Estimadxs!
Com muita alegria que compartilhamos com vocês a aparição da segunda edição da revista Mingako, pela Terra e Liberdade. Nesta oportunidade temos abordado com maior complexidade alguns detalhes dos intensos conflitos pela água na região chilena. Aproveitamos a oportunidade para agradecer a grande recepção dada ao número anterior convidando-os, é claro, para reproduzir livremente e da forma que julgarem conveniente os conteúdos e discussões. Saudamos finalmente, a todos os esforços, diversos e contraditórios que em qualquer lugar do Orbe, têm desatado com amor e rebeldia em defesa da Terra.
Abraços fraternos!
Baixe a revista aqui: revistamingako.wordpress.com/2016/02/19/revista-mingako-n2-verano-2016/
Contato: proyecto.mingako@gmail.com
A p r e s e n t a ç ã o
Imagine que sua boca está seca. Tens febre. A frequência cardíaca e sua respiração aumentam. Você começa a sentir tonturas e dor de cabeça. Não urina por muito tempo. Você tocas o nariz e senti as mucosas ressecadas. Sua pele está enrugada e seus olhos encovados. Você tem a pressão arterial muito baixa. Está cada vez mais desorientado e débil. Finalmente você cai inconsciente. Espera no chão umas horas até atingir o seu final. Seus pulmões param de respirar e o seu coração de bater.
O que acabas de imaginar é a sua própria morte por desidratação. É que para os seres que habitam a Terra, a fatal de água é sinônimo de morte. Portanto, todos que são parte da Biosfera são feitos em grande parte dela; necessitamos bebê-la várias vezes ao dia e alguns inclusive vivem nela. Água significa vida. Basta esperar um ano no mais úmido deserto do Atacama para observar como rapidamente brotam flores e vida, nada do qual existiria sem a necessária água.
Seguindo uma lógica simples, mas não por isso incorreta, podemos dizer que sim, água é vida e a seca é morte. De tal modo, todos aqueles que a veem como um recurso natural simples ou mercadoria é, consciente ou inconscientemente, a favor da morte. Desse lado estão as hidrelétricas que desregulam os leitos dos rios, as empresas florestais que drenam as águas subterrâneas, a indústria pesqueira com saques à água salgada e as empresas de mineração que chupam e sugam a água sem parar. A ganância burguesa não permanece tranquila até espremer a última gota de água em seu próprio benefício. No entanto, como já dissemos antes: “quase não ficam inocentes, opressores e oprimidos que se arrogam o direito de submeter outras espécies e destruir o nosso entorno”. E devemos lembrar que o que destrói o planeta não é apenas o desejo de alguns, mas a complacência e imobilidade de uma grande parte da população mundial ao se integrarem a um modelo de vida capitalista com base no consumo e no desperdício, ou seja, um sistema de assassino com a Terra e a vida.
E em outro caminho estão todos aqueles que como nós propomos um mundo distinto, onde a defesa da Terra é fundamental. Nós estamos cansados de sermos cúmplices da morte e assim nos posicionamos como aliados da vida. Vale a pena os cantos do desenvolvimento e do progresso quando não temos água para nós e nossos irmãos que habitam o planeta? Pode-se explicar em termos econômicos o que nós sentimos quando bebemos água de um vertedouro ou quando mergulhamos no mar? São justificáveis que estejam secos os campos, enquanto as cidades e fábricas drenam nossa terra?
Os métodos para defesa dos rios, lagos e glaciares são muitos e nós não conhecemos todos. O que sim sabemos é que não podem ser autoritários e muito menos estarem limitados pela legalidade. A vida se auto-organiza horizontalmente mediante o apoio mútuo, e, por outro lado, nenhuma lei é mais importante que a própria vida. As nossas ações diretas em defesa dos pântanos, cascatas e oceanos não podem economizar em ousadia e imaginação. Para a defesa dos mares, nevoeiros e chuvas, sempre podemos organizar um mutirão que detenha coletivamente a devastação, a seca e a violência contra nós e nossa terra.
Temos em nossas mãos uma semente de rebeldia que buscamos plantar. Cuidaremos para que a terra se mantenha sempre com umidade e que assim brotem ideias e práticas que mudarão este mundo. Não nos esqueçamos de regar para que a planta cresça e floresça. Sabemos que a disponibilidade de água será fundamental para a colheita das sementes ao final desta estação. Por isso, o nosso objetivo é defender a água até as últimas consequências , pois a nossa vida dela depende.
Conteúdo da edição N° 2:
Defender las aguas hasta las últimas consecuencias/ Dossier Agua: No es sequía es saqueo: la disputa del agua en Chile. Restableciendo el ciclo hidrológico del suelo (1ª parte). Dinámicas de poder hídrico en la sociedad del sakeo. El agua en el suelo: estrategias para mantener húmeda la tierra. Sección A sembrar Salud y libertad: Cuando el remedio es peor que la enfermedad. Con tierra en las manos . Recetario disfrutable. Conflictos territoriales: Mehuin sin ducto. Algunos conflictos ambientales en el Bío Bío. Verano 2016. Aysen: Alto Mañihuales y el arsenico. Defendamos nuestros ríos, la problemática del agua en la provincia del Limarí. No a la cantera en Laguna Verde. Colaboraciones: Cooperativas como instrumentos de aprendizaje y libertad No estamos todos, faltan los animales (no humanxs) ¡Ni la tierra ni las mujeres somos territorios de conquista! Higiene y salud en la sociedad de hoy. El relleno de humedales . Un proyecto inviable, la situación actual de Alto Maipo. Solidaridad:Comunicado público: Comunidades Mapuche de Curacautín ante aprobación de proyecto hidroeléctrico Doña Alicia. Comunicado Público: Comunidad Wente Winkul Mapu. Aportes:La mediería, una asociación posible entre el campo y la ciudad. Un camino fuera de la ley . Ranquil 1934, aquella revuelta olvidada . Relaves y aluviones en la bahía de Chañaral. Reseñas . Letras por la tierra.
Revista Mingako
Entre o Mar e os Andes,
Verão de 2016.
Tradução > Liberto
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