Bem-vindx à 3ª Edição de “Tokologo”, produzida por membros do Coletivo Anarquista Africano Tokologo, sediado em Gauteng, África do Sul. Nossxs membrxs vem de Joanesburgo, Khutsong, Sebokeng e Soweto; nos dedicamos à luta pela liberdade plena da classe trabalhadora e pobre, na África do Sul e além. Nós não queremos a privatização (propriedade capitalista), nós não queremos a nacionalização (propriedade do Estado), queremos a autogestão e a socialização (propriedade da comunidade e dxs trabalhadorxs) da terra e todos os outros recursos produtivos.
Antes de continuar, gostaríamos de ressaltar nosso pesar em relação à morte de nossa camarada Lawrence Zitha, para quem temos um obituário nesta edição. Vá em paz, camarada! Você deixará saudades.
Na época da publicação, nosso país recém havia passado por eleições estatais. Nós não achamos que as eleições são um caminho para a classe trabalhadora e pobre: nós precisamos de algo melhor. Nós precisamos nos organizar e mobilizar, exterior ao Estado e contra ele, exterior aos capitalistas e contra os capitalistas.
Os grandes problemas que enfrentam as massas continuam. O crime é um deles. Está claro que a polícia é completamente incapaz de resolver o problema. Isso é demonstrado pelos artigos sobre a tragédia em Khutsong, onde, frustrados pelo crime, membros da comunidade assassinaram gângsters. O Estado respondeu a esta ação – e às demandas para a limpeza da área – através de uma ocupação massiva da municipalidade. Violência policial e assédios eram comuns; umx de nossxs membrxs foi severamente afetadx. Eventualmente a comunidade exigiu que a polícia fosse embora. Mas enquanto o ganguismo continuou, os membros da comunidade acusados dos assassinatos no fim de 2013 foram para os tribunais.
Outros artigos mostram que não faz sentido esperar o governo combater o crime: a polícia parece disponível para matar trabalhadores e manifestantes (como podemos ver em Marikana em 2012), mas ainda assim, a corrupção permanece descontrolada no Estado. Xs que denunciam a corrupção, como demonstra esta edição, são ameaçadxs e pressionadxs por políticos poderosos.
Entretanto, estes mesmos políticos querem votos – e líderes da COSATU (Congresso de Sindicatos da África do Sul) parecem determinados a continuar despejando campanhas eleitorais, ao mesmo tempo em que o dinheiro utilizado nestas campanhas poderia ser mais bem utilizado em organização e luta.
Mas onde podemos encontrar uma alternativa?
Em primeiro lugar, é crucial construir uma organização política anarquista, com uma agenda clara: mobilização e educação da classe trabalhadora, construir contrapoder, e lutar contra a classe inimiga.
Segundo, podemos aprender com o passado. Nós não viemos do nada. Nós viemos de uma tradição internacional poderosa e heroica, do anarquismo/sindicalismo. Isso também possui raízes profundas no continente Africano.
Então esta edição inclui artigos sobre a história do anarquismo e do sindicalismo na África do Sul, observando a Liga Internacional Socialista e os Trabalhadores Industriais da África em 1910, assim como o Sindicato de Trabalhadores Industriais e Comerciais (ICU) na década de 20. Estes vieram das nossas oficinas.
É importante observar esta história, para então sabermos de onde viemos. Mas também é importante olhar para trás e aprender das nossas vitórias e derrotas passadas. Como mostra o ICU, sem uma estratégia clara, controle operário efetivo, e finanças transparentes, nenhuma organização de massas pode conduzir o projeto de uma transformação social radical, o projeto anarquista.
Certamente as coisas não podem continuar como estão: como disse sabiamente muitos anos atrás T. W. Thibedi, um de nossos antepassados no movimento: “Por que todos os trabalhadores devem ser submetidos pelos ricos quando são eles que fazem todo o trabalho do País?”.
Para baixar a revista clique aqui:
https://zabnew.files.wordpress.com/2014/07/tokologo-03.pdf
Tradução > Malobeo
agência de notícias anarquistas-ana
Poucos vaga-lumes,
e a costureira não pôde
enfiar a agulha.
Abel Pereira
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!