NÃO À EXTRAÇÃO DE HIDROCARBONETOS
LUTA CONTRA O SAQUE DA NATUREZA E A GUERRA
PASSEATA SÁBADO, 15 DE JUNHO, ÀS 12 HORAS
REGIÃO DO EPIRO
Recentemente, houve relatos de que a perfuração exploratória planejada em Epiro foi congelada sem que a empresa tenha feito qualquer anúncio oficial. Essa não é a primeira vez que tais notícias são divulgadas pela mídia. Seu objetivo é amansar a vigilância e a organização de nossa resistência.
A mineração que preocupa Ioannina está planejada para ocorrer em Gourgianista, no município de Zitsa, a dois quilômetros de Kurenda e a cerca de 17 quilômetros de Ioannina. O trabalho será realizado em uma área de 53 hectares e a uma profundidade de 3,5 km.
A empresa encarregada é a Energean [empresa de exploração e produção de petróleo e gás internacional sediada no Reino Unido], a mesma que em 2017 (na época com a Repsol) pesquisou petróleo em todo o Epiro. A empresa anuncia que tentará extrair gás natural e não petróleo, promovendo-o como mais ecológico e menos prejudicial à natureza. Ou seja, enquanto se proclama a “transição verde”, os investimentos em combustíveis fósseis são recompensados, sendo o gás natural apresentado como energia “verde”.
O gás natural não é uma alternativa ecológica ao petróleo. A possível mineração na área será igualmente destrutiva para as águas da região, que está localizada na bacia do rio Kalamas e está incluída no Registro de Áreas Protegidas da Divisão de Águas do Epiro. A qualidade do ar será prejudicada pela liberação de uma multiplicidade de gases tóxicos, tais como dióxido de enxofre, monóxido de azoto, sulfureto de hidrogênio, monóxido de carbono, etc. O solo irá deteriorar-se, pois a mineração produzirá pelo menos 50 tipos diferentes de resíduos, como admite a empresa no seu Estudo de Impacto Ambiental. A atividade sísmica intensificar-se-á numa área já sísmica. Além disso, a empresa não está vinculada nem por lei nem pelo contrato de concessão a fazer restituições em caso de acidente ou outro desastre.
Nenhuma região convertida à mineração viu a sua economia florescer e os seus habitantes prosperarem. É mentira que a empresa vá oferecer empregos: serão poucos e por pouco tempo. Pelo contrário, as atividades da região (agricultura, pecuária) desaparecerão ou serão degradadas, tornando-a completamente dependente do funcionamento da empresa. Em nenhuma região mineira os residentes têm acesso mais barato à energia. Pelo contrário, estes projetos são planejados em áreas já desertificadas e conduzem a uma maior desertificação.
A Energean, empresa que arquitetou o projeto, já está emergindo como um gigante da mineração de hidrocarbonetos. Os seus depósitos em Israel são guardados pelo fabricante de armas israelita Elbit Systems, um importante fornecedor dos militares israelitas e construtor do muro que separa os EUA e o México. De acordo com um anúncio da empresa, os seus lucros não foram afetados pelo derramamento de sangue na Palestina, embora tenha anunciado recentemente a descoberta de uma nova jazida no Egito. Tal como em Israel, também no Epiro, a empresa tentará proteger os seus lucros militarizando a região. A possível mineração não irá melhorar a posição geopolítica do país, mas sim aproximá-lo das rivalidades transnacionais. Todas as guerras modernas são travadas por causa da energia.
A lógica colonial da empresa é complementada por patrocínios a entidades locais que assim se tornam seus cúmplices. Normalmente chamaríamos isso de suborno. A empresa foi anunciada como patrocinadora do Lake Run 2023 e do 6º Festival Dodoni, ofereceu material escolar, ar condicionado ao posto de saúde Voutsara, patrocinou o grupo de teatro do Município de Zitsa para a apresentação do ano passado. Assim, algumas necessidades locais são atendidas e a empresa faz o seu trabalho ganhando popularidade e obscurecendo os planos de morte!
Somos hostis à lógica das empresas, das autoridades locais, dos governos e da União Europeia que tratam a natureza como recursos a serem explorados. O mapa da Autoridade Reguladora de Energia mostra planos para instalar turbinas eólicas em quase todas as montanhas (também foi feito um pedido para Kurenda) da Grécia. Milhares de acres estão planejados para serem alocados para energia fotovoltaica. Pequenas hidrelétricas foram propostas para dezenas de riachos. O que sobrar será explorado pelo turismo, que leva as áreas ao seu limite para que os empresários possam se enriquecer em condições de escravidão para os trabalhadores. A energia é um bem social e, como tal, deveria estar sob controle social e não nas mãos de um punhado de aproveitadores privados.
Nenhuma complacência até o cancelamento total do projeto
Organizamos nossas resistências horizontalmente e sem mediação, longe das lógicas partidárias de delegação
A empresa e seus parceiros locais nos encontrarão na frente deles
Assembleia aberta contra saques de energia
antioilgiannina@gmail.com
againstnrglooting.blogspot.com
agência de notícias anarquistas-ana
conversa de adultos
debaixo da mesa
adormeço entre brinquedos
João Angelo Salvadori
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!