Por Boris Miranda | 07/05/2021
Santiago e Marcelo são dois dos pelo menos 24 mortos durante os protestos que tomaram as ruas da Colômbia na última semana e deixaram cerca de 800 feridos.
Ambos eram jovens, estavam prestes a concluir o ensino médio e entrar para a universidade.
E foram atingidos por disparos da polícia em meio à onda de manifestações registradas na Colômbia desde 28 de abril contra o projeto de reforma tributária do governo Iván Duque.
Os pais dos dois jovens exigem justiça. Um pedido que visa não só a polícia, mas também as Forças Armadas e o próprio presidente Duque.
Injustiça
Marcelo decidiu sair às ruas para protestar contra a reforma tributária “cansado de tanto abuso”, conta seu pai, Armando Agredo, à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.
A família mora em Cali, capital do Vale do Cauca (no sudoeste do país) que foi o grande epicentro das manifestações.
“Marcelo tinha 16 anos quando foi baleado. Meu filho não tinha absolutamente nada na mão, nenhuma arma. Ele não era uma ameaça. Como podem tirar a vida de uma pessoa indefesa? Por isso, pedimos justiça”, desabafa o pai.
Agredo conta que o filho deu um pontapé em um policial que se aproximava do grupo de manifestantes e isso fez com que ele sacasse a arma.
“Não se justifica. Um pontapé não justifica atirar para matar um rapaz saudável, desarmado. Um pontapé não é para tirar a vida de um ser humano”, acrescenta.
Segundo ele, “é infame que matem jovens desarmados”.
“É um abuso de autoridade de uma pessoa que tinha um revólver quando meu filho não tinha absolutamente nada”, conclui.
Por sua vez, Miguel Murillo, pai de Santiago, tampouco encontra justificativa para o tiro no peito que acabou com a vida de seu filho em Ibagué, capital do departamento de Tolima (a oeste do país).
“O meu filho já estava indo para casa, não estava em nenhuma passeata. As testemunhas me contaram que passou um tanque perto delas, alguém atirou uma pedra e os policiais saíram. Não sei porque reagiram dessa forma para atingir Santiago com uma bala”, diz ele.
O pai descreveu o ocorrido como um episódio “cruel” e acrescentou que, mesmo que não tivesse ocorrido com seu filho, merecia todo repúdio.
“Eles não têm o direito de fazer o que fazem. O pior é que nesse país você vê isso o tempo todo. Há muitos crimes semelhantes que já foram cometidos, matar jovens causa muita dor nas famílias”, declara.
No relatório da Defensoria Pública sobre as causas das mortes, consta que tanto Marcelo quanto Santiago perderam a vida por armas de fogo.
Onze das mortes confirmadas oficialmente durante os protestos ocorreram em Cali, mas também foram registrados óbitos nas cidades de Bogotá, Ibagué, Madrid, Medellín, Neiva, Pereira, Soacha e Yumbo. A maioria dos mortos e feridos são jovens.
Fonte: BBC News Mundo
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