por Coletivo Anarquista Rouvikonas | 09/11/2018
Em todas as partes do mundo, usando o pretexto da dívida dos Estados, o poder segue acentuando as iniquidades entre os mais ricos e os mais pobres e destruindo o planeta.
Em todas as partes do mundo, a diminuição de nossos direitos e o saque da vida se acompanham de uma amplificação da vigilância e da repressão contra quem se opõem.
Em todas as partes do mundo, o poder tenta dividir para ganhar, desviando a cólera sobre os imigrantes, fazendo crer que são os principais responsáveis dos males dos oprimidos.
Em todas as partes do mundo, o fascismo segue crescendo, último estágio do capitalismo, paroxismo da sociedade autoritária, prontos a eliminar quem se opõem.
Em todas as partes do mundo, o poder se apresenta como legítimo com o pretexto, por um lado, de leis que o mesmo Estado escreve para reforçar sua posição, por outro lado, das eleições periódicas que não são democráticas: são o resultado da manipulação da opinião pública pelos meios massivos de comunicação, que pertencem a uma classe social dominante.
Em todas as partes do mundo, o poder tem usurpado a posição que ocupa e nos rouba nossas vidas.
De outra maneira que as classes oprimidas do século XIX, do tempo onde começaram a se organizar a nível mundial e a se sublevarem, nós estamos hoje em frente de dois novos problemas além dos que já existiam: corrida contra o relógio frente as novas tecnologias e a um poder que não deixa de crescer com o apoio de novas técnicas de vigilância e de repressão, o que nos lembra as obras proféticas de Orwell e de Huxley, e a corrida contra o relógio ecológico frente a um capitalismo que além de explorar-nos, chega agora a um ponto onde a destruição do planeta será em breve irreversível.
Já não podemos esperar mais. Já não podemos contentar-nos em lutar cada um de nosso lado, cada um do seu lado da fronteira, cada um lutando de maneira particular frente a problemáticas diferentes, cada um com nossas diferentes maneiras de pensar e de atuar.
É urgente reunir nossa resistência, um dia por mês, desde 10 de dezembro de 2018, e logo, 10 de cada mês, ao mesmo tempo, em todas as partes do mundo, e paralelamente a nossas lutas locais do cotidiano.
Propomos um dia por mês de ações simultâneas contra o fortalecimento do capitalismo e da sociedade autoritária. Um dia por mês para lembrar em as todas partes que esta luta é global. Um dia por mês para recordar a urgência com a qual temos que mobilizar-nos em todas as partes e de acabar com o poder e a exploração. Um dia por mês para ter mais confiança em nossas capacidades, para que sejamos mais e preparar-nos juntos para o final da sociedade autoritária e do capitalismo.
No dia 10 de cada mês, é o primeiro dia que se compõe de duas cifras, como uma mudança, de época, de maturidade. Porque temos que sair da pré história política e econômica da humanidade antes que seja demasiado tarde.
Entre nós não há chefe, responsável, diretor sindical, não há um homem providencial, um comitê de partido, uma vanguarda iluminada, só propomos um dia de convergência global por mês, mas não queremos dirigir, nem coordenar qualquer coisa. Só queremos dar um impulso para começar, com este texto, e as ações que se seguirão.
Tampouco propomos um caminho que há que se seguir, um modo de atuar, limites a nossas ações desse dia: cada um luta a sua maneira, onde queira e contra o que lhe parece importante. Ainda que seja só fora para manifestar-se um mesmo dia em todas as partes do mundo, já é muito importante, ainda que seja só para falar e preparar o que segue, ocupando lugares, terras, fábricas, e ainda mais, muito mais, se alguns o queiram.
A cada um lhe cabe pensar a sua maneira de fazer resistência, e de fazê-lo saber, que seja com fotos, vídeos ou nossos meios de comunicação livres e autogestionados, fazendo presença no mundo inteiro.
A cada um lhe cabe traduzir em outras línguas esta mensagem e compartilhá-la divulgando pela internet e até nos muros das cidades, para que o 10 de cada mês sejamos sempre mais numerosos e determinados.
Ninguém nos liberará de nós mesmos: nos cabe tomar rapidamente a vida em nossas mãos.
O poder não é para conquistá-lo, é para destruí-lo.
Dos anarquistas, libertários, anarcossindicalistas, autônomos e antifascistas de várias regiões do mundo (Grécia, França, Argentina, Espanha, Argélia, Itália, México, Bélgica, Canadá, Alemanha…)
>> O texto em grego, francês, castelhano e alemão aqui:
https://athens.indymedia.org/post/1592897/
agência de notícias anarquistas-ana
Apenas um pássaro
Companheiro do caminho
Pelo campo seco.
Senna
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!