No passado dia 7 de Junho (e numa altura em que se celebram os 70 anos da Convenção de 1951 sobre Refugiados), o ministro grego da Migração e Asilo e o ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros anunciaram uma Declaração Ministerial Conjunta, onde consideravam formalmente que a Turquia é “um país terceiro seguro” para todos os requerentes de asilo da Síria, Afeganistão, Somália, Paquistão e Bangladesh.
Para se ter noção do que se fala, em 2020, dois terços (66%) dos requerentes de asilo na Grécia vinham de um dos cinco países listados. No mesmo período e no mesmo país, essas eram também as proveniências de 77% de toda a gente a quem foi concedida proteção internacional.
Duas das organizações que trabalham perto das comunidades migrantes nas ilhas gregas, a PRO ASYL e a Refugee Support Aegean (RSA), alertam para que esta declaração do governo grego irá fazer com que dezenas de milhares de pessoas enfrentem um risco de repulsão (refoulement). “Ficarão novamente encurraladas e desesperadas, nas ilhas e no continente, detidas, sem acesso a trabalho, casa ou assistência. Esta decisão irá criar outra geração de seres humanos “rejeitados”, marginalizados, sem documentos nem direitos, alimentando ainda mais as redes de contrabando e exploração a todos os níveis”.
Estas organizações acusam ainda a UE de ter uma agenda escondida de descarte de migrantes e afirmam que, “para além dos efeitos imediatos nas vidas dos refugiados, esta decisão constituirá também o pretexto para a retirada do governo das políticas básicas de proteção dos refugiados e para garantir o seu acesso à habitação, cuidados de saúde, educação e integração.”
Finalmente, a PRO ASYL e a RSA consideram que “através da Decisão Ministerial Conjunta 42799/7-6-2021, a Grécia transforma-se mais uma vez num laboratório de anomalia institucional das políticas anti-refugiados.”
A 14 de Julho, o Conselho grego para os Refugiados, o Fórum grego sobre refugiados, a Liga helênica para os direitos humanos e a RSA levaram a cabo uma conferência de imprensa online sobre o apertar das políticas de exclusão de refugiados em fuga para a Grécia, no seguimento desta decisão do governo grego de considerar a Turquia como um “país terceiro seguro”. Esta conferência de imprensa pode ser vista na totalidade aqui (youtube.com/watch?v=pEenDUFJIEU).
Fonte: https://www.jornalmapa.pt/2021/08/12/ue-faz-da-grecia-um-laboratorio-de-politicas-anti-refugiados/
agência de notícias anarquistas-ana
Imóvel, o gato,
olha a flor de laranjeira.
Eu olho o gato.
Jorge Lescano
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!