• Membros da CNT participaram na caravana Abrindo Fronteiras que se dirigiu a Melilla para denunciar a situação dos sem papeis.
• Dois companheiros e uma companheira nos transmitem sua experiência.
A caravana Abrindo Fronteiras, que em julho passado se pôs em marcha para visibilizar a liberdade de movimento das pessoas, contou com a presença de alguns de nossos filiados e filiadas. Também teve sindicatos locais que apoiaram a iniciativa ou deram cobertura informativa a esta campanha. A caravana que englobou centenas de ativistas de diversos coletivos, em sua maioria provenientes de Euskal Herria, contou, ademais, com a assistência de ativistas de Castila e León, Catalunha, da Comunidade Valenciana e de Madrid. Juntos foram ao sul para se unir com mais participantes de Andaluzia e em um vistoso elenco passaram pelos destinos quentes onde transitam os imigrantes que cruzam o estreito.
Desde o polígono de tiro das Bardenas em Navarra, passando por Madrid, Sevilha, Algeciras, Málaga, etc., aconteciam ações e atividades reivindicativas em pró de considerar o aspecto humano esquecido daqueles e daquelas que padecem nas fronteiras. A caravana ia denunciando em sua passagem as deportações que vão acontecendo a passo rápido, a restrição de liberdades e os mau tratos que se dão nos centros de internamento. A campanha advertia das condições desumanas de vida dos internos e internas no CIE [centro de internamento] de Algeciras onde se registram por diversos organismos institucionais e sociais incontáveis denúncias. Além disso mostraram as péssimas condições das mulheres mensageiras no comércio atípico que se dá na fronteira entre Espanha e Marrocos, onde esta atividade econômica faz parte da vida cotidiana e onde as condições laborais são de extrema exploração. Para ultimar a viagem se conheceram nas estufas de Almeria, onde não poderia ser de outra forma, ante à situação em que vivem as trabalhadoras e trabalhadores migrantes.
A CNT como organização sindical não pode deixar de ser sensível ante as atrocidades que sofre a classe trabalhadora. Ainda fica muito por fazer para melhorar as condições laborais e de vida dignas para estas pessoas deserdadas que tratam de salvar sua vida pondo-se em perigo e se ofertando às tratas [comércio ilegal de pessoas] legais ou ilegais que lhes convertem em escravos do primeiro mundo.
Agradecemos aos compas que tiveram o detalhe de nos transmitir sua experiência, sobretudo por terem sido capazes de fazê-lo com tão poucos caracteres.
Rafa, da Federação Comarcal Sul-Villaverde: “Da caravana trazemos uma visão mais completa de como vivem as pessoas migrantes em sua viagem à Europa. Às vezes nos centramos no fato em concreto da cerca, os saltos, mas há toda uma rede de problemas e danos que sofrem e que às vezes são mais visíveis, como a dos menores ou das carregadoras. A caravana é uma ação e uma experiência que nos beneficia a todas em cada trabalho local que fazemos depois.”
Bea, do Sindicato de Artes Gráficas, Comunicação e Espetáculos de Madrid: “As ações de denúncia, observação e convivência da caravana tem sido efetivas para entender a realidade da fronteira sul, uma realidade cruel e complexa construída sobre um contexto de violência institucional, racista e machista onde a exploração é a norma. Outra consequência mais de um sistema especialista em gerar pobreza e exclusão e reprimir a suas próprias vítimas.”
Carlos, do Sindicato de Ofícios Vários da CNT-Málaga: “…Serviu também para criar redes entre nós e para que muitas companheiras se aproximem à realidade da fronteira, ao mesmo tempo que realizaram ações concretas muito positivas relativas aos direitos das carregadoras ou dos menores não acompanhados. A logística em geral da caravana foi muito efetiva. Como aspectos a melhorar destacaria a escassa ou quase nula confluência com os movimentos sociais do outro lado da fronteira. Não se pode lutar contra a fronteira com efetividade se não lutamos junto com os movimentos sociais do Rif, de todo o Magrebe, do Saara, e diria ainda, de toda África…”
Secretaria de Comunicação e Imprensa da CNT
Fonte: http://cnt.es/noticias/cenetistas-en-la-caravana-abriendo-fronteras
Tradução > KaliMar
agência de notícias anarquistas-ana
Aqui e ali,
Sobre os campos florescem
As quaresmeiras.
Paulo Franchetti
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!