O turismo de elite não está “abrindo caminho para a humanidade em direção às estrelas”, mas sim a fuga das elites de um planeta moribundo
~ Andrew J Boyer ~
Jared Isaacman se tornou o primeiro bilionário a caminhar no espaço, em uma missão bem-sucedida da Space-X intitulada Polaris Dawn. O evento atraiu manchetes por pouquíssimos motivos, além do fato de ele ser um bilionário americano e não um astronauta tradicional. De forma semelhante, no ano passado, a Virgin Galactic de Richard Branson completou seu primeiro voo comercial no espaço, com passagens custando mais de US$ 450.000 por assento (cerca de 2,5 milhões de reais). Existe ainda, é claro, a Blue Origin de Jeff Bezos, que promete lugares não apenas para turismo espacial, mas para viver e trabalhar no espaço.
Enquanto alguns podem achar inspirador que um empresário possa comprar o bilhete de um agradável passeio cósmico, o resto de nós fica desanimado com a sensação de que até o espaço pode ser transformado em mercadoria. Os capitalistas descartam conceitos como uma sociedade sem dinheiro, abolicionismo, apoio mútuo e democracia direta como ridículos e utópicos, mas no momento em que o espaço é mencionado a um bilionário, seus olhos brilham como a Via Láctea.
A ideia de bilionários abrindo caminho para viagens espaciais através do turismo destaca a questão: o que consideramos progresso? Uma justificativa comum para estados e para o capitalismo é que eles permitem projetos de grande escala como explorações espaciais e que construir foguetes é impossível sem estruturas de comando e um motivo de lucro. Mas enquanto esse senso grandioso de progresso é presunçosamente elogiado e defendido, a pobreza corre solta como sempre, guerras e genocídios continuam, desastres ecológicos varrem o planeta, grupos marginalizados enfrentam violência e muitas pessoas continuam exploradas e isoladas de suas comunidades. Há claramente uma diferença nas prioridades.
De alguma forma, o turismo (de qualquer tipo) sempre foi uma fuga privilegiada para um destino mercantilizado e com uma experiência cultural excessivamente selecionada. Mas os direitos de se gabar que alguém imagina ter quando posta suas fotos de férias nos Fiórdes nórdicos no Instagram, empalidecem em comparação ao sentimento divino que um membro rico da elite pode ter quando olha para a Terra de longe. A alegria deles não é ir “onde ninguém jamais foi”, mas sim “onde ninguém pode se dar ao luxo de ir”.
Mas tal arrogância cai nos ouvidos cínicos de gerações preocupadas com a destruição ambiental da Terra. Com o calor extremo se tornando a principal causa de morte relacionada ao clima, os mais jovens têm muito pouco interesse em viagens espaciais nostálgicas no estilo Apollo e preferem usar o custo de sua ”teórica passagem espacial” para pagar por moradia, alimentação e educação.
O desejo de viajar é completamente natural e não há nada do que se envergonhar. Explorar o espaço tem sido um sonho (ou pelo menos um pensamento passageiro) para todo ser humano que já olhou para a Ursa Maior. Mas a caminhada espacial de Jared Isaacman não é uma conquista heroica que abrirá caminho para nossos sonhos. Em vez disso, ela mostra como, diante de uma ameaça à sobrevivência da vida na Terra, as elites já estão se preparando para comprar sua saída do planeta.
Fonte: https://freedomnews.org.uk/2024/09/16/billionaires-in-space/
Tradução > meiocerto
agência de notícias anarquistas-ana
nas ondas cintila o luar.
longas algas,
verde cabelo do mar
Alaor Chaves
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…
Edmir, amente de Lula, acredita que por criticar o molusco automaticamente se apoia bolsonaro. Triste limitação...
Tudo bla,bla,bla...porque não se faz um post comentado a degradação durante o bozo. 🤪🤪🤪🤦
Olá, me chamo Vitor Santos e sou tradutor. Posso traduzir do Inglês, Espanhol, Alemão, Italiano e Catalão. Inversamente, somente do…