A nova revista “Rojava No Está Sola” (número 2) foi publicada em meados de Abril e já se encontra disponível em PDF, onde é possível baixá-la gratuitamente (está com pouca qualidade, mas se deseja melhor qualidade de impressão, entrar em contato conosco. Também é possível solicitar os exemplares que se quer em papel, basta nos contactar pelo nosso e-mail: iberiaserhildan@riseup.net.
Após um tempo sem atividade, voltamos a colocar em andamento este projeto, publicando o segundo número da revista “Rojava No Está Sola”, que tal como a primeira é uma extensão do blog “rojavanoestasola.noblogs.org” (onde é possível baixar ambas edições em PDF). O motivo pelo qual estivemos parados durante este último ano não foi casual, já que utilizamos este tempo para viajar a Rojava e assim ampliar o nosso conhecimento (a informação está disponível na internet) sobr e a revolução que está acontecendo por lá.
Nesta edição encontrarás informação em primeira mão, entrevistas a combatentes internacionais (YPG) ou artigos escritos por alguns participantes na revolução social de Rojava, entre outros. Embora alguns artigos tenham sido escritos a partir da tradução e utilização de textos e livros que consideramos adequados aos temas que pretendíamos abordar.
O último número teve uma base mais geral e introdutória, devido à falta de informação sobre a luta do povo Curdo, inclusive nos meios de contrainformação do nosso entorno. Neste número nos aproximamos mais aos processos revolucionários que continuam se desenvolvendo em Rojava e, paralelamente, em Bakur (Curdistão Turco), aprofundando alguns aspectos, tais como o importante papel da luta das mulheres, a economia, a história, a organização política, a guerra e os seus avanços, as rela&ccedi l;ões diplomáticas do conflito…
Também queremos deixar claro que as pessoas que estão por trás desta revista e do blog são anarquistas. Se o salientamos não é para fazer alarido ou proselitismo pessoal, mas sim porque nestes tempos de repressão com as nossas companheiras (Operação “Columna”, “Pandora”, “Piñata”, “Ice”…) e com as nossas ideias e as nossas ações, consideramos uma questão de solidariedade e resistência dar a cara por nossa gente e não nos escondermos.
Também achamos que é importante dizê-lo porque, perante o alinhamento e a pacificação que estão sofrendo as lutas revolucionárias no estado espanhol (em grande parte devido ao papel dos partidos oportunistas e reformistas de esquerda), pensamos que analisar e estudar os processos do Curdistão nos traz debates enriquecedores e práticos para o nosso movimento, debates que talvez poderiam derivar em novas estratégias ou formas de luta mais efetiva no atual contexto político e social. Como anarquistas encontramos muitas semelhanças entre o processo revolucionário do Curdistão e a sociedade em que nós acreditamos, como por exemplo o sistema confederal, a luta pela emancipação das mulheres, a horizontalidade, a economia comunitária ou a autodefesa.
Também observamos muitas práticas que talvez sejam algo incoerentes com a nossa maneira de ver uma revolução, no entanto devemos ter em conta que as revoluções sempre vêm acompanhadas de muitas barreiras e se desenvolvem em momentos extremamente difíceis. Para alguns “eruditos” o mais fácil é criticar e dar as costas a toda a luta que fuja ao seu “dogma”, enquanto vivem confortavelmente e formando parte do autocomplacente “gueto”, apenas tentando que a realidade não entre para chatear e sem nenhuma intenção real de mudar o que existe do lado de fora das portas.
Como dizíamos, pensamos que os movimentos que lutam pela liberdade total no ocidente encontram-se adormecidos, sem rumo, desmotivados, sem saber como sair do buraco e, precisamente por isto, consideramos importante retirar as experiências positivas, tanto na revolução Curda como em outros processos revolucionários no mundo, estes que nos podem servir para o debate e para colocar em prática diferentes maneiras de proceder. Longe de sermos experts na matéria, a nossa intenção ao desenvolver este projeto é por um lado, aprender e partilhar o saber aprendido e, por outro dar voz a uma revoluçã o silenciada que está ocorrendo às portas da Europa, precisamente onde a crise dos refugiados está empurrando para cima a extrema-direita em vários países. Mas muito além do nosso aprendizado, o objetivo deste projeto também é de criar laços que consolidem fortes estruturas. Parece-nos importante que os projetos tanto de apoio ao Curdistão como a outras lutas sociais ou revolucionárias sejam consequentemente acompanhadas de uma comunicação e coordenação com outros movimentos revolucionários do planeta para, que desta forma, se ponha em prática a solidariedade, o apoio mútuo, o internacionalismo… e começar a construir um caminho até a uma revolução real.
Por último, queremos agradecer a todas as individualidades, coletivos e organizações que estão apoiando e colaborando de diferentes maneiras para a elaboração e distribuição tanto da revista como do blog. Apesar de algumas diferenças ideológicas ou políticas com outras pessoas, seguimos encontrando pontos em comum, os quais nos parecem muito mais importantes que as diferenças, porque devido a isto conseguiremos avançar na luta pela liberdade, pois se olharmos para a história, ainda não vimos uma só revolução que tenha sido homogênea no seu p ensamento.
Saúde e Anarquia!
Conteúdo:
• Apontamentos históricos do Oriente Médio
• Evolução Ideológica do PKK
• Mulher: Jîn, Jiyan, Azadî
• Manbij baixo o Estado Islâmico
• Entrevista com Tirej Gabar (Internacionalista nas YPG)
• A luta de Rojava, a esperança Síria
• Uma aproximação à economia de Rojava (Salvador Zana, Anarquista Internacional no comitê econômico de Rojava)
• Entrevista com Soran Berxuadan (Internacionalista nas YPG)
• Sehîd ne mirin (os mártires nunca morrem)
• A resistência em Bakur ontem e hoje
• Bibliografia, webs e contato
Para baixar a revista, clique aqui:
Tradução > Joana Caetano
Conteúdos relacionados:
agência de notícias anarquistas-ana
vento nenhum
parou para ouvir
o silêncio da noite
Alexandre Brito
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!