Na quinta-feira, 16 de janeiro, uns 60 solidários com a revolta do povo chileno nos concentramos em frente ao Consulado do Chile em Consell de Cent nº 357-359. Nas imediações do local se encontrava uma dotação da BRIMO [polícia da Catalunha] disposta a proteger a representação do Estado fascista chileno, sendo eles também o aparato armado de outro semi-estado fascista como é a Generalitat de Quim Torra [político catalão]. Na concentração foram abertas várias faixas, assim como se viu alguma bandeira do Chile e da CNT. Também se distribuiu dois folhetos: um de um grupo chamado “27 milhões – para que a Humanidade viva 1% deve morrer”, que aposta pela auto-organização nas empresas e nos bairros e investe contra Piñera e a esquerda reformista da “Unidad Social” que faz o jogo do Presidente Piñera com a chamada para uma Constituinte (recordar que já o anarquista italiano Errico Malatesta assinalava que isto era uma estratégia da burguesia para canalizar a revolução social pelos caminhos da reforma do sistema).
Na outra se denunciava a manutenção do modelo neoliberal pinochetista no Chile como gerador de desigualdades sociais, se fazia um balanço da repressão e se chamava a derrubar os presídios. Creio recordar que foi o comunicado que se leu várias vezes pelo megafone. Embora, em um primeiro momento, puseram as faixas do outro lado da calçada, em seguida se invadiu a pista, bloqueando o tráfico, e incomodando um Mosso [polícia] que veio para oprimir passando xs companheirxs dele. As pessoas levavam também alguns cartazes onde apareciam os nomes de manifestantes assassinados pelo regime criminoso de Piñera. Ao fim de um momento após gritar em frente ao Consulado, a concentração se converteu em manifestação para a Plaza Cataluña descendo pelo Paseo de Gracia, deixando de lembrança algumas pinturas solidárias, na parede em frente, com a revolta chilena e contra a ameaça de desalojo do Centro Social Okupado May Day situado no bairro de Raval.
Enquanto se descia pelo Paseo, com duas faixas encabeçando e fechando a manifestação, iam gritando lemas que aumentaram ao passar em frente ao Consulado Turco em solidariedade com a luta do povo curdo e contra o assassino Erdogan (na fachada ainda se podem ver as marcas do impacto de globos de pintura que alguns solidárixs lançaram). Ao chegar a Plaza Cataluña estiveram gritando um momento e apareceu alguma pintura no chão o lema: “Enquanto exista miséria haverá rebelião” do revolucionário lautarista chileno Marcelo Villarroel. Ao cabo de um momento, se decidiu descer pela Rambla e uma companheira distribuiu fotografias ampliadas dos protestos no Chile que se mostravam assim como os cartazes que mencionei. Em certo ponto um companheiro agarrou o megafone para agradecer a solidariedade dos presentes e animar a luta.
Cruzou-se por uma das ruas próximas (onde se somaram algumas pessoas) e terminou na Plaza Sant Jaume onde se dispuseram as faixas em diversas direções para que fossem vistas pelos transeuntes, gritaram lemas e terminou com a leitura do comunicado, após o qual se deu por terminada a manifestação. É fundamental que todos os anarquistas e anticapitalistas destes lares sigamos nos solidarizando com uma luta que iniciou pelo aumento do preço da passagem, mas cujas reivindicações foram aumentando e estão pondo contra as cordas o regime neopinochetista e neoliberal de Piñera e, em geral, do Estado Chileno com a anuência da esquerda reformista cúmplice (Frente Ampla, Partido Comunista, os burocratas sindicais da CUT etc.)
Viva a luta insurreta do povo chileno!
Todas as balas serão devolvidas!
Alma apátrida
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Bolhas de sabão
sopradas no ar da manhã
exalam arco-íris.
Ronaldo Bomfim
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!