Milhares de pessoas encheram as ruas de Atenas nesta tarde (2 de dezembro) em uma onda de protestos. Aproximadamente 10.000 pessoas participaram da manifestação de solidariedade com a luta do grevista de fome Nikos Romanós. Nikos está a 23 dias em greve de fome, exigindo seu direito de permissão de saída da prisão por razões educativas, conforme previsto na legislação relativa às permissões de saídas dos presos que são estudantes. Este direito é negado pelo regime Democrático, que não tem o menor escrúpulo em violar suas próprias leis.
Em solidariedade com a sua luta estão em greve de fome três outros presos: Giannis Mijailidis há 15 dias, e André-Demetrio Burzukos e Demetrio Politis há dois dias. Em 28 de novembro, Heracles Kostaris, o outro preso-estudante que o Regime nega o direito de obter permissão de saída por razões educativas, encerrou sua greve de fome de 22 dias.
Esta é uma das manifestações mais massivas de solidariedade na história do movimento contestatório no território do Estado grego. De acordo com nossas estimativas e as de outros companheiros e mídias contrainformativas, o número de participantes na marcha oscilou entre 9.000 e 10.000. A faixa da cabeça da marcha dizia: “Difusa respiração até a morte do Estado e do Capital”. A marcha estava salvaguardada em toda a sua duração por grupos de manifestantes, a fim de evitar provocações por parte de policiais uniformizados ou à paisana.
Os manifestantes se reuniram na praça de Monastiraki, perto do bairro turístico de Atenas, onde várias faixa foram desfraldadas, entre elas uma que dizia: “A nossa rebelião derrotará o medo”. Na sequência, então, os manifestantes marcharam até a praça principal de Sintagma (Constituição), onde está localizado o Parlamento, e depois para o Propileos da velha Universidade. Alguns manifestantes foram para a antiga Escola Politécnica, no bairro vizinho de Exarchia.
Quando a marcha entrou no bairro de Exarchia, dirigindo-se a Escola Politécnica, confrontos entre manifestantes e policiais eclodiram. Estes grupos de manifestantes quebraram alguns caixas eletrônicos, queimaram contenedores e um conjunto de carros. Quase ao mesmo tempo barricadas foram erguidas e mais carros incendiados e um ônibus fora do recinto da Escola Politécnica, aonde haviam chegado vários dos manifestantes da marcha que ainda não tinha acabado.
Logo confrontos começaram no entorno da Escola Politécnica. A Polícia não hesitou em atirar granadas de efeito moral e gás lacrimogêneo dentro do recinto da Escola Politécnica, onde se refugiaram alguns dos manifestantes.
Manifestações de solidariedade com a luta de Nikos Romanós também foram realizadas nas cidades de Tessalônica, Patras, Canea, Heraclión, Rethimno, Agrinio, Mitilini, Esparta, Nauplia e Lixuri. Em todas as cidades as manifestações foram massivas, e isso por que algumas foram realizadas sob chuva.
Mais fotos e vídeos da manifestação em Atenas serão publicadas nesta entrada. Atualizações sobre o caso da greve de fome dos quatro presos serão publicadas nas próximas entradas.
Vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=aACeN3hu9wU
O texto em castelhano:
Notícia relacionada:
agência de notícias anarquistas-ana
folhas no quintal
dançam ao vento
com as roupas do varal
Carlos Seabra
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!