[No dia 12 de fevereiro, Walter Bond foi finalmente condenado à pena mínima de 5 anos de prisão e 3 anos de liberdade condicional. Christine Arguello, a juíza, afirmou ter lido as cartas que lhe tinha enviado os solidários com Walter, assim como os ensaios que ele foi tornando público da prisão. Ela comentou que considera Walter muito inteligente e o incentivou a, no futuro, focar seus escritos sobre a libertação animal e não praticar incêndios como método de luta. A seguir palavras de Walter Bond para o tribunal no dia de seu julgamento de condenação.]
“Estou aqui hoje porque eu queimei a fábrica de pele de carneiro, em Glendale, Califórnia; uma empresa que vende peles e couros de animais mortos. Eu sei que muitas pessoas pensam que eu deveria sentir remorso pelo que fiz. Suponho que este é o momento em que, de costume, deve se humilhar e implorar por misericórdia. Eu lhes asseguro, que se fosse isso que sentisse, eu o faria. Mas eu não me arrependo de nada que fiz. Também não estou assustado com a autoridade deste tribunal, já que qualquer sistema jurídico que valorize os direitos do opressor sobre o oprimido é um sistema injusto. E quando este tribunal tem o poder real e atual, eu questiono a sua moralidade. Duvido que o tribunal esteja interessado nas precauções que tomei para não prejudicar qualquer pessoa ou pessoal em serviço, e muito menos com as miseráveis vidas que ovelhas, vacas e visons têm que suportar, até a morte, e com as quais uma empresa do Colorado se beneficiou de sua prisão, escravidão e assassinato.
Obviamente, os proprietários e empregados da fábrica de pele de ovelha não se importam muito se são parte do comércio sinistro e macabro de sangue. Então eu não vou perder meu tempo com eles, pois só cairia em ouvidos surdos. É por isso que me voltei para a ação direta ilegal para começar, porque, a eles, não importa. Não importa o quanto os ativistas lhes falem e argumentem sobre os direitos dos animais, não importa para eles. Bem, Sr. Livaditis [proprietário da fábrica de pele de carneiro], você realmente não me importa. Não existe terreno comum entre as pessoas como você e eu. Eu quero que você saiba que não importa com o que o tribunal condene-me hoje, você não ganhou nada! A prisão não é uma grande dificuldade para mim. Em uma sociedade que valoriza o dinheiro acima da vida, considero uma honra ser um prisioneiro de guerra; a guerra contra a escravidão entre espécies e a objetivação! Eu também quero que saiba nunca vou estar disposto a pagar um dólar, nem um! Espero que o seu negócio fracasse e te sufoque até a morte, a cada centavo que entra do benefício que é para você matar os animais! Espero que sufoque e queime no inferno!
Às pessoas que me apóiam, quero agradecê-las por se juntar a mim e mostrar a este tribunal, e a estes exploradores de animais, que apoiamos uns aos outros e, como movimento, não pediremos desculpas por ter um senso de urgência. Não vamos colocar os interesses do comércio sobre a sensibilidade! E nunca deixaremos de educar, agitar e enfrentar os responsáveis pela morte de nossa Mãe Terra e suas nações animais. Minhas irmãs e irmãos vegans, nossas vidas não são nossas. O egoísmo é a forma dos gananciosos, pervertidos e fornecedores de injustiça. Já foi dito que todo o necessário para o mal vencer é que as pessoas de bem não façam nada. Já pelo contrário, todo o necessário para acabar com a escravidão, o uso de drogas, abuso e assassinato de outros animais além dos humanos, é a vontade de lutar em seu nome!
Faça o que puder, faça o que deve fazer: ser guerreiros vegans e verdadeiros defensores dos animais, e nunca se comprometer com seus assassinos e especuladores. A Frente de Libertação Animal (FLA) é a resposta. Raramente houve um movimento de grande alcance e eficaz a nível internacional na história humana. Não podes se somar a FLA, mas então se converta nela. E é o de mais orgulhoso e mais poderoso que eu fiz. Ao sair desta sala hoje não fique consternado com a minha prisão. Toda a ferocidade e amor em meu coração seguem vivo. Toda vez que alguém liberta um animal e quebra sua gaiola, sigo vivo! Cada vez que um ativista se recusa a curvar-se às leis que protegem o assassinato, sigo vivo! E eu vivo cada vez que o céu a noite é iluminado pelas chamas de uma outra empresa exploradora de animais em ruínas!
Isso é tudo, senhor juiz; estou pronto para ir para a prisão.”
Walter Bond
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!