
CONTRA O TERRORISMO PATRONAL. ANARCOSSINDICALISMO
ATO 11h00 PRAÇA PRINCESA
Com uma taxa anual de mortalidade recorrente e próxima de mil vítimas, o 1º de Maio está longe de ser um dia de celebração.
As reformas trabalhistas continuam sem enfrentar a urgência inadiável de reduzir as elevadas taxas de acidentes de trabalho, que todos os anos causam centenas de mortes evitáveis. É justamente o conhecimento de que essas mortes poderiam ser evitadas — algo frequentemente ignorado e subordinado aos interesses econômicos da produtividade — que nos faz falar em terrorismo, e não em simples delitos.
Julgar delitos é tarefa da justiça burguesa; a nós cabe torná-los visíveis e enfrentá-los nas ruas e nos locais de trabalho por meio da organização operária anarcossindicalista.
É evidente a relação entre as centenas de mortes causadas por infartos e AVCs e os quadros de estresse crônico vividos por milhares de pessoas assalariadas, mesmo quando o governo da vez tenta maquiar essa realidade com reformas como o controle de ponto eletrônico, o fim dos contratos por obra e serviço e a redução da jornada de trabalho.
O fato é que, em 2024 e 2025, aumentaram os contratos temporários de meio período, continuam sendo feitas horas extras não remuneradas além do limite anual permitido, e nas empresas seguem os esquemas de fraude com controle de ponto, contratações irregulares, descumprimento das tabelas salariais, demissões arbitrárias e uma infinidade de abusos trabalhistas.
Diante da impossibilidade de reconhecer a existência de uma tal “classe média”, diante da capitulação que é acreditar em um sindicalismo financiado pelo Estado que realmente defenda os interesses da classe trabalhadora, e diante da ficção e do dogma presentes nos discursos de qualquer governo ou partido político, a CNT-VIGO continua defendendo seus princípios, táticas e objetivos, que são a auto-organização operária, a autogestão e a defesa solidária dos interesses e direitos trabalhistas.
Fica para trás o paliativismo do assistencialismo estatal, cada vez mais enfraquecido diante dos interesses do capital privado — subsidiado e parasitário das necessidades sociais criadas pelo abuso, pela exploração e pela morte de milhares de trabalhadores e trabalhadoras.
É por isso que a CNT-VIGO jamais será cúmplice do silêncio covarde que significa se submeter às formas burocráticas da negociação coletiva conduzida pelas comissões de empresa. Este anarcossindicato não precisa da esmola de nenhum tipo de orçamento para viabilizar a prática do modelo sindical que defendemos: autogerido e, por isso mesmo, organizado por e para a classe trabalhadora.
Desde a CNT-VIGO afirmamos que a violência implícita ao trabalho assalariado não se resolve sentando à mesa do chamado “diálogo social”, mas sim enfrentando-a de maneira coletiva, parando e transformando a nosso favor, de forma coletiva e solidária, a máquina de guerra que é a economia.
Contra as consequências do trabalho abusivo e precário, contra a cumplicidade de sindicatos, partidos políticos e patronais que, em muitos casos, só podem ser classificados como terroristas:
VIVA O ANARCOSSINDICALISMO!
VIVA O 1º DE MAIO!
VIVA A CNT-VIGO!
cntvigo.org
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
tinta no pincel
fantasia com asas
pardal no papel
Carlos Seabra
ESTIMADAS, NA MINHA COMPREENSÃO A QUASE TOTALIDADE DO TEXTO ESTÁ MUITO BEM REDIGIDA, DESTACANDO-SE OS ASPECTOS CARACTERIZADORES DOS PRINCÍPIOS GERAIS…
caralho... que porrada esse texto!
Vantiê, eu também estudo pedagogia e sei que você tem razão. E, novamente, eu acho que é porque o capitalismo…
Mais uma ressalva: Sou pedagogo e professor atuante e há décadas vivencio cotidianamente a realidade do sistema educacional hierárquico no…
Vantiê, concordo totalmente. Por outro lado, o capitalismo nunca gera riqueza para a maioria das pessoas, o máximo que ele…