[Grécia] Atenas: Reivindicação de responsabilidade pelo ataque aos escritórios da Hellenic Train

28 de fevereiro marca dois anos desde o crime mortal de Tempi. Dois anos depois, as causas da colisão entre um trem de passageiros da Hellenic Train e um trem comercial permanecem obscuras. Obscuras precisamente porque os principais perpetradores deste crime são as políticas capitalistas do Estado e seu capital.

57 pessoas morreram e quantas outras ficaram gravemente feridas, com o governo tentando encobrir as causas da tragédia, defendendo mais uma vez o capital privado da grande burguesia. Os últimos desenvolvimentos que vieram à tona não deixam espaço para má interpretação ou mal-entendido. Seja o contrabando de combustível ou o transporte de materiais inflamáveis, a Hellenic Train, a Nova Democracia e o capital estão encobrindo seu crime.

Um encobrimento que começou a se desenvolver desde os primeiros minutos do acidente, com a mobilização sem precedentes do Estado executivo da Nova Democracia, que correu para encobrir em termos mafiosos o permanente e complexo relacionamento do poder burguês com o capital parasitário e seus interesses.

A administração estatal, com zelo particular, cuidou de distorcer o local do acidente, movendo e remendando os materiais e o próprio local, numa tentativa de ocultar evidências-chave que poderiam provar o que o trem de carga estava realmente transportando, as reais circunstâncias do acidente e os verdadeiros responsáveis pelo desastre.

Ordens políticas dadas por “conhecidos-desconhecidos”, oficiais políticos e operacionais que estavam “ausentes”, vídeos que desapareceram ou foram adulterados, um sistema de poder político e um primeiro-ministro que “não sabia, não viu, não foi informado”. Um ministro que renunciou para imediatamente se candidatar novamente e uma campanha de comunicação baseada em erro humano, vestida com a audácia de atores políticos que usaram um falso 41% como álibi, zombando de toda a sociedade e das lutas dos familiares das vítimas que buscam justiça. Ao mesmo tempo, a Hellenic Train, que comprou a rede ferroviária por uma pechincha, mente sobre o conteúdo do trem, culpando seus trabalhadores.

No entanto, a essência do crime de Tempi foi e continua sendo uma.

Contra seus lucros estão nossas vidas. Mas contra a violência do capital está a violência de nossa classe. Isso foi mostrado então pelos enormes e históricos protestos da classe trabalhadora e do povo, e é mostrado agora pelo esmagador protesto do último domingo (26/01) na Syntagma. As praças de todas as cidades foram inundadas de manifestantes, enquanto as devastadoras últimas palavras dos passageiros, “Não tenho oxigênio”, tornaram-se o lema de centenas de milhares de pessoas.

A raiva social que domina a maioria da sociedade foi expressa de forma poderosa naquele domingo, desarmando os mecanismos estatais e capitalistas de uma vez por todas, lembrando-os de que nada será esquecido.

Tarefas que não são outras senão a continuação da luta contra o sistema capitalista e o lucro.

O ataque à sede da Hellenic Train na noite de sexta-feira, 31 de janeiro, faz parte de nossa luta geral. É um contra-ataque simbólico contra os autores do crime capitalista e um gesto de honra àqueles que perderam suas vidas. Um lembrete geral de que continuaremos a lutar por condições dignas de vida, por bens sociais públicos e gratuitos, por nossas próprias vidas.

Os desenvolvimentos do próximo período nos encontrarão no ponto onde o coração de nossa classe bate. Onde tudo é decidido, nas ruas de luta. Onde as forças sociais, populares e de classe se encontrarão para declarar e garantir que o crime estatal-capitalista em Tempi não será consumado.

28 DE FEVEREIRO, TODOS NAS RUAS

militantes proletários

Fonte: https://darknights.noblogs.org/post/2025/02/07/athens-greece-responsibility-claim-for-the-attack-on-the-hellenic-train-offices/

Tradução > Contrafatual

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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/02/03/grecia-protestos-em-massa-exigem-justica-para-as-vitimas-do-acidente-de-trem/

agência de notícias anarquistas-ana

que flor é esta,
que perfuma assim
toda a floresta?

Carlos Seabra

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