“O absurdo da política”

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A seguir, resumo do livreto “O absurdo da política (1902)”, escrito pelo anarquista individualista e cientista francês Paraf-Javal (31/10/1858 – 13/03/1942).

– O sufrágio universal é erradamente chamado universal. Não é e não pode ser universal. Não pode dar satisfação a ninguém.

– O sufrágio dito “universal” é um meio poderoso de adormecer a atividade humana. O povo, “pretensamente soberano”, é um escravo que embebedam com palavras. O eleitor é um homem que abdica e dá amos e senhores a si mesmo.

– O sistema político é absurdo. Procedendo contrariamente a todas as regras da lógica, não pode trazer resultados favoráveis.

– Este sistema só pode levar:

1.º – A opressão de uma certa quantidade de homens por outros homens e não à maior soma de liberdade para todos;

2.º – À organização da velhacaria.

– Todo o eleitor é um conservador, já que o seu voto fabrica a autoridade.

– Todo o abstencionista consciente é um revolucionário, visto que, se ninguém votasse, não haveria autoridade.

– Votando, não se pode ter esperanças de pôr revolucionários no poder, uma vez que o poder não pode ser senão conservador. Tem cabimento, não conquistar o poder, mas destruí-lo.

– É importante, portanto, para todos os que reconhecem a sociedade mal feita e desejam mudá-la:

1.º – Desembaraçarem-se dos preconceitos que, como o preconceito político, fazem de um homem, contra a sua vontade, um conservador;

2.º – Estudarem, com os que crêem conhecê-los, os princípios de uma sociedade razoável, a fim de se tornarem revolucionários conscientes;

3.º – Pôrem em todas as ocasiões os seus atos de acordo com as suas ideias.

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José Alberto Lopes