Coincidindo com o centenário da greve de La Canadiense pela qual se decretou a jornada laboral de 8 horas, a Companhia de “Títeres desde Abajo” estamos preparando um novo espetáculo que nos questiona sobre a necessidade das lutas obreiras ontem e hoje. A nova montagem tem o título provisório de “Paral·lel 55” e já tem data e lugar de estréia. Será o fim de semana de 15 a 17 de fevereiro em La Lleialtat Santsenca, Barcelona.
Sinopse: Cansados de serem obrigados a lutar a golpes de porretes em cada função, Francisco e Purita, dois velhos títeres encontrados em um antigo teatro da Avenida Paral·lel de Barcelona, decidem entrar em greve como aconteceu 100 anos atrás em La Canadiense, quando a força dos trabalhadores conseguiu que se decretasse a jornada de 8 horas. Mas os tempos mudaram muito desde então e nunca lhes contaram que a luta é um caminho cheio de contradições, alegrias e balas de borracha.
Faz uns meses que estamos trabalhando na produção de “Paral·lel 55”. Com este novo espetáculo buscamos ressignificar o conceito de greve como ferramenta da classe trabalhadora ante o retrocesso de direitos fundamentais e a domesticação das lutas obreiras dentro de um marco legal cada vez mais restrito.
Quisemos aproveitar a efeméride da que certamente seja a greve mais importante que aconteceu no Estado Espanhol para reivindicar a necessidade de articular as lutas coletivas desde uma perspectiva de classe, revolucionária e não mediada por líderes nem organizações cujo único fim é a manutenção da mesma ordem social. Isto nos obrigou a realizar uma dupla pesquisa, por um lado histórica, sobre as lutas obreiras e em particular sobre La Canadiense e outra sócio-política, sobre a prática da greve hoje em dia, os discursos que se articulam em torno a ela (tanto mobilizadores como desmobilizadores) e como está regulada atualmente.
Resultado do interesse que temos em que este projeto saia o melhor possível nos rodeamos de uma equipe de colaboradores que nos ajudarão cada um com sua especialidade. O texto dramático da obra está quase pronto e está sendo elaborado por Mikel Fernandino, dramaturgo e antropólogo, que já colaborou em outras ocasiões com a companhia e autor de várias obras premiadas, tanto no País Basco como na Catalunha. Para a encenação idealizamos uma mesa de direção conjunta entre “Títeres desde Abajo”, o titeriteiro e diretor Carlos Codina e a atriz e diretora Carla Chillida da Companhia “A Tiro Hecho”.
Desde 6 de novembro abrimos uma campanha de microfinanciamento do projeto através da plataforma Coopfunding.net e estamos aproveitando para difundir o mesmo. Também pusemos em funcionamento a página web www.parallel55.wix.com desde a qual estamos fazendo parte do processo criativo e da pesquisa realizada sobre a evolução da greve a nível histórico e seus significados atuais.
A companhia “Títeres desde Abajo” foi criada em 2012 em Granada com o objetivo de recuperar o teatro de títeres como forma de cultura popular e se aprofundar no conhecimento deste tipo de linguagem. Desde então fomos gerando um repertório de obras de caráter popular e político que quisemos aproximar a novos públicos e circuitos sendo nossa obra mais famosa “La Bruja e Don Cristóbal” pela qual fomos detidos e encarcerados durante os Carnavais de Madrid de 2016. Posteriormente o caso foi arquivado e seguimos representando esta e outras obras de nosso repertório com normalidade.
Se desejam mais informação sobre este novo projeto da companhia ficamos inteiramente a sua disposição. Podem nos contatar através do correio eletrônico titeresdesdeabajo@gmail.com
Tradução > Sol de Abril
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!