderiam se formar outras disciplinas científicas e literárias.
>> Foto em destaque: Frente do jornal anarquista “La Protesta” em 1904.
agência de notícias anarquistas-ana
nas noites de frio
um bom vinho, um edredon
dois corpos no cio
Cristina Saba
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!