
A defesa citou relatos sombrios de “tortura branca” em prisões húngaras, incluindo confinamento solitário permanente e vigilância 24 horas
Por Alisa-Ece Tohumcu
Após cinco meses na Prisão de Fresnes, Rexhino “Gino” Abazaj, ativista antifascista albanês de 32 anos, foi libertado sob supervisão judicial ontem (26 de março). Preso em Montreuil em novembro de 2024, ele enfrenta até 24 anos de prisão caso seja extraditado para a Hungria sob acusações de violência contra neonazistas. Seu caso, que gerou uma ampla mobilização de ativistas, sindicatos e políticos, será decidido pelo Tribunal de Apelação de Paris em 9 de abril.
A prisão de Gino decorre de sua suposta participação em confrontos durante a reunião da extrema-direita “Dia da Honra” em Budapeste, em 2023. Outros dezessete antifascistas foram presos no caso, incluindo a eurodeputada italiana Ilaria Salis, que passou 15 meses em prisão preventiva, e Maja T, extraditada para a Hungria no ano passado. Em janeiro, sete antifascistas procurados no caso se entregaram.
Durante a audiência de ontem, os promotores questionaram a viabilidade da prisão domiciliar devido a problemas com a documentação de moradia de Gino. No entanto, sua defesa sustentou o arranjo e apresentou uma oferta de emprego como prova adicional de estabilidade. O próprio Gino se dirigiu ao tribunal, enfatizando a força de sua rede de apoio. Após a deliberação, o tribunal decidiu a seu favor, concedendo-lhe a liberdade sem monitoramento eletrônico.
Enquanto as autoridades húngaras acusam os antifascistas de participação em uma “organização criminosa” e atos violentos, os neonazistas envolvidos nos mesmos confrontos foram libertados sem acusações. As vagas garantias da Hungria sobre as condições de detenção e a justiça do julgamento também geraram duras críticas. A defesa citou relatos sombrios de “tortura branca” em prisões húngaras, incluindo confinamento solitário permanente e vigilância 24 horas. O Comitê Europeu para a Prevenção da Tortura documentou superlotação, condições desumanas e abusos sistêmicos.
O Judiciário da Hungria, enfraquecido sob o governo de Viktor Orbán, enfrenta críticas crescentes da União Europeia. A demissão de um juiz em 2016 por criticar reformas judiciais e os protestos contínuos de magistrados húngaros destacam profundas preocupações sobre a interferência política no sistema legal. “Há uma óbvia falta de separação de poderes”, argumentaram os advogados de Gino, acrescentando que a França não pode se tornar cúmplice de uma perseguição política injusta.
“As acusações são desproporcionais. O processo é injusto. Os riscos são reais”, declarou o Comitê pela Libertação de Gino. Do lado de fora do tribunal, apoiadores repetiam o coro: “Liberdade para Gino! Liberdade para Maja! Liberdade para todos os antifas!”.
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agência de notícias anarquistas-ana
Cerejeira silvestre –
Sobre o regato se move
Uma roda d’água.
Kawai Chigetsu
boa reflexão do que sempre fizemos no passado e devemos, urgentemente, voltar a fazer!
xiiiii...esse povo do aurora negra é mais queimado que petista!
PARABÉNS PRA FACA E PRAS CAMARADAS QUE LEVAM ADIANTE ESSE TRAMPO!
Um resgate importante e preciso. Ainda não havia pensado dessa forma. Gratidão, compas.
Um grande camarada! Xs lutadores da liberdade irão lhe esquecer. Que a terra lhe seja leve!