Enquanto doenças mais mortais vieram e se foram, o mundo está agora em uma posição exclusivamente desastrosa com a pandemia de COVID-19, pois afeta o mundo todo simultaneamente. Com o capitalismo caminhando para uma parada brusca em algumas áreas, a recusa do Estado em alocar com competência os recursos, milhões sem trabalho, e comunidades já marginalizadas que sofrem o impacto do vírus, as contradições da nossa atual ordem mundial está exposta mais do que nunca na história recente. Enquanto a extrema-direita e a fração pequeno-burguesa da sociedade respondem protestando exigindo o retorno dos negócios ao normal, com um desrespeito insensível por quaisquer medidas de segurança e adoração ao presidente.
No outro extremo do espectro, temos os tecnocratas do Vale do Silício e velhos imperialistas tentando sequestrar a crise para pressionar por uma forma mais permanente de isolamento social tecnológico, que devemos rejeitar de todo coração. A crise é, na realidade, um fenômeno verdadeiramente americano. Muitos lugares ao redor do mundo conseguiram – com uma variedade de técnicas – aliviar os problemas de saúde, sociais e políticos associados à pandemia. Os EUA, em contrapartida, estão entrando em uma rápida crise de mudança mundial, principalmente por causa das peculiaridades da ganância americana, a crueldade do racismo americano, e a ignorância da classe dominante americana. Os EUA nunca estiveram tão perto de um colapso total, e é quase totalmente auto-infligido.
A esquerda parece claramente ausente hoje. Francamente, essa situação poderia ter sido prevista muito tempo atrás. Nos últimos quatro anos que Trump esteve no poder, a esquerda radical se deslocou muito em direção ao carreirismo e oportunismo progressista. Vemos anarquistas auto-declarados em comícios de Bernie Sanders, social-democrata, e até de Elizabeth Warren e Joe Biden. Nós costumávamos expulsar os jornalistas e quebrar suas câmeras em nossos comícios, admitindo que não estamos tentando recriar o espetáculo, mas sim destruir esse mundo alienado. Não nos surpreende que, à luz de tudo isso, a esquerda radical parece impotente quando a sociedade entra em colapso.
Ironicamente, a pandemia perpassa a chegada do Primeiro de Maio. Enquanto muitos grupos esquerdistas parecem ter desaparecidos, Trump está pressionando para um retorno à normalidade dos negócios no dia Primeiro de Maio.
Sob a luz da crise atual, e para lembrar que assim como antes, o capitalismo, a supremacia branca, e o Estado são os maiores obstáculos para os problemas que enfrentamos, em conjunto com camaradas de todo o mundo, chamamos para ações autônomas nesse Primeiro de Maio. Diferente da extrema-direita, nós realmente nos preocupamos com as vidas das pessoas e pensamos que é melhor que comícios massivos não sejam planejados. De fato, isso abre o dia para ações mais úteis do que as paradas de rotina típicas realizadas todos os anos.
Portanto, neste ano, pedimos aos revolucionários de todo o mundo que tomem ações autônomas criativas, e comecem a expor as instituições e indivíduos responsáveis pela situação cada vez mais desesperadora em que todos nós nos encontramos hoje.
Revolutionary Abolitionist Movement – RAM
Tradução > Brulego
agência de notícias anarquistas-ana
espantalho ao vento
num campo de girassóis —
pardais sobre os ombros
Leonilda Alfarrobinha
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!