Hoje (26/10), nesta tarde nublada de sábado, passei pela III Feira Anarquista do Rio de Janeiro, de modo apressado e meio cansado, entre passados, presentes e futuros ausentes na intuição do intempestivo e do irreverente…
Significativamente o evento de contracorrente, ocorrido no bairro singular de Vila Isabel, em um Centro de Cultura Social, foi uma encruzilhada de gerações e imaginações que inventam em segredo um mundo novo em seus insubmissos corações rebeldes.
Alguns coletivos e debates deram o tom do momento, onde ainda nos falta um povo, barricadas e desejos, contra a realidade, contra o que nos tornamos como sociedade e contra o Estado que legítima toda opressão e desigualdade.
A temática desta edição da feira foi o repúdio a memória da hoje envelhecida ditadura militar surpreendentemente atualizada pelo espectro dos novos fascismos de uma renovada e global extrema direita, mas também pelos limites dos progressismos e vanguardismos de uma “extrema esquerda” autoritária, defensora da hegeliana Razão na História.
Nos falta hoje, contra tudo que é moderno, uma visceral provocação libertária, uma recusa, silenciosa ou não, da prisão absurdamente cotidiana e normalizada do arbitrário “para sempre” dos efêmeros tempos de agora…
Nos falta uma suburbana e irreverente resposta aos nossos eternos e supostamente absolutos e absurdos passados.
Carlos Pereira Júnior
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Carlos Seabra
caralho... que porrada esse texto!
Vantiê, eu também estudo pedagogia e sei que você tem razão. E, novamente, eu acho que é porque o capitalismo…
Mais uma ressalva: Sou pedagogo e professor atuante e há décadas vivencio cotidianamente a realidade do sistema educacional hierárquico no…
Vantiê, concordo totalmente. Por outro lado, o capitalismo nunca gera riqueza para a maioria das pessoas, o máximo que ele…
Só uma ressalva: criar bolhas de consumismo (que foi o que de fato houve durante os governos Lula), como estrategia…