Licença para Destruir: O Capitalismo Avança sobre a Foz do Amazonas

Eis que o senado brasileiro aprovou, sem qualquer surpresa de nossa parte, regras que flexibilizam o licenciamento ambiental, abrindo caminho para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, representando mais um capítulo sombrio na história de destruição promovida pelo capitalismo.
 
Sob o pretexto de desenvolvimento e segurança energética, o Estado brasileiro, em conluio com corporações como a Petrobras, ignora os alertas de cientistas e comunidades tradicionais sobre os riscos socioambientais dessa empreitada. A criação de uma Licença Ambiental Especial, que permite a agilização de processos em casos de decisão política, evidencia, mais uma vez e independentemente de qual é o partido de ocasião, a subordinação das normas ambientais aos interesses econômicos imediatistas.
 
Essa medida é uma afronta à autonomia dos povos amazônicos e à integridade dos ecossistemas que sustentam a vida na região. A Foz do Amazonas, rica em biodiversidade e lar de inúmeras comunidades tradicionais, está sendo colocada em risco por decisões tomadas sem a devida consulta e consideração dos impactos a longo prazo. A flexibilização do licenciamento ambiental não apenas ameaça o equilíbrio ecológico, mas também perpetua a lógica colonial de exploração e expropriação dos recursos naturais em benefício de poucos.
 
A justificativa de que os recursos provenientes da exploração petrolífera serão utilizados para financiar a transição energética é falaciosa. Na prática, essa narrativa serve para mascarar a continuidade de um modelo econômico baseado na extração desenfreada e no consumo insustentável. Enquanto isso, alternativas verdadeiramente sustentáveis e respeitosas com o meio ambiente e as culturas locais são negligenciadas. A dependência de combustíveis fósseis, além de contribuir para as mudanças climáticas, reforça as desigualdades sociais e econômicas existentes.
 
Como anarquistas, devemos denunciar e resistir a essas políticas que colocam o lucro acima da vida. É imperativo fortalecer as redes de solidariedade com os povos da Amazônia, apoiar suas lutas por autodeterminação e promover modelos de desenvolvimento que respeitem a natureza e os direitos humanos. A verdadeira transição energética e social só será possível através da ruptura com as estruturas de poder que perpetuam a exploração e a opressão. A defesa da Amazônia é, portanto, uma luta contra o capitalismo e por um mundo mais justo e livre.
 
Liberto Herrera.
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
na folha orvalhada,
gota engole gota,
engorda, desliza e cai.
 
Alaor Chaves

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