A mineração, legitimada pela narrativa da “transição verde”, ameaça esventrar territórios de norte a sul do país. Neste número, revisitamos o Barroso, o epicentro da resistência antiextrativista, recuperando as conversas, as práticas, os sonhos tecidos ao longo do 4.º acampamento em defesa das serras, dos baldios, de todo um modo de vida. Mas não descuramos também investidas noutras geografias, como a ampliação da mina de Alvarrões, na Guarda.
Mapeia-se resistência por todo o país, sejam protestos contra a indústria de celulose e os mares de eucalipto com que brinda as nossas paisagens, seja o movimento estudantil contra o genocídio na Palestina ou as plataformas que se organizam para reivindicar o direito à habitação ou em denúncia do racismo, da violência policial e do legado colonial em que seguimos submersos. Aprofundamos as suas raízes olhando para o passado imperial português, com foco na ilha da Madeira, laboratório do modelo de plantação que conjugou monocultura, escravatura, internacional e desflorestação sem precedentes com o intuito de converter o mundo em mercadoria. No panorama internacional, acompanhamos a resistência contra a gigafábrica da Tesla nos arredores de Berlim e aprofundamos a solidariedade queer com a causa palestiniana.
Na outra face da moeda, este MAPA mostra que é possível organizar-se e relacionar-se de outra forma, atendendo ao 3.º fórum das cooperativas integrais em Tomar, estabelecendo alianças ibéricas nas Astúrias, reocupando zonas rurais e regenerando os ecossistemas, dançando ao ritmo da autogestão, educando para a liberdade e para a diferença, fazendo arte como ferramenta de militância, escutando as pessoas que estão do outro lado das grades.
Mas a grande surpresa deste número é o encarte da revista Outras Economias, resultante de uma parceria com o CIDAC – Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral (@loja_de_comercio_justo) – que nos convida a ver a economia além do mercado e a praticar alternativas económicas no nosso quotidiano.
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Nota: A presente edição por motivos alheios ao coletivo do MAPA e por lapso da gráfica foi impressa com a distribuição errada das páginas a cores previstas. Lamentamos o sucedido.
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jornalmapa.pt
agência de notícias anarquistas-ana
Vendinha de bairro.
Ressona feliz gatinho
no saco de estopa.
Fanny Dupré
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!