
De Vargas a Bolsonaro, de Lula a FHC, de Dilma a Temer, a história do Brasil é uma sequência coreografada de promessas quebradas, palanques ensaiados e a mesma engrenagem moendo o povo, só mudam os nomes na placa da máquina.
Lula? Ascensão operária transformada em braço político da conciliação com os donos de tudo. Fez aliança com banqueiro, empreiteiro, latifundiário e ainda vendeu isso como avanço social. Colocou pobre no avião, mas deixou elite no comando da torre. E quem ousou lutar fora da institucionalidade foi espionado, preso ou silenciado. O PAC asfaltou não só estrada, mas também a passagem da polícia sobre comunidades inteiras.
Bolsonaro? O oposto igual. Prometeu “libertar” o povo, mas entregou armas aos ricos e grilagem aos latifundiários. Transformou o autoritarismo em fetiche e o ódio em programa de governo. Serviu ao mercado com a mesma disciplina de quem sempre foi escravo do capital. Ajudou banqueiro, agronegócio, militar e ainda teve a ousadia de chamar isso de liberdade.
Antes disso? Collor, o caçador de marajás que confiscou a poupança do povo. FHC, o intelectual das privatizações, que vendeu patrimônio público a preço de banana enquanto escrevia crônicas sobre democracia. Sarney, símbolo da transição que manteve tudo igual. Todos com a mesma missão: manter a ordem e o progresso, ou seja, a desigualdade com selo institucional.
Mas nós, os de baixo, sempre soubemos: não há salvação no voto, nem libertação por decreto.
Bakunin já avisava: “a liberdade não se conquista através do Estado, porque o Estado existe para negar a liberdade“.
Emma Goldman dizia que “se votar mudasse alguma coisa, já seria proibido“.
Errico Malatesta lembrava que “a revolução não se faz no papel, mas na prática do dia a dia, nas ruas, nas relações“.
E no Brasil, o que chamam de democracia é um balcão de negócios onde o povo entra como moeda e sai como estatística. A esquerda institucional acredita que o problema é o modelo; a direita, que o problema é a gestão. Mas o anarquismo responde: o problema é o poder.
Por isso, não queremos reformar a prisão, queremos derrubá-la.
Não nos basta escolher o capataz, queremos o fim da senzala.
Não nos iludimos com PEC, CPI ou STF, porque quem julga a opressão de dentro da engrenagem é só mais um parafuso.
Se a história do Brasil foi escrita por governos, talvez esteja na hora de escrevermos outra, sem governo nenhum.
“O ser humano sente-se atacado por mil males que o escravizam e o tornam miserável, o que impede seu desdobramento natural e livre; ele folheia a história e está convencido de que nenhum governo fez a felicidade do povo. Reis, imperadores, presidentes, todos foram maus, todos pesaram sobre os ombros do povo como uma laje sepulcral; nenhum governante tem sido o abrigo dos fracos e do flagelo dos fortes; todos os governos têm sido uma mãe carinhosa e amorosa dos poderosos e uma madrasta cruel e arrogante dos humildes. Nenhum homem pode fazer a felicidade do povo quando ele já está à frente do governo.” – Ricardo Flores Magón, 1917
Anarquismo – Liberdade
agência de notícias anarquistas-ana
outrarte
o ouro esboço
do crepúsculo
Guimarães Rosa
ESTIMADAS, NA MINHA COMPREENSÃO A QUASE TOTALIDADE DO TEXTO ESTÁ MUITO BEM REDIGIDA, DESTACANDO-SE OS ASPECTOS CARACTERIZADORES DOS PRINCÍPIOS GERAIS…
caralho... que porrada esse texto!
Vantiê, eu também estudo pedagogia e sei que você tem razão. E, novamente, eu acho que é porque o capitalismo…
Mais uma ressalva: Sou pedagogo e professor atuante e há décadas vivencio cotidianamente a realidade do sistema educacional hierárquico no…
Vantiê, concordo totalmente. Por outro lado, o capitalismo nunca gera riqueza para a maioria das pessoas, o máximo que ele…