Todo o mecanismo estatal do governo Mitsotakis, liderado por suas forças repressivas, se opõe a qualquer coisa que desafie suas imposições de normalidade. Ele usa a doutrina da “Lei e Ordem” e a retórica de tolerância zero como um véu para encobrir e tirar a atenção de suas intermináveis inconsistências. Alimenta seus constituintes com a retórica de nação, segurança, legitimidade e desenvolvimento, adotando modelos de polarização e paradigmas de épocas passadas. O objetivo é claro: a tentativa de erradicação das estruturas de luta e a destruição do movimento revolucionário, que se opõe a seus planos de desenvolvimento e a qualquer modelo da chamada gentrificação urbana.
Ao mesmo tempo, há um esforço sistemático para deslocar massivamente populações que não se “encaixam” nas crescentes necessidades do capital e dos chefes da metrópole. O esforço para criar um ambiente ideal de consumo para uma população tanto passiva quanto de fácil controle, que atende ao interesse privado, está no topo da agenda. Por um lado, o airbnb, pontos de entretenimento, vitrines e hotéis visam a espetacularização dos bairros e o lucro de poucos, enquanto, por outro lado, câmeras, drones, coação de todos os tipos e cessão de controle de todos os espaços [públicos e privados] do Estado Policial para controle do consumo, vigilância e comércio.
Em sinergia com o exposto acima, o ultimato de Chryssochidis exige cinicamente que desocupássemos os espaços de luta até 5 de dezembro. É o resultado de um período de intensa repressão, a desocupação de espaços de luta e solidariedade e o constante ataque a locais de auto-organização e a fermentação do discurso político. À sua suprema façanha comunicativa – destinada a espalhar o medo, atingir grupos sociais específicos e privá-los de necessidades sociais básicas – respondemos com luta. Não há possibilidade de nossa retirada voluntária da luta. Não estamos incomodados pelo crescente clima de terrorismo que eles estão criando. Estamos prontos – mais uma vez – para criar baluartes e resistir às tentativas contemporâneas de impor um modelo de Estado-Leviatã. O que o Estado não entende é que, apesar de nossa conexão histórica com Exarchia e nossa sobrevivência em ocupações por toda a Grécia, existimos além disso. Nossa coletivização e auto-organização florescem independentemente do espaço. Os corpos coletivos não serão suprimidos, mesmo que não haja teto para cobrir suas cabeças.
Na prática, abrimos e reivindicamos os seguintes espaços:
3 edifícios em Gizi
2 edifícios em Ilissia
6 edifícios em Exarchia
1 edifício em Victoria
1 edifício em Agios Panteleimonas
2 edifícios em Kipseli
…É assim de fácil…
O primeiro alvo é a desconstrução da retórica estatal que demoniza espaços ocupados com potencial de auto-organização e sua utilização por sujeitos da repressão estatal. Em resposta à chamada de ação pan-helênica de 5 de dezembro, liberamos 15 edifícios (15 é o número do seu destino) nas áreas acima mencionadas, publicando faixas com o título “Propriedade é roubo” e reivindicando os espaços para servir como um local de diversas opções para uso futuro. Trata-se simplesmente de um primeiro apelo à resistência e à solidariedade com camaradas que desejam criar ocupações e espaços de luta, sem-teto para atender às suas necessidades sociais, imigrantes que se opõem ao encarceramento em campos de concentração e oprimidos. Queremos mostrar o significado de reivindicar espaços vazios para sobreviver em termos de luta fora da lógica capitalista esterilizada.
Por meio dessa ação, declaramos que nossa luta é duradoura e oposta a qualquer tipo de ultimato. Deixamos claro que apoiaremos as ocupações e os espaços de luta e tudo o que eles representam.
A Luta Continua…
– TUDO PERTENCE A NÓS, PORQUE TUDO NOS FOI ROUBADO, DAS OCUPAÇÕES, ÀS VILAS E LUGARES ABANDONADOS.
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!