Neste último domingo, amigos, familiares e camaradas de Michael Israel se juntaram em Sacramento para lamentar a morte de Michael e compartilhar histórias sobre sua vida. Houveram muitas lágrimas, mas também risadas, enquanto dividíamos relatos sobre nossas experiências passadas com Mike. Logo após, cantamos canções conjuntamente, incluindo “Solidarity Forever”, “Joe Hill” e “A Internacional”. Concluímos o ato acendendo velas e marchando através da rua central, caminhando e cantando. A ação foi recebida positivamente pelos transeuntes, muitos dos quais expressaram suas condolências. Terminamos a marcha em um bar local e continuamos nossas rememorações através das bebidas.
Michael Israel era uma pessoa fácil de se relacionar. Em seus 27 anos na terra, ele tocou muitos corações. Era frequentemente chamado de “um homem de poucas palavras”. O que isso falha em expressar, é que ele era comprometido em ouvir e dialogar. Ele ensinava através do aprendizado, e raramente repreendia ou interrompia. Era genuinamente interessado nos outros, e isso por si só o fez conhecer muitos amigos.
Ele não era uma pessoa que simplesmente argumentava ou expressava sua opinião para interesses próprios. Ele demonstrava suas convicções através do comprometimento e da ação, mais do que pela conversa fiada. Ele procurou lideranças proletárias e se dedicou para auxiliar as greves. Era um participante original do Occupy Sacramento e da encarnação moderna da IWW (International Workers of the World) de Sacramento. Antes de ir para Rojava, trabalhava no sindicado SEIU, mas o abandonou com certa frustração. Ele foi para Rojava porque sonhava em ver uma revolução social viva, e ele a viu. Lutou contra o fascismo na Síria e em Sacramento, mas não fetichizava a luta armada. Ele não recuava quando precisava realizar uma defesa contra os opressores, mas sabia que a verdadeira liberdade vinha somente através da compreensão mútua e pelo respeito, o que as balas por si só não podem trazer.
Seu comandante no YPG disse sobre ele: “Ele era uma das raras pessoas que realmente vieram para cá para trabalhar. Poderia contar pessoas como ele com os dedos de uma mão”.
Uma das últimas coisas que ele expressou para as pessoas mais próximas dele, foi sua vontade de que houvesse uma movimentação internacional em torno da Revolução de Rojava, tanto através do apoio concreto como o que ele mesmo deu, quando no sentido de aprender e aplicar as lições deste processo revolucionário em outras comunidades.
Nós sempre sentiremos sua falta, Mike.
Você vive em cada um de nós.
Tradução > Yanumaka
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!