[Itália] Primeiro de Maio Anarquista em Ragusa: breve relato do dia

O Primeiro de Maio Anarquista, celebrado pela FAS (Federação Anarquista Siciliana) em Ragusa, contou com grande participação e envolvimento de amigos, companheiros, companheiras e grupos solidários. Durante o comício na Praça San Giovanni, diversas companheiras e companheiros trouxeram em seus discursos temas atuais, como a guerra, o sistema carcerário, o recente decreto de segurança e o alto custo de vida. O evento recebeu apoio e participação solidária do Movimento No MUOS, além de integrantes da Assembleia No Guerra de Palermo e da Federação Anarquista Italiana.


Após o encontro na praça, o evento continuou na sede histórica da FAS, onde muitas pessoas se reuniram para um almoço comunitário. O dia foi encerrado de forma agradável em Modica, na galeria de arte Laveronica, com a inauguração e visita à exposição “Mas Tinha a Revolta nas Mãos”, montada com obras do artista e companheiro Renato Spagnoli. A mostra está aberta ao público e pode ser visitada até o próximo dia 24 de julho. Para mais detalhes, acesse a página de apresentação através do link:

https://www.artribune.com/mostre-evento-arte/renato-spagnoli-ma-avevo-la-rivolta-tra-le-dita/


>> Mais fotoshttps://fasiciliana.noblogs.org/?p=888


Tradução > Liberto


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Almas gêmeas.
A minha geme e a
outra não se acalma.

Rogério Viana

[Espanha] Crônica do 1º de maio da CNT-AIT madrilenha

No dia 1º de maio, a central anarcossindicalista madrilenha saiu às ruas de Vallekas contra a depredação de nossas vidas e do planeta.


Uma marcha combativa pelas ruas desse bairro operário para recordar o potencial revolucionário das classes trabalhadoras, enquanto centenas de folhetos com o manifesto desse dia de comemoração dos trabalhadores foram distribuídos.


Na manifestação, um companheiro denunciou a repressão dos dias anteriores contra os companheiros do CSO [Centro Social Ocupado] Vetades e a necessidade de solidariedade diante do iminente despejo do CSOA La Animosa.


Houve também uma nota repressiva quando a polícia exigiu a documentação de uma companheira porque, de acordo com a versão da polícia, entre os diferentes cantos entoados durante a marcha, ela havia entoado slogans como “Cães de guarda da ordem e da lei…”, “Um míssil para a guarda civil”, etc.


Trabalhador/a: junte-se à CNT-AIT. Juntas, entre iguais, podemos mudar tudo. Não podemos ficar de braços cruzados diante das elites podres desta sociedade.


madrid.cntait.org


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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/04/18/espanha-1o-de-maio-contra-a-depredacao-da-vida-e-do-planeta/


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lua n’água
entre pétalas
alumbra o abismo

Alberto Marsicano

[Porto Alegre-RS] Exibição e debate sobre o documentário Interrebellium: O Estallido Social da subMedia

O documentário Interrebellium: 01. O Estallido Social, da produtora de vídeos anarquista subMedia, será exibido dia 08 de maio no Parrhesia, na Travessa dos Venezianos, 30, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. As portas abrem às 18h, e o filme iniciará pontualmente às 19h.


Apresentação do documentário


O primeiro de uma série de documentários, InterRebellium 01. The Estallido Social é uma história contada pelos olhos de participantes anarquistas e anticoloniais da revolta de 2019 nos territórios ocupados pelo Estado do Chile.


O Estallido Social (ou Explosão Social) foi uma revolta popular nos territórios ocupados pelo Estado chileno, desencadeada em 18 de outubro de 2019 por um aumento de 30 pesos na tarifa do transporte público. O que começou como uma campanha liderada por estudantes de pular as catracas do metrô rapidamente se transformou em uma revolta a nível nacional que abalou as bases da sociedade.


Essa revolta nasceu de uma longa história de revolta no chamado Chile. Infelizmente, como nos lembra a participante Yza, as longas histórias de revolta geralmente se devem a longas histórias de repressão. A repressão nessas terras é anterior à formação do Estado chileno, à invasão e conquista espanhola. Mas a era moderna começa com o golpe de 1973 que instalou Augusto Pinochet como ditador. Anos de reformas neoliberais produziram uma classe trabalhadora desiludida e desarticulada. InterRebellium traça as raízes do levante de 2019 nos movimentos estudantis dos anos 2000 e nos movimentos feministas de meados dos anos 2010, bem como na resistência indígena ao longo da história da dominação colonial. O movimento também assimilou dicas e táticas das revoltas que ocorreram simultaneamente em Hong Kong e no Equador.


Durante meses, milhares pessoas travaram batalhas de rua com policiais e militares, organizaram redes de apoio a militantes da linha de frente, criaram assembleias de bairro organizadas horizontalmente, participaram de greves gerais e realizaram atos de incêndio e sabotagem contra símbolos do poder e corporações multinacionais.


O Estallido acabou sendo contido por meio de uma combinação de repressão brutal do Estado, promessas de reforma e de uma nova Constituição, além de uma mudança estética nos antigos símbolos do poder com a eleição do jovem Gabriel Boric, da nova esquerda. À medida que os protestos diminuíram e muitas pessoas se dispuseram a trabalhar dentro dos canais da burocracia estatal, Boric e a nova esquerda ficaram livres para fazer coalizão com as mesmas forças que estavam no poder antes do Estallido, deixando muitos dos piores perpetradores da repressão estatal em suas mesmas funções. Um punhado de presos políticos do Estallido permanece atrás das grades até hoje (abril de 2025).


InterRebellium cobrirá a onda global de revoltas de 2018 a 2020. O título vem do latim e significa “entre revoltas”. Acreditamos que é importante aproveitar esse tempo entre as ondas para relatar nossas experiências em escala mundial e estudar o passado para que estejamos mais bem preparadys para o futuro.


>> Assista o trailer aquihttps://kolektiva.media/w/5GkbidommmFXPNfBttS4KP


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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/04/30/submedia-lanca-documentario-sobre-estallido-social-no-chile/


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no brejo,
os sapos coaxam.
o vento é frio e úmido.

Alaor Chaves

[Itália] O amor, a luta, a anarquia. O Primeiro de Maio em Carrara

Por Flavia Dell’Ertole

Marcados pela dor por mais uma morte no trabalho, os anarquistas se reúnem, como fazem todos os anos há 80 anos, em Carrara para celebrar o Dia dos Trabalhadores.

Sob um céu de azul vívido, sem uma única nuvem, na fachada de mármore branco brilhante se destaca uma bandeira composta por dois triângulos: um vermelho e um preto. A praça em frente ao teatro vai se enchendo, com um fluxo constante e ordenado, de um povo de lenços vermelhos e pretos, de laços no pescoço e cravos presos ao peito. O povo do Primeiro de Maio. O povo anarquista.

“O verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de amor”, escrevia Ernesto Che Guevara, mas no coração desse povo de revolucionários que se encontra, como todos os anos, no Primeiro de Maio em Carrara, o amor deu lugar à raiva. A raiva e a dor guiam a comunidade anarquista nas celebrações do Dia dos Trabalhadores este ano mais do que nunca, devido a mais uma morte no trabalho, ocorrida justamente em Carrara, poucos dias antes. Em 28 de abril, Paolo Lambruschi, um trabalhador de 59 anos, morreu ao cair de uma pedreira no complexo de Fantiscritti e foi esmagado pelo veículo que conduzia.

O anarquismo e os trabalhadores das pedreiras têm, em Carrara, uma ligação profunda e antiga. Cada acidente, cada morte, reabre feridas jamais realmente cicatrizadas no tecido social à sombra dos Alpes Apuanos. Cada acidente, cada morte, lança luz sobre a exploração dos seres humanos. Cada acidente, cada morte, relembra como conquistas sindicais como as de Alberto Meschi — sindicalista do início do século XX que conseguiu reduzir a jornada de trabalho de pedreiros e mineiros — são hoje apenas uma lembrança distante.

Assim, com um ar pesado, cerca de duas mil pessoas atravessaram o centro de Carrara em uma procissão laica para homenagear seus “mártires”: o anarquista Francisco Ferrer, o partigiano anarquista Belgrado Pedrini, o filósofo Giordano Bruno, o já citado sindicalista Alberto Meschi, os anarquistas Sacco e Vanzetti e os mortos nos Motins de 1894. Durante o cortejo, coroas de flores são colocadas em placas e aos pés de estátuas, enquanto canções históricas do movimento anarquista são entoadas. Por respeito à vítima do acidente na pedreira, porém, pela primeira vez em 80 anos, o Comitê Primeiro de Maio decidiu que o cortejo começaria sem música, “permanecendo em silêncio até o memorial dos Mártires do Trabalho”.

Antes do início do cortejo, sob aquela bandeira, de um pequeno palco adornado com um estandarte negro com a frase em vermelho “nem servos nem patrões”, representantes de diversas entidades tomaram a palavra. Do grupo Germinal, Tiziano reforça que o Primeiro de Maio não é uma festa — e que especialmente este ano não pode ser —, mas sim um dia para reafirmar a vontade de lutar pelos direitos dos trabalhadores. Uma luta contra a chantagem do emprego, contra as mortes no trabalho, duas faces da mesma moeda: o capitalismo. Também foi reiterada a oposição às políticas de rearmamento europeu e a necessidade de uma luta internacionalista.

A fala de Serena e Chiara, do coletivo Non una di meno Massa-Carrara, foca no reconhecimento do trabalho que recai majoritariamente sobre as mulheres — o trabalho de cuidado, remunerado ou não. Sara, da Freedom Flotilla, cita Vittorio Arrigoni e aborda a situação na Palestina: como o genocídio em curso do povo palestino é armado também pela empresa Leonardo, que vende armamentos a Israel, e como esse genocídio serve de teste, um laboratório, para novas armas, drones, sistemas de repressão, controle e inteligência artificial que identificam alvos úteis a Israel para vender armas e equipamentos “testados” no povo palestino.

Federico, da Federação Anarquista de Reggio Emilia, reforça como os acontecimentos atuais demonstram que certos elementos da resistência e do antifascismo libertário continuam dramaticamente presentes. Lembra que partisans e combatentes não escolheram resistir por patriotismo, mas por uma ideia de sociedade que ainda está distante. Comemorando os 80 anos da Federação, o alerta é sobre os fascismos que não se limitam às direitas políticas: muitos comportamentos cotidianos pavimentam o caminho para o fascismo — a xenofobia, a homofobia, os crimes do patriarcado — todas expressões de uma mentalidade baseada na opressão dos outros. Sobre as políticas de rearmamento, recomendam a (re)leitura do Manifesto de Ventotene — aquele texto fundacional da União Europeia que questionava a soberania nacional justamente para evitar a guerra, enquanto a UE atualmente segue na direção oposta. Por isso, diante das guerras, a única posição aceitável é apoiar quem se opõe e deserta, promovendo o internacionalismo e a abolição das fronteiras. Porque sem fronteiras ninguém é clandestino, e sem limites nacionais, ninguém é estrangeiro.

O cortejo então iniciou sua marcha. Para um dia de festa que não é festa. Para um momento de união, de reencontro, para afirmar mais uma vez que o trabalho não é um valor, que o patriotismo não é um valor, que há uma alternativa. Que o anarquismo, como ensinava Pietro Gori, “é apenas uma ideia de amor”.

Um amor furioso, capaz de reconhecer as injustiças — ontem, hoje e amanhã.

Fonte: https://ilmondo-rivista.it/lamore-la-lotta-lanarchia-il-primo-maggio-a-carrara/

Tradução > Liberto

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tão longa a jornada!
e a gente cai, de repente,
no abismo do nada

Helena Kolody

Onde estão os anarquistas?

Se o anarquismo quer ser mais do que crítica, ele precisa tocar o chão da vida. Precisa estar onde a luta acontece sem nome, onde o apoio mútuo já existe sem saber que tem esse nome. Precisa construir presença, relações, confiar no que já está vivo nas bordas. Porque se não chega, se não se envolve, se não escuta, se não se faz gesto — vira só mais um discurso bonito para circular entre iguais. Já temos informação demais. O que falta são experiências vivas. A sociedade está sufocada por dados, por teses, por diagnósticos. Já sabemos o que está errado, quem lucra com isso e quem sangra. Já mapeamos o sistema, suas engrenagens, seus monstros. O que estamos esperando?

O anarquismo não precisa de mais um livro. Precisa de vida. De pulsar no gesto, no coletivo, na partilha, no risco, na criação do agora. Voltar a viver é abandonar a torre, sair do grupo de leitura e entrar no mutirão. É experimentar, errar junto, inventar espaços de autonomia onde só havia cinzas. A revolta já é sentida nas periferias, nos povos originários, nas mães de luta, nas cozinhas coletivas, nos becos, nas margens. E o anarquismo precisa estar ali — não como teoria, mas como prática sensível, afetiva e concreta. O anarquismo precisa voltar a viver. E isso só acontece onde há corpo, chão e encontro.

Maurício Remigio

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Fileira de ipês
ornamenta o quarteirão —
Radiante manhã.

Alberto Murata

[Uruguai] “La Anarkiza Punk Vol.2” – 10 de maio

Com a intenção de realizar uma instância de encontro punk e anarquista que enfatize o caráter político e de confronto do punk, problematizando nossas posições e lutas. Tensionando nossas contradições, aguçando nossas ideias e práticas contra o poder, buscando refrescar o espírito anárquico do punk, um grupo de adoráveis e malditos anarcopunks fez um chamado para levantar essa instância além de quaisquer limites impostos por qualquer Estado burguês, que conseguiu reunir companheiros anarcopunks, anarquistas e punks anarquistas de diferentes cidades de Abya Yala.


Saudamos todos os companheiros que mobilizaram seus corações negros e ativaram toda a força da autogestão e do “Faça Você Mesmo” para coordenar essa iniciativa sem fronteiras.


Abraços de rebeldia aos companheiros dos territórios dominados pelos Estados do Chile, Colômbia, Argentina, Peru, Brasil, Costa Rica, Equador, Colômbia, México, Cuba, Paraguai, Guatemala com os quais sincronizaremos as jornadas.


A atividade começa às 16 horas e será um longo dia repleto de atividades interessantes: palestras, exposições, bandas ao vivo e teatro, entre outras expressões da contracultura.


Convidamos todas as afinidades a participar desse belo encontro. Tragam suas feiras de propaganda, suas editoras, suas feiras de ofícios e tudo o que representa o espírito da contracultura.


Esperamos vê-los no próximo sábado, dia 10 de maio, na praça do Clube Vitória.


ASSISTA, DISSEMINA, CONSPIRA, PROPAGA, ATACA, DESOBEDECE!


Desde o território controlado pelo Estado uruguaio.


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Sesta no jardim:
a borboleta me acorda.
Coça o meu nariz.

Anibal Beça

[Espanha] Crônica do Primeiro de Maio de 2025 em Ciudad Real

A Confederação Nacional do Trabalho (CNT) de Ciudad Real convocou a manifestação do 1º de Maio, Dia Internacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, na capital, sob o lema “que trabalhem eles, por um emprego que não nos roube a vida”.

Cerca de duzentas pessoas compareceram ao ato, que partiu da Praça das Terreras, onde foi realizada a leitura do Manifesto Confederal. Nele, reivindicou-se que “outro mundo e outra vida não só são possíveis, como necessários”.

Durante o percurso habitual, foram feitas paradas em:

  • Porta dos Correios; Esquina da Rua Paloma com a Rua Calatrava; Subdelegacia do Governo; Praça Mayor.

Em cada local, houve intervenções de coletivos ou indivíduos que abordaram temas urgentes, como:

  • A privatização das aposentadorias; A normalização da exploração laboral (agravada no caso das mulheres); A mercantilização dos cuidados em hospitais, escolas e serviços sociais; Conciliação trabalho-vida pessoal; Renda básica universal; Precariedade na hotelaria; A necessidade de investir em saúde, educação e infraestrutura (em vez de armamentos), para evitar que vírus ou apagões nos dominem com facilidade.

Ao longo das ruas, entoaram-se cantos como:

  • “Operária, se não lutas, ninguém te escuta!”; “Nenhuma pessoa é ilegal!”; “Viva a luta da classe trabalhadora!”; “Palestina livre!”; “A luta é o único caminho!”; “Primeiro de Maio, operário libertário!”; “Nenhum passo atrás na luta sindical!”; “Governe quem governar, os direitos se defendem!”; “Todas as guerras são assassinatos!”

Na Praça do Pilar, dois militantes leram comunicados destacando “as desigualdades do capitalismo e como a solução está em nossas mãos”. O grupo De Pitarra Ska encerrou o ato com três canções, marcando o fim de um dia de luta e resistência.

>> Mais fotoshttps://ciudadreal.cnt.es/2025/05/02/cronica-del-primero-de-mayo-2025-en-ciudad-real/

Tradução > Liberto

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Fique atento:
do vôo doido
a andorinha tira sustento.

Jandira Mingarelli

[Itália] Atualização sobre Alfredo Cospito

Olá a todxs:

As atualizações que estamos recebendo sobre a situação do companheiro Alfredo Cospito descrevem uma clara piora das já aberrantes condições do isolamento 41-bis.

Há vários meses, Alfredo enfrenta uma limitação progressiva das já restritas possibilidades de viver no regime penitenciário ao qual está submetido desde 2022. Isso inclui:

Bloqueio quase total da correspondência de/para o exterior;
Impossibilidade de acessar a biblioteca interna (autorização que Alfredo havia recebido da Direção);
Retenção de livros adquiridos regularmente pela livraria da prisão (como prevê o regime 41-bis);
Bloqueio de outros itens de uso diário, como farinha ou roupas.

Isso ocorre paralelamente à condenação em primeira instância do subsecretário da Justiça, Delmastro, por revelação de segredos oficiais (justamente pelo caso das escutas telefônicas divulgadas ao Parlamento por Donzelli, que interceptaram conversas entre Alfredo e outros detentos que integravam seu “grupo social”).

Outras “coincidências” que podem ter peso neste caso:

A demissão, no final de dezembro passado, do diretor da DAP (Direção da Administração Penitenciária), Giovanni Russo, que havia testemunhado não exatamente a favor de Delmastro no processo contra ele;
O retorno ao comando da seção 41-bis de Bancali do GOM (polícia militarizada especial vinculada às seções 41-bis), transferido anteriormente por seu envolvimento no caso das escutas.

Por isso, relançamos o apelo divulgado no ano passado sobre a correspondência direcionada a Alfredo, como primeiro passo para recuperar força e constância na mobilização para tirar Alfredo do isolamento e continuar lutando contra a prisão perpétua e o regime 41-bis.

CONTINUEMOS A ESCREVER PARA ALFREDO!

É muito importante continuar enviando cartas ao companheiro Alfredo Cospito, ainda preso no regime 41-bis do presídio de Bancali (Sassari). O trabalho meticuloso (e muitas vezes incompreensível e contraditório) da censura, somado à superficialidade típica das prisões italianas e à falha no serviço postal (cada vez mais precário para comunicações de presos), torna recomendável o uso de métodos rastreáveis, como:

Correio registrado (mesmo sem aviso de recebimento);
“Posta 1”.

O comprovante e o código de rastreamento permitem verificar o status do envio e iniciar processos burocráticos para tentar desbloquear a correspondência, já que os agentes nem sempre informam retenções e, muitas vezes, as cartas simplesmente desaparecem.

Por isso, convidamos todxs xs solidárixs a:

Enviar cartas a Alfredo;
Enviar scans ou fotos dos comprovantes/códigos de rastreamento para a Cassa Antirep delle Alpi Occidentali, que os reunirá e encaminhará ao advogado de Alfredo para interpor recursos e recuperar o máximo possível de cartas.

A solidariedade é um ato concreto! Não deixaremos Alfredo nas mãos dos algozes do Estado: inundemo-lo de afeto através de cartas e postais!

Endereço para escrever:

Alfredo Cospito 
C.C. «G.Bacchiddu» 
Strada Provinciale 56, n°4 
Località Bancali 
07100 Sassari  – Itália

Enviem comprovantes para: cassantirepalpi@autistici.org

Contra todas as prisões!

Cassa AntiRep delle Alpi occidentali
Borrokan


Tradução > Liberto

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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/03/26/supremo-tribunal-italiano-rejeita-pedido-de-alfredo-cospito-para-sair-do-41bis/

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Tens frio nos meus braços
Queres que eu aqueça
O vento

Jeanne Painchaud

[Espanha] Crônica: A CNT saiu às ruas no dia 1º de maio

Neste 1º de maio, Dia Internacional da Classe Trabalhadora, a CNT participou de mobilizações em dezenas de cidades da Espanha com uma mensagem forte: diante da precariedade, da repressão e do descrédito do sindicalismo institucional, a resposta está na organização direta desde baixo.
 
Este ano, o slogan da confederação foi “Que trabalhem eles. Por um emprego que não nos roube a vida” e, nesse espírito de protesto, milhares de pessoas foram às ruas em todo o país, convocadas pela CNT para exigir um modelo sindical alternativo, sem subsídios, sem liberados, sem hierarquias. As manifestações, que ocorreram em uma atmosfera combativa e festiva em partes iguais, destacaram a urgência de defender os direitos trabalhistas desde as bases, sem intermediários ou pactos com os detentores do poder.
 
Em cidades como Madri, Barcelona, Granada e Bilbao, o comparecimento foi notável, com colunas compactas e uma atmosfera claramente de protesto. Esses atos demonstraram não apenas a capacidade de mobilização do sindicato, mas também seu crescimento sustentado em termos de filiação e presença territorial. Longe de ser um ator marginal, a CNT está provando ser uma referência viva e crescente para setores cada vez mais amplos da classe trabalhadora.
 
Durante os concentrações e atos subsequentes, os sindicatos denunciaram o aumento da precariedade laboral, a cronificação da pobreza, a criminalização dos protestos e a negligência das instituições pelas classes trabalhadoras. Também foi prestada homenagem à memória dos trabalhadores, com referências às origens do Primeiro de Maio e às lutas históricas do movimento anarcossindicalista.
 
Além das marchas, em muitos territórios o dia incluiu atividades culturais, projeções, refeições populares e reuniões entre militantes, em um claro compromisso com o fortalecimento do tecido comunitário e a construção de uma alternativa real baseada no apoio mútuo e na solidariedade.
 
Longe das grandes manchetes, a CNT mais uma vez nos lembrou que o Primeiro de Maio não é um feriado, mas um dia de luta. E fez isso com a coerência daqueles que, mais de um século depois, ainda estão comprometidos com a transformação da sociedade por meio da ação direta e da autogestão.
 
>> Mais fotos:
 
https://www.cnt.es/noticias/cronica-la-cnt-tomo-las-calles-el-1-de-mayo/?
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
Outono –
as folhas caem
de sono
 
Cláudio Fontalan

Contra exploração de petróleo na foz do Amazonas – Ação Direta!!!

“O anarquismo não é de esquerda nem de direita. É pela autogestão generalizada, pela emancipação social”

A confusão de ideias e conceitos constitui estratégia decisiva na guerra de colonizar um território e seu povo. Capturar o anarquismo para o campo da política institucional, mesmo que em suas sombras, avessos e dobras, é tentar adestrar o ingovernável.

Anarquismo não é de esquerda porque a esquerda é um dos lados do Estado. Se a esquerda se apoia numa agenda de justiça social, seus métodos e objetivos destoam deste sentimento inicial. A esquerda quer conquistar e manter o poder. O anarquismo quer destruir o poder centralizado.

Nesta luta, o anarquismo é o único que é anticlerical até o fim, antimilitarista, destruidor de prisões, anticapitalista e antiestatista ao mesmo tempo, porque vê no Estado a gestão da exploração através da difusão do obscurantismo e da violência monopolizada.

Por estas e outras razões, o anarquismo não é de esquerda nem de direita. É pela autogestão generalizada, pela emancipação social.

Rogério Nascimento

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Soneca da tarde.
Uma brisa companheira
chega sussurrando.

Alberto Murata

[Espanha] “Contra a guerra e o capitalismo” neste Primeiro de Maio interseccional em Madri

Dezenas de coletivos exigem nas ruas o fim do crescente militarismo, das violências transversais e um espaço para todos os coletivos na luta de classes.

Por Laura L. Ruiz | 01/05/2025

A convocação para um Primeiro de Maio interseccional em Madri foi feita por dezenas de organizações, organizadas de forma assemblearia durante os meses anteriores. Na opinião de seus organizadores, o objetivo é ser a alternativa à manifestação da CCOO e da UGT, que eles não consideram como sindicatos de classe. “Entendemos a classe como algo diverso, onde compreendemos que os problemas e a violência que nos afetam não são apenas questões de abuso de poder, mas que o capital usa muitas maneiras de nos oprimir e minimizá-los”, explica André Cáceres, porta-voz da marcha e membro do coletivo Trans en Lucha, ao El Salto.

A manifestação mais uma vez percorreu o centro da capital, da Plaza Mayor ao parque Vistillas, onde o manifesto foi lido e a diversidade desse chamado foi celebrada. “A palavra de ordem é contra a guerra e o capital”, diz Cáceres, que acredita que essa palavra de ordem “coloca o foco na ascensão militarista dos países do norte global” e na “repressão contra grupos dissidentes, as infiltrações [policiais] nos coletivos de base e na ascensão de grupos de extrema direita que estão ganhando acesso às esferas do poder sem nenhum problema”.

“O que propomos é a organização da classe trabalhadora com ferramentas como greves, apoio mútuo, auto-organização, solidariedade e autodefesa, que em momentos como este devem ser recuperadas”, comenta o porta-voz. Essa visão ficou evidente nos blocos que compunham a manifestação. De trás para frente, o bloco de migrantes, o bloco lgtbiq+, trabalhadores do sexo, sindicatos de classe, o bloco de moradia etc. No ambiente também havia muitas faixas de apoio à Palestina e contra o genocídio praticado por Israel em Gaza. “É hora de nos colocarmos no centro, de olharmos uns para os outros e nos apoiarmos mutuamente”, disse a organização, comemorando o comparecimento.

“Nosso objetivo é a liberação total da classe trabalhadora em toda a sua pluralidade e complexidade, por isso precisamos de uma diversidade de corpos, identidades e pessoas que possam se sentir desafiadas como classe trabalhadora”, conclui André Cáceres.

A chamada foi realizada por meio de um processo assembleario por CNT Comarcal Sur, CNT Madrid, CGT, MCLMEX, Sindicato de Inquilinas, Organización de Vivienda de Tetuán, Asamblea de Vivienda de Villalba, Sindicato Otras, Sindicato de Manteros, Liza, Trans en Lucha, Movimiento Marika de Madrid, Bloque Bollero, Observatorio de Derechos Humanos en Salud Mental, Mujeres Libres, Sindicato de Barrio San Blas Canillejas, BDS, Docentes LGTBIQA+, Federación Unión Africana España, SOS Racismo Madrid, Territorio Doméstico, Sindicato de Trabajadoras del Hogar y los Cuidados, ArroAsex Madrid, La Laboratoria, Comisión de Migración y Antirracismo 8M, CSO La Rosa e Red de Hondureñas Migradas (REDHMI).

Fonte: https://www.elsaltodiario.com/1-mayo/guerra-capitalismo-primero-mayo-interseccional-madrid

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Borboleta azul
raspa este céu de mansinho
insegura e frágil.

Eolo Yberê Libera

[Rússia] O anarquista Alexander Snezhkov está em um buraco há mais de 58 dias

Notícias perturbadoras continuam a chegar da Colônia Penal nº 10 (IK-10) em Krasnokamensk, Zabaykalsky Krai, onde um dos réus no “caso dos anarquistas de Chita”, Alexander Snezhkov, está preso. Desde a terceira dezena de Fevereiro e até hoje – mais de 58 dias – ele está preso em uma cela isolada (SHIZO, uma ala de isolamento punitivo). E esse não é o fim, como a equipe da colônia teria dito a ele. De acordo com eles, Alexander é “um personagem muito interessante e não é o tipo de pessoa que ele quer parecer ser”. Aparentemente, Sasha não está destinado a ser apenas uma pessoa comum cumprindo sua pena tranquilamente.


Nas primeiras semanas em SHIZO, Alexander foi mantido em completo isolamento. Mais tarde, outro detento se juntou a ele – alguém decente e interessante para conversar. Isso melhorou significativamente a experiência de Alexander em SHIZO.


O grupo de apoio aos anarquistas de Chita acredita que a administração do IK-10 está cumprindo uma ordem do FSB para exercer pressão sobre Alexander. Ele não está tendo permissão para se adaptar pacificamente à vida na colônia; todos os esforços estão sendo feitos para piorar sua permanência lá.


Ao elaborar mais relatórios de supostas “violações” e continuar a manter o anarquista na SHIZO, a administração está fazendo de tudo para que Alexander seja transferido para o SUS (Strict Detention Conditions, ou Condições de Detenção Estrita em tradução livre), o regime mais severo de uma colônia de regime geral.


Pedimos a todos que escrevam cartas para Alexander e enviem fotografias.


Endereço para correspondência: Alexander Evgenyevich Snezhkov, nascido em 2003, FKU IK-10 UFSIN, 674673, Zabaykalsky Krai, Krasnokamensk, Rússia. Observe que as cartas devem ser escritas em russo – você pode usar ferramentas de tradução automática online gratuitas para isso.


Fonte: Anarchist Black Cross Moscow


Tradução > acervo trans-anarquista


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O pequeno córrego
Se esconde sob o capim –
O outono fenece.

Shirao

[Chile-Wallmapu] Não esquecemos Héctor Llaitul encarcerado

25/04/2025


O dirigente mapuche condenado a mais de 20 anos de cárcere em pleno Governo do senhorito Gabriel Boric, o progressista


Hoje está retido em uma penitenciária de alta segurança, isolado de sua cultura e sua comunidade


Na penitenciária de alta segurança Biobío, privatizada por concessão do Estado, e sem módulos adequados para comuneros mapuche, permanece recluso Héctor Llaitul, histórico dirigente da Coordenadora Arauco Malleco (CAM), condenado a mais de 20 anos de prisão sob a Lei Antiterrorista durante o governo de Gabriel Boric. Seu encarceramento, denunciado por diversas organizações e advogadas defensoras, representa não só uma decisão judicial desproporcional, mas também uma política de Estado que aprofunda a repressão contra o movimento mapuche autonomista.


Desde seu ingresso a este recinto carcerário em 2022, Llaitul foi mantido em condições que violam seus direitos culturais, espirituais e humanos. Na prisão Biobío não existem módulos para presos mapuche, o que implicou em tratamento como um réu comum e o isolamento de seu entorno cultural. A Gendarmeria foi acusada de exercer práticas de perseguição, racismo e tratos cruéis contra ele e outros comuneros, práticas que, segundo se denunciou, chegam ao umbral da tortura.


As advogadas do dirigente reiteraram que seu translado a Temuco, onde existem módulos diferenciados para comuneros em virtude do Convênio 169 da OIT, é uma medida necessária não só por razões culturais e familiares – já que seu filho Pelentaro também está recluso ali, mas também por razões de saúde mental e direitos fundamentais. No entanto, o Ministério da Justiça rechaçou reiteradamente esta petição, apesar de que o Estado chileno ratificou dito tratado em 2008 e é obrigado a seu cumprimento.


O Convênio 169 da Organização Internacional do Trabalho estabelece o dever dos Estados de garantir que os povos indígenas não sejam separados injustificadamente de suas comunidades nem de suas práticas culturais. A normativa estabelece, entre outros pontos, que as pessoas indígenas privadas de liberdade devem ficar reclusas, sempre que seja possível, em lugares próximos a suas comunidades e com respeito a sua identidade cultural. O distanciamento forçado e o isolamento em condições carcerárias que não reconhecem estas particularidades constituem uma violação flagrante deste compromisso internacional.


O caso de Llaitul, também reflete uma política penal discriminatória. A prisão Biobío foi utilizada para enviar comuneros mapuche que recebem sanções especialmente duras. Em muitos casos, estes presos são confinados em módulos de máxima segurança, onde se denunciaram espancamentos e agressões constantes por parte do pessoal penitenciário. A criminalização da luta mapuche por autonomia e território alcança assim um nível inédito de repressão na “democracia”.


Para as defensoras dos direitos humanos, o que se configura aqui não é só uma perseguição política, mas também uma tentativa sistemática de destruir o vínculo sagrado que os mapuche mantêm com a terra, sua cultura e sua comunidade. A condenação e o encarceramento de Héctor Llaitul, somados a seu isolamento forçado, representam uma forma moderna de desenraisamento social e extermínio simbólico.


O Estado chileno tem uma responsabilidade histórica, jurídica e ética com os povos originários. Não cumprir os compromissos do Convênio 169 e submeter seus dirigentes a condições carcerárias desumanas só aprofunda o conflito.


Não esquecemos Héctor Llaitul: seu caso é um espelho da dívida pendente com a dignidade mapuche.


Fonte: Red Latina Sin Fronteras


Tradução > Sol de Abril


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agência de notícias anarquistas-ana


Ainda que tombe
Depois de tanto andar e andar –
Campo de lespedezas.

Kawai Sora

[Argentina] O que são os festivais de cinema anarquista?

02, 03 e 04 de maio | 7ª edição do Festival Internacional de Cinema Anarquista | Buenos Aires


O Festival Internacional de Cinema Anarquista não é uma competição típica em que os filmes participantes concorrem a um prêmio.


Nesses festivais, mostramos o que está sendo feito em formato audiovisual sobre temas anarquistas e afins, bem como apresentamos o trabalho cinematográfico de companheiros que usam esse meio não apenas para promover ideias antiautoritárias, mas também o utilizam como uma arma para expor a violência do sistema de dominação e manipulação por meio da mídia.


Para nós é importante tornar conhecida A Ideia e outras realidades do anarquismo (atual), relembrar passagens ou fatos históricos do movimento anarquista que através de aspectos informativos, teóricos, artísticos e combativos é um meio acessível às pessoas, gerando um ponto de encontro que pode servir de reflexão e inspiração para subverter o cotidiano.


O mais difícil é decidir o que é o cinema anarquista. Pode ser uma forma autogestionária ou contracultural de produção de filmes, ou pode ser um assunto específico sobre eventos que podem ser compreendidos sob esse rótulo.


Entretanto, a própria palavra anarquista é tão ampla que poderia abranger uma grande variedade de maneiras de entender o mundo. Não se pretende excluir nenhuma delas em um evento com essas características, aberto, plural e entendido como uma forma de promoção cultural libertária.


Nos últimos anos, vários festivais desse tipo foram realizados no Canadá, na Espanha, na Austrália e em outros lugares, mas principalmente nos Estados Unidos. Esses festivais são organizados por cineastas independentes, documentaristas, artistas e ativistas que se reúnem em seu próprio espaço.


De fato, muitas vezes se esquece para que servem os festivais: para exibir filmes e conversar com aqueles que os fazem.


Um festival de cinema anarquista surge diretamente do ativismo cultural e do ativismo político. É um espaço horizontal onde não há diferença entre espectador e criador, e onde as conversas e os debates ocorrem em pé de igualdade. Os próprios autores também são ativistas; e parte do público também pode estar fazendo outros tipos de criação (editando livros, fanzines, revistas, outros documentários ou filmes, peças de teatro…). Normalmente, nesse tipo de festival, prevalece o gênero documentário, pois são obras destinadas à conscientização, a nos contar histórias de outras sociedades ou de outras épocas. No entanto, não podemos nos esquecer da criação pela criação. A capacidade criativa inata da humanidade. É por isso que, neste festival, compartilharemos experiências e promoveremos a mídia comprometida e criativa. E também nos divertiremos.


Não somos obcecados por multidões, nem temos interesse em fazer deste festival um novo local de negócios ou em promover o espetáculo pelo espetáculo. Estamos interessados em tornar conhecidas realidades diferentes das que conhecemos e, acima de tudo, em promover um espaço de cumplicidade entre pessoas diferentes.


>> Mais infoshttps://www.instagram.com/festivaldecinea


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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/02/19/argentina-chamada-aberta-para-participacao-iv-festival-internacional-de-cinema-anarquista-buenos-aires-2024/


agência de notícias anarquistas-ana


O sol da manhã
e o canto do sabiá
entram pela casa.

Benedita Azevedo

[Espanha] 1º de Maio em Valência: Contra a incompetência deles — organize-se e lute pelos seus direitos!

Para este 1º de Maio, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) considera mais necessário do que nunca impulsionar uma ofensiva anarcossindicalista diante das condições de vida da população em geral, da classe trabalhadora em particular e das ameaças globais que nos cercam.

A desvalorização dos salários e o aumento da inflação, que andam de mãos dadas, tornam a vida cada vez mais difícil. A alta dos preços atinge de forma brutal os grupos com menor renda. O reajuste do salário mínimo não foi suficiente para compensar a perda do poder de compra. Os preços subiram muito mais nos bens e serviços mais consumidos pelas pessoas mais pobres. Vivemos em um país onde a precariedade e os salários baixos são a regra. A perda do poder aquisitivo avança em todos os setores, exceto para uma minoria capitalista que aumenta seus lucros de forma vergonhosa, explorando os salários e as condições de trabalho da maioria. Enquanto isso, nossos jovens sofrem com um desemprego dos mais altos da Europa.

O modelo sindical baseado na concertação com as empresas, que prioriza a negociação sem construir poder popular para exigir melhoras, dificulta aumentos salariais nos acordos coletivos. Porque não é tolerável que a precariedade, o desemprego, os acidentes de trabalho, os salários baixos, a temporariedade, as condições indignas e o trabalho parcial recaiam especialmente sobre mulheres, jovens, migrantes e pessoas racializadas. Diante disso, a CGT defende um sindicalismo de luta, que prioriza a organização de base, a mobilização, a greve e o conflito, usando a pressão como ferramenta para negociar e transformar a sociedade. Por isso, a CGT foi a organização que mais greves e conflitos trabalhistas promoveu em 2024.

A CGT denuncia a diferença salarial que as mulheres enfrentam durante sua vida profissional e, depois, também em suas aposentadorias. Colocamos a luta das mulheres em primeiro lugar, porque a conciliação familiar e suas vidas devem ser prioridade. São elas que ainda assumem os cuidados (remunerados ou não) e sofrem as maiores taxas de desemprego. Para piorar, a violência machista e os feminicídios não cessam.

O preço dos aluguéis e imóveis aumenta de forma insustentável, chegando a valores impossíveis nas grandes cidades e zonas turísticas. Mais pessoas são obrigadas a dividir moradias para pagar o aluguel. E mais de um terço das famílias gasta mais de 30% de sua renda com habitação.

A CGT apoia as mobilizações por moradia digna e acessível. Toda pessoa tem direito a uma casa, e é prioridade social garantir esse direito.

Contra o desmonte do público

Os serviços públicos (saúde, educação, assistência social…) estão sendo privatizados de forma calculada pelos governos neoliberais que dominam o Estado, seguindo à risca o “Protocolo da Privatização” e colocando-os a serviço do lucro privado. A CGT deve reagir com firmeza, organizando-se de forma horizontal, a partir da base, junto aos afetados: famílias, jovens, estudantes… É assim que novas lutas, greves e mobilizações estão surgindo para salvar o que é público, porque disso dependem nossas vidas e um futuro com esperança.

Em 2024, 796 pessoas morreram no trabalho, mostrando que não há compromisso real de patrões e governos para acabar com esses “assassinatos laborais”. A CGT propõe:

  • Redução da carga de trabalho
  • Prevenção de riscos nas empresas
  • Jornada de 30 horas semanais
  • Medidas de conciliação

Contra o militarismo e a guerra

Uma nova estratégia imperialista está mudando o cenário internacional e nacional. A investimento em armas virou prioridade para o capitalismo mais agressivo e desumano. Esse gasto vai aumentar a dívida pública, com juros altos que vão cortar verbas sociais. Estamos nas mãos de uma minoria oligárquica que controla o planeta e a vida das pessoas. Por isso, a CGT tem a obrigação ética e moral de lutar nas ruas.

Historicamente, as guerras servem para saquear, endividar e dividir os povos. Querem nos enganar com o discurso de “segurança nacional”, quando na verdade promovem o rearmamento. A CGT rejeita o aumento do orçamento militar do governo espanhol. Defendemos relações internacionais baseadas em igualdade, justiça social e solidariedade entre os povos. Armas e exércitos são o oposto disso.

Não à OTAN! Fora com as bases militares!
Destruição de todo armamento e conversão da indústria bélica em desenvolvimento humano!

Pela justiça ambiental

Diante da crise climática e dos desastres ecológicos causados pelo capitalismo selvagem, a CGT mostrou, na gestão das terríveis consequências da DANA (gota fria) em Valência, que somos uma organização anarcossindicalista com capacidade de resposta. Sabemos nos organizar para apoiar a classe trabalhadora e as famílias afetadas — e também denunciar os culpados, exigindo responsabilização.

Após a morte de 225 vítimas, a CGT foi o único sindicato que conseguiu a responsabilização de altos funcionários pela má gestão da DANA e pela violação de direitos trabalhistas.

Pelo internacionalismo e a solidariedade de classe!

Não ao genocídio do povo palestino!
Nem guerra entre povos, nem paz entre classes!
Internacionalismo anarcossindicalista entre os povos!

cgtvalencia.org

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Nem se lembra
Do arroz grudado ao bigode-
Gato enamorado.

Taigi