A piada de mau gosto que é o movimento “O Sul é Meu País” realizou [neste sábado, dia 07/10] mais uma suposta “consulta popular” (da qual na verdade só participam os próprios separatistas) em algumas cidades dos estados [Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul] que compõem seu sonho de novo país.
Hoje esticamos uma faixa em uma movimentada avenida de Porto Alegre com os dizeres “O Mundo é Meu País!”. Queremos lembrar a todas as pessoas que nenhum país, novo ou antigo, será a solução de nossos problemas ou nos dará a liberdade que queremos! Pelo contrário, mais fronteiras restringem ainda mais a liberdade das pessoas. Principalmente em um país fundado com base em noções bairristas e eurocêntricas.
Os separatistas argumentam que não é possível identificar o que de fato une culturalmente as pessoas nascidas no Brasil. Não podemos deixar de concordar. Mas isso porque todas as nações são abstrações! As fronteiras nada mais são do que separações arbitrárias, baseadas em semelhanças superficiais ou inventadas e que ignoram os povos originários, como o povo Guarani que habita a região dos três estados, mas também outras partes do Brasil e também do Paraguai e Argentina. Nações nascem motivadas por migrações forçadas, genocídios e limpeza étnica. Uma nação, por menor que seja, é uma abstração que não nos serve de nada. E neste caso, ainda pior, pois é racista ao se basear em uma ancestralidade europeia.
Essas fronteiras recém inventadas permitem pintar como inimigo quem está do lado de lá da linha, e assim controlar a todas nós ainda mais (e nos mandar para guerras infundadas). No caso do movimento “O Sul é Meu Pais” cria-se esse inimigo ao colocar os estados do sul como explorados pelos estados mais ao norte. Chegam ao ponto de dizer que os estados do sul são como uma colônia do resto do país. Essa visão míope gera um bode expiatório e ofusca os reais responsáveis pela escassez e crise.
Capitalizando na crescente repulsa à politica partidária, o movimento se equilibra numa corda bamba ao se declarar apartidário, buscando parecer neutro. Apesar disso, suas lideranças não conseguem esconder suas tendências neoliberais e de direita, beirando fascismo. De fato, a independência do sul é inclusive uma pauta de movimentos neonazistas.
Defensores da separação dos três estados do sul afirmam que “Brasília não nos representa”, mas querem substituí-la por outro governo que, como todo governo, é uma ferramenta para controlar e oprimir a população. Sim, Brasília não nos representa, mas o Piratini também não nos representa. Ninguém nos representa. Somos ingovernáveis!
Nenhum país a mais! Pelo fim de TODAS as fronteiras!
agência de notícias anarquistas-ana
Como que levada
pela brisa, a borboleta
vai de ramo em ramo.
Matsuo Bashô
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!