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Um jornal divulgou o resultado de uma pesquisa que rendeu matéria publicada na revista Nature: no Brasil, entre 2019 e 2022, o garimpo superou a área de mineração industrial. O mapeamento foi feito utilizando imagens de satélites disponibilizadas pela Google e pela Nasa. Os pesquisadores indicam que cerca de 77% dos garimpos tinham traços de ilegalidade e ao menos 15% ocorriam em áreas restritas, como Terras Indígenas (TI), Unidades de Conservação e Reservas. Somente na Amazônia, que concentra a maioria dos garimpos, 62% deles incidem sobre TI’s. No caso dos kayapó, munduruku e yanomami, os focos de exploração e devastação atingem cerca de 90% das terras onde vivem, em Roraima. Os traços de ilegalidade sugeridos pela pesquisa se fundamentam na ausência de medidas compensatórias do desmatamento, como a “reposição vegetal”, e de controle das encostas. Concluíram que deve haver maior fiscalização e monitoramento. E que siga o jogo mortífero.
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No mesmo jornal, no mesmo dia, noticiaram um processo do Ministério Público contra a mina de níquel Onça Puma, no Pará. Após uma pesquisa realizada na UFPA, constatou-se que, de 720 indígenas xikrin, 98,5% estão contaminados com metais pesados em níveis acima dos considerados “limites seguros” por organizações de saúde internacionais e nacionais. Níveis “alarmantes” de alumínio, arsênio, bário, berílio, chumbo, titânio, cobalto… este último, uma “assinatura química” do envolvimento da Vale em mais um empreendimento fascínora. O cobalto é utilizado no processo de mineração do níquel, substância base para a produção de aço inoxidável e de baterias recarregáveis. A Vale Base Metals vende legalmente toneladas de níquel e abastece o mercado global, desde a China até a França, e possui parcerias com o Estado brasileiro. Esse processo, agora com o MP, é uma nova etapa de algo que tramita desde 2011, e envolve, além da saúde dos xikrin, a poluição do rio Cateté. Pouco importam os níveis aceitáveis pelas instituições e os trâmites jurídicos. Os xikrin seguem adoecendo, acometidos por enfermidades produzidas pelos povos com Estado e capital. O rio Cateté, os seres que nele vivem e que com ele coexistem seguem envenenados.
>> Leia o Flecheira Libertária 797 na íntegra aqui:
https://www.nu-sol.org/wp-content/uploads/2025/03/flecheira797.pdf
agência de notícias anarquistas-ana
Patos selvagens.
Por que iriam dois para o norte
E dois para o sul?
Paulo Franchetti
A FACA agradece a ressonância que nossas palavras tem encontrado na ANA: ideias e projetos autônomos, horizontais, autogeridos e anticapitalistas…
parabens
Parabéns pela análise e coerência.
Olá Fernando Vaz, tudo bem com você? Aqui é o Marcolino Jeremias, um dos organizadores da Biblioteca Carlo Aldegheri, no…
Boa tarde, meu nome é Fernando Vaz, moro na cidade de Praia Grande. Há mais de 4 anos descobri que…