A Coordenação de Grupos Anarquistas (CGA) se solidariza com Théo, violentado, espancado e sitiado por quatro agentes policiais no dia 2 de fevereiro. Também nos solidarizamos com todas as pessoas que protestam e manifestam seu nojo legítimo em Aulnay e em várias cidades de Seine-Saint-Denis. Denunciamos o uso da violência policial contra os manifestantes, incluindo tiros de advertência com munição real na noite de 6 a 7 de fevereiro e todas as detenções e condenações nos tribunais. Este s&aac ute;bado, 11 de fevereiro se organizaram mobilizações contra a violência policial e em solidariedade a Théo em toda França. Milhares de pessoas se reuniram em frente ao Tribunal Superior de Bobigny.
A violência sofrida por Théo não pode ser apresentada como um caso isolado: tirando os golpes e lesões, de 10 a 15 pessoas morrem nas mãos da polícia a cada ano (não há estatísticas oficiais). Nos lembremos de Zyed e Bouna, Wissam El Yamni, Rémi Fraisse e Adama Traoré. A impunidade que rodeia esses casos reforça a sensação de onipotência da polícia, que sempre vai além.
A polícia transmite, de maneira clara, o racismo de Estado que está institucionalizado e ainda mais enraizado em suas leis, práticas e discursos. Descaradamente, o racismo se estende entre os policiais nos bairros em que os registros por perfil racial e as vexações são constantes.
O estado de emergência indefinido outorga à polícia poderes especiais estendendo os controles jurídicos. Isso afeta todos os aspectos da vida dos moradores nos bairros operários. O Estado solicitou a sua polícia que aumentasse o nível de repressão e a violência contra o movimento social que se mobilizou contra a reforma da legislação trabalhista (#LoiTravail). Estas demandas dão carta branca à polícia para fazer o que quiser.
Tudo isso transmite a sensação de que tudo é permitido, cristalizado em torno do “movimento” dos policiais deste outono que pedem recursos adicionais, “uma maior liberdade para atuar contra os delinquentes” e a extensão do conceito de autodefesa. Tudo isso com a atenção e a amabilidade de quase a totalidade da classe política e do governo, que destinou um investimento de 250 milhões de dólares e atualmente legisla seguindo estas afirmações sobre a defensa legítima da polícia.
Cúmulo do cinismo, enquanto Théo ainda se encontra no hospital, especificamente a Assembleia Nacional aprovou na quarta-feira, 8 de fevereiro, uma lei de “segurança pública”, que reduz as regras de autodefesa da polícia, endurece as penas por insultar as forças de segurança e permite o anonimato dos investigadores. Se estabelece entre outras coisas que a polícia pode usar suas armas “contra a ameaça de pessoas armadas” (mas não especifica quais os tipos de armas) ou “quando eles não puderem se defender de outro modo no terreno que ocupam.” Muitas noçõe s abstratas que o Estado prepara para novos dramas e abusos.
Exigimos o fim da impunidade policial, a retirada da lei de “segurança pública”, o fim do estado de emergência e a revogação das leis de segurança.
Não permita que cortem nossos direitos e conquistas sociais!
12 de fevereiro de 2017
Relações Exteriores da CGA
Tradução > Giu
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uma alma chora.
Rogério Viana
caralho... que porrada esse texto!
Vantiê, eu também estudo pedagogia e sei que você tem razão. E, novamente, eu acho que é porque o capitalismo…
Mais uma ressalva: Sou pedagogo e professor atuante e há décadas vivencio cotidianamente a realidade do sistema educacional hierárquico no…
Vantiê, concordo totalmente. Por outro lado, o capitalismo nunca gera riqueza para a maioria das pessoas, o máximo que ele…
Só uma ressalva: criar bolhas de consumismo (que foi o que de fato houve durante os governos Lula), como estrategia…