O ano de 1962 é uma data chave na história da ecologia política. Duas obras muito importantes aparecem nessa data nos Estados Unidos que vão se revelar decisivas para a entrada do pensamento ecológico na cena política.
O primeiro é mundialmente conhecido. É aquele de Rachel Carson, “Uma primavera silenciosa”, denunciando as consequências do uso de pesticidas agrícolas, principalmente do DDT, nos meios naturais. Seu sucesso foi imediato e mundial.
O segundo não teve tal reconhecimento. Ele não figura entre os best-sellers americanos, embora tenha sido defendido por grandes cientistas. Publicado seis meses antes do livro de Rachel Carson por Murray Bookchin (1921-2006) – sob o pseudônimo de Lewis Herber – intitulava-se “Nosso Meio Ambiente Sintético” e passava em revista as causas da tão rápida deterioração do meio ambiente além-Atlântico, consequência da aceleração do desenvolvimento do capitalismo após a Segunda Guerra Mundial que afetou numerosos aspectos da vida cotidiana de pessoas e que tinham, até então, sido relativamente preservados.
Este importante livro nunca foi publicado em francês. Nos parece importante preencher essa lacuna. “Nosso Meio Ambiente Sintético” é de fato um texto fundamental para a ecologia política, de uma lucidez impressionante sobre os desastres ecológicos que se anunciavam, sempre se esforçando em apresentar uma alternativa viável para evitar o pior. É, então, tempo de render homenagem ao trabalho e o espírito visionário de Murray Bookchin.
Notre environnement synthétique. La naissance de l’écologie politique
280 págs.
14,00 EUR
atelierdecreationlibertaire.com
Conteúdo relacionado:
agência de notícias anarquistas-ana
o pouso silente
da borboleta de seda
celebra a manhã
Zemaria Pinto
caralho... que porrada esse texto!
Vantiê, eu também estudo pedagogia e sei que você tem razão. E, novamente, eu acho que é porque o capitalismo…
Mais uma ressalva: Sou pedagogo e professor atuante e há décadas vivencio cotidianamente a realidade do sistema educacional hierárquico no…
Vantiê, concordo totalmente. Por outro lado, o capitalismo nunca gera riqueza para a maioria das pessoas, o máximo que ele…
Só uma ressalva: criar bolhas de consumismo (que foi o que de fato houve durante os governos Lula), como estrategia…