Sempre jogam na cara das e dos utópicos que somos inocentes, ingênuos, crédulos. Tratam assim de afastar todos os aspectos de nossas vidas nos quais a utopia deixou raízes, fazendo-nos crer que não é possível um futuro ou um presente melhor.
Desde que começara a traficar com víveres na mili até que, fazendo circular milhares de cheques de viagem falsificados, pusera em xeque-mate ao todo poderoso First National City Bank, Lucio nos ensinou que a utopia não é um horizonte longínquo, senão algo cotidiano, algo que ele mesmo pôde viver. Repleto de ação, ternura e paixão, isso é precisamente o que nos transmite este trabalho, seu próprio relato autobiográfico. Porque, seguindo as palavras de Eduardo Galeano, Lucio também crê que a utopia deve servir-nos para isso, para fazer-nos caminhar.
Mais sobre o autor
Lucio Urtubia Jimenez, (Cascante, Navarra, 1931) nasceu no seio de uma família republicana com cinco filhos e escassos recursos econômicos. Cresceu ao calor do sol entre travessuras, enxadas, vinhas e oliveiras. Fez a mili em Logroño e logo descobriu sua faceta para traficar com víveres. Foi descoberto e fugiu para a França em 1954, instalando-se em Paris. Ali começou a trabalhar como pedreiro e a relacionar-se com os anarquistas. Os companheiros de obra lhe proporcionavam imprensa operária, libertária, e ia a seu local para ouvir conferencistas como Albert Camus, André Bretón, ou músicos como George Brassens ou Leo Ferré. Sua casa foi abrigo do maquis Quico Sabaté. Homem honrado, solidário e comprometido com as causas justas, falsificou documentos e bilhetes, assaltou bancos, imprimiu e distribuiu propaganda operária e anarquista e pôs de joelhos o First National Bank, ao encher o mercado internacional de cheques de viagem falsificados. Homem rebelde e humilde, nos relatou parte de sua fascinante vida na revolução pelo telhado (“La Revolución por el tejado” – Txalaparta, 2008) e Minha utopia vivida (“Mi utopía vivida” – Txalaparta, 2014).
“Mi utopía vivida”
Txalaparta, Tafalla 2014
Autor: Lucio Urtubia Jimenez
284 págs. Rústica 22×14 cm
ISBN: 978-84-15313-52-6
Idioma: Castelhano
Preço: 17,90 €
agência de notícias anarquistas-ana
cama macia
corpo se espreguiça
nasce o dia
Carlos Seabra
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!