A revista Mujeres Libres é uma publicação especial porque manifesta a autonomia de pensamento e ação das mulheres trabalhadoras anarquistas em um período em que os avanços no campo do direito favoreceram as mulheres, especialmente as de classe média e alta. As trabalhadoras lutaram por formação e emancipação não só no campo jurídico, mas também no campo social. O principal objetivo deste trabalho é conhecer a revista Mujeres Libres: seu conteúdo, sua relação com a organização do mesmo nome e principalmente suas protagonistas: as editoras e colaboradoras.
Quando falamos da “revolução das palavras”, estamos nos referindo ao valor subversivo que as palavras tinham para as mulheres, condicionado pelo discurso de gênero da domesticidade que as excluía do espaço da palavra. A experiência de Mujeres Libres nos mostra métodos com os quais as mulheres compartilharam suas vidas com outras pessoas a partir da escrita: Institutos de Mulheres Livres, locuções em rádio, teatro de rua, conferências e debates, etc. As mulheres mudaram através das palavras: escrever, ler, falar e ouvir as outras.
Esta peça pretende, portanto, entrar nas palavras das mulheres que conseguiram construir uma constelação de laços de solidariedade, para conhecê-las e aprender sobre os esforços que fizeram para construir novas formas de organizar a economia, a política e a defesa. Mas havia muito mais, e havia o enorme significado subversivo e revolucionário de seus esforços na retaguarda. Elas queriam organizar “cuidados” de uma maneira diferente: organizavam maternidades, creches, cozinhas de sopa para que pudessem trabalhar, cuidavam dos refugiados, e inúmeros outros problemas diários. Além disso, elas queriam viver uma vida plena no meio da agitação da guerra.
LA REVOLUCIÓN DE LAS PALABRAS
La revista mujeres libres
Laura Vicente
280 pp.
24,70 €
Tradução > Liberto
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