Contra Todo Nacionalismo | O Poder É Maldito | A Sociedade Contra O Estado

Por Carlos Pereira Júnior

|| Contra Todo Nacionalismo ||

Quero queimar na praça

ou descartar na privada

a bandeira nacional.

Não me servirão de nada

as cores da nação.

.

Pois, muito em breve,

sairei sem rumo

pelo mundo a fora

para estar em todos os lugares

e em parte alguma.

.

Serei um errante marinheiro

lendo estradas no céu,

abominando Estados,

pátrias, fronteiras, fascismos

e todas as formas de autoritarismo

e fundamentalismo político.

Minha vocação é ser livre de todo poder soberano.

|| O Poder É Maldito ||

Sempre exercido contra o povo

o poder assujeita, silência e mata

nossa potência individual e coletiva.

.

O poder está dentro e fora do Estado,

é divino e tenebroso.

Sempre parasitário e assassino.

.

Ele cria, destrói e controla

nossos destinos.

É desejado, querido,

buscado e reverenciado

pelos que entre nós

são perversos e autoritários.

.

Mas o poder é sempre maldito

e isso me faz libertário.

|| A Sociedade Contra O Estado ||

Quando algum dia

nossa luta avançar

e ameaçar de morte a ordem vigente,

o Estado, em franca reação,

há de nós prender e eliminar

sob um sol de meio dia.

.

O autoritarismo, afinal,

nunca sai de moda.

Principalmente nos tempos

de duvidosa democracia.

.

O que importará nestes tristes dias vindouros,

será nossa defesa encarniçada da sociedade,

será nossa capacidade de criar liberdades

e afirmar a vontade popular

contra todas as oligarquias,

Estados, deuses e hierarquias.

.

Assim, na contramão dos conformismos,

faremos todo poder desabar

frente a potência de nossa poesia.

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ribeira seca
nem um sopro
as cigarras crepitam

Rogério Martins

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