O Amargo Obreiro foi uma bebida elaborada por Pedro Calatroni e AntônioTacconi na cidade de Rosário, Santa Fé, no ano de 1888, com uma mistura de ervas aromáticas da serra, no final do século XIX.
Era uma reação às bebidas doces que consumiam as classes burguesas. Foi uma criação do sindicalismo anarquista, caracterizado pelas cores vermelho e negro do rótulo. Adotado posteriormente pelo peronismo, que o identificou como aperitivo elaborado pela classe trabalhadora argentina.
O rótulo da garrafa mostra um punho, uma maça, uma bigorna e uma foice, fazendo alusão ao movimento obreiro. Bebê-lo era rotina entre os peões e trabalhadores. A bebida chegou ao país pelos imigrantes italianos e se caracterizava por possuir um cheiro parecido ao fernet, porém mais doce. Era obtida por uma mistura de ervas como carqueja, camomila e a muña-muña (erva tradicional em algumas regiões da América do Sul), com uma graduação alcoólica de 19%.
Considerado o “aperitivo do povo argentino”, décadas atrás os rótulos possuíam um sol de fundo representando o nascimento de uma nova nação. A mudança para um rótulo neutro, sem nenhuma simbolização, foi ordenado durante a presidência de Leonardo Galtieri.
O Amargo Obreiro foi um aperitivo aparentado com o anarcossindicalismo e marca absoluta de nossa identidade, a bebida da classe trabalhadora, em toda Argentina.
Sua criação, suas origens, passa pelos ácratas da Argentina, desde as Sociedades de Fomento à Cultura e Arte, passando pelos clubes de bairro, que muitos deles transformaram em clubes de futebol. Os padeiros colocaram sobre os nomes das “fraturas”: “canhanzinhos”, “bolas de frade”, “suspiro de freiras”, e outros, ajuntando todos os restos que sobravam davam o nome de “sacramento”. E o que faltava, um aperitivo: AMARGO OBREIRO! Criação e identidade. Nascido na “Barcelona Argentina”, assim se chamava Rosário no movimento obreiro em princípios do século XX.
Alfredo Fernández González
Tradução > Liberto
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!