[Espanha] Crônica: Jornadas de Ecosocialismo em Sabadell

Este evento confederal ocorreu nos dias 20 e 21 de junho, reunindo palestras, debates internos e espaços de convivência. O objetivo foi aprofundar nossos acordos sobre ecologia e economia alternativa. Todo o encontro aconteceu entre a sede da CNT Sabadell e seu Ateneu Libertário.

Na sexta-feira, Alfredo Apilánez (autor do livro Os “Vícios” do Ecologismo) conduziu a primeira palestra, propondo um debate incômodo que não devemos ignorar. Ele questiona a tese do decrescimento — originária do movimento ecologista — por não resolver o problema central do capitalismo. Segundo Alfredo, o movimento ecologista e o movimento operário devem transcender suas pautas e se fundir, já que o operariado precisa superar a paradoxal defesa de sua classe versus a crítica ao trabalho em si (inerentemente ecocida). Sua tese principal é que tanto o operariado quanto o ecologismo não confrontam a contradição capitalista: a tendência de substituir trabalho vivo (mão de obra) por trabalho morto (máquinas). Ele propõe abandonar termos como “ecosocialismo” ou “decrescimento” e repensar o comunismo libertário.

No sábado, iniciamos com Damián, do ICEA (Instituto de Ciências Econômicas e da Autogestão), que explorou modelos econômicos alternativos com participação popular nas decisões. Discutimos sua aplicação em nossa atuação sindical. Em seguida, a ecologista e pesquisadora Erika González apresentou propostas ecosociais para o contexto de crise estrutural. Diferente de Alfredo, Erika debate o papel do Estado em transformações específicas, desde que não bloqueie alternativas transformadoras. Ela defende que a economia não deve encolher totalmente: setores como cuidados, assistência e sustentabilidade ambiental precisam crescer. Para ela, a prática constrói o imaginário — propostas só se concretizam quando aplicadas.

À tarde, após almoço no Ateneu Libertário, realizamos debates internos sobre como incorporar essas discussões em nosso programa. Fizemos dinâmicas de grupo e revisamos nossos acordos, incluindo o programa revolucionário “Agenda 2036”. Concluímos que nosso modelo oferece oportunidades relevantes para este contexto. Tudo está por fazer — e isso é uma oportunidade. As companheiras destacaram a importância de conectar o sindicato a projetos econômicos alternativos como tática, ou mesmo impulsioná-los.

Ao final, definimos propostas concretas:

• Criar planos organizativos para emergências climáticas (como a DANA), suprindo falhas do Estado via apoio mútuo.

• Atuar no campo com propostas de autoemprego e cooperativismo.

• Desenvolver essas áreas pelo GTC (Grupo de Trabalho e Consumo), buscando economistas, biólogos e sociólogos.

• Implementar planos de trabalho para disseminar essas mensagens nas seções sindicais.

O SPCC agradece profundamente o empenho do sindicato local da CNT Sabadell. Sem seu apoio, nada disso seria possível.

Lembramos que o grupo de trabalho “CNT Ecosocialismo” está aberto para filiação. Participem!

Fonte: https://www.cnt.es/noticias/cronica-jornadas-de-ecosocialismo-en-sabadell/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Inverno a meio —
A aranha tece a teia
entre as bromélias.

Guin Ga Eden

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