Justiça francesa rejeita extradição de antifascista Gino para a Hungria

Juíza cita “risco de violações de direitos garantidos” contra tortura e a um julgamento justo em Budapeste

Por Scott Harris

A câmara de extradição da Corte de Apelação de Paris rejeitou hoje (9 de abril) o pedido de extradição para a Hungria de Rexhino “Gino” Abazaj, antifascista albanês de 32 anos acusado de suposta violência contra neonazistas em Budapeste. Preso em novembro de 2024, Gino já havia sido libertado no final de março sob supervisão judicial, agora suspensa. Caso fosse extraditado, ele poderia enfrentar até 24 anos de prisão. O caso gerou ampla mobilização entre ativistas, sindicatos e políticos.

A presidente da corte citou “riscos de violação” de direitos garantidos por artigos da Convenção Europeia de Direitos Humanos, especialmente os que proíbem tortura e asseguram o direito a um julgamento justo. Gino comemorou a decisão como “muito positiva”, tanto para ele quanto para outros militantes. “Há outros antifascistas perseguidos pela Hungria, outros já presos, mas a França mostrou hoje que não deve se curvar às exigências de um país autoritário e neofascista como a Hungria”, afirmou.

A prisão de Gino se deu por sua suposta participação em confrontos durante o evento da extrema-direita “Dia da Honra”, realizado em Budapeste em 2023. Outras 17 pessoas foram presas no mesmo caso, incluindo a eurodeputada italiana Ilaria Salis, que passou 15 meses em prisão preventiva, Maja T, extraditada para a Hungria no ano passado, e Johann G, detido em novembro. Em janeiro, mais sete antifascistas procurados se entregaram.

Enquanto as autoridades húngaras acusam os antifascistas de integrarem uma “organização criminosa” e cometerem atos violentos, os neonazistas envolvidos nos mesmos confrontos foram liberados sem qualquer processo. Durante o julgamento de Gino, as promessas vagas do governo húngaro sobre condições carcerárias e garantias de um julgamento justo foram duramente criticadas, e a defesa apresentou relatos alarmantes de “tortura branca” nas prisões húngaras, incluindo isolamento permanente e vigilância 24 horas por dia.

Gino ainda pode ser preso se viajar para outros países da União Europeia. Seus apoiadores agora pretendem anular o mandado de prisão europeu expedido a pedido do governo de Viktor Orbán.
 
Fonte: https://freedomnews.org.uk/2025/04/09/french-court-rejects-antifascist-gino-extradition-to-hungary/
 
Tradução > Contrafatual
 
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Em meio ao capim
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