Na noite do dia 5 de julho, centenas de pessoas reuniram-se em frente à Alerj para protestarem contra violações de direitos humanos relacionadas aos Jogos Olímpicos. Povo Sem Medo e Rio 2016 – Os Jogos da Exclusão organizaram o evento chamado “Calamidade Olímpica – 30 dias para os Jogos da Exclusão”. De acordo com a descrição do evento no Facebook: “Tem dinheiro para financiar megaevento, enquanto atrasa salários de servidores e corta serviços básicos para a população. [O Estado] está em crise, mas vai receber bilhões do governo Temer só para repressão”.
“Eu queria que o Comitê Olímpico Internacional (COI) reparasse e reconhecesse todas as violações dos direitos humanos ocorridas no âmbito dos Jogos Olímpicos”, declarou Lara Martins, estudante de 24 anos do curso de relações internacionais da UFRJ, presente no protesto.
Lara não quer o cancelamento dos Jogos, mas sim que o COI elabore um pacto internacional restringindo onde os futuros Jogos Olímpicos possam ser realizados: em áreas que respeitem os direitos humanos e nas quais a competição não piore as vidas da população local.
Remoções de favelas, condições de trabalho precárias para os trabalhadores e violência policial são alguns dos problemas ligados ao evento esportivo. Após o protesto pacífico ocorreu um incidente de violência policial na estação do metrô Uruguaiana, no qual jornalistas e civis foram estrangulados e jogados ao chão.
Uma segunda manifestação pública contra os problemas relacionados às Olimpíadas e aos cortes na saúde e na educação foi realizada na quarta-feira, 6 de julho, no Centro, com a presença de servidores públicos, entre eles professores atualmente em greve por melhores salários e condições de trabalho.
Na quinta-feira, 17 de julho, um protesto e um debate contra as Olimpíadas e os problemas a ela relacionados ocorreram na UERJ, localizada próxima ao Estádio do Maracanã, Zona Norte da cidade. Cerca de 80 pessoas participaram da passeata e compareceram ao debate cujos temas foram os cortes nos serviços públicos essenciais e as violações relacionadas aos Jogos. O painel contou com a presença do advogado e professor Alexandre Ferreira Magalhães e de Inalva Mendes, moradora removida da Vila Autódromo convidada e membro do Comitê Popular da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
Para as próximas semanas outros protestos e eventos estão sendo organizados, incluindo manifestações públicas centralizadas na cidade e protestos organizados pelas comunidades nas favelas afetadas pelos Jogos.
No dia 16 de julho, o Coletivo Papo Reto e o jornal comunitário Voz das Comunidades farão um protesto no Complexo do Alemão chamado de “A Nossa Tocha Olímpica”: “Diante da situação complexa que tem acontecido no Rio de Janeiro, por conta das Olimpíadas 2016, onde parte da cidade festeja e outra sangra, como a nossa favela – o Complexo do Alemão – e tantas outras”.
Manifestações já estão sendo organizadas para a semana da Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos, com cinco dias de ativismo programados para o período de 1 a 5 de agosto. O evento do Facebook denominado “Vamos Apagar a Tocha no Rio!”, marcado para o dia 2 de agosto, já espera contar com mais de 15.000 participantes. Uma grande manifestação está sendo organizada para o dia da Cerimônia de Abertura, a qual unirá vários eventos do Facebook e potencialmente contará com milhares de manifestantes. Segundo a descrição do evento Rio 2016 – Os Jogos da Exclusão: “Em uma cidade onde o abismo da desigualdade cresce cada vez mais, a base de tratores, tiros e bombas, é fundamental prosseguir e avançar na luta pelo direito à cidade, pela democracia e pela justiça social”.
Fonte: http://rioonwatch.org.br/?p=20778
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