Já circula o Jornal MAPA #35 (Setembro/Novembro). Nas suas páginas encontramo-nos com as lutas de comunidades que reclamam um poder decisório sobre onde habitar e como gerir os seus territórios. Nas lutas anti-mineração, como no Barroso, as gentes lançam redes e organizam o combate após um acampamento de resistência; no Alentejo, relata-se em Montemor-o-Novo mais um episódio de ameaça sobre a vida das populações e do ecossistema pelo olival super-intensivo. Em Fráguas, na vizinha Espanha, noticia-se a perseguição judicial a quem devolve vida a aldeias abandonadas. O “renascimento rural” ganha corpo. Reavivando a memória dos lugares e tecendo o futuro para além do capitalismo, prosseguimos com propostas de leitura pela memória atávica da produção da lã ou em chamadas de atenção a alguns importantes livros acabados de sair.
Na cidade insistimos em falar nas lutas pelo direito à habitação, num relato a partir de Gaia. E das periferias das cidades ecoa ainda o hip-hop de intervenção, reunido no terceiro volume de Música Sem Filtros, a mais recente compilação digital em que diferentes artistas e bandas se solidarizam com o MAPA. Apresentamo-la numa altura em que o jornal celebra os seus 10 anos – ilustrado em pôster nas páginas centrais desta edição. E por via das dificuldades de sustentabilidade do projeto, impostas pelo brutal aumento dos preços de impressão, discorremos ainda nestas páginas sobre a difícil relação com a indústria especulativa do papel.
Nesta edição não deixamos de falar da barbárie da guerra na Ucrânia, dando visibilidade às iniciativas de oposição à guerra que têm lugar na própria Rússia. E voltamos a dar voz a pessoas presas publicando cartas que atravessam muros. Por fim, destacamos o relato pessoal de um internacionalista em Rojava que percorre a história de uma década de resistência e que ilustra a situação que hoje ali se vive. Fechamos o jornal com uma breve entrevista à Biblioteca das Insurgentes, uma livraria itinerante lisboeta que se dedica à divulgação do(s) feminismo(s) na sua pluralidade.
Que sejam estes e outros os motivos e propostas para a leitura de mais um Jornal MAPA.
O apelo final – que sublinhamos face ao aumento de custos e porque não queremos abdicar de ser um jornal para ser folheado, lido e debatido – é feito para as vossas assinaturas, já que são elas que sustentam a nossa continuidade.
agência de notícias anarquistas-ana
galho partido
depois da tempestade
caminho de formigas
Alexandre Brito
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!