
Agora em exibição na Galerie im Körnerpark, Tiempo Muerto, de Juan Pablo Macías, revela um lado esquecido da história anarquista.
Por Duncan Ballantyne-Way | 17 de março de 2025
Em 2007, o artista mexicano Juan Pablo Macías desenvolveu interesse pelo anarquismo: um conjunto de ideias que busca desmantelar o governo hierárquico em favor de uma sociedade mutualista. “Mas era incrivelmente difícil encontrar qualquer informação”, lembra ele.
“A única fonte disponível era uma biblioteca na Cidade do México, mas sua coleção havia sido confiscada e ela enfrentava despejo por aluguel não pago.” Determinado a tentar salvá-la, Macías buscou formas de garantir financiamento. “Estou sempre tentando desviar dinheiro do mundo da arte para financiar as atividades da biblioteca e qualquer forma de militância anarquista.”
Fundada em 1978 pelo exilado político catalão Ricardo Mestre, a Biblioteca Social Reconstruir tornou-se a base para o envolvimento vitalício de Macías com o anarquismo e o pensamento libertário. Esse trabalho o levou a criar o arquivo digital Biblioteca de Anarquismo y Anarquistas e a lançar Tiempo Muerto (“tempo morto”), uma publicação dedicada a explorar a prática anarquista. “É minha maneira de compreender o anarquismo”, explica ele, “sua relação com a arte e como ferramenta para questionar as estruturas de poder que moldam nossa visão de mundo.”
Pela primeira vez, todas as edições de Tiempo Muerto, junto com obras em vídeo, serão exibidas na Galerie im Körnerpark, coincidindo com o lançamento da sétima edição da publicação na data de abertura da exposição. Macías começou a publicar Tiempo Muerto em 2012, com cada edição abordando um aspecto diferente do anarquismo, da propriedade privada ao legado de anarquistas europeus influentes, passando por textos fundamentais como o segundo capítulo de Walden (1854), de Henry David Thoreau.
Um suplemento na segunda edição explorou uma colônia utópica fundada em Topolobampo, México, em 1896. “Era socialista por natureza”, explica Macías. “Durante 20 anos, não havia propriedade privada nem dinheiro em circulação.”
A publicação apresenta fotografias em preto e branco tiradas por um participante da colônia, retratando grandes reuniões, arquitetura colonial branca, céus amplos e colinas nubladas. “Não está claro se as imagens estão completamente em domínio público”, ele admite, “mas, conceitualmente, sou fascinado pela questão da propriedade das imagens. Acho absurdo e brutal que uma imagem possa ter mais peso legal do que as relações humanas.”
Dado o profundo impacto do anarquismo em sua prática acadêmica e artística, isso influenciou seu modo de vida? “Não importa o quão diferente você tente viver, você sempre se vê preso em contradição”, reflete. “Como um cachorro perseguindo o próprio rabo. Todos participamos da sociedade; todos pagamos impostos que, no fim das contas, financiam munições e armas que combatemos. No final, somos todos cúmplices do sistema.”
Galerie im Körnerpark, Schierker Str. 8, Körnerpark, Neukölln
7 de março a 11 de junho
Fonte: https://www.the-berliner.com/art/juan-pablo-maciass-tiempo-muerto-exhibition-galerie-im-koernerpark/
Tradução > Contrafatual
agência de notícias anarquistas-ana
Linha de combate:
as granadas e os petardos
são de chocolate.
Flora Figueiredo
esperemos que si, asi se difunde más, salud
A FACA agradece a ressonância que nossas palavras tem encontrado na ANA: ideias e projetos autônomos, horizontais, autogeridos e anticapitalistas…
parabens
Parabéns pela análise e coerência.
Olá Fernando Vaz, tudo bem com você? Aqui é o Marcolino Jeremias, um dos organizadores da Biblioteca Carlo Aldegheri, no…