03, 04 e 05 de maio | 6ª edição do Festival Internacional de Cinema Anarquista | Buenos Aires
O Festival Internacional de Cinema Anarquista não é uma competição típica em que os filmes participantes concorrem a um prêmio.
Nesses festivais, mostramos o que está sendo feito em formato audiovisual sobre temas anarquistas e afins, bem como apresentamos o trabalho cinematográfico de companheiros que usam esse meio não apenas para promover ideias antiautoritárias, mas também o utilizam como uma arma para expor a violência do sistema de dominação e manipulação por meio da mídia.
Para nós é importante tornar conhecida A Ideia e outras realidades do anarquismo (atual), relembrar passagens ou fatos históricos do movimento anarquista que através de aspectos informativos, teóricos, artísticos e combativos é um meio acessível às pessoas, gerando um ponto de encontro que pode servir de reflexão e inspiração para subverter o cotidiano.
O mais difícil é decidir o que é o cinema anarquista. Pode ser uma forma autogestionária ou contracultural de produção de filmes, ou pode ser um assunto específico sobre eventos que podem ser compreendidos sob esse rótulo.
Entretanto, a própria palavra anarquista é tão ampla que poderia abranger uma grande variedade de maneiras de entender o mundo. Não se pretende excluir nenhuma delas em um evento com essas características, aberto, plural e entendido como uma forma de promoção cultural libertária.
Nos últimos anos, vários festivais desse tipo foram realizados no Canadá, na Espanha, na Austrália e em outros lugares, mas principalmente nos Estados Unidos. Esses festivais são organizados por cineastas independentes, documentaristas, artistas e ativistas que se reúnem em seu próprio espaço.
De fato, muitas vezes se esquece para que servem os festivais: para exibir filmes e conversar com aqueles que os fazem.
Um festival de cinema anarquista surge diretamente do ativismo cultural e do ativismo político. É um espaço horizontal onde não há diferença entre espectador e criador, e onde as conversas e os debates ocorrem em pé de igualdade. Os próprios autores também são ativistas; e parte do público também pode estar fazendo outros tipos de criação (editando livros, fanzines, revistas, outros documentários ou filmes, peças de teatro…). Normalmente, nesse tipo de festival, prevalece o gênero documentário, pois são obras destinadas à conscientização, a nos contar histórias de outras sociedades ou de outras épocas. No entanto, não podemos nos esquecer da criação pela criação. A capacidade criativa inata da humanidade. É por isso que, neste festival, compartilharemos experiências e promoveremos a mídia comprometida e criativa. E também nos divertiremos.
Não somos obcecados por multidões, nem temos interesse em fazer deste festival um novo local de negócios ou em promover o espetáculo pelo espetáculo. Estamos interessados em tornar conhecidas realidades diferentes das que conhecemos e, acima de tudo, em promover um espaço de cumplicidade entre pessoas diferentes.
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!