A cidade de Teruel acolhe durante o mês de novembro umas jornadas dedicadas à memória de Mujeres Libres organizadas pelos sindicatos CNT e CGT.
As organizações sindicais CNT e CGT apresentaram esta terça-feira na capital turolense e pelo segundo ano consecutivo umas jornadas dedicadas à memória histórica. Neste caso, sobre Mujeres Libres, agrupação feminina e feminista surgida no seio do movimento libertário em 1936.
Todos os atos se articulam em torno da exposição “Mujeres Libres (1936-39), precursoras de um mundo novo” à qual acompanhará outra em homenagem a Amparo Poch, da qual se pôde desfrutar recentemente em La Casa da Mujer de Zaragoza. Sua inauguração, na Residência de Santa Emerenciana, será na quinta-feira 8 de novembro às 19h30h e se poderão visitar até 23 de novembro.
O objetivo é recuperar a história esquecida deste coletivo, cujo propósito era unir as mulheres da classe obreira para lutar por sua emancipação.
Suas precursoras — Amparo Poch e Gascón, Mercedes Comaposada e Lucía Sánchez Saornil — entenderam que deviam organizar-se de forma autônoma para formar-se e criar ferramentas próprias contribuindo com isso para a emancipação social. Para isso, Mujeres Libres desenvolveu um amplo programa dedicado a conscientizar e elevar a cultura das mulheres através da educação e a formação laboral. Lutaram, assim, para superar o que denominavam tripla escravidão da mulher obreira: da ignorância, das injustiças derivadas de sua condição de mulheres e por pertencer à classe trabalhadora.
Suas propostas foram sumamente inovadoras, abordando temas ainda de plena atualidade. Foram conscientes de que eram as próprias mulheres as que tinham que articular uma resposta ante a especificidade de sua discriminação, propondo questões como a prostituição, a feminização dos cuidados – exigiram creches gratuitas e públicas -, puseram em marcha oficinas de formação laboral, denunciaram a educação segregada por sexo e gênero nos centros educativos, assim como demandaram uma educação sexual e afetiva, pondo no ponto de mira o modelo de família tradicional.
As jornadas se completam com um ciclo de três conferências. A primeira delas acontecerá na quinta-feira 8 de novembro, às 19h30, sob o título “Ética, Anarquismo e Sexualidade em Amparo Poch e Gascón”, correrá a cargo de Concha Gómez Cadenas, doutora e professora da Escola Universitária de Enfermaria de Teruel e membro entre outros do Grupo de Enfermaria Baseada na Evidência (EBE) gestionado e coordenado pelo Instituto Aragonês de Ciências da Saúde e vinculado ao Centro Colaborador Espanhol de EBE pertencente ao Instituto de Saúde Carlos III.
Laura Vicente Villanueva, apresentará na terça-feira 12, às 18h30 sua palestra sobre “Histórias em Feminino. Mulheres Anarquistas e Feministas”. Laura Vicente é Doutora em História pela Universidade de Zaragoza e máster em “Estudis da Dona” pela Universidade de Barcelona. É especialista em história social e história da mulher e autora entre outros dos livros “Sindicalismo e conflictividad social en Zaragoza (1916-1923)”, “Teresa Claramunt (1862-1931). Pionera del feminismo obrerista anarquista”, “Aproximación a Mujeres Libres. Pròleg i Antecedents de Mujeres Libres”. Escreveu recentemente “Mujer contra mujer en la Cataluña insurgente”.
Fecha o ciclo, na quarta-feira 21 às 19h30, o historiador turolense Serafín Aldecoa com a conferência “Movilización política da mujer turolense. República e Guerra Civil (1931-1938)”. Autor de numerosos trabalhos de caráter histórico e etnológico entre os quais se destacam, “Turolenses contemporáneos. Artículos del Diario de Teruel. Gente de esta Tierra (2013-2016)” ou “Los primeros sindicatos mineros de Teruel 1928-38”. É vice-presidente do Centro de Estudos do Xiloca e presidente fundador do Ateneu Republicano de Teruel.
Com estas jornadas realizadas em datas próximas a 25 de novembro, Dia Internacional de Eliminação da Violência sobre a Mulher, se põe no ponto de mira a mulher como sujeito ativo e protagonista, afastada de uma perspectiva vitimista.
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
poeirão
se levanta no caminho
secam meus olhos
Marcos Amorim

Perfeito....
Anônimo, não só isso. Acredito que serve também para aqueles que usam os movimentos sociais no ES para capturar almas…
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!