Margarita Ortega participou nas fileiras do Partido Liberal Mexicano, o qual era dirigido pelos irmãos Flores Magón
Por Miguel Flores | 07/10/2023
A Revolução Mexicana foi um dos eventos da história do México que mudaram o rumo do país, em princípios do século XX. Na história oficial se mencionam nomes de grandes heróis nacionais que participaram nesse movimento armado que conseguiu derrubar o governo de Porfirio Díaz Mori, presidente do país por mais de 30 anos, no final do século XIX e princípios do XX.
José Doroteo Arango Arámbula, mais conhecido como Francisco Villa; Francisco I. Madero; Emiliano Zapata; entre outros, são os nomes que se mencionam desta etapa revolucionária. No entanto, existem nomes de mais partícipes no movimento que foram esquecidos ou simplesmente, não são mencionados pela história oficial.
Os irmãos Flores Magón foram dos partícipes mais destacados na Revolução, e inclusive, os consideram como precursores do movimento. Mas algo que quase não se menciona ou do qual se fala muito pouco, é que eram anarquistas radicais que buscavam erradicar qualquer forma de governo, pois para eles, o Estado representava repressão.
Os Flores Magón conseguiram que muitas pessoas no país se sentissem identificadas com seus ideais e se unissem a eles. Estes foram denominados como magonistas. Uma das magonistas mais destacadas, que teve um duro final e que lutou até o último de seus dias a favor dos mais desprotegidos, foi Margarita Ortega Valdés, que passou de ter uma vida acomodada, estar casada e ser uma pessoa normal a participar no movimento revolucionário e perder uma filha por defender seus ideais.
Margarita Valdés Ortega nasceu em 1871 em Sonora. Foi uma anarquista mexicana integrante do Partido Liberal Mexicano (PLM) dos irmãos Flores Magón.
Ela pertencia a uma família rica do norte da Baja California, mas em 1910 decidiu renunciar a seus privilégios e se filiou ao mencionado partido, cujo fim era estender uma revolução anarco-comunista na República Mexicana.
Ortega participou nas fileiras do PLM como guerrilheira, propagandista e enfermeira. Se diz que era especialista no uso de armas e uma grande ginete de cavalos. Também transportava armas, munições, provisões e correspondência para seus companheiros durante a tomada de Mexicali, em janeiro de 1911.
Depois que os maderistas derrotaram os membros do PLM na Baja California, Ortega foi expulsa de Mexicali junto com sua filha Rosaura Gortari, por Rodolfo Gallegos sob as ordens de Francisco I. Madero. Margarita e sua filha cruzaram o deserto até Yuma, Arizona, onde foram presas por agentes de imigração para serem deportadas ao México. Mas conseguiram escapar e refugiar-se em Phoenix, Arizona, onde ambas mudaram seus nomes para evitar serem identificadas por autoridades do México ou Estados Unidos, pois ambos perseguiam os magonistas.
Devido às más condições que tiveram ao cruzar o deserto, Rosaura adoeceu e morreu em Phoenix, o que significou um duro golpe para Margarita, já que além de ser sua filha, era sua companheira de luta. Ortega continuou organizando guerrilhas do PLM no norte do estado de Sonora ao lado de Natividad Cortés, também integrante do PLM.
Ambas foram apreendidas em 1913, na fronteira de Sonora por Rodolfo Gallegos, que agora estava sob as ordens de Venustiano Carranza. Nesse momento Natividad foi fuzilada e Ortega foi levada a Baja California para que fosse presa pelas forças de Victoriano Huerta.
Em 20 de novembro desse mesmo ano, foi presa e torturada por quatro dias pelos huertistas, para obrigá-la a delatar seus companheiros, que preparavam uma revolta ao norte de Sonora, algo que não conseguiram. Se diz que a deixaram de pé por quatro dias, sem poder recarregar-se ou sentar-se, e quando o esgotamento a vencia, era golpeada para que se pusesse de pé de novo.
Foi fuzilada em 24 de novembro de 1913.
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
pousada na lama,
a borboleta amarela,
com calor, se abana
Alaor Chaves
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!