[Peru] Nem privatizada – Nem estatizada. A água não é mercadoria

A água em mãos estatais ou em mãos privadas, é no final o mesmo.

Ou não é acaso o Estado quem dispõe quem ou que empresa usa a água?

Não é acaso o Estado quem entrega territórios com rios e lagunas dentro a Empresas e indústrias, seja mediante um pagamento justo ou mediante favores?

Não é acaso que o setor privado deseja ter o controle da água para supostamente administrar melhor sua distribuição? Mas como a história o mostrou, priorizará sua distribuição a seu setor, tornando mais caro o custo da água, argumentando que o aumento é pelo melhor serviço.

Tomemos como exemplo a privatização da telefonia.

Enfim, o problema não é só a corrupção, o problema é o Poder…

O problema é que esses setores (privado e estatal) se apoderam da água e demais elementos naturais assim como também de toda espécie em flora e fauna. Inclusive se apoderam de nossas vidas, nosso tempo, etc e tenhamos que tributar-lhes por ocupar um pedacinho de terra para viver ou alimento que o planeta não cobra a ninguém, como para que qualquer setor transforme tudo em mercadoria.

E a solução tampouco seria nos apoderarmos de tudo isso, mas sim liberar a terra de qualquer posse, e só tomar o necessário para viver. Se a água que consumimos necessita tratamento, é porque de onde provem, está contaminado por indústrias. O porque fomos forçados viver em um espaço artificial (cidade) que para sua edificação nociva teve que eliminar um espaço natural, que necessita tubulação também para rede de saneamento (que já está colapsando a nível mundial) para chegar a lugares longe de sua fonte natural.

A água para consumo vital escasseia, e nós não percebemos.

A água é usada em todo processo industrial, vendendo-a ou dando-a (rios, lagunas.) as melhores licitantes, e nós não percebemos.

A água como os demais elementos da terra, são importantes para o equilíbrio planetário, e para a vida da flora e fauna. E nós não percebemos.

A água que querem tirar com a dessalinização do mar, impacta negativamente o mar, seus vegetais e habitantes marinhos e a quem se alimenta deles. E nós não percebemos.

A energia elétrica é a futura energia que chamam “limpa” mas usa/desperdiça grande quantidade de água, assim como para a extração de lítio para as baterias que usarão os artefatos da INTERNET DAS COISAS (scooters, bikes, refris, relógios, celulares, motos… elétricas) que se está implementando a nível mundial para nos tornarmos mais dependentes da tecnologia.

Solidariedade com os ambulantes, motoristas de coletivos, motorizados, lutas sócio ambientais. Que sob a premissa de “erradicar a informalidade” lhes reprimem.

O Estado, as indústrias, o extrativismo… É formal, e vejam todo o dano que nos fazem.

Vivemos em uma espécie de escravidão, e nós não percebemos – e a liberdade para quando?

*Folheto distribuído na quinta-feira, dia 28 de novembro de 2019, na cidade de Lima, na chamada “marcha contra a privatização da água”*

*Solidariedade com todas as lutas, sequestrados e assassinados em resistência estes últimos meses e sempre*

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

sol atrás da cortina
dizendo baixinho:
— já é dia

Alonso Alvarez