Chaski Clandestina é uma prática e proposta política de ação, pensamento e comunicação autônoma e autogestiva que nasceu em conjunto com uma marcha indígena há oito anos. A comunicação autônoma não é apenas “jornalismo”, porque não acreditamos na forma como “as notícias” são produzidas e difundidas a partir das grandes corporações privadas ou estatais do que é chamado de “informação”. Comunicar, —além da nota vermelha e de seu próprios esforços—, sem depender de patrocinadorxs, significa assumir, muitas vezes em seu próprio corpo, as lutas que comunidades, mulheres, seres e organizações estão dando nestes últimos anos para defender seus territórios e a vida de todxs.
Fazê-lo de forma autogestiva envolve tirar horas à noite e ao cansaço, é enfrentar a precariedade e liberdade de enunciação. É a crítica e o conflito constante nos fins e nos meios. Habitar o clandestino, renunciar ao exacerbado protagonismo e personalização que os meios de comunicação, as redes sociais e a forma tradicional de fazer política cultivam até a exaustão, é voltar à não-propriedade, ao tecido comunitário. Voltar à escuridão onde a força oculta é gestada, onde as necessidades de perseverança e a respiração tenaz que xs nefastxs portadorxs do poder e verdade não podem ver são fundadas.
Neste caminhar e acompanhar a luta pelo território, justiça e dignidade, aprendemos e compartilhamos diversas formas de resistência e organização que emergem de baixo. Encontramos os vínculos e as cumplicidades que decidimos cultivar. Fomos (ainda estamos) perguntando, encontrando e propondo nosso lugar na luta.
Decidimos pelo caminho difícil mas digno.
Decidimos não prestar contas a nenhuma instituição privada, governamental e não governamental porque cagamos em seu financiamento, em seu condicionamento e seu interesse corporativo.
Não queremos seu dinheiro, queremos que o fogo da memória espalhe a raiva.
Não queremos sua publicidade, queremos espalhar indignação e solidariedade com xs que lutam.
Não queremos nem resquícios de seu poder colonial, queremos destruí-lo.
Decidimos pelo caminho difícil mas fértil.
Decidimos pela autogestão, que é ao mesmo tempo Liberdade!
Assim:
Retomamos esta data sem disfarçar de pachamamismos e folclorismos, acreditamos na terra que nos alimenta e nos abriga, que nos convoca à defesa da vida das grandes corporações, do estado, do capital e do patriarcado que saqueia em nome do progresso e desenvolvimento.
Junto com a força que nos dá o nascimento de um novo sol, renascemos de um novo ciclo, criamos um novo espaço, reavivamos as forças, continuamos a tecer.
Tradução > keka
agência de notícias anarquistas-ana
Anoitece
Atrás da colina
O sol adormece
RôBrusch
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!